Teste

Toolkits para capacitação no Brasil
Em primeiro lugar, é necessário entender a proposta da avaliação, que pode ser:
a) fazer um julgamento sobre o mérito do projeto
b) melhorar o projeto
c) auxiliar o desenho de um novo projeto
d) gerar um novo conhecimento para o projeto
É preciso também identificar a quem se destinam os resultados dessa avaliação, ou seja, identificar quem serão
os beneficiários dessa avaliação, ou seja, quem serão aqueles afetados por ela, como pacientes ou famílias. Por
exemplo, na avaliação de um programa de saúde como o Mais Médicos, se a proposta for avaliar a qualidade
dos serviços, o foco final será no profissional de saúde contratado. Se o objetivo for verificar se houve melhoria
no acesso da população aos serviços, o foco então está na população e nos pacientes. Definidos esses primeiros
fatores, torna-se necessário avaliar quais serão as estratégias metodológicas utilizadas, reunir os dados
necessários para tal e proceder a análise. Um ponto crucial após essa etapa refere-se à discussão dos resultados,
avaliação de opiniões e outros tipos de avaliações com o mesmo propósito, a fim de se construir um consenso
sobre os resultados encontrados.
O processo de monitoramento e avaliação, e a prática do uso de dados em organizações não governamentais,
filantropia e negócios sociais tem se tornado cada vez mais comum. Isso ocorre pela maior disponibilidade de
informações de fontes variadas (ex.: Big Data) e da crescente necessidade de as organizações mostrarem
evidências sobre o impacto de suas ações.
Diferente do setor privado tradicional, em que as métricas externas, em geral, estão focadas em indicadores
financeiros, na área de filantropia ou organizações não governamentais, ou mesmo negócios sociais, as métricas
atendem a diferentes expectativas, como aquelas relacionadas à:
a) missão da organização (por exemplo, número de pessoas alcançadas com determinada ação)
b) resultados esperados pelos patrocinadores
c) desempenho da própria organização
d) monitoramento de políticas públicas
As organizações sociais coletam dados para responder às questões que se alinham intimamente com a
identificação das demandas básicas da população que atendem. O tipo de dado que as associações de pacientes
coletam não é o mesmo que o governo usa para suas atividades. Ambos são importantes e agem ou deveriam
atuar para o mesmo fim, ou seja, melhorar a saúde da população.
Suponhamos uma associação de pacientes que tem como propósito reduzir as barreiras no acesso a
medicamentos aos pacientes. Sua missão é buscar os medicamentos e distribuí-los aos pacientes que precisam e
não conseguem por dificuldades na locomoção ou barreiras geográficas. O tipo de dado que essa associação
coletará para avaliar a efetividade de sua ação refere-se ao número de pacientes atendidos pela associação de
pacientes, por exemplo. Por outro lado, o governo desenvolve programas que facilitam o acesso aos
medicamentos para a população. O dado que o governo coleta refere-se ao número de pessoas com demanda
por determinados medicamentos nos municípios, a fim de entender onde alocar as farmácias populares. Ambos
(governo e associações de pacientes) têm como objetivo aumentar o acesso da população aos medicamentos,
mas cada um age de uma forma, e por isso os dados coletados são distintos.
A partir desse exemplo podemos perguntar: como associações de pacientes podem ajudar o governo com dados
e informações de pacientes? De forma simplificada, vamos dar um exemplo do Programa Nacional de Câncer de
Mama do governo federal.
Uma das ações do programa prevê o aumento de mamografias no país para a detecção precoce do câncer de
mama. O governo define, com base em estudos prévios, onde devem se concentrar os mamógrafos a serem
disponibilizados à população. A fim de identificar se houve aumento da oferta de mamógrafos, o governo
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