Práticas de Educacao-Fisica-na-Educacao-Infantil
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ções e as brinca<strong>de</strong>iras <strong>na</strong> Educação <strong>Infantil</strong>,<br />
nos processos <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento e aprendizagem<br />
<strong>de</strong>ntro do ambiente educacio<strong>na</strong>l,<br />
são fundamentais no início da vida escolar.<br />
Consi<strong>de</strong>rando a teoria sociointeracionista<br />
<strong>de</strong> Vygotsky, e com as orientações do Ministério<br />
da Educação para a Educação infantil,<br />
<strong>de</strong>fen<strong>de</strong>-se a i<strong>de</strong>ia da necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> as<br />
crianças interagirem com o brincar para se<br />
<strong>de</strong>senvolver. Assim sendo, a promoção <strong>de</strong><br />
ativida<strong>de</strong>s que favoreçam o envolvimento<br />
da criança em brinca<strong>de</strong>iras, principalmente<br />
aquelas que promovem a criação <strong>de</strong> situações<br />
imaginárias, tem uma clara função pedagógica.<br />
A escola, particularmente a pré<br />
-escola, po<strong>de</strong>ria utilizar-se <strong>de</strong>liberadamente<br />
<strong>de</strong>sse tipo <strong>de</strong> situações para atuar no processo<br />
<strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento das crianças (VY-<br />
GOTSKY, 1998).<br />
As interações e as brinca<strong>de</strong>iras têm uma função<br />
específica <strong>na</strong> infância, <strong>na</strong> qual a criança<br />
recria a realida<strong>de</strong> usando os sistemas<br />
simbólicos. Nessa fase, a criança começa<br />
a distanciar-se <strong>de</strong> seu primeiro meio social,<br />
representado pela mãe. Diante disso, cabe à<br />
instituição <strong>de</strong> ensino o papel <strong>de</strong> estabelecer<br />
o <strong>de</strong>senvolvimento da aprendizagem com a<br />
interação social com o professor e com as<br />
outras crianças.<br />
A experiência aqui relatada foi realizada com<br />
o Berçário Misto e teve como objetivo proporcio<strong>na</strong>r<br />
o <strong>de</strong>senvolvimento integral das crianças<br />
em situações que envolvessem a curiosida<strong>de</strong>,<br />
a exploração e o manuseio <strong>de</strong> materiais<br />
como processo <strong>de</strong> experimentação.<br />
Luz, ação!<br />
O Berçário misto envolve crianças <strong>de</strong> zero a<br />
dois anos, fase em que o <strong>de</strong>senvolvimento da<br />
percepção é alimentado pela curiosida<strong>de</strong>. Assim,<br />
a montagem da experiência faz parte do<br />
processo <strong>de</strong> aprendizagem.<br />
Para iniciar o projeto, ao entrar <strong>na</strong> sala do Berçário<br />
Misto, cumprimentei-os com a alegria<br />
habitual e fui fixando malhas brancas e <strong>na</strong>rrando<br />
o que ia fazendo. Com as luzes <strong>de</strong> uma<br />
luminária móvel (abajur), com uma lâmpada<br />
com gomos tridimensio<strong>na</strong>l coloridos, busquei<br />
com que explorassem o espaço físico, o movimento,<br />
o corpo, o imaginário e as sensações.<br />
As crianças aproximaram-se aos poucos,<br />
apontando e balbuciando. Os menores<br />
acompanhavam a movimentação com o<br />
olhar. A ativida<strong>de</strong> foi se <strong>de</strong>senvolvendo: primeiro<br />
exploramos as luzes, suas cores e formas,<br />
ilumi<strong>na</strong>ndo as diversas partes da sala<br />
(chão, pare<strong>de</strong>, teto). As crianças acompanhavam<br />
olhando ou tocando.<br />
Em seguida, com a luz, fui explorando o corpo<br />
<strong>de</strong> cada um em frente ao espelho (mãos,<br />
boca, barriga, pés, cabeça). As crianças reagiram,<br />
apontando, acompanhando as luzes,<br />
falando, expondo sua curiosida<strong>de</strong> e seu saber<br />
e indicando possibilida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> aprendizagem<br />
sinestésica.<br />
A aprendizagem sinestésica, <strong>de</strong> acordo com<br />
Santos et al. (2009), indica que o trabalho<br />
com as partes do corpo possa permitir o autoconhecimento<br />
pelo sentido, no qual o bebê<br />
toca a parte do corpo solicitada, respeitando<br />
a lei “céfalo – caudal” e “próximo distal”. Após<br />
esse momento inicial, exploramos as luzes<br />
por meio do tecido. As crianças entraram em<br />
contato com o tecido apalpando-o, e, em seguida,<br />
uma nova <strong>de</strong>scoberta: a luz corre.<br />
Elas queriam tocar, brincar <strong>de</strong> pegar a luz,<br />
<strong>de</strong>scobrir o que tinha atrás do tecido e <strong>de</strong><br />
on<strong>de</strong> vinha a luz. A curiosida<strong>de</strong> <strong>de</strong>las, seus<br />
sorrisos, suas ansieda<strong>de</strong>s, indicou um aspecto<br />
interessante que corroborou com o objetivo<br />
proposto para uma experiência que articula<br />
percepções e estética do movimento,<br />
dos apren<strong>de</strong>res, da beleza e da exploração<br />
dos gestos, que registra significados também<br />
pelos brilhos nos olhares.<br />
Os bebês <strong>de</strong>senvolvem-se e apren<strong>de</strong>m perceptivamente<br />
praticando exercícios motores,<br />
<strong>de</strong>senvolvendo o pensamento e o conhecimento<br />
com criativida<strong>de</strong>, <strong>na</strong> busca <strong>de</strong><br />
solução <strong>de</strong> problemas: as crianças usaram<br />
diferentes estratégias <strong>na</strong> <strong>de</strong>scoberta <strong>de</strong><br />
on<strong>de</strong> vinha e para on<strong>de</strong> ia, seguindo as luzes.<br />
Verbalmente, adquiriram comunicação receptiva<br />
e expressiva; apren<strong>de</strong>ram a conviver<br />
com amigos e incentivá-los a experimentar,<br />
brincando <strong>de</strong> escon<strong>de</strong>-escon<strong>de</strong>, falando ou<br />
indicando para o colega olhar as formas.<br />
O registro <strong>de</strong>ssa experiência foi feito por<br />
meio <strong>de</strong> fotos e organizado em uma exposição<br />
para que os pais pu<strong>de</strong>ssem acompanhar<br />
42 Movimentos <strong>de</strong> interações e brinca<strong>de</strong>iras com bebês