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DIGITAL AVANÇA NA<br />
J. WALTer ThompsoN<br />
Processo <strong>de</strong> integração<br />
digital, iniciado há<br />
sete anos, começou<br />
pela área <strong>de</strong> mídia e já<br />
envolve toda a agência.<br />
Falta o back office,<br />
como explica o CEO<br />
Ezra Geld. pág. 20<br />
bIG DATA GANhA<br />
mAIor CoNFIANÇA<br />
Pesquisa global, localmente<br />
coor<strong>de</strong>nada<br />
pela Abemd, presidida<br />
por Efraim Kapulski,<br />
revela confiança do<br />
mercado em relação<br />
ao big data. Especialistas<br />
avaliam. pág. 12<br />
ANo 52 - Nº 2632 - 6 <strong>de</strong> <strong>fevereiro</strong> <strong>de</strong> <strong>2017</strong> r$ 15,00<br />
KNoW-hoW DA AbrIL VAI<br />
pArA oUTrAs empresAs<br />
O Grupo Abril, presidido<br />
por Walter Longo,<br />
oferece sua estrutura<br />
e know-how no gerenciamento<br />
<strong>de</strong> assinaturas<br />
para editoras<br />
e outras empresas do<br />
mercado. pág. 45<br />
Nizan<br />
muda foco<br />
estratégico<br />
Até o ano passado mais <strong>de</strong>dicado à<br />
Africa, o empresário Nizan Guanaes, do<br />
Grupo AbC, começa <strong>2017</strong> com retorno<br />
à Dm9DDb. ele quer “chacoalhar” a<br />
agência e redimensioná-la com hub<br />
digital. págs. 3 (Editorial) e 16<br />
Rodrigo Pirim/Divulgação
Vigor. Vencedora<br />
DO GP Prêmio<br />
Colunistas<br />
como Anunciante<br />
do Ano em 2016.<br />
O<br />
Quem conta com os Resultores da Fischer,<br />
além <strong>de</strong> resultados, ainda ganha prêmios.
editorial<br />
Armando Ferrentini<br />
aferrentini@editorareferencia.com.br<br />
o agitador<br />
ativida<strong>de</strong> publicitária não <strong>de</strong>ve ser estritamente técnica. Ela<br />
A tem um componente artístico que, em algumas ocasiões, exige<br />
dos seus criadores muito mais do que incluir essa dose necessária<br />
<strong>de</strong> arte nas peças ou campanhas a serem apresentadas ao<br />
público, <strong>de</strong>vidamente aprovadas pelos clientes-anunciantes.<br />
Em certos momentos, é necessária até mesmo a exposição pessoal<br />
dos criativos <strong>de</strong> <strong>de</strong>terminado anúncio, comercial ou campanha,<br />
chamando para si a explicação do trabalho prestes a ser veiculado,<br />
para que não pairem dúvidas sobre os seus objetivos.<br />
A coisa cresce quando o próprio presi<strong>de</strong>nte <strong>de</strong> um grupo <strong>de</strong> agências,<br />
ou apenas <strong>de</strong> uma <strong>de</strong>las, chama para si a responsabilida<strong>de</strong><br />
não <strong>de</strong> apresentar conteúdo publicitário, mas <strong>de</strong> criar um fato<br />
novo que o leve a explicar aos diversos públicos-alvo do mercado<br />
em que atua, as razões <strong>de</strong> uma mudança ou acréscimo <strong>de</strong> rumos<br />
na sua vida empresarial.<br />
Este foi o <strong>de</strong>safio enfrentado – mais um – por Nizan Guanaes na última<br />
semana, após bombar no Facebook diariamente <strong>de</strong> Trancoso<br />
sobre abobrinhas mil <strong>de</strong> quem está curtindo férias em um lugar<br />
paradisíaco, mas reservado a uma elite até merecedora <strong>de</strong>sse privilégio,<br />
em um país que produziu novos ricos em tão pouco tempo<br />
nos últimos anos.<br />
Guanaes, porém, é diferente. Não se limita a relaxar nas férias. Ao<br />
contrário, elas lhe servem para rever sua vida, suas ativida<strong>de</strong>s e<br />
tudo o mais que possa ser melhorado na sua passagem pelo planeta.<br />
Foi na placitu<strong>de</strong> <strong>de</strong> Trancoso que ele <strong>de</strong>senvolveu a i<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> voltar<br />
a assumir por algum tempo a DM9, agência on<strong>de</strong> ele foi estagiário,<br />
em Salvador, em 1978, antes <strong>de</strong> consagrar sua carreira no mercado<br />
paulistano e posteriormente comprar, em 1989, a mesma marca<br />
DM9, na qual ele iniciou sua trajetória publicitária.<br />
Po<strong>de</strong> até ser que seu estalo foi precedido por uma preocupação<br />
sua e dos acionistas da DM9DDB, a respeito das dificulda<strong>de</strong>s do<br />
mercado provocadas pela crise, que costumam atingir mais cedo<br />
as agências mais criativas, em um paradoxo para o qual há muitas<br />
explicações e nenhuma conclusão.<br />
O fato é que Nizan, sempre surpreen<strong>de</strong>nte, mal chegou a São<br />
Paulo e anunciou a bomba: passaria a frequentar diariamente a<br />
agência da Briga<strong>de</strong>iro Luís Antonio, <strong>de</strong>ixando um pouco <strong>de</strong> lado a<br />
consagrada Africa, situada em uma avenida lá perto, <strong>de</strong> um outro<br />
briga<strong>de</strong>iro.<br />
Ele não colocou <strong>de</strong>ssa forma à imprensa que o cercou na festa<br />
baiana que promoveu na tar<strong>de</strong>/noite da última quinta-feira (2), na<br />
DM9DDB. Disse que vai dançar um baião <strong>de</strong> dois por algum tempo,<br />
um pouco na Faria Lima, um muito na Luís Antonio, homenageando<br />
com isso também o seu querido filho Antonio, um dos<br />
principais personagens dos posts <strong>de</strong> Guanaes durante suas férias<br />
na praia.<br />
Das centenas <strong>de</strong> amigos que para lá se dirigiram, à procura <strong>de</strong> Nizan,<br />
dos acarajés e <strong>de</strong> outras baianitu<strong>de</strong>s que somente o pessoal<br />
que nasceu na terra por on<strong>de</strong> o Brasil foi <strong>de</strong>scoberto conhece bem,<br />
muitos <strong>de</strong>les imaginaram que se tratava <strong>de</strong> mais uma festa promovida<br />
por Guanaes e na segunda-feira tudo voltaria ao normal.<br />
Quem o conhece a fundo, além <strong>de</strong>le próprio, sabe que não será<br />
<strong>de</strong>sse jeito.<br />
Ele vai fazer tudo para arrebentar a missão que abraçou, ainda que<br />
premido pelas circunstâncias nacionais e internacionais.<br />
Guanaes já recebia seus convidados com uma comemoração recente:<br />
acabara <strong>de</strong> conquistar uma nova conta para a DM9 pelo Facebook,<br />
através <strong>de</strong> mensagem postada por um conhecido que há<br />
muito lhe procurava para saber como era esse negócio <strong>de</strong> agência<br />
e cliente.<br />
Po<strong>de</strong> ser uma conta minúscula, mas é sempre um bom sinal que,<br />
segundo ele, seus orixás sempre emitem quando a situação exige.<br />
E não se <strong>de</strong>ve <strong>de</strong>ixar <strong>de</strong> consi<strong>de</strong>rar que Nizan propositalmente<br />
marcou essa festa <strong>de</strong> posse na DM9DDB para o 2 <strong>de</strong> <strong>fevereiro</strong>, “Dia<br />
<strong>de</strong> festa no mar/Eu quero ser o primeiro/A saudar Iemanjá”. Caymmi<br />
sabia o que cantava. Nizan Guanaes sabe o que interpreta.<br />
***<br />
Louve-se, nessa festa, a alegria dos seus companheiros <strong>de</strong><br />
DM9DDB, pela conquista do passe <strong>de</strong>sse Gabriel Jesus do negócio<br />
publicitário, ainda que seja por curto empréstimo, ou mesmo para<br />
jogar meio tempo em cada time: DM9DDB e Africa.<br />
Louve-se a atitu<strong>de</strong> <strong>de</strong> Paulo Cesar Queiroz, o Paulão querido por<br />
todos quantos o conhecem pela sua postura <strong>de</strong> quem sabe muito,<br />
mas faz questão <strong>de</strong> transmitir que está sempre apren<strong>de</strong>ndo.<br />
Paulão vibrava como um menino ganhando uma bola no Natal.<br />
Sabia por certo que esse papai-noel baiano vai lhe trazer muitos<br />
presentes, além <strong>de</strong> promover rodadas <strong>de</strong> acarajés e muita água<br />
<strong>de</strong> coco.<br />
FraSeS<br />
“Vocês acreditam no que estão vendo ou acreditam no<br />
que estou falando?”<br />
(Groucho Marx, citado na Jovem Pan)<br />
“Sofrimento é passageiro. <strong>de</strong>sistir é para sempre.”<br />
(Walter Zagari, TV Record)<br />
“a publicida<strong>de</strong> não po<strong>de</strong> ser manipulada por interesses<br />
escusos e ilícitos.”<br />
(Francisco Paes <strong>de</strong> Barros, Estadão)<br />
“Se você quer o arco-íris, precisa provi<strong>de</strong>nciar a chuva.”<br />
(Dolly Parton, no livro “As 25 Leis Bíblicas do Sucesso”, <strong>de</strong><br />
Willian Douglas e Rubens Teixeira)<br />
“Não é a dúvida, mas a certeza que nos enlouquece.”<br />
(Nietzsche, citado por Contardo Calligaris, Folha)<br />
“o socialismo e o capitalismo selvagem são extremos<br />
que se tocam.”<br />
(Entreouvido na FGV)<br />
jornal propmark - 6 <strong>de</strong> <strong>fevereiro</strong> <strong>de</strong> <strong>2017</strong> 3
MeRcado<br />
Índice<br />
Uso <strong>de</strong> dados no<br />
marketing cresce<br />
Pesquisa global, coor<strong>de</strong>nada no Brasil pela<br />
Abemd, aponta que 73% dos profissionais<br />
do mercado brasileiro confiam no valor da<br />
disciplina. pág. 12<br />
MaRcaS<br />
16<br />
capa<br />
nizan Guanaes<br />
retorna à dM9<br />
Fundador do ABC,<br />
empresário <strong>de</strong>ixa Africa e<br />
assume posição na criação da<br />
agência. Paulo Cesar Queiroz<br />
continua como presi<strong>de</strong>nte.<br />
diGiTal<br />
Ronaldo se<br />
associa a time<br />
<strong>de</strong> esporte<br />
eletrônico<br />
Responsável por<br />
movimentar, em 2015,<br />
mais <strong>de</strong> US$ 610 milhões<br />
no mundo, setor <strong>de</strong><br />
e-Sports atrai cada vez mais<br />
investidores. No Brasil, o<br />
ex-jogador <strong>de</strong> futebol vira<br />
sócio do CNB. pág. 35<br />
Rap ganha relevância na publicida<strong>de</strong><br />
Credibilida<strong>de</strong> é um dos motivos que têm trazido o estilo musical para diversas campanhas, além<br />
da popularização do ritmo e outras representações artísticas do movimento hip hop. pág. 42<br />
aGÊnciaS<br />
JWT consolida processo para ser 100% digital<br />
Ezra Geld afirma que o projeto da agência, que ocupa a 11ª colocação do Kantar Ibope Media,<br />
está no final. Para ele, a era digital, mais do que uma tendência, é cultural. pág. 20<br />
Diretor e Jor na lis ta Res pon sá vel<br />
Ar man do Fer ren ti ni<br />
Diretor <strong>de</strong> Redação<br />
Marcello Queiroz<br />
Editores<br />
Neu sa Spau luc ci<br />
Kelly Dores (Site)<br />
Alê Oliveira (Fotografia)<br />
Editores-Assistentes<br />
Cristiane Marsola<br />
Paulo Macedo<br />
Repórteres<br />
Bárbara Barbosa (SP)<br />
Danúbia Paraizo (SP)<br />
Mariana Zirondi (SP)<br />
Claudia Penteado (RJ)<br />
Assistente <strong>de</strong> Redação<br />
Vanessa Franco <strong>de</strong> Bastos<br />
Editor <strong>de</strong> Arte<br />
Adu nias Bis po da Luz<br />
Assistentes <strong>de</strong> Arte<br />
Lucas Boccatto<br />
Michel Medina<br />
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as ma té rias as si na das não re pre sen tam ne ces sa riamen<br />
te a opi nião <strong>de</strong>s te jor nal, po <strong>de</strong>n do até mes mo ser<br />
con trá rias a ela.<br />
4 6 <strong>de</strong> <strong>fevereiro</strong> <strong>de</strong> <strong>2017</strong> - jornal propmark
ESPM<br />
EXPERIENCE<br />
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oportunida<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> conhecer<br />
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conexões<br />
Inspiração<br />
“O texto da coluna Inspiração (<strong>edição</strong><br />
2631) traduz com perfeição nossas<br />
inseguranças e medos, mas, acima<br />
<strong>de</strong> tudo, reforça o lado mágico <strong>de</strong> como<br />
superar isso, ver a beleza que nos<br />
cerca e utilizar tudo isso como inspiração.<br />
É voltar à essência, contemplar<br />
o básico, mudar o ângulo pelo qual<br />
olhamos as coisas e, principalmente,<br />
as pessoas... somos todos oceano e<br />
não o peixe.”<br />
Leila <strong>de</strong> Oliveira<br />
Grupo Martins<br />
Uberlândia - MG<br />
Também tenho tido experiências<br />
extraordinárias com o invisível e<br />
sinto falta <strong>de</strong> que isso seja mais conversado<br />
