Agosto/2016 - Referência Industrial 177
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REFERÊNCIA INDUSTRIAL<br />
COLUNA<br />
MOMENTOS<br />
Lentamente, o setor produtivo começa a respirar novos ares<br />
Flavio C. Geraldo<br />
Arch Proteção de Madeiras - Grupo Lonza<br />
Contato: flavio.geraldo@lonza.com<br />
Foto: divulgação<br />
N<br />
ão se trata de título de uma música romântica,<br />
mas é inegável que depois de um período<br />
de muita turbulência em nossa economia<br />
- afetando frontalmente o setor produtivo - parece<br />
que começamos a respirar outros momentos. Não vai<br />
ter jeito, os ajustes virão: sabe-se lá o que vai ser das<br />
cotações da nossa moeda em relação às moedas fortes;<br />
ajustes fiscais; necessidade de modernização das<br />
relações de trabalho; reforma da previdência; enfim,<br />
pelo menos existem indicações de mudanças no médio<br />
prazo que poderão ser benéficas. Para o setor industrial<br />
madeireiro, é o momento de reflexões, buscando decifrar<br />
algumas oportunidades que o momento parece<br />
desvendar.<br />
Todos sabem que no mercado interno o setor da<br />
construção é ávido por madeiras. As indicações são<br />
de que o setor consome cerca de 25% do volume total<br />
de madeira serrada no Brasil, anualmente. Só em<br />
estruturas de coberturas, a projeção é de um volume<br />
médio anual da ordem de 2,5 a 3,0 milhões de m³ (metros<br />
cúbicos). Por outro lado, a CEF (Caixa Econômica<br />
Federal) acaba de informar a respeito de uma nova<br />
linha de crédito que visa ampliar o financiamento de<br />
imóveis com preços entre R$ 225 mil e R$ 500 mil. A<br />
entidade informa que tem R$ 3,8 bilhões para financiar<br />
a compra da casa própria pela linha pró-cotista, que é<br />
voltada para trabalhadores com pelo menos 36 meses<br />
de vínculo com o Fgts (Fundo de garantia do tempo de<br />
serviço) com saldo na conta de pelo menos 10% do valor<br />
do imóvel ou trabalhando. A taxa de juros é de 8,66%<br />
ao ano. São medidas que podem dinamizar o mercado<br />
industrial madeireiro, sem dúvidas; afinal, sendo repetitivo,<br />
há capacidade ociosa e matéria-prima disponível,<br />
assim como Normas Técnicas que credenciam o setor<br />
ao devido suprimento desse fantástico mercado.<br />
Saindo de casa e indo para o campo, o ministro da<br />
Agricultura do Brasil foi aos EUA (Estados Unidos da<br />
América) para fechar um acordo sobre o comércio de<br />
carne bovina in natura entre os dois países. Tal acordo<br />
vem sendo costurado há alguns anos e poderá incrementar<br />
as exportações brasileiras em R$ 900 milhões<br />
por ano, estima o Ministério da Agricultura do Brasil.<br />
Vale lembrar que já somos exportadores de carnes<br />
bovinas industrializadas para os EUA. O objetivo do<br />
novo acordo é viabilizar também a exportação de carne<br />
fresca e congelada.<br />
Boi no pasto lembra cercas e cercas lembram mourões<br />
de madeira tratada, produtos de pleno domínio e<br />
atual vocação do setor no Brasil, ainda que de baixos<br />
valores agregados e de ambiente de alta competitividade.<br />
Ao lado das pastagens limitadas por cercas com<br />
mourões tratados, em muitas áreas estão as ferrovias<br />
que, pelas indicações de decisões relacionadas a novas<br />
parcerias governamentais, poderão se estendidas com<br />
novos troncos e ramais, afinal, o escoamento de safras<br />
de grão através das ferrovias, comprovadamente são<br />
vantajosos em termos logísticos. Mercado para os<br />
dormentes ferroviários, produzidos com madeiras<br />
cultivadas e tratadas. Há que se mencionar uma nova<br />
disposição dos principais órgãos reguladores do Brasil<br />
em relação a uma gradativa desburocratização no processo<br />
de registros de novas formulações preservativas<br />
para madeiras.<br />
Claro que o alto nível de exigência permanece, mas<br />
a forma como esses órgãos estão vendo os andamentos<br />
de processos, poderá trazer maior dinamismo às<br />
analises e eventuais aprovações de formulações mais<br />
inovadoras, cujo principal mercado alvo será o setor<br />
da construção, em consonância com o que ocorre em<br />
países de maior desenvolvimento. Os exemplos aqui<br />
mencionados permitem o sentimento de que novos<br />
e esperançosos momentos de melhorias começam a<br />
surgir, vale, no entanto, bater três vezes na madeira.<br />
A conferir.<br />
O sentimento é que novos e esperançosos momentos de<br />
melhorias começam a surgir. Vale, no entanto, bater três vezes<br />
na madeira<br />
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