e valorizado no mundo corporativo.”<br />
Caroline Carvalho Bueno<br />
Grupo Paranaense <strong>de</strong> Comunicação<br />
Curitiba - PR<br />
“Acabei <strong>de</strong> ler o texto Mergulhar e<br />
emergir com novas visões, <strong>de</strong> Christina<br />
Carvalho Pinto (<strong>edição</strong> 2631). Lindo<br />
<strong>de</strong>mais. A observação do mundo à<br />
nossa volta é uma janela mesmo para<br />
o divino. Basta estar atento.”<br />
Andréa Álvares<br />
Natura<br />
São Paulo - SP<br />
Erratas<br />
Diferentemente do publicado na reportagem<br />
Cervejas reveem estratégias<br />
e diminuem publicida<strong>de</strong> na TV<br />
(<strong>edição</strong> 2631), o Grupo Petrópolis não<br />
é dono da marca Miller. A SABMiller<br />
foi vendida no ano passado para a<br />
AB Inbev e, <strong>de</strong>vido a negociações, a<br />
marca Miller passou a ser controlada<br />
pela Molson Coors. O Grupo Petrópolis<br />
continua parceiro da marca,<br />
sendo responsável pela fabricação e<br />
distribuição da Miller no Brasil.<br />
última Hora<br />
PREMIUM<br />
O consumo <strong>de</strong> produtos<br />
premium passa por um forte<br />
crescimento no Brasil e na<br />
América Latina, garante<br />
recente estudo global da<br />
Nielsen sobre o segmento.<br />
Entre junho <strong>de</strong> 2015 e junho<br />
<strong>de</strong> 2016, por exemplo, a<br />
progressão do segmento<br />
superou os <strong>de</strong> FMCG (Fast<br />
Moving Consumer Goods<br />
- Bens <strong>de</strong> Consumo <strong>de</strong><br />
Movimentação Rápida)<br />
na região. O que está<br />
conduzindo essa expansão<br />
é a percepção <strong>de</strong> melhora<br />
nas finanças, maior po<strong>de</strong>r<br />
<strong>de</strong> compra e acesso a maior<br />
gama <strong>de</strong> produtos.<br />
ENCONTRO<br />
A Leo Burnett Tailor Ma<strong>de</strong><br />
realiza encontro com<br />
profissionais do mercado<br />
nesta terça-feira (7), em São<br />
dorinHo<br />
Paulo. Segundo a agência,<br />
a intenção é marcar um<br />
novo momento da agência<br />
e comemorar a recente<br />
conquistas <strong>de</strong> contas.<br />
CONCORRÊNCIA<br />
Com relacionamento<br />
<strong>de</strong> cerca <strong>de</strong> uma década<br />
com a LDC, a Nextel está<br />
promovendo concorrência<br />
<strong>de</strong> publicida<strong>de</strong>. O processo<br />
está sob a coor<strong>de</strong>nação<br />
da Scopen, da executiva<br />
Graziela Di Giorgi. A LDC,<br />
segundo fonte com acesso à<br />
<strong>de</strong>cisão do anunciante, está<br />
convidada para participar<br />
do processo seletivo. A<br />
formalização do convite à<br />
agência foi feito ainda na<br />
gestão <strong>de</strong> Guga Ketzer, que<br />
foi substituído no início <strong>de</strong><br />
2016 por Alcir Gomes Leite.<br />
As <strong>de</strong>mais agências ainda<br />
estão sendo <strong>de</strong>finidas.<br />
“O texto especial que Christina Carvalho<br />
Pinto escreveu para a coluna<br />
Inspiração do PROPMARK (<strong>edição</strong><br />
2631) sobre ser o oceano e a conexão<br />
com o Gran<strong>de</strong> Criativo, entre<br />
outros, me tocou sobremaneira.<br />
Por um erro <strong>de</strong> <strong>edição</strong>, o nome da<br />
agência que criou o filme #AntesQue-<br />
SejaTar<strong>de</strong> para Unicef saiu trocado na<br />
nota Solidarieda<strong>de</strong>, da coluna Quem<br />
Fez (<strong>edição</strong> 2631). Quem assina a peça<br />
é a Isobar, não a Artplan.<br />
Facebook<br />
Post: Cervejas reveem estratégias<br />
e diminuem publicida<strong>de</strong> na<br />
TV<br />
“Vocês realmente postam conteúdo<br />
bacana, que vale a pena ler!”<br />
Marcos Pereira<br />
“Bate exatamente com a forma<br />
que percebi o mercado atual <strong>de</strong><br />
alguns segmentos citados na<br />
matéria, como café, chocolates<br />
e, claro, a cerveja.”<br />
Cassiano Araujo<br />
Post: Otimismo do brasileiro fica<br />
acima da média global<br />
“Que maravilha esse top 10. Estou<br />
feliz <strong>de</strong>mais com a situação <strong>de</strong>ste<br />
país, pow.”<br />
Yuri Nodario<br />
Post: Gabriel Medina vai circular<br />
em carros da Easy em ação da<br />
Frooty<br />
“Pegando o táxi em 3, 2, 1...”<br />
Suelen Silva<br />
Disqus (comentários no site <strong>de</strong> 28<br />
<strong>de</strong> janeiro a 3 <strong>de</strong> <strong>fevereiro</strong>)<br />
Post: Errei<br />
“Reconhecer um erro por si já é uma<br />
gran<strong>de</strong>za. Fazê-lo por meio da escrita<br />
ainda mais. Torço para que essa atitu<strong>de</strong><br />
se multiplique por aí e, principalmente,<br />
no meio publicitário.”<br />
Benê Ferreira<br />
Post: “Uma história bem contada<br />
seduz <strong>de</strong>liciosamente”, diz Paula<br />
Trabulsi<br />
“Muito bom! Sinto-me inspirado! Parabéns,<br />
Paula!”<br />
Rick_Deckard<br />
Post: Ví<strong>de</strong>o business é a gran<strong>de</strong><br />
tendência para ganhar dinheiro<br />
em <strong>2017</strong><br />
“Muito bom!”<br />
Aline Souza<br />
Post: Fabiana Scaranzi aposta em<br />
site na plataforma F*Hits<br />
“Parabéns! Sucesso.”<br />
Alexandra Povalic<br />
6 6 <strong>de</strong> <strong>fevereiro</strong> <strong>de</strong> <strong>2017</strong> - jornal propmark
mercadO<br />
Sanitários e quiosques <strong>de</strong> flores vão<br />
integrar o portfólio <strong>de</strong> OOH <strong>de</strong> SP<br />
Prefeitura lançará até abril "chamamento público" para empresas<br />
interessadas em se candidatar para disputar gerenciamento dos espaços<br />
Danúbia Paraizo<br />
Acompanhando o movimento<br />
das principais cida<strong>de</strong>s<br />
do mundo, como São Francisco<br />
(EUA) e Paris (França), o inventário<br />
<strong>de</strong> mobiliário urbano da<br />
capital paulista receberá em<br />
breve novos formatos.<br />
Além dos tradicionais relógios<br />
<strong>de</strong> rua e abrigos <strong>de</strong> ônibus,<br />
hoje gerenciados pela Otima<br />
e JCDecaux, os banheiros públicos<br />
e quiosques <strong>de</strong> flores<br />
recém-inseridos <strong>de</strong> forma experimental<br />
na cida<strong>de</strong> também<br />
integrarão o portfólio <strong>de</strong> mídia<br />
exterior.<br />
Segundo Marcos Penido, secretário<br />
municipal <strong>de</strong> Serviços<br />
e Obras <strong>de</strong> São Paulo, a Prefeitura<br />
tem recebido propostas<br />
<strong>de</strong> empresas interessadas em<br />
apresentar seus mo<strong>de</strong>los <strong>de</strong><br />
banheiros e quiosques. Todos<br />
os formatos estão sendo<br />
testados, bem como a experiência<br />
dos usuários analisada,<br />
para que essas informações<br />
aju<strong>de</strong>m a secretaria na elaboração<br />
da proposta <strong>de</strong> edital. “A<br />
partir do momento que vamos<br />
agregar novas modalida<strong>de</strong>s <strong>de</strong><br />
mobiliário urbano, temos <strong>de</strong><br />
convocar chamamento público<br />
para que todos os interessados<br />
possam se candidatar<br />
para esse gerenciamento. A<br />
expectativa é que até abril o<br />
documento seja publicado no<br />
Diário Oficial. Vamos analisar<br />
e escolher a melhor proposta<br />
técnica e financeira, aproveitando<br />
a proposição mais vantajosa<br />
para a administração<br />
pública”, disse Penido.<br />
No último dia 25, a gestão<br />
municipal apresentou dois<br />
protótipos <strong>de</strong> banheiro público:<br />
o da empresa Peebox, instalado<br />
na Praça Dom José Gaspar,<br />
e o da JCDecaux, no Largo<br />
do Arouche, ambas na região<br />
central da cida<strong>de</strong>.<br />
Na ocasião, o prefeito João<br />
Doria lançou o mote da ação:<br />
Estou aqui para tirar você do<br />
Sanitários da Peebox, JCDecaux e Star Ambiental já estão sendo testados na cida<strong>de</strong>; Prefeitura lançará edital em breve<br />
“Vamos analisar<br />
e escolher a<br />
melhor proposta<br />
técnica e<br />
financeira,<br />
aproVeitando a<br />
proposição mais<br />
Vantajosa para a<br />
administração”<br />
aperto e sinalizou que quando<br />
aprovado o mo<strong>de</strong>lo que melhor<br />
servir à cida<strong>de</strong>, os custos<br />
da instalação e manutenção<br />
dos espaços serão feitos por<br />
meio <strong>de</strong> veiculação <strong>de</strong> publicida<strong>de</strong><br />
nas cabines. No exterior,<br />
a própria JCDecaux atua<br />
no segmento <strong>de</strong>s<strong>de</strong> 1982, sendo<br />
pioneira na veiculação <strong>de</strong><br />
campanhas publicitárias em<br />
banheiros públicos. As peças<br />
são parecidas às utilizadas em<br />
bancas <strong>de</strong> jornal.<br />
Em Paris, por exemplo, a<br />
empresa <strong>de</strong>tém contrato exclusivo<br />
<strong>de</strong>s<strong>de</strong> 2008 com a prefeitura,<br />
gerenciando mais <strong>de</strong><br />
400 banheiros eco-friendly<br />
na cida<strong>de</strong>. No Rio <strong>de</strong> Janeiro,<br />
o mais próximo do mo<strong>de</strong>lo<br />
apresentado é o trabalho feito<br />
pela Clear Channel.<br />
A empresa atua na manutenção<br />
<strong>de</strong> parte dos banheiros<br />
públicos como contrapartida,<br />
mas, por enquanto, não tem<br />
Cesar Ogata/ Secom<br />
previsão <strong>de</strong> utilizar os equipamentos<br />
como mídia.<br />
No último fim <strong>de</strong> semana,<br />
um novo projeto começou a<br />
ser testado na capital paulista.<br />
O formato é da Star Ambiental,<br />
especializada em serviços<br />
<strong>de</strong> limpeza urbana. Além dos<br />
banheiros, está em fase <strong>de</strong> testes<br />
um quiosque <strong>de</strong> flores na<br />
Praça Panamericana, no Alto<br />
<strong>de</strong> Pinheiros. O projeto foi i<strong>de</strong>alizado<br />
pela Otima e assinado<br />
pelo <strong>de</strong>signer Índio da Costa.<br />
Segundo a empresa, o mo<strong>de</strong>lo<br />
segue o padrão do projeto experimental<br />
<strong>de</strong> quiosque <strong>de</strong> serviços<br />
pensado para o Rio <strong>de</strong> Janeiro,<br />
on<strong>de</strong> a Otima possui contrato <strong>de</strong><br />
comercialização exclusiva dos<br />
espaços publicitários em mobiliário<br />
urbano do Porto Maravilha,<br />
ao lado da concessionária Porto<br />
Novo. As novas modalida<strong>de</strong>s <strong>de</strong><br />
mídia exterior <strong>de</strong> São Paulo integram<br />
o programa Cida<strong>de</strong> Linda,<br />
da Prefeitura.<br />
jornal propmark - 6 <strong>de</strong> <strong>fevereiro</strong> <strong>de</strong> <strong>2017</strong> 7
ENTREGUE<br />
SUA CONTA<br />
PARA UM<br />
BAIANO<br />
QUE ESTÁ<br />
COMEÇANDO.<br />
Com frio na barriga e um pouco <strong>de</strong> refluxo, vou começar tudo <strong>de</strong> novo. Aos 58 anos, vou<br />
sair da minha zona <strong>de</strong> conforto e assumir a li<strong>de</strong>rança da DM9, agência que fun<strong>de</strong>i há<br />
27 anos. A DM9, como qualquer agência <strong>de</strong> 27 anos, precisa <strong>de</strong> uma boa chacoalhada.<br />
E eu, como qualquer pessoa <strong>de</strong> 58, preciso <strong>de</strong> uma boa chacoalhada igual.<br />
Em 2015, aos 56 anos, fiz a meia maratona <strong>de</strong> Amsterdã, pois o mesmo analista maluco<br />
que me convenceu a enfrentar os 21 quilômetros no frio <strong>de</strong> Amsterdã e acordar todos<br />
os dias às 5h da manhã para treinar para o “Ironman Short – 2018”, agora me convenceu<br />
a encarar o <strong>de</strong>safio <strong>de</strong> <strong>de</strong>scer para a planície, colocar a mão na massa e voltar a escrever<br />
roteiros, posts, virais e estratégias.<br />
Meu médico me disse rindo: Nizan, você precisa ter problemas reais, senão você cria<br />
problemas imaginários.<br />
Por isso, me dê seus problemas, me dê suas contas, me dê suas angústias. Aposte neste<br />
baiano que está começando <strong>de</strong> novo. Que tem o gás daquele baiano <strong>de</strong> 160 quilos<br />
e a experiência <strong>de</strong>ste baiano <strong>de</strong> hoje.
O último comercial que criei foi o filme <strong>de</strong> fim <strong>de</strong> ano do Itaú, que falava sobre o tempo. Bom, eu,<br />
Nizan Guanaes, sou o tempo. Só que em vez <strong>de</strong> brigar com o tempo, eu me reinvento <strong>de</strong><br />
tempos em tempos. Morro e renasço. Começo <strong>de</strong> novo. Falho. Roo as unhas. Não durmo.<br />
Dou a cara para bater. Mas a minha chama e a minha paixão pelo que eu faço não morrem<br />
nem se aposentam.<br />
Com essa paixão, eu fiz a DM9, a Africa, o Grupo ABC. Fiz o iG e investi na AgênciaClick<br />
quando ninguém acreditava ainda em Internet. Quando eu comecei a DM9, o Brasil estava<br />
em crise. E um monte <strong>de</strong> anunciantes malucos tiveram a ousadia <strong>de</strong> apostar num baiano<br />
gordinho que estava começando naquela época. Por isso, se você for doido o bastante para<br />
apostar num baiano que está começando <strong>de</strong> novo, eu garanto que vou colocar essa paixão<br />
pelo que faço a seu serviço. Vou colocar a seu serviço a minha capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> falar com o povo<br />
brasileiro. De emocionar com uma pizza e Guaraná, um monte <strong>de</strong> mamíferos ou os emojis do Itaú.<br />
Como fundador do iG, da AgênciaClick e da agência Pereira & O’Dell, eu amo a Internet<br />
e não tenho medo do mundo digital.<br />
Por isso, criei com ela alguns dos maiores cases do Google e do Facebook. Aliás, <strong>de</strong>scobri<br />
Serpas, Gordilhos, Valentes, Camilas, Ecos, Erh Rays, Lorentes, Aricios e Paulos Coelhos<br />
e criar um ambiente próprio para o talento <strong>de</strong>les foi o segredo do meu sucesso. Eu não sou<br />
uma pessoa. Eu sou um time.<br />
Portanto, eu quero com esse anúncio atrair não só contas, mas talentos. Porque foi atraindo<br />
anunciantes que amam gran<strong>de</strong>s i<strong>de</strong>ias e talentos que produzem gran<strong>de</strong>s i<strong>de</strong>ias que fiz<br />
a DM9, a Africa, o ABC e estou aqui para fazer a DM9 tudo <strong>de</strong> novo.<br />
Se você quiser falar comigo, ligue para a DM9 no (11) 3054-9999 ou me man<strong>de</strong> um e-mail<br />
no nizan.dm9@dm9ddb.com.br.<br />
Em 1990, quando não havia nem e-mail, o primeiro anunciante a vir foi a Valisere. Depois<br />
veio o Itaú Seguros e o resto da história <strong>de</strong> sucesso vocês sabem.<br />
Eu sei que, numa crise, talvez não seja a hora <strong>de</strong> apostar num baiano que está começando.<br />
Mas em 1990 também o Brasil estava em crise. E muitos anunciantes corajosos tiveram<br />
a coragem <strong>de</strong> apostar em um baiano que estava começando. Então, venham. Tenham a mesma<br />
coragem, e vamos, com fé em Deus, fazer uma história <strong>de</strong> sucesso, tudo <strong>de</strong> novo.<br />
Nizan Guanaes<br />
#TUDODENOVO<br />
dm9ddb.com.br • facebook.com/dm9ddb • twitter.com/dm9ddb • youtube.com/agenciadm9ddb • instagram.com/dm9ddb
mercado<br />
Publicida<strong>de</strong> com problemas leva<br />
usuários a instalar adblockers<br />
Preocupação com vírus e ví<strong>de</strong>os ininterruptos são alguns dos motivos<br />
para que sejam feitos bloqueios, não a rejeição aos anúncios online<br />
uso <strong>de</strong> adblockers nos Estados<br />
Unidos, que representa<br />
O<br />
18% dos usuários <strong>de</strong> internet, é<br />
significamente maior do que a<br />
média global, <strong>de</strong> 11%. Os internautas<br />
americanos afirmam que<br />
utilizam os bloqueadores por<br />
problemas <strong>de</strong> entrega da publicida<strong>de</strong><br />
online, não por rejeição<br />
a ela, exclusivamente. Os dados<br />
são do <strong>2017</strong> Adblock Report, realizado<br />
pela PageFair, provedora<br />
<strong>de</strong> soluções <strong>de</strong> adblock para<br />
anunciantes.<br />
A pesquisa entrevistou 4.626<br />
usuários que usam adblockers<br />
nos Estados Unidos e <strong>de</strong>scobriu<br />
que o perfil <strong>de</strong>mográfico se expandiu<br />
para além dos jovens do<br />
sexo masculino. No entanto, os<br />
homens ainda são 34% mais propensos<br />
do que as mulheres a usar<br />
adblockers em computadores<br />
<strong>de</strong>sktop e laptops. E os usuários<br />
<strong>de</strong> internet em áreas urbanas têm<br />
17% mais probabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> usar<br />
adblockers do que aqueles em<br />
áreas rurais.<br />
Entre as principais motivações<br />
para o uso do software estão<br />
as preocupações com vírus/<br />
De acordo com pesquisa da PageFair, homens são os que mais usam esse tipo <strong>de</strong> software em <strong>de</strong>sktops e laptops<br />
malware (30%) e os formatos <strong>de</strong><br />
anúncios ininterruptos (29%).<br />
Velocida<strong>de</strong> (16%), quantida<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> anúncios (14%) e privacida<strong>de</strong><br />
(6%) também foram citadas.<br />
A insatisfação com os formatos<br />
<strong>de</strong> anúncios ininterruptos, como<br />
anúncios <strong>de</strong> ví<strong>de</strong>o em que não é<br />
possível pular (31%) ou reproduzidos<br />
automaticamente (23%),<br />
não impediu que 77% dos entrevistados<br />
indicassem que alguns<br />
alexsal/iStock<br />
formatos <strong>de</strong> anúncio são aceitáveis.<br />
Os banners estáticos foram<br />
preferidos por 52% e anúncios <strong>de</strong><br />
ví<strong>de</strong>os que po<strong>de</strong>m ser pulados,<br />
por 35%. As pessoas são neutras<br />
com anúncios nativos.<br />
curtas<br />
O Lions Innovation anunciou<br />
os presi<strong>de</strong>ntes <strong>de</strong> júri<br />
<strong>de</strong>sta <strong>edição</strong>. Susan Lyne,<br />
presi<strong>de</strong>nte e sócia-diretora da<br />
BBG Ventures, está à frente<br />
<strong>de</strong> Innovation, e Eric Salama<br />
(foto), CEO da Kantar, foi escolhido<br />
para presidir Creative<br />
Data. Além <strong>de</strong> premiar o melhor<br />
trabalho nas duas áreas,<br />
o evento <strong>de</strong> dois dias durante<br />
o Cannes Lions Internacional<br />
Festival of Creativity lançou o<br />
The Discovery Zone, programa<br />
<strong>de</strong>dicado a empresas <strong>de</strong><br />
tecnologia. Cem startups <strong>de</strong><br />
todo o ecossistema tecnológico<br />
global juntam forças com<br />
os maiores players <strong>de</strong> publicida<strong>de</strong><br />
e marketing.<br />
Fotos: Divulgação<br />
Alguns caminhoneiros que passaram por um dos postos Shell<br />
em Guarulhos, na Gran<strong>de</strong> São Paulo, viveram uma situação inusitada.<br />
Ao pararem para realizar a troca <strong>de</strong> óleo, encontraram a<br />
dupla Rionegro & Solimões (foto) pedindo carona. A ação dos<br />
lubrificantes Shell Rimula foi criada pela Wun<strong>de</strong>rman e reforça<br />
o posicionamento do produto como um “parceiro na estrada”.<br />
10 6 <strong>de</strong> <strong>fevereiro</strong> <strong>de</strong> <strong>2017</strong> - jornal propmark
MERCADO<br />
Cresce o uso<br />
<strong>de</strong> dados no<br />
marketing e<br />
na publicida<strong>de</strong><br />
Estudo global, no Brasil li<strong>de</strong>rado pela<br />
Abemd, reafirma po<strong>de</strong>r do big data<br />
BÁRBARA BARBOSA<br />
uso <strong>de</strong> dados no marketing<br />
O e na publicida<strong>de</strong> cresce,<br />
não é <strong>de</strong> hoje, mas ainda há<br />
bastante a ser explorado – seja<br />
pensando no futuro e nas possibilida<strong>de</strong>s<br />
que estão por vir ou<br />
analisando o presente e como<br />
o uso <strong>de</strong> recursos <strong>de</strong> big data<br />
po<strong>de</strong> ser aprimorado. A terceira<br />
<strong>edição</strong> do The Global Review<br />
of Data-Driven Marketing and<br />
Advertising, estudo realizado<br />
pela aliança Global DMA e pela<br />
consultoria Winterberry Group<br />
com anunciantes do mundo todo,<br />
no Brasil coor<strong>de</strong>nado pela<br />
Abemd (Associação Brasileira<br />
<strong>de</strong> Marketing Direto), mostra<br />
que 73% dos profissionais brasileiros<br />
entrevistados estão extremamente<br />
confiantes no valor<br />
que o marketing orientado<br />
por dados representa para os<br />
negócios hoje e em relação aos<br />
próximos anos.<br />
A pesquisa foi realizada com<br />
cerca <strong>de</strong> 3.200 profissionais <strong>de</strong><br />
marketing que atuam em anunciantes,<br />
empresas prestadores<br />
<strong>de</strong> serviços e <strong>de</strong>senvolvedores<br />
<strong>de</strong> tecnologia <strong>de</strong> 18 países dos<br />
cinco continentes. No Brasil, a<br />
iniciativa obteve respostas <strong>de</strong><br />
785 profissionais, o que coloca<br />
o país em primeiro lugar em<br />
relação ao número <strong>de</strong> respon<strong>de</strong>ntes.<br />
“Estamos muito felizes<br />
por participar <strong>de</strong>sse projeto tão<br />
importante. O uso <strong>de</strong> dados<br />
realmente <strong>de</strong>ixou <strong>de</strong> ser uma<br />
coisa da área técnica e passou a<br />
ser marketing contemporâneo”,<br />
comenta Efraim Kapulski, presi<strong>de</strong>nte<br />
da Abemd.<br />
Realizada entre julho e outubro<br />
<strong>de</strong> 2016, a pesquisa mostra<br />
ainda que 79,6% dos entrevistados<br />
globais acreditam que os<br />
dados dos clientes são críticos<br />
para seus esforços <strong>de</strong> marketing<br />
e publicida<strong>de</strong>. Além disso,<br />
89,6% disseram que sua prática<br />
<strong>de</strong> marketing orientado por dados<br />
estava focada, pelo menos<br />
em parte, na manutenção <strong>de</strong><br />
bancos <strong>de</strong> dados <strong>de</strong> clientes e<br />
prospects. Nessa mesma linha,<br />
39,4% dos ouvidos acreditam<br />
que suas organizações são “sofisticadas”<br />
quando se trata <strong>de</strong><br />
medir os resultados das campanhas<br />
multicanais.<br />
Outro aspecto que foi abordado<br />
no estudo é o investimento:<br />
pouco mais da meta<strong>de</strong> dos<br />
entrevistados disseram que<br />
houve um aumento nos gastos<br />
com marketing orientado<br />
por dados <strong>de</strong> 2015 para 2016,<br />
enquanto 35,8% disseram que<br />
seus investimentos permaneceram<br />
estáveis.<br />
No recorte brasileiro da pesquisa,<br />
73% dos entrevistados<br />
<strong>de</strong>clararam que dados são importantes<br />
para seus esforços <strong>de</strong><br />
publicida<strong>de</strong> e marketing. Além<br />
disso, a participação <strong>de</strong> empresas<br />
e anunciantes brasileiros na<br />
pesquisa cresceu <strong>de</strong> 30,4% para<br />
35,9%, entre 2015 e 2016. “Os<br />
investimentos em marketing<br />
orientado por dados cresceram<br />
mundialmente. E o Brasil ficou<br />
na média mundial. Hoje dados<br />
significam uma comunicação<br />
mo<strong>de</strong>rna. Virou padrão para as<br />
empresas”, conclui Kapulski.<br />
The Next Rembrandt, campanha da JWT Amsterdã para ING, criou novas pinturas <strong>de</strong> Rembrandt a pa<br />
MADuROs<br />
A DM9DDB é exemplo <strong>de</strong>sse<br />
comportamento revelado pelo<br />
estudo. A agência, que adotou<br />
nos últimos tempos o posicionamento<br />
data driven, vê evolução<br />
no mercado. “Acredito que<br />
os clientes estão maduros”, <strong>de</strong>staca<br />
Vicente Varela, VP <strong>de</strong> inteligência<br />
digital da DM9. “Pensar<br />
em campanhas com frentes no<br />
uso <strong>de</strong> dados ainda é privilégio<br />
<strong>de</strong> agências que trabalham em<br />
conjunto com a infraestrutura<br />
<strong>de</strong> gran<strong>de</strong>s clientes que apostam<br />
e investem em tecnologia. Acredito<br />
que a inovação e a evolução<br />
virão se as agências passarem a<br />
diversificar seus investimentos<br />
em pesquisa menos tradicionais,<br />
investindo em captação <strong>de</strong><br />
dados para um conhecimento<br />
mais profundo do consumidor.<br />
Nós, na DM9, estamos fazendo<br />
essa mudança há pelos menos<br />
dois anos e passamos a colher<br />
frutos quando mudamos a forma<br />
<strong>de</strong> como os dados <strong>de</strong>vem<br />
ser <strong>de</strong>mocratizados <strong>de</strong>ntro da<br />
agência, passando a permear o<br />
processo”, conclui.<br />
Para Mauricio <strong>de</strong> Paula, industry<br />
consultant da Teradata,<br />
12 6 <strong>de</strong> <strong>fevereiro</strong> <strong>de</strong> <strong>2017</strong> - jornal propmark
Fotos: Divulgação e Alê Oliveira<br />
rtir da análise <strong>de</strong> dados e foi <strong>de</strong>staque em Cannes<br />
“Os investimentOs<br />
em marketing<br />
OrientadO pOr<br />
dadOs cresceram<br />
mundialmente. e<br />
O Brasil ficOu na<br />
média mundial”<br />
Efraim Kapulski: dados representam comunicação mo<strong>de</strong>rna<br />
Rembrandt ganha novas obras e<br />
conquista Leões em Cannes 2016<br />
Criado pela J. Walter Thompson<br />
<strong>de</strong> Amsterdã para o<br />
ING, a campanha The Next<br />
Rembrandt tinha como objetivo<br />
mostrar, <strong>de</strong> forma inovadora,<br />
o patrocínio do banco às<br />
artes holan<strong>de</strong>sas. Mas o resultado<br />
foi além: utilizando Inteligência<br />
Artificial e análise <strong>de</strong><br />
dados, a agência criou novas<br />
pinturas para o artista e, com<br />
isso, foi consagrada no Cannes<br />
Lions 2016 com Grands Prix em<br />
duas categorias, Cyber e Creative<br />
Data, além <strong>de</strong> conquistar<br />
um Leão em Innovation e outros<br />
13 prêmios.<br />
Para o projeto, a agência<br />
analisou 346 pinturas <strong>de</strong> Rembrandt,<br />
capturando 150 GB <strong>de</strong><br />
dados sobre a técnica do artista.<br />
Depois, com o apoio da<br />
Microsoft e da Delft University<br />
of Technology, foram criados<br />
algoritmos para gerar recursos<br />
originais. Na fase final, foram<br />
multinacional californiana <strong>de</strong><br />
big data, análise <strong>de</strong> dados e aplicações<br />
<strong>de</strong> marketing, a tecnologia<br />
foi responsável, nos últimos<br />
anos, pelo crescimento exponencial<br />
do uso <strong>de</strong> dados. Quando<br />
falamos <strong>de</strong>ssa publicida<strong>de</strong>,<br />
<strong>de</strong>sse marketing orientado por<br />
dados, vemos que a tecnologia<br />
tem dado origem a muitos canais.<br />
E o mais bacana dos novos<br />
meios, diferentes dos analógicos,<br />
é que tudo você consegue e<br />
po<strong>de</strong> medir. Qualquer interação<br />
que ocorre está, <strong>de</strong> certa forma,<br />
sendo guardada”, opina.<br />
Um exemplo do po<strong>de</strong>r dos<br />
dados que já po<strong>de</strong> ser consi<strong>de</strong>rado<br />
clássico, embora relativamente<br />
recente, é a Netflix,<br />
um cliente Teradata que usa a<br />
análise <strong>de</strong> dados em todas as<br />
suas operações. A re<strong>de</strong> <strong>de</strong> streaming,<br />
que atua em mais <strong>de</strong> 120<br />
países e tem mais <strong>de</strong> 45 milhões<br />
<strong>de</strong> clientes, usa o big data para<br />
oferecer seus produtos <strong>de</strong> forma<br />
assertiva, reduzindo o custo<br />
com publicida<strong>de</strong> e marketing.<br />
Além disso, a empresa usa a<br />
análise <strong>de</strong> dados para a produção<br />
<strong>de</strong> produtos originais,<br />
como House of Cards e Orange<br />
Is The New Black, duas séries<br />
que foram pensadas e nasceram<br />
a partir das informações<br />
dos clientes ao redor do mundo<br />
e tornaram-se sucesso absoluto<br />
em vários países.<br />
Para Cristiano Nóbrega, presi<strong>de</strong>nte<br />
do IAB Brasil e CEO da<br />
Tail, primeira DMP (Data Management<br />
Platform) brasileira,<br />
o uso <strong>de</strong> dados em marketing é<br />
amplo e as campanhas digitais<br />
que utilizam mídia programática,<br />
por exemplo, são apenas<br />
a “ponta do iceberg”. “À medida<br />
que a gente vai avançando<br />
é possível i<strong>de</strong>ntificar uma série<br />
<strong>de</strong> oportunida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> aplicação<br />
<strong>de</strong> inteligência <strong>de</strong> dados<br />
para que o negócio seja mais<br />
data driven em estratégia para<br />
se comunicar melhor com<br />
o consumidor”, explica ele,<br />
acrescentando: “Hoje as tecnologias<br />
<strong>de</strong> dados começam a<br />
funcionar <strong>de</strong> forma integrada,<br />
permitindo que a comunicação<br />
one to one extrapole formatos<br />
pouco eficientes e passe<br />
a pautar a comunicação da<br />
marca em qualquer meio que<br />
ela queira usar para impactar<br />
o consumidor”.<br />
Nóbrega lembra que, além<br />
das mídias, os dados também<br />
po<strong>de</strong>m ser utilizados em outras<br />
áreas. Ele cita como exemplo as<br />
aplicações <strong>de</strong> Big Data no varejo,<br />
algo que foi bastante observado<br />
durante a NRF Big Show<br />
<strong>de</strong> <strong>2017</strong>, maior feira <strong>de</strong> varejo do<br />
mundo, promovida pela National<br />
Retail Fe<strong>de</strong>ration em Nova<br />
York, em janeiro. “Uma fronteira<br />
ainda a ser <strong>de</strong>sbravada é a<br />
maneira <strong>de</strong> enxergar tudo isso<br />
nas diversas mídias e <strong>de</strong>vices<br />
que nós consumimos. A jornada<br />
do consumidor é cada vez<br />
menos algo linear, pulando <strong>de</strong><br />
plataformas o tempo todo. O<br />
<strong>de</strong>safio é usar todos os recursos<br />
para ter uma leitura cross <strong>de</strong>vice.<br />
O mercado está ávido por<br />
consumir dados. Tudo isso é<br />
muito promissor, é um caminho<br />
que, por enquanto, não conseguimos<br />
enxergar o seu fim”, comenta<br />
Nóbrega.<br />
mais <strong>de</strong> 500 horas <strong>de</strong> impressão<br />
3D que imitavam a técnica<br />
<strong>de</strong> Rembrandt em <strong>de</strong>talhes<br />
como até mesmo a espessura<br />
das pinceladas <strong>de</strong>le.<br />
Apesar <strong>de</strong> no primeiro momento<br />
ter refutado o projeto, o<br />
mundo da arte começa, agora, a<br />
se ren<strong>de</strong>r à iniciativa: The Next<br />
Rembrandt <strong>de</strong>ve ser exposto no<br />
Musée Jacquemart-André, <strong>de</strong><br />
Paris, ao lado <strong>de</strong> Rembrandts<br />
originais.<br />
BB<br />
jornal propmark - 6 <strong>de</strong> <strong>fevereiro</strong> <strong>de</strong> <strong>2017</strong> 13
mercado<br />
Uso <strong>de</strong> dados é acompanhado pela<br />
multivarieda<strong>de</strong> <strong>de</strong> canais <strong>de</strong> mídia<br />
Numbr, empresa que monitorou nas re<strong>de</strong>s os protestos no país, <strong>de</strong>staca<br />
que o marketing ainda está apren<strong>de</strong>ndo como utilizar big data a seu favor<br />
Fotos: Divulgação<br />
O diretor <strong>de</strong> marketing André Rossi: “queremos <strong>de</strong>mocratizar a discussão”<br />
O diretor <strong>de</strong> tecnologia Caio Simi: “maioria dos clientes não sabe o que fazer com dados”<br />
KELLY DORES<br />
Responsável pelo monitoramento<br />
digital das manifestações<br />
que levaram milhares <strong>de</strong><br />
brasileiros para as ruas do país<br />
nos últimos anos, a empresa<br />
Numbr se tornou especialista<br />
em colher dados nas re<strong>de</strong>s sociais.<br />
Na época, seu cliente era<br />
o próprio governo fe<strong>de</strong>ral, por<br />
meio da Secom (Secretaria <strong>de</strong><br />
Comunicação Social). “Fomos<br />
a fundo no monitoramento <strong>de</strong><br />
re<strong>de</strong>s cobrindo as manifestações,<br />
com uma operação diária<br />
montada em Brasília. A gente<br />
tem uma robustez gran<strong>de</strong> nesse<br />
mercado”, conta André Rossi,<br />
sócio e diretor <strong>de</strong> marketing<br />
da Numbr.<br />
Criada há cerca <strong>de</strong> três anos,<br />
a empresa nasceu aten<strong>de</strong>ndo<br />
principalmente clientes da<br />
área pública e no último ano<br />
voltou-se para o setor privado,<br />
por acreditar que o marketing<br />
nunca precisou tanto <strong>de</strong> análise<br />
<strong>de</strong> dados como agora. A Numbr<br />
reforça que o fenômeno dos dados<br />
é acompanhado pela multivarieda<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> canais, <strong>de</strong> maneiras<br />
<strong>de</strong> acionar o público.<br />
Para Caio Simi, sócio e diretor<br />
<strong>de</strong> tecnologia da Numbr, a<br />
utilização dos dados para a tomada<br />
<strong>de</strong> <strong>de</strong>cisões ainda é algo<br />
novo para o marketing. “O que<br />
a gente está fazendo, <strong>de</strong> pautar<br />
<strong>de</strong>cisões por dados, não é<br />
mais novida<strong>de</strong> para o mundo,<br />
mas ainda é algo novo para o<br />
marketing. O setor nunca teve<br />
uma formação tão quantitativa,<br />
porque nunca tinha precisado.<br />
À medida que aumenta<br />
o leque <strong>de</strong> canais <strong>de</strong> contato<br />
com o consumidor, é preciso<br />
calcular mais o risco do investimento”,<br />
avalia o executivo.<br />
“Queremos <strong>de</strong>mocratizar a<br />
discussão sobre dados no mercado”,<br />
disse Rossi.<br />
A Numbr, que está posicionada<br />
como uma empresa <strong>de</strong><br />
data science, é estruturada em<br />
três verticais. A primeira <strong>de</strong>las<br />
é <strong>de</strong> pesquisa e monitoramento<br />
<strong>de</strong> mercados; a segunda<br />
frente é <strong>de</strong> enriquecimento <strong>de</strong><br />
dados e a terceira vertical é <strong>de</strong><br />
mo<strong>de</strong>lagem <strong>de</strong> dados. “Nesse<br />
caso, pegamos dados para<br />
criar mo<strong>de</strong>lo estatístico, geralmente<br />
preditivos, com alguma<br />
finalida<strong>de</strong>, como o case que<br />
<strong>de</strong>senvolvemos para a Chilli<br />
Beans para analisar as vendas<br />
da marca nas 200 cida<strong>de</strong>s do<br />
país que têm lojas”, <strong>de</strong>staca<br />
Simi. “A gente bebe da fonte<br />
do big data para mo<strong>de</strong>lar dados<br />
e enten<strong>de</strong>r comportamento<br />
dos consumidores”.<br />
Estimativas <strong>de</strong> mercado<br />
apontam que o mercado<br />
<strong>de</strong> tecnologia em geral <strong>de</strong>ve<br />
crescer 4,5% no Brasil. Mas<br />
não há uma mensuração específica<br />
sobre o uso <strong>de</strong> dados.<br />
“Data science é tão novo que<br />
não existe uma mensuração<br />
do mercado, não tem legislações<br />
específicas sobre o que<br />
po<strong>de</strong>mos fazer com os dados<br />
públicos. Existem mil interpretações<br />
do Marco Civil da Internet<br />
que mostram como a gente<br />
po<strong>de</strong> trabalhar”, diz Simi.<br />
Na opinião do executivo, o<br />
uso <strong>de</strong> dados é o futuro não<br />
porque inventaram agora, mas<br />
porque temos dados hoje que<br />
não tínhamos <strong>de</strong>z anos atrás.<br />
“Então, por que não usar?”,<br />
indaga ele.<br />
Outra observação é que a<br />
maioria dos anunciantes, ‘por<br />
incrível que pareça’, não sabe o<br />
que dá para fazer com os dados.<br />
“A gente percebe que o cliente<br />
está mais atrasado nessa discussão<br />
do que a oferta <strong>de</strong> empresas,<br />
agências que existem<br />
no mercado e estão falando<br />
sobre isso. Estamos tentando<br />
ensinar o mercado. Dizer para o<br />
CMO que estatística po<strong>de</strong> parecer<br />
um pouco complicado, mas<br />
há softwares que resolvem esse<br />
problema”, pontua o diretor <strong>de</strong><br />
tecnologia da Numbr.<br />
14 6 <strong>de</strong> <strong>fevereiro</strong> <strong>de</strong> <strong>2017</strong> - jornal propmark
AGÊNCIAS<br />
Ducha Lopes<br />
é nova diretora<br />
<strong>de</strong> produção<br />
integrada<br />
da DPZ&T<br />
Profissional trabalhou<br />
em produtoras como<br />
Paranoid e Conspiração<br />
DPZ&T anuncia a chegada <strong>de</strong> Ducha<br />
A Lopes como nova diretora <strong>de</strong> produção<br />
integrada da agência. A contratação<br />
está alinhada à intenção da empresa <strong>de</strong><br />
produzir conteúdo diversificado para as<br />
marcas com as quais atua - movimento<br />
que vem sendo realizado <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o ano<br />
passado e inclui a união das áreas <strong>de</strong> planejamento<br />
e mídia sob o mesmo guarda-<br />
-chuva, comandado pelo chief strategy<br />
officer Fernando Diniz.<br />
Com 20 anos <strong>de</strong> experiência, Ducha assume<br />
o <strong>de</strong>partamento responsável pela<br />
produção das campanhas <strong>de</strong> clientes<br />
como McDonald’s, Itaú, Natura e Vivo,<br />
entre outros, e uma equipe <strong>de</strong> oito profissionais.<br />
A executiva iniciou sua carreira<br />
na W/Brasil, atual W/McCann, na área <strong>de</strong><br />
RTV.<br />
Ducha acumula ainda passagens por<br />
produtoras como Gorila Filmes, Conspiração<br />
e Margarida Filmes, em que atuou<br />
como diretora <strong>de</strong> atendimento por dois<br />
anos. Na Paranoid BR, on<strong>de</strong> começou em<br />
2010, a profissional teve oportunida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
atuar no <strong>de</strong>partamento <strong>de</strong> entretenimento<br />
como produtora-executiva.<br />
Entre 2014 e 2016, produziu quatro longas-metragens<br />
(três <strong>de</strong> ficção e um documentário)<br />
e diversos projetos especiais <strong>de</strong><br />
bran<strong>de</strong>d content, além <strong>de</strong> ter <strong>de</strong>senvolvido<br />
trabalhos para TV e cinema.<br />
Rafael Urenha, chief creative officer<br />
da DPZ&T, reafirma que a contratação da<br />
executiva faz parte da reformulação do<br />
mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> produção da agência, que busca<br />
uma atuação cada vez mais em linha<br />
com os novos formatos <strong>de</strong> conteúdo.<br />
“A Ducha chega à DPZ&T com a missão<br />
<strong>de</strong> li<strong>de</strong>rar uma transformação na nossa<br />
área <strong>de</strong> rádio e TV para que nossa entrega<br />
seja ainda mais abrangente, in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntemente<br />
do formato. A experiência <strong>de</strong>la<br />
em projetos <strong>de</strong> bran<strong>de</strong>d content e longas-<br />
-metragens será fundamental num momento<br />
em que a produção <strong>de</strong> conteúdo<br />
para as marcas tem sido tão importante<br />
quanto as entregas publicitárias tradicionais”,<br />
completa Urenha.<br />
Ducha Lopes, nova diretora <strong>de</strong> produção integrada da DPZ&T, que atuará com marcas como McDonald’s, Itaú e Vivo<br />
A Vivo e sua ex-Diretora <strong>de</strong> Imagem e Comunicação,<br />
Cristina Duclos, foram envolvidas recentemente em um noticiário<br />
produzido a partir <strong>de</strong> informações inverídicas.<br />
Cristina Duclos trabalhou na Vivo por oito anos sem<br />
qualquer irregularida<strong>de</strong> na gestão <strong>de</strong> sua área.<br />
A rescisão <strong>de</strong> seu contrato observou a governança do Grupo,<br />
como o <strong>de</strong> qualquer executivo da Companhia. E se <strong>de</strong>u <strong>de</strong> forma<br />
amigável, sem justo motivo, com pagamento <strong>de</strong> in<strong>de</strong>nização,<br />
<strong>de</strong>corrente <strong>de</strong> reestruturação na área <strong>de</strong> marketing.<br />
Vivo e Cristina Duclos refutam a veiculação <strong>de</strong> boatos,<br />
as especulações maldosas e lamentam o ocorrido.<br />
Cristina Duclos<br />
Divulgação<br />
jornal propmark - 6 <strong>de</strong> <strong>fevereiro</strong> <strong>de</strong> <strong>2017</strong> 15
agências<br />
DM9DDB quer ser hub <strong>de</strong> inovação<br />
digital com base na sua cultura<br />
Nizan Guanaes retorna à operação que lançou há 27 anos com plano <strong>de</strong><br />
consolidar inteligência digital. Paulo Cesar Queiroz continua presi<strong>de</strong>nte<br />
Fotos: Alê Oliveira<br />
O empresário Nizan Guanaes, fundador do Grupo ABC, está <strong>de</strong> volta à operação da DM9DDB, on<strong>de</strong> vai li<strong>de</strong>rar a área <strong>de</strong> criação: ativação estratégica <strong>de</strong> negócios<br />
Paulo Macedo<br />
No último dia 2, Nizan Guanaes<br />
sente seu smartphone<br />
vibrar. Tira do bolso e verifica<br />
o e-mail que chegara. O interlocutor<br />
pergunta: “Está <strong>de</strong> volta<br />
à DM9?”. Ele respon<strong>de</strong> com um<br />
sim. O emissor retorna com<br />
“estou entregando a conta da<br />
minha empresa para você”. Foi<br />
assim que começou o segundo<br />
dia <strong>de</strong> trabalho do empresário e<br />
redator Nizan Guanaes no escritório<br />
da DM9DDB, em São Paulo.<br />
Ele <strong>de</strong>ixou as suas funções na<br />
Africa e se mudou para a agência<br />
que fundou há 27 anos, on<strong>de</strong><br />
quer fazer ativação estratégica<br />
<strong>de</strong> negócios.<br />
“Eu não posso revelar o nome<br />
do cliente, mas foi com uma<br />
enorme satisfação que recebi<br />
essa notícia, que é uma <strong>de</strong>monstração<br />
<strong>de</strong> confiança”, diz. Seu<br />
propósito é “chacoalhar” a agência<br />
com base num conceito cada<br />
vez mais digital. A presidência-<br />
-executiva do negócio permanece<br />
com Paulo Cesar Queiroz.<br />
Nizan quer estar próximo da<br />
criação para gerar insights e dar<br />
apoio intelectual aos profissionais,<br />
como um reitor ou editor-<br />
-chefe, seguindo o benchmark<br />
da agência, que abrigou nomes<br />
como Marcello Serpa, Sergio Valente,<br />
Erh Ray, Ja<strong>de</strong>r Rossetto,<br />
Pedro Capeletti e Tomás Lorente,<br />
por exemplo. “A DM9 precisa<br />
se reinventar, mas usando a própria<br />
base”, ele afirma.<br />
A sintonia <strong>de</strong> Nizan com o ambiente<br />
digital ficou evi<strong>de</strong>nte na<br />
comunicação do seu retorno à<br />
DM9. Ele usou o método clássico<br />
<strong>de</strong> comunicação corporativa<br />
e publicida<strong>de</strong>, mas, através <strong>de</strong><br />
ví<strong>de</strong>os virais, alguns gravados e<br />
outros live, propagou a notícia<br />
pelo Facebook e outras re<strong>de</strong>s sociais.<br />
A festa que organizou no<br />
16 6 <strong>de</strong> <strong>fevereiro</strong> <strong>de</strong> <strong>2017</strong> - jornal propmark
Fred Kaschar, da Infoglobo, e Marcelo Duarte, diretor-comercial da Re<strong>de</strong> Globo<br />
Fred Muller, da Globosat, Luiz Fernando Vieira e Marcio Santoro, ambos da Africa<br />
“Transformar a<br />
Dm9 em um cenTro<br />
De TuDo o que<br />
há De mais novo<br />
em Termos De<br />
revolução<br />
DigiTal”<br />
dia 2, na agência, com a presença<br />
<strong>de</strong> li<strong>de</strong>ranças do mercado, clientes<br />
e profissionais que o ajudaram<br />
na construção do branding<br />
da DM9, foi transmitida em tempo<br />
real e tendo o próprio Nizan<br />
como âncora. A data coincidiu<br />
com o dia <strong>de</strong> Iemanjá, <strong>de</strong> quem<br />
Nizan é <strong>de</strong>voto.<br />
“É uma marca incrível, um<br />
conjunto <strong>de</strong> valores, boas práticas<br />
e legado das gran<strong>de</strong>s personalida<strong>de</strong>s<br />
que passaram por<br />
aqui, como o Marcello Serpa, que<br />
<strong>de</strong>pois montou essa coisa lendária<br />
que é a AlmapBBDO; Alexandre<br />
Gama; Camila Franco; Erh<br />
Ray; Sergio Valente e Aaron Sutton.<br />
A DM9 é uma escola. Se me<br />
perguntarem o que eu vou fazer<br />
nos próximos meses, respondo:<br />
cultura, cultura, cultura. E também<br />
dar atenção a esse potencial<br />
digital. Eu acho que o Paulo Queiroz<br />
é o cara para falar e conduzir<br />
big data no Brasil. Ele é o melhor<br />
mídia do Brasil e é um dos profissionais<br />
que mais enten<strong>de</strong>m<br />
das novas tecnologias. Estamos<br />
plugados na DDB. A Wendy Clark<br />
está li<strong>de</strong>rando essa revolução<br />
digital na re<strong>de</strong>. As marcas Annalect<br />
e Hearts & Science, ambas<br />
do Omnicom, são especialistas<br />
e vamos estar plugados a elas. O<br />
tema DM9. Tudo <strong>de</strong> novo não é só<br />
Nizan <strong>de</strong> novo, começar <strong>de</strong> novo,<br />
fazer <strong>de</strong> novo, mas é transformar<br />
a DM9 em um centro <strong>de</strong> tudo o<br />
que há <strong>de</strong> mais novo em termos<br />
<strong>de</strong> revolução digital”, explica.<br />
Esta é a terceira vez que Nizan<br />
estabelece uma relação direta<br />
com a DM9. Em março <strong>de</strong><br />
2002, após li<strong>de</strong>rar a operação do<br />
portal iG, ele foi convidado pelo<br />
grupo norte-americano Omnicom<br />
a retornar ao comando do<br />
negócio que ven<strong>de</strong>ra e estava<br />
sob a responsabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> executivos<br />
contratados. Nessa época<br />
também teve <strong>de</strong> dar uma chacoalhada<br />
no mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> gestão.<br />
Também foi nesse período que<br />
começou a estruturar o Grupo<br />
ABC que abriga, além da DM9,<br />
Africa, LDC, Tudo, Sunset, CDN<br />
e New Style, por exemplo. Como<br />
diz a canção <strong>de</strong> Gonzaguinha,<br />
Nizan está disposto a começar<br />
tudo outra vez. O plano inclui<br />
um restart nele próprio.<br />
“Uma agência que tem 27 anos<br />
<strong>de</strong> existência precisa ser chacoalhada,<br />
assim como um cara como<br />
eu, <strong>de</strong> 58 anos, tem <strong>de</strong> ser. Vai ser<br />
um momento <strong>de</strong> revolução astral<br />
para ambos os lados. Porque eu<br />
estou vindo para a operação,<br />
algo que já estava sentindo falta.<br />
Na Africa, fiz uma <strong>de</strong>legação<br />
fantástica e a agência anda como<br />
um piano. Na DM9, eu e o Paulo<br />
nos completamos; ele é o meu<br />
chefe e presi<strong>de</strong>nte da empresa.<br />
Eu quero ser a li<strong>de</strong>rança criativa.<br />
Não que eu vá botar a mão<br />
na massa em toda a escala da<br />
produção, afinal temos um time<br />
criativo espetacular, mas me inspira<br />
a me envolver mais no dia a<br />
dia”, finaliza Nizan.<br />
Arício Fortes, VP <strong>de</strong> criação da DM9DDB, e Sergio Gordilho, copresi<strong>de</strong>nte da Africa<br />
Eduardo Tracanella, diretor <strong>de</strong> marketing do Itaú, cliente fundador, marcou presença<br />
jornal propmark - 6 <strong>de</strong> <strong>fevereiro</strong> <strong>de</strong> <strong>2017</strong> 17
aGências<br />
The Group enfatiza conceito digital<br />
live na sua estratégia mercadológica<br />
Soluções incluem monitoramento <strong>de</strong> pontos <strong>de</strong> venda via wi-fi,<br />
ferramentas antifrau<strong>de</strong> para mídia programática e geolocalização<br />
Paulo Macedo<br />
Lançada há 21 anos, a The<br />
Group Comunicação está<br />
adotando o conceito digital live,<br />
que materializa, na avaliação<br />
do fundador Fernando Guntovitch,<br />
a fusão do antigo below<br />
the line com as mo<strong>de</strong>rnas técnicas<br />
digitais, que exigem novo<br />
modus operandi. Uma ação<br />
num ponto <strong>de</strong> venda po<strong>de</strong> ser<br />
expandida para as re<strong>de</strong>s sociais<br />
e com a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> feedbacks<br />
instantâneos, que permitem<br />
a correção <strong>de</strong> rotas.<br />
“Antes do digital tínhamos <strong>de</strong><br />
aguardar pelo menos três meses<br />
para traçar um novo caminho;<br />
agora, em apenas algumas horas,<br />
reformulamos a estratégia.<br />
O digital combina comunicação<br />
com pesquisa e isso muda tudo”,<br />
diz Guntovitch. “Também possibilita<br />
um ponto <strong>de</strong> vista oxigenado,<br />
soluções exclusivas, como<br />
monitoramento <strong>de</strong> PDV via wi-<br />
-fi, conteúdo <strong>de</strong> ví<strong>de</strong>o personalizado<br />
por geolocalização, horário,<br />
necessida<strong>de</strong>, ferramentas<br />
<strong>de</strong> antifrau<strong>de</strong> para mídia programática<br />
e diversas plataformas<br />
<strong>de</strong> automização e controle para<br />
CRM (Customer Relationship<br />
Management)”, ele acrescenta.<br />
Guntovitch explica, porém,<br />
que o digital live é mais do que<br />
um conceito. “No cenário que<br />
estamos inseridos, ser ‘digital<br />
live’ é quebrar com os padrões<br />
do passado e criar com base no<br />
futuro. É estar presente tanto na<br />
operação do evento quanto na<br />
cobertura <strong>de</strong>le via social media<br />
e hashtags, esse movimento é<br />
natural e já vem acontecendo.<br />
Entretanto, as empresas ainda<br />
separam briefings e ações em<br />
fases e a nossa i<strong>de</strong>ia é conectar<br />
os pontos para que a entrega<br />
seja completa e pensada com um<br />
olhar 360º não só no live nem<br />
apenas digital, mas contemplando<br />
a união <strong>de</strong>stas duas formas.<br />
Hoje está no nosso DNA pensar<br />
no todo sem fragmentos, nos<br />
colocando como público-alvo e<br />
A The Group, <strong>de</strong> Fernando Guntovitch, investe em novo posicionamento para ampliar as ações promocionais para o digital<br />
“nO cenáriO que<br />
estamOs inseridOs,<br />
ser digital live<br />
é quebrar cOm<br />
Os padrões dO<br />
passadO e criar<br />
cOm base nO<br />
futurO”<br />
propagadores <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ias e forma<br />
<strong>de</strong> viver, juntando tecnologia e<br />
ativação”.<br />
Com esse ferramental, o redirecionamento<br />
fica com perfil<br />
mais estratégico e em sintonia<br />
com as diretrizes mercadológicas<br />
da agência e do anunciante.<br />
“Se vemos uma ação performando<br />
melhor que outra, mudamos<br />
a rota, conseguimos checar e<br />
alterar o plano com a ação ocorrendo.<br />
A proposta é trabalhar<br />
agilida<strong>de</strong> com propósito, sendo<br />
assim o digital live é estrategicamente<br />
mais tangível e positivo<br />
uma vez que fomenta a aproximação<br />
das marcas <strong>de</strong> seus públicos<br />
on e offline. Com a evolução<br />
da tecnologia, o relacionamento<br />
com os stakehol<strong>de</strong>rs não se contenta<br />
apenas na entrega <strong>de</strong> um<br />
evento e sim na habilida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
promover esse diálogo contínuo<br />
entre o universo real e o virtual,<br />
tendo em vista que há uma conexão<br />
inter<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte entre<br />
o digital e o live e, unidos, eles<br />
Divulgação<br />
têm maior impacto e força”.<br />
A The Group utiliza a parceria<br />
que mantém com a holding<br />
in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte WPI (Worldwi<strong>de</strong><br />
Partners) para importar mecanismos<br />
como os <strong>de</strong> antifrau<strong>de</strong>.<br />
“No passado, o valor em<br />
frau<strong>de</strong>s digitais foi estimado<br />
em aproximadamente US$ 7,2<br />
bilhões. Com o aumento das<br />
operações online, o número<br />
<strong>de</strong> hackers também cresceu e,<br />
diante <strong>de</strong>sse contexto, foram<br />
<strong>de</strong>senvolvidos mecanismos<br />
antifrau<strong>de</strong>. Com essa ferramenta,<br />
melhora a conversão e<br />
a torna mais segura, ‘limpando’<br />
impressões fraudulentas e <strong>de</strong>tectando<br />
ameaças baseado em<br />
histórico <strong>de</strong> evidências. A operação<br />
é realizada via tag, adserver,<br />
black-list e dados. Por meio<br />
<strong>de</strong> um processo automático <strong>de</strong><br />
geolocalização, também conseguimos<br />
incluir em ví<strong>de</strong>os do<br />
YouTube conteúdos personalizados<br />
<strong>de</strong> acordo com a localização<br />
do usuário”, finaliza.<br />
18 6 <strong>de</strong> <strong>fevereiro</strong> <strong>de</strong> <strong>2017</strong> - jornal propmark
agências<br />
Mídia exerce<br />
influência vital<br />
na transição<br />
para o digital<br />
Há cerca <strong>de</strong> quatro anos como CEO da J.<br />
Walter Thompson, Ezra Geld tem carreira<br />
consolidada na agência e uma passagem no<br />
exterior na estrutura da holding Omnicom.<br />
A agência, que ocupa a 11ª colocação do Kantar Ibope<br />
Media, está consolidando os processos para ser 100%<br />
digital. Tudo começou pela mídia, disciplina que ele<br />
consi<strong>de</strong>ra essencial na integração com as <strong>de</strong>mais.<br />
A era digital, mais do que uma tendência, é cultural.<br />
“Quando agência e clientes assumem que não<br />
sabem, é corajoso e mais produtivo”, explica o<br />
executivo que, nesta entrevista, diz ainda que a<br />
publicida<strong>de</strong> é o encontro da arte com a ciência.<br />
No portfólio <strong>de</strong> clientes da agência estão Avon,<br />
Tramontina, Nestlé e Coca-Cola, por exemplo.<br />
Paulo Macedo<br />
Mídia<br />
A transição já ocorreu, mas foi<br />
difícil. Mídia no mo<strong>de</strong>lo antigo<br />
era uma questão, entre aspas,<br />
meramente execucional, uma<br />
transação <strong>de</strong> compra e venda<br />
<strong>de</strong> espaço e audiência para veiculação<br />
<strong>de</strong> campanhas. Com a<br />
tecnologia, os primeiros a experimentar<br />
foram os veículos <strong>de</strong><br />
comunicação. A mídia <strong>de</strong>ixou<br />
<strong>de</strong> ser, novamente entre fortes<br />
aspas, tática para ser muito mais<br />
estratégica. Porque não é mais<br />
meramente um meio para fins<br />
publicitários. Os meios se multiplicaram<br />
e os motivos são vários.<br />
Inevitavelmente a importância<br />
para a ativida<strong>de</strong> <strong>de</strong> mídia cresceu.<br />
E, on<strong>de</strong> tinha uma pequena<br />
sobreposição com outras áreas<br />
da agência, sobretudo no planejamento,<br />
permanece e ainda é<br />
gran<strong>de</strong>. Não se consegue fazer o<br />
planejamento <strong>de</strong> uma marca sem<br />
conhecimento da mídia. De certa<br />
forma, isso sempre foi verda<strong>de</strong>,<br />
mas no mundo mo<strong>de</strong>rno se aprofundou<br />
um pouco.<br />
projeto<br />
Nos conformamos muito tem-<br />
po atrás <strong>de</strong> que nunca mais teríamos<br />
um produto perfeitamente<br />
pronto e para sempre. Conseguimos<br />
mudar a mentalida<strong>de</strong><br />
da agência. A primeira ação foi<br />
garantir que a cultura criativa<br />
estivesse preparada nas nossas<br />
estruturas para receber as mudanças<br />
que estão ocorrendo. A<br />
peça mais difícil para implementar<br />
foi nos acostumarmos<br />
com uma cultura <strong>de</strong> caos total<br />
em relação à anterior, que queria<br />
conforto com estabilida<strong>de</strong> total.<br />
As empresas que nascem hoje já<br />
são digitais e com tudo em beta,<br />
portanto com o intuito <strong>de</strong> que o<br />
que faz hoje não será aplicado<br />
amanhã. Gran<strong>de</strong>s agências estabelecidas<br />
no mundo tiveram<br />
<strong>de</strong> apren<strong>de</strong>r à posteriori, porque<br />
nasceram na era industrial,<br />
on<strong>de</strong> o que funcionava num dia<br />
funcionava também no outro,<br />
apenas com adição <strong>de</strong> eficiência<br />
para fazer o mesmo melhor.<br />
Isso não se aplica mais. Para a<br />
J. Walter Thompson, o caminho<br />
foi pegar essa máquina azeitada<br />
e adaptá-la para se a<strong>de</strong>quar ao<br />
mundo novo, que é se reinventar<br />
todo dia. A mudança já foi feita,<br />
faltando apenas no back office.<br />
No geral, o processo criativo en-<br />
O executivo Ezra Geld comanda a operação da J. Walter Thompson e busca unir os recursos disponív<br />
20 6 <strong>de</strong> <strong>fevereiro</strong> <strong>de</strong> <strong>2017</strong> - jornal propmark
eis com a criativida<strong>de</strong><br />
Alê Oliveira<br />
“O prOdutO que<br />
entregamOs<br />
hOje nãO é<br />
mais estáticO,<br />
e business<br />
intelligence é a<br />
ferramenta mais<br />
impOrtante para<br />
enten<strong>de</strong>r que açãO<br />
e reaçãO sãO quase<br />
cOntínuas”<br />
ten<strong>de</strong> que a solução <strong>de</strong> hoje não<br />
se aplica mais amanhã.<br />
cLientes<br />
Com isso em mente, estamos<br />
prontos para as <strong>de</strong>mandas dos<br />
clientes, que muitas vezes nem<br />
sabem o que será o amanhã.<br />
Quando agências e clientes assumem<br />
que não sabem, é corajoso<br />
e mais produtivo. Essa é a<br />
mudança mais feliz e estratégica<br />
<strong>de</strong>ssa era digital.<br />
esForÇos<br />
Treinamento, imersão em novas<br />
formas, mecanismos mais<br />
frequentes para refrescar pensamento,<br />
troca <strong>de</strong> profissionais<br />
para acompanhar a evolução<br />
mais constante do mercado. Há<br />
sete anos começamos o processo<br />
<strong>de</strong> hibridizar para fazer com<br />
que os talentos que não estavam<br />
confortáveis com o digital e os<br />
nativos pu<strong>de</strong>ssem atuar em conjunto.<br />
A revolução digital começou<br />
pela mídia, que facilitou as<br />
mudanças necessárias à agência.<br />
especiFicida<strong>de</strong><br />
A publicida<strong>de</strong> requer talentos<br />
diferentes. Eu não sou formado<br />
em publicida<strong>de</strong>, portanto penso<br />
<strong>de</strong> forma não linear. A ativida<strong>de</strong><br />
continua precisando <strong>de</strong> publicitários,<br />
mas também <strong>de</strong> <strong>de</strong>signers,<br />
engenheiros, programadores<br />
etc.<br />
Business inteLLigence<br />
Introduzimos o BI (Business<br />
Intelligence) há pelo menos nove<br />
anos. Em um primeiro momento,<br />
foi mais uma escola do que<br />
um exercício <strong>de</strong> mudar o trabalho.<br />
Mas ele interfere na máquina<br />
toda. O produto que entregamos<br />
hoje não é mais estático e<br />
o BI é a ferramenta mais importante<br />
para enten<strong>de</strong>r que ação<br />
e reação são quase contínuas.<br />
Quando uma campanha está no<br />
ar, sabemos imediatamente se<br />
foi aceita ou não. Assim sendo,<br />
força uma mudança muito rápida<br />
do processo criativo. Quando<br />
treinamos as pessoas a não terem<br />
medo do novo, errar passa<br />
fazer parte porque há possibilida<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> consertar muito rapidamente,<br />
além <strong>de</strong> ter à disposição<br />
mecanismos <strong>de</strong> experimentação<br />
e troca contínua.<br />
consequência<br />
Errar faz parte, mas as pessoas<br />
não gostam e não estão<br />
acosstumadas a errar. O gran<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong>safio que colocamos para os<br />
clientes é que nossos profissionais<br />
já estão na frequência <strong>de</strong><br />
correção <strong>de</strong> rota, mas os sistemas<br />
usados pelas agências e<br />
anunciantes não permitem o<br />
erro porque estão fomatadas<br />
para respostas perfeitas. Isso é<br />
complicado porque faz com que<br />
se <strong>de</strong>more para errar. Se pegássemos<br />
uma i<strong>de</strong>ia e <strong>de</strong>scobríssemos<br />
que está errada, era muito<br />
mais fácil do que concebê-la,<br />
fazer testes, veicular e só <strong>de</strong>pois<br />
disso saber que há erro. Nesse<br />
ponto, estamos em uma fase <strong>de</strong><br />
transição dos sistemas e das formas<br />
<strong>de</strong> interação on<strong>de</strong> o se errar<br />
faz bem possa estar em um sistema<br />
operacional coletivo entre<br />
as agências e seus clientes.<br />
Mídias sociais<br />
A maioria dos profissionais já<br />
está aculturada. Com elas, levamos<br />
provas para os clientes, para<br />
o bem ou para o mal. As discussões<br />
com os clientes e os institutos<br />
<strong>de</strong> pesquisa são profundas.<br />
Temos <strong>de</strong> avançar nessa questão.<br />
dados<br />
Sempre tivemos dados. E até<br />
<strong>de</strong>mais. Hoje a velocida<strong>de</strong> é inacreditável,<br />
mas continuam em<br />
<strong>de</strong>masia. O <strong>de</strong>safio e talento é saber<br />
que o foco é o conjunto. Sozinhos,<br />
dados provocam cegueira.<br />
FeeLing<br />
Essencial. Temos <strong>de</strong> saber usar<br />
dados <strong>de</strong> forma correta e saber<br />
embuti-los no processo criativo.<br />
Os mais tecnológicos pregam<br />
que os dados po<strong>de</strong>m resolver todos<br />
os problemas. Não sou <strong>de</strong>ssa<br />
escola; dados orientam. Como<br />
lidamos com seres humanos,<br />
precisamos ter feeling, sim. Ainda<br />
estamos perdidos porque a<br />
geração <strong>de</strong> dados é maior do que<br />
a capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> máquinas e instituições<br />
se atualizarem. Outro<br />
<strong>de</strong>safio, que é estratégico e sofisticado,<br />
é como garantir a camada<br />
humana e não per<strong>de</strong>r o controle<br />
da voz dos dados. Vejo que as<br />
agências buscam uma solução.<br />
produto<br />
Ven<strong>de</strong>mos criativida<strong>de</strong> em<br />
prol dos negócios e integração.<br />
Isso não necessariamente quer<br />
dizer que sempre queremos<br />
ven<strong>de</strong>r uma suíte integrada <strong>de</strong><br />
tudo que está disponível. Temos<br />
uma compreeensão e vantagem<br />
competitiva: somos integrados e<br />
completos, mas trabalhamos em<br />
conjunto com os fornecedores<br />
dos nossos clientes. Enten<strong>de</strong>mos<br />
que não ven<strong>de</strong>mos sistemas fechados,<br />
porque o mundo novo<br />
é open source. Temos produtos<br />
e soluções maravilhosas, mas<br />
precisamos ter cuidado. A crítica<br />
alheia precisa ser fundamentada<br />
na questão do business do cliente<br />
e não na vonta<strong>de</strong> <strong>de</strong> ven<strong>de</strong>r.<br />
puBLicida<strong>de</strong><br />
É o encontro da arte com a ciência,<br />
do comércio com a cultura.<br />
A mídia é esse encontro: dados<br />
e comportamento. Por isso,<br />
o aumento da relevância nesse<br />
encontro com as exatas.<br />
inoVaÇÃo<br />
Não temos medo <strong>de</strong> errar.<br />
Mantemos uma cultura <strong>de</strong> incentivo<br />
à ousadia e à inovação.<br />
Com isso criamos uma prática<br />
em que é possível experimentar<br />
mais e buscar mais soluções para<br />
os nosso clientes. O mercado em<br />
geral parece já ter entendido a<br />
importância <strong>de</strong> experimentar<br />
mais, <strong>de</strong> errar mais. No entanto,<br />
precisa ainda que suas estruturas<br />
e sistematização estejam preparadas<br />
para isso. Hoje elas funcionam<br />
em busca dos resultados<br />
perfeitos. Com isso, quando algo<br />
não sai exatamente como eles<br />
querem, <strong>de</strong>mora-se muito mais<br />
tempo para corrigir. É preciso enten<strong>de</strong>r<br />
que o que serve hoje po<strong>de</strong><br />
não servir amanhã e saber lidar<br />
com essa velocida<strong>de</strong>.<br />
cuLtura<br />
Temos prova no nosso currículo<br />
<strong>de</strong> que é possível se reinventar.<br />
Não é a primeira vez que<br />
a Thompson passa por cenários<br />
muito radicais. Não é a primeira<br />
vez que a Thompson enfrenta<br />
uma crise no país. A revolução<br />
tecnológica que passamos hoje é<br />
muito mais complexa e aguda do<br />
que o surgimento da televisão.<br />
jornal propmark - 6 <strong>de</strong> <strong>fevereiro</strong> <strong>de</strong> <strong>2017</strong> 21
AgêNCiAs<br />
Com DNA no marketing direto, Milk<br />
conecta marcas a gente saudável<br />
Empresa <strong>de</strong> comunicação, que acaba <strong>de</strong> conquistar a conta da Oakley,<br />
<strong>de</strong>senvolve ações com conteúdo relevante para ser compartilhado<br />
Cristiane Marsola<br />
Milk começa <strong>2017</strong> com<br />
A comemoração. A agência<br />
passa a ser a responsável pela<br />
conexão da Oakley com esportistas<br />
<strong>de</strong> performance e vai trabalhar<br />
com uma plataforma <strong>de</strong><br />
influenciadores/embaixadores,<br />
monitorados por ferramentas<br />
para saber o nível <strong>de</strong> engajamento<br />
<strong>de</strong>sses influenciadores<br />
e da base <strong>de</strong> seguidores <strong>de</strong>les.<br />
“A Oakley é conhecida como<br />
marca para prática esportiva,<br />
mas ainda não há tanto conhecimento<br />
das novas tecnologias,<br />
por isso a gente quer apresentar<br />
isso <strong>de</strong> uma forma legal para a<br />
galera <strong>de</strong> performance”, explica<br />
o CEO e sócio da agência, Ricardo<br />
Santos.<br />
Embora seja conhecida no<br />
mercado como uma agência<br />
<strong>de</strong> marketing esportivo, a Milk,<br />
que em <strong>2017</strong> completa 13 anos<br />
<strong>de</strong> existência, não surgiu com<br />
este rótulo. “Nascemos como<br />
uma agência <strong>de</strong> comunicação<br />
convencional, sendo que viemos<br />
do universo do marketing<br />
direto”, conta Santos.<br />
Além <strong>de</strong> Santos, a socieda<strong>de</strong><br />
é composta por Rodrigo Raso,<br />
COO e CIO, e Juliana Cassino,<br />
diretora <strong>de</strong> atendimento. Em<br />
comum, os três têm o interesse<br />
pelo esporte e trabalhavam<br />
com marketing direto. O nome<br />
Milk veio <strong>de</strong> uma brinca<strong>de</strong>ira<br />
com comunicação integrada. A<br />
meta é ser integral como o leite.<br />
“Hoje a Milk é classificada<br />
assim porque <strong>de</strong>sta forma é<br />
mais fácil explicar o que a gente<br />
faz, mas eu não consi<strong>de</strong>ro que<br />
somos marketing esportivo. É<br />
uma junção da inteligência do<br />
marketing direto com uma forma<br />
<strong>de</strong> remuneração diferenciada,<br />
já que não cobramos comissão”,<br />
conta Santos.<br />
Entre os clientes estão Laboratório<br />
Bagó, Targus, a aca<strong>de</strong>mia<br />
Studio220, a linha Levi’s<br />
Commuter para ciclistas urbanos,<br />
e Centauro.<br />
No lançamento do tênis Evoknit da Puma, influenciadores foram convidados a correr na rua, do Ginásio do Ibirapuera até o Centro<br />
“A gente enten<strong>de</strong>u<br />
que não erA<br />
especiAlistA em<br />
running, mAs em<br />
prAticAntes <strong>de</strong><br />
corridA, e erA um<br />
hub <strong>de</strong> conexão”<br />
O foco da Milk são ações que,<br />
além <strong>de</strong> gerar relevância, tenha<br />
apelo para ser compartilhada<br />
nas re<strong>de</strong>s sociais. “A gente faz<br />
ações que, <strong>de</strong> acordo com a<br />
nossa metodologia, precisam<br />
ter um conteúdo relevante, o<br />
fator ‘uou’, e gerar shareable<br />
moments”, conta. Para o executivo,<br />
o fator “uou” é o toque<br />
surpreen<strong>de</strong>nte que <strong>de</strong>ixa os<br />
participantes boquiabertos.<br />
Entre as ações realizadas<br />
pela agência recentemente está<br />
o lançamento do tênis Evoknit<br />
da Puma. Os influenciadores<br />
foram convidados a testar<br />
o tênis correndo pelas ruas <strong>de</strong><br />
São Paulo, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o Ginásio do<br />
Ibirapuera até o Centro, on<strong>de</strong><br />
participaram <strong>de</strong> uma sessão <strong>de</strong><br />
tatuagens e beleza.<br />
A proximida<strong>de</strong> com o mundo<br />
dos esportes veio um pouco por<br />
acaso. Quando, em 2006, Raso<br />
entrou na socieda<strong>de</strong>, ele trouxe<br />
a conta <strong>de</strong> Tylenol AP, um medicamento<br />
para dor muscular. Ele<br />
criou um clube <strong>de</strong> corrida como<br />
programa <strong>de</strong> relacionamento.<br />
“Os médicos participavam das<br />
principais provas e tinham um<br />
hospitality center <strong>de</strong> Tyletol<br />
AP. Eles se relacionavam com<br />
os propagandistas da Johnson<br />
& Johnson. Como a gente<br />
veio do marketing direto, tem<br />
a preocupação com KPI, ROI,<br />
programa <strong>de</strong> CRM, enten<strong>de</strong>r<br />
seu público etc. A gente media<br />
receituários e sabia que a quantida<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> indicações do medicamento<br />
aumentava quando<br />
tinha um bom relacionamento<br />
com os médicos”, fala.<br />
Divulgação<br />
Com essa expertise, as marcas<br />
passaram a se interessar<br />
pela agência. Foi assim que, em<br />
2009, a Nike procurou a Milk.<br />
A parceria durou sete anos, até<br />
o ano passado. “Nós viramos a<br />
agência <strong>de</strong> grass roots e running<br />
da Nike. Fizemos todo o <strong>de</strong>senvolvimento<br />
do NRC (Nike+Run<br />
Club) no Brasil e a transição<br />
(do posicionamento) <strong>de</strong> performance<br />
para jovens”, fala.<br />
Quando as organizadoras <strong>de</strong><br />
corrida <strong>de</strong> rua perceberam que<br />
podiam procurar os anunciantes<br />
diretamente para oferecer<br />
as ativações antes usadas pela<br />
Milk, a agência percebeu que<br />
teria <strong>de</strong> mudar o foco. “A gente<br />
enten<strong>de</strong>u que não era especialista<br />
em running, mas em praticantes<br />
<strong>de</strong> corrida, e era um hub<br />
<strong>de</strong> conexão. De um lado, têm as<br />
empresas e, do outro, os canais:<br />
assessorias esportivas, aca<strong>de</strong>mias,<br />
clubes, parques públicos...<br />
A gente faz conexão com<br />
gente saudável”, afirma.<br />
22 6 <strong>de</strong> <strong>fevereiro</strong> <strong>de</strong> <strong>2017</strong> - jornal propmark
we<br />
mkt<br />
Filipe Birck<br />
O ressurgimento<br />
“Teoria do Big Bang foi anunciada em 1948,<br />
pelo cientista russo George Gamow (1904-<br />
1968) e o padre e astrônomo belga Georges<br />
Lemaître (1894-1966). Para eles, universo<br />
teria surgido após explosão cósmica, entre<br />
10 e 20 bilhões <strong>de</strong> anos atrás”.<br />
Brasil Escola<br />
Francisco alberto Madia <strong>de</strong> souza<br />
Os livros escolares ainda não registram.<br />
Nos portais todos que tratam da educação,<br />
muito especialmente das crianças,<br />
a explicação é a mesma há <strong>de</strong>zenas <strong>de</strong> ano<br />
e sobre a biosfera – conjunto dos ecossistemas<br />
formada por três tipos <strong>de</strong> ambientes<br />
primordiais: a hidrosfera, a atmosfera e a<br />
litosfera. O 4º ambiente ainda não merece<br />
registro e muito menos ensino. Deveria.<br />
Segundo os livros e os professores, a hidrosfera<br />
é aquela camada da Terra formada<br />
por água. Cobre 70% da superfície do<br />
planeta, somando-se oceanos, rios, lagos,<br />
aquíferos e geleiros. Já a atmosfera tem no<br />
ar seu componente principal, em que predominam<br />
o oxigênio e o nitrogênio. Organiza-se<br />
em camadas, a partir da superfície<br />
da Terra: troposfera, estratosfera, mesosfera<br />
e termosfera.<br />
E a litosfera, que pontifica pelas rochas e<br />
pelo solo. Também conhecida como crosta<br />
terrestre. Formada por mineralógicos com<br />
características ígneas, sedimentares e metamórficas,<br />
do mais alto das montanhas ao<br />
mais fundo das fossas marinhas e suportando-se<br />
nas placas tectônicas. E o 4º ambiente?<br />
Aquele que <strong>de</strong>corre <strong>de</strong> um homem<br />
que ressurge?<br />
Eclo<strong>de</strong> há poucos anos; ganha expressão<br />
com o advento da tecnologia; revela a semente<br />
microchip, em 1971; enraíza e brota<br />
nas duas décadas seguintes; e agora rasga o<br />
solo e se apresenta. Nem nasce, nem renasce,<br />
ressurge e em anexo a seu criador. Nem<br />
obra da natureza, para os agnósticos como<br />
eu, nem fruto <strong>de</strong> Deus, para os crentes como<br />
a maioria.<br />
Produto do homem. Da história, da evolução,<br />
da cultura, do amadurecimento, da<br />
sabedoria. O 4º ambiente da biosfera, ao<br />
lado da hidro da atmo, e da litos, é a digis,<br />
a digisfera. Se os outros ambientes reme-<br />
tem ao início dos tempos, o 4º mal abre os<br />
olhos. Mesmo último, é o primeiro <strong>de</strong> autoria<br />
do homem.<br />
Se nos outros três que nos foram dados<br />
proce<strong>de</strong>mos <strong>de</strong> forma egoísta, equivocada,<br />
medíocre, predatória, neste é nosso <strong>de</strong>ver<br />
cuidar; para que floresça e prospere, referenciando-se<br />
na sabedoria da natureza e<br />
jamais na ignorância, egoísmo e estupi<strong>de</strong>z<br />
com que tratamos os a nós confiados. Assim,<br />
<strong>de</strong>veria ser ensinado nas escolas. Ao<br />
se falar da biosfera e, agora, <strong>de</strong> seus quatro<br />
ambientes.<br />
Mas, por enquanto, nos divertimos com<br />
a digisfera, como se fosse mais um brinquedinho.<br />
Aprontando, fazendo bullying,<br />
exagerando, torcendo os fatos e a verda<strong>de</strong>,<br />
mentindo, na ilusão <strong>de</strong> um suposto e<br />
absoluto anonimato. Se enquanto só três<br />
ambientes, a verda<strong>de</strong> pontificava, a partir<br />
do 4º e nas primeiras duas décadas a pós-<br />
-verda<strong>de</strong> prevalece. No Brasil e nos Estados<br />
Unidos, nas últimas eleições, <strong>de</strong>finiu o resultado.<br />
Sendo assim, e já que o 4º, ambiente é<br />
uma realida<strong>de</strong> <strong>de</strong>finitiva, nada como torná-lo<br />
matéria obrigatória no ensino básico.<br />
Em vez <strong>de</strong> nos iludirmos com filtros,<br />
compliances, autorregulações e curadorias<br />
– medidas paliativas e procrastinadoras,<br />
nem mesmo placebos –, melhor partir direto<br />
para a educação. Fazer o que não fizemos<br />
– ou fizemos mal e precariamente – com<br />
nossas crianças – as nossas e as <strong>de</strong> nossos<br />
pais e avós – nós –, no correr <strong>de</strong> décadas, e<br />
no tocante a moral, ética e honestida<strong>de</strong>, aos<br />
bons costumes, à civilida<strong>de</strong> e à cidadania.<br />
Mais que um eventual e novo renascimento,<br />
vivemos o ressurgimento! Finalmente<br />
a jornada do ser humano na face<br />
da Terra começa seu segundo capítulo. O<br />
homem – nós – pariu, em e ao ressurgir, o<br />
primeiro ambiente <strong>de</strong> sua autoria. O 4º da<br />
biosfera. Bem-vinda, digisfera!<br />
Francisco Alberto Madia <strong>de</strong> Souza<br />
é consultor <strong>de</strong> marketing<br />
famadia@madiamm.com.br<br />
jornal propmark - 6 <strong>de</strong> <strong>fevereiro</strong> <strong>de</strong> <strong>2017</strong> 23
“<br />
Shana Peixoto<br />
entreviSta<br />
a gente eStá<br />
aqui Para<br />
tranSformar<br />
a vida <strong>de</strong>SSaS<br />
mulhereS<br />
“<br />
Para se manter como uma marca forte – a<br />
quinta do mundo em cuidados com a<br />
pele – a empresa <strong>de</strong> cosméticos por venda<br />
direta Mary Kay investe alto em sua força<br />
<strong>de</strong> venda. Há 18 anos no Brasil, a marca já conta<br />
com 400 mil consultoras <strong>de</strong> beleza in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes<br />
por aqui, que, na busca por bônus e premiações,<br />
ajudam a divulgar os produtos e a marca entre<br />
os clientes. De acordo com a VP <strong>de</strong> marketing<br />
da empresa, Shana Peixoto, um dos <strong>de</strong>safios é<br />
alinhar essa comunicação, sem per<strong>de</strong>r o tom<br />
pessoal <strong>de</strong> cada uma das representantes.<br />
Cristiane Marsola<br />
Qualquer pessoa po<strong>de</strong> ser consultora<br />
Mary Kay?<br />
Para começar a ven<strong>de</strong>r Mary<br />
Kay, o kit custa R$ 169 e você escolhe<br />
entre cuidados com a pele,<br />
maquiagem ou fragrâncias. A gente<br />
acredita que se você é dona <strong>de</strong><br />
seu negócio, e esse discurso precisa<br />
ser constante do início ao fim,<br />
você tem <strong>de</strong> escolher qual a linha<br />
que você tem mais facilida<strong>de</strong>. Seu<br />
po<strong>de</strong>r <strong>de</strong> escolha já começa na escolha<br />
do kit. A consultora ganha<br />
<strong>de</strong> duas formas. A primeira é com<br />
as vendas. Todo mundo compra da<br />
Mary Kay, não tem intermediário,<br />
nem distribuidor, por isso não somos<br />
multinível. A outra forma é cadastrando<br />
outras consultoras. Para<br />
ser uma consultora Mary Kay tem<br />
<strong>de</strong>, obrigatoriamente, conhecer<br />
outra. Nada mais justo que quanto<br />
mais pessoas você trouxer para a<br />
equipe, fazendo o negócio girar, eu<br />
tenha uma forma <strong>de</strong> retribuir, que<br />
é dar parte do meu faturamento<br />
<strong>de</strong> volta como bônus. A gente fala<br />
que “nada acontece até que alguém<br />
venda alguma coisa” e trabalha<br />
muito o conceito <strong>de</strong> empreen<strong>de</strong>dorismo<br />
na Mary Kay. Todo o material<br />
que a consultora precisa ela paga.<br />
A consultora precisa enten<strong>de</strong>r que,<br />
para ter retorno, precisa investir. A<br />
gente foi criado com um princípio<br />
muito importante, que é tratar os<br />
outros como a gente gostaria <strong>de</strong> ser<br />
tratado. Os clientes precisam ser<br />
capazes <strong>de</strong> experimentar tudo antes<br />
<strong>de</strong> comprar.<br />
Como é o incentivo às consultoras?<br />
Tem a conquista trimestral, que<br />
oferece prêmios para quem sempre<br />
está fazendo bastante venda.<br />
Se uma consultora Mary Kay não<br />
estiver ativa, ela não tem nenhuma<br />
bonificação. Tem também os<br />
gran<strong>de</strong>s inícios, que são as pessoas<br />
que ela chama para ir construindo<br />
o time <strong>de</strong>la. Quando ela já tem um<br />
time consistente, a gente começa<br />
a contar as unida<strong>de</strong>s <strong>de</strong>la, que é o<br />
que garante o carro rosa.<br />
Qualquer uma po<strong>de</strong> ter o carro?<br />
O carro rosa é um direito <strong>de</strong> uso.<br />
Ela precisa ter uma pontuação mínima.<br />
Não é por nível. Elas são diretoras<br />
e é um reconhecimento por<br />
unida<strong>de</strong>, já que conta a pontuação<br />
toda e não só a da diretora. O nosso<br />
carro é o Cobalt, mas também tem<br />
o programa Troféu dos Sonhos, que<br />
você escolhe ganhar em dinheiro<br />
para conquistar seu sonho. Geralmente<br />
elas escolhem outro carro e<br />
completam o valor, e a gente paga o<br />
direito do uso do carro. E elas ficam<br />
com o carro para elas, claro. Elas<br />
não são obrigadas a pintar <strong>de</strong> rosa,<br />
mas elas fazem, porque é um ícone<br />
da marca.<br />
Há quanto tempo existe o carro rosa?<br />
Des<strong>de</strong> a década <strong>de</strong> 1970. Mary<br />
Kay Ash criou esta oportunida<strong>de</strong><br />
para as mulheres terem uma chance<br />
<strong>de</strong> seguir uma carreira <strong>de</strong> sucesso<br />
sem ter <strong>de</strong> abrir mão do tempo<br />
com os filhos. Então, ela disse:<br />
“nada mais justo, já que a maioria<br />
das empresas oferece carro como<br />
um dos benefícios. Eu quero para<br />
minha empresa”. Só que imagina,<br />
na década <strong>de</strong> 1970, uma mulher<br />
ganha um carro novinho, chega em<br />
casa, quem iria dirigir, provavelmente,<br />
seriam os homens.<br />
A comercialização é só venda direta?<br />
A Mary Kay não tem nenhuma<br />
intenção <strong>de</strong> abrir lojas, nunca. Nosso<br />
negócio vai ser sempre muito fiel<br />
ao canal <strong>de</strong> vendas diretas. A gente<br />
sempre vai oferecer ferramentas<br />
para que as consultoras possam<br />
ven<strong>de</strong>r online para as clientes, mas<br />
nós, companhia, jamais vamos<br />
chegar direto no consumidor final.<br />
Porque eu sei que por trás daquela<br />
venda tem um carro rosa, uma<br />
viagem, uma bolsa Prada... então,<br />
não posso concorrer com minha<br />
força <strong>de</strong> vendas. Nós estamos aqui<br />
para transformar a vida <strong>de</strong>ssas mulheres.<br />
Meu objetivo não é ven<strong>de</strong>r<br />
mais batons, mas que mais vidas<br />
sejam transformadas.<br />
A força <strong>de</strong> vendas é variada?<br />
A gente começou a atrair um<br />
público que antes nunca havia<br />
consi<strong>de</strong>rado a venda direta e agora<br />
consi<strong>de</strong>ra porque busca o que todo<br />
mundo procura hoje em dia: ter<br />
tempo para viver a vida, ter uma<br />
ativida<strong>de</strong> que, sim, remunere muito<br />
bem para garantir a qualida<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> vida que você sempre sonhou<br />
e traga reconhecimento. A gente<br />
oferece produtos <strong>de</strong> altíssima qualida<strong>de</strong>.<br />
Somos uma empresa que<br />
está presente no mundo há mais<br />
<strong>de</strong> 50 anos, em 35 países. Ninguém<br />
sobrevive na indústria da beleza se<br />
não consegue entregar constantemente<br />
produtos <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong>. Você<br />
po<strong>de</strong> ser consultora para ser o que<br />
você quiser. No caso da atriz Tatá<br />
Werneck, por exemplo, ela usou<br />
como uma renda extra para conseguir<br />
se sustentar enquanto fazia<br />
as aulas <strong>de</strong> teatro e buscava seu<br />
sonho. Mas, para aquelas que querem<br />
como fim, a gente oferece uma<br />
carreira. Elas que estabelecem as<br />
próprias metas. A gente apoia, dá<br />
força, cria laços na Mary Kay. É um<br />
grupo <strong>de</strong> mulheres que se ajuda.<br />
Se a consultora trata o outro como<br />
gostaria <strong>de</strong> ser tratada, ela não vai<br />
se preocupar com a venda. A venda<br />
é consequência.<br />
Há quanto tempo a marca está aqui?<br />
Em <strong>2017</strong>, comemoramos nosso<br />
20º ano <strong>de</strong> Brasil. Pouco tempo no<br />
país, e já mais <strong>de</strong> 400 mil consultoras.<br />
A gente está expandindo na<br />
América Latina. Já abriu na Colômbia,<br />
vai abrir no Peru este ano. A<br />
região é uma das mais fortes para<br />
Mary Kay. No ranking mundial,<br />
em primeiro lugar está a China; em<br />
segundo lugar, Estados Unidos; e<br />
terceiro, o Brasil. Depois vem o México.<br />
O crescimento no Brasil tem<br />
sido constante nos últimos anos. A<br />
gente se planejava para cinco anos<br />
e acabava acontecendo em dois ou<br />
três. A gente teve <strong>de</strong> acelerar os planos,<br />
praticamente dobrou a cada<br />
dois anos nos últimos cinco anos,<br />
ou seja, acompanhou a economia<br />
brasileira, que estava indo bem,<br />
<strong>de</strong>pois a gente vê um slow down no<br />
último ano. O brasileiro ainda está<br />
muito inseguro.<br />
On<strong>de</strong> a Mary Kay se posiciona quanto<br />
ao preço?<br />
Nosso posicionamento é o que<br />
chamamos <strong>de</strong> mid prestige. Fica<br />
entre as marcas premium brands e<br />
as massivas. É o mesmo posiciona-<br />
24 6 <strong>de</strong> <strong>fevereiro</strong> <strong>de</strong> <strong>2017</strong> - jornal propmark
mento que você encontra na venda<br />
direta, <strong>de</strong> um modo geral. A gente<br />
é extremamente competitiva, com<br />
produtos <strong>de</strong> altíssima qualida<strong>de</strong> e<br />
benefícios diferenciais <strong>de</strong> marca,<br />
como chance <strong>de</strong> experimentar antes<br />
<strong>de</strong> compra e ter 100% <strong>de</strong> satisfação<br />
garantida.<br />
Mary Kay tem lançado novas fragrâncias?<br />
A gente vem investindo muito<br />
na linha <strong>de</strong> fragrância. O Brasil é o<br />
maior país do mundo em vendas<br />
<strong>de</strong> fragrância. Começamos a construir<br />
um portfólio para aten<strong>de</strong>r à<br />
necessida<strong>de</strong> das brasileiras. Nós<br />
temos aumentado muito o volume<br />
<strong>de</strong> lançamentos nesta categoria. A<br />
linha Feel&Co era exclusiva para o<br />
mercado brasileiro, mas agora vai<br />
lançar em outros também.<br />
A linha <strong>de</strong> cuidado para a pele também<br />
é bem conhecida?<br />
A gente é a quinta marca do<br />
mundo. Entre as top five, é a única<br />
<strong>de</strong> venda direta. Isso mostra<br />
o quanto levamos a sério cuidados<br />
com a pele. Para a consultora<br />
é muito importante, porque gera<br />
muita recompra. Um batom dura<br />
muito tempo, mas o creme 3 em<br />
1, que você usa todo dia, acaba em<br />
três meses. Todos os produtos são<br />
<strong>de</strong>senvolvidos em Dallas, on<strong>de</strong> tem<br />
uma fábrica e o centro <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento.<br />
Temos alguns parceiros<br />
que produzem ao redor do mundo.<br />
Como é feito o treinamento para ter<br />
um time tão engajado?<br />
A gente oferece todo o material<br />
<strong>de</strong> apoio e treinamento que ela<br />
precisa <strong>de</strong>s<strong>de</strong> que ela se cadastra.<br />
Existe material impresso, tem roteiros<br />
para falar dos produtos com<br />
segurança, existem ví<strong>de</strong>os em<br />
uma área que só a consultora tem<br />
acesso, aulas online, orientações<br />
presenciais em todas as gran<strong>de</strong>s<br />
cida<strong>de</strong>s do Brasil. São inúmeros<br />
momentos. Também eventos como<br />
o seminário anual e o resort. Têm<br />
momentos <strong>de</strong> celebração e <strong>de</strong> reconhecimento.<br />
O básico do negócio é<br />
ven<strong>de</strong>r seus produtos e chamar as<br />
amigas para fazer o mesmo.<br />
O maior investimento <strong>de</strong> marketing é<br />
nas consultoras <strong>de</strong> beleza?<br />
“Nosso<br />
Negócio vai<br />
ser sempre<br />
muito fiel<br />
ao caNal<br />
<strong>de</strong> veNdas<br />
diretas”<br />
Divulgação<br />
Sim, na verda<strong>de</strong>, o maior investimento<br />
feito na companhia inteira<br />
é nas consultoras <strong>de</strong> beleza in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes.<br />
Comunicação <strong>de</strong> mídia <strong>de</strong> massa tem<br />
pouca?<br />
É bem menos do que as outras<br />
marcas. Geralmente, concentramos<br />
em gran<strong>de</strong>s lançamentos<br />
<strong>de</strong> produtos, a maioria online, e<br />
um pouquinho <strong>de</strong> mídia impressa.<br />
Sempre utilizando muito elas<br />
como nossas influencers também.<br />
São 400 mil consultoras, 7 mil diretoras,<br />
109 diretoras nacionais<br />
e crescendo. A gente usa muito a<br />
re<strong>de</strong> que elas têm. Ofereço todo o<br />
material <strong>de</strong> lançamento para elas<br />
estarem preparadas.<br />
Não <strong>de</strong>ve ser fácil manter essas 400<br />
mil alinhadas...<br />
É um gran<strong>de</strong> <strong>de</strong>safio que temos<br />
como marca. Eu falo que a gente<br />
tem 400 mil marcas, porque cada<br />
consultora <strong>de</strong> beleza tem a marca<br />
Mary Kay e junta a própria marca.<br />
A gente tenta direcioná-las pelo caminho<br />
que queremos, mas sem per<strong>de</strong>r<br />
o toque pessoal <strong>de</strong>las, porque<br />
enten<strong>de</strong>mos que daquele jeito que<br />
ela é, ela po<strong>de</strong> influenciar as pessoas<br />
em volta <strong>de</strong>la. A gente oferece os<br />
gui<strong>de</strong>lines básicos da marca e elas<br />
acabam seguindo o seu caminho.<br />
Quem faz esta comunicação?<br />
Nós temos um time <strong>de</strong> comunicação.<br />
A nossa área <strong>de</strong> marketing é<br />
composta por 30 pessoas. Tem um<br />
time <strong>de</strong> produtos e <strong>de</strong> marketing<br />
para consultora <strong>de</strong> beleza, que são<br />
as estratégias das novas consultoras.<br />
Têm também as nossas publicações:<br />
o The Look, que é o catálogo;<br />
tem uma revista <strong>de</strong> reconhecimento<br />
para elas; e mais toda parte digital.<br />
Além disso, temos as nossas agências<br />
parceiras, que nos ajudam não<br />
só na criação, mas no <strong>de</strong>senvolvimento<br />
do material... Como a Crane,<br />
que cada vez está ganhando mais<br />
trabalho.<br />
“o maior<br />
iNvestimeNto<br />
feito Na<br />
compaNhia<br />
iNteira é Nas<br />
coNsultoras<br />
<strong>de</strong> belezas”<br />
Tem muita coisa da comunicação que<br />
vem pronta <strong>de</strong> fora?<br />
Sim, mas a gente tem recebido<br />
cada vez mais reconhecimento lá<br />
<strong>de</strong> fora. O Brasil tem feito muitas<br />
coisas bacanas, que acabaram reverberando<br />
em outros mercados.<br />
I<strong>de</strong>ias nossas atravessaram oceanos<br />
e conquistaram outros países.<br />
como a linha <strong>de</strong> batons Mattissimo,<br />
<strong>de</strong>senvolvida na Itália, com todo o<br />
enxoval <strong>de</strong> comunicação feito aqui.<br />
jornal propmark - 6 <strong>de</strong> <strong>fevereiro</strong> <strong>de</strong> <strong>2017</strong> 25
quem fez<br />
Cristiane Marsola cristiane@propmark.com.br<br />
Desafio<br />
O primeiro trabalho da Propeg para a escola<br />
<strong>de</strong> inglês Acbeu (Associação Cultural Brasil-<br />
-Estados Unidos) mostra um <strong>de</strong>safio divertido.<br />
Cinco jovens foram convidados a fazer<br />
um pedido específico em uma re<strong>de</strong> <strong>de</strong> fast-<br />
-food sem usar palavras em inglês. O resultado<br />
é hilário. A campanha também traz o novo<br />
conceito Você sempre USA.<br />
Fotos: Divulgação<br />
ProPeg<br />
acbeu<br />
Título: Acbeu. Você sempre USA; produto: Matricula<br />
<strong>2017</strong>; criação: Hayre Borges, Leonardo Matos, Rodrigo<br />
Bonfim e João Rios; produtora <strong>de</strong> imagem: A<br />
Corte Filmes; direção <strong>de</strong> cena: Mino Reis; produtora<br />
<strong>de</strong> áudio: Logico Music; aprovação do cliente:<br />
Athina Leite e Iana Rios.<br />
Vingança<br />
A simpática ovelha, personagem das campanhas<br />
dos ventiladores Arno, mostra um<br />
lado frio e calculista na animação, produzida<br />
pelo Zombie Studio, que divulga as vantagens<br />
do ventilador Silence Force repelente<br />
Líquido.<br />
ag2 NuruN<br />
arno<br />
Título: Ventilador Silence Force Repelente Líquido;<br />
produto: Ventilador Silence Force – Repelente<br />
Líquido; criação: Marcelo Druck, Gustavo Miranda,<br />
Marcus Tomaselli e Leonardo; produtora <strong>de</strong><br />
imagem: Zombie Studio; diretor <strong>de</strong> cena: Zombie;<br />
produtora <strong>de</strong> som: Lua Nova; aprovação do<br />
cliente: Vicent Mahe, Sophie Lejard, Ligia Nogueira,<br />
Camila Brito e Gabriela Teodoro.<br />
Recomeço<br />
Depois <strong>de</strong> dois anos fora da mídia, a Petrobras<br />
traz uma mensagem otimista. O filme ainda<br />
direciona o público para o hotsite petrobras.<br />
com.br/daquiprafrente, que traz o plano <strong>de</strong><br />
negócios e gestão para os próximos cinco<br />
anos e respon<strong>de</strong> questões sobre o escândalo<br />
<strong>de</strong> corrupção envolvendo a empresa.<br />
Heads<br />
petrobras<br />
Título: Força para seguir em frente; produto: institucional;<br />
direção <strong>de</strong> criação: Luis Christello; direção<br />
<strong>de</strong> arte: Fernando Maciel; redação: Paula Campos e<br />
Bruno Reche; produtora do filme: Your Mama; direção<br />
<strong>de</strong> cena: Alê Cassulino; produtora <strong>de</strong> áudio:<br />
H.A.M.Nyc; aprovação do cliente: Pedro Parente, Augusto<br />
Faria, Eraldo Carneiro e Raul Santa Helena.<br />
26 6 <strong>de</strong> <strong>fevereiro</strong> <strong>de</strong> <strong>2017</strong> - jornal propmark
mitou<br />
Os jovens são o alvo da campanha <strong>de</strong> lançamento da vodca<br />
saborizada Smirnoff X1. O produto vem em embalagem<br />
TetraPak <strong>de</strong> um litro para po<strong>de</strong>r ser transportado para<br />
qualquer lugar. O filme Tempo Para sugere que, como a bebida<br />
vem pronta para beber e não é mais necessário fazer<br />
misturas com vodca para a hora do esquenta, sobra tempo<br />
para “a galera” aproveitar muito mais o pré-balada com<br />
ativida<strong>de</strong>s bem mais interessantes: inventar passinhos e<br />
namorar. A peça abusa da linguagem jovem, com expressões<br />
como duck face, fish gape, silly selfie, crush e mitar.<br />
CP+B<br />
Diageo brasil<br />
Título: Tempo Para; produto: Smirnoff; CCO: André Kassu e Marcos<br />
Me<strong>de</strong>iros; direção <strong>de</strong> criação: Marcelo Rizério; criação: Bruno<br />
Pereira, Thiago Barbieri e Erick Mendonça; produtora <strong>de</strong> imagem:<br />
Stink; diretor <strong>de</strong> cena: Luiz Whately; produtora <strong>de</strong> áudio: Soup;<br />
aprovação do cliente: Alvaro Garcia, Isabela Abbês, André Zanin,<br />
Felipe <strong>de</strong> la Rosa e Emily Tsuji.<br />
webséRie<br />
Um rapaz que cata latas no Carnaval para reforçar<br />
o orçamento e encontra um envelope<br />
cheio <strong>de</strong> dinheiro. Esse é o enredo da nova<br />
websérie da cerveja Antarctica, concebida e<br />
produzida pela AlmapBBDO, com direção <strong>de</strong><br />
cena <strong>de</strong> Quico Meirelles, da O2. Serão quatro<br />
episódios. Na lata tem como meta repetir o<br />
sucesso <strong>de</strong> No gogó, lançada no ano passado.<br />
almaPBBdo<br />
ambev<br />
Título: Na Lata; produto: cerveja Antarctica; criação:<br />
Rafael <strong>de</strong> Miranda, Pedro Reis, Francis Alan, Gustavo<br />
Tasselli, Marcelo Pignatari e Andre Leotta; criação social<br />
media: Mauro Miyashiro Maedo, Hugo Luquetti e<br />
Letícia Xavier; criação site: Ingrid Bugarin e Humberto<br />
Pacheco; produtora <strong>de</strong> imagem: O2 Filmes; direção<br />
<strong>de</strong> cena: Quico Meirelles; produtora <strong>de</strong> áudio: S<br />
<strong>de</strong> Samba; aprovação do cliente: Paula Lin<strong>de</strong>nberg,<br />
Bruna Buás, Cínthia Klumpp e Erica Biancalana.<br />
cinza<br />
Mais uma vez o Habib’s faz piada com<br />
as polêmicas da política brasileira.<br />
Depois <strong>de</strong> revelar o esquema quente<br />
da promoção Compre dois kibes ou<br />
dois pastéis e leve três, agora a marca<br />
satiriza a disputa entre os grafiteiros<br />
e o prefeito <strong>de</strong> São Paulo, João Doria.<br />
PuBliCis<br />
Habib's<br />
Título: Grafite; produto: kibe e pastel;<br />
direção <strong>de</strong> arte: Paulo Damasceno e Victor<br />
Emeka; redação: Fred Gero<strong>de</strong>tti; produtora<br />
<strong>de</strong> imagem: Trator Filmes; direção<br />
<strong>de</strong> cena: Will Mazzola; produtora <strong>de</strong><br />
áudio: Loud; aprovação do cliente: Alberto<br />
Saraiva, André Marques, Bruno<br />
Reis, Tânia Paina e França A<strong>de</strong>gas.<br />
jornal propmark - 6 <strong>de</strong> <strong>fevereiro</strong> <strong>de</strong> <strong>2017</strong> 27
inspiração<br />
otimizar o tempo para as histórias<br />
Vice-presi<strong>de</strong>nte <strong>de</strong> criação da Ogilvy escreve sobre a importância do audiobook,<br />
a “<strong>de</strong>scoberta <strong>de</strong> um mundo novo” e um “vício” para aproveitar as horas que<br />
seriam perdidas, “como aquelas que a gente passa no trânsito”. Ele <strong>de</strong>staca livros<br />
curtos e também os <strong>de</strong> séries, como Game of Thrones e The Wheel of Time<br />
28 6 <strong>de</strong> <strong>fevereiro</strong> <strong>de</strong> <strong>2017</strong> - jornal propmark
Divulgação<br />
MR1805/iStock<br />
Claudio Lima é<br />
vice-presi<strong>de</strong>nte nacional<br />
<strong>de</strong> criação da Ogilvy Brasil<br />
Claudio lima<br />
Especial para o PRoPmaRK<br />
Para falar <strong>de</strong> uma coisa que tem me inspirado,<br />
vou contar minha história com o maior<br />
vício ultimamente, os audiobooks.<br />
Entre o fim <strong>de</strong> 2012 e o início <strong>de</strong> 2016, morei<br />
em Miami – na verda<strong>de</strong> eu morava num subúrbio<br />
<strong>de</strong> Miami, num bairro chamado Pinecrest<br />
– e todo dia pegava uma hora <strong>de</strong> trânsito<br />
para ir à agência e uma hora para voltar. No<br />
meio <strong>de</strong>sse caminho todo, eu tentei ouvir música,<br />
<strong>de</strong>pois rádio <strong>de</strong> esporte, <strong>de</strong>pois rádio <strong>de</strong><br />
notícias e até podcast. Foi então que um amigo<br />
<strong>de</strong>u uma dica: audiobook. Foi para mim a<br />
<strong>de</strong>scoberta <strong>de</strong> um mundo novo.<br />
Eu adoro ler, mas ler é uma ativida<strong>de</strong> que<br />
monopoliza o tempo, você não consegue ler<br />
e dirigir, por exemplo, ou ler e andar <strong>de</strong> bicicleta.<br />
Então eu estava meio <strong>de</strong>vagar na leitura.<br />
Mas aí eu <strong>de</strong>scobri que dava para ouvir<br />
um audiobook e dirigir ou andar <strong>de</strong> bicicleta.<br />
Comecei com livros curtos, <strong>de</strong> duas, três horas.<br />
Ouvia um a cada dois dias. Com o tempo<br />
você se acostuma e passa para os mais longos.<br />
Como eu adoro livros <strong>de</strong> fantasia e sci-fi, mergulhei<br />
em séries incríveis como Game of Thrones<br />
(33 horas cada livro) e The Wheel of Time<br />
(até 44 horas cada livro). Comecei a ouvir 40,<br />
50 livros por ano, muito mais do que eu vinha<br />
lendo.<br />
Voltei para o Brasil e aqui moro ao lado da<br />
Ogilvy (graças a Deus). Agora ouço andando<br />
<strong>de</strong> bicicleta, na aca<strong>de</strong>mia ou em viagens.<br />
Ouço muitos livros <strong>de</strong> fantasia histórica e ficção<br />
científica. Acho que nessas histórias tiro<br />
um monte <strong>de</strong> inspiração. Os livros <strong>de</strong> sci-fi<br />
têm muitas i<strong>de</strong>ias bacanas sobre futuro, uso<br />
<strong>de</strong> tecnologia; os <strong>de</strong> fantasia, sobre conexão<br />
humana, imaginação etc. Além disso o narrador<br />
do audiobook é um cara que te apresenta,<br />
com a voz, todo um mundo novo, faz o papel<br />
<strong>de</strong> diversos personagens e tenta te colocar na<br />
história, muito parecido com a nossa rotina<br />
quando temos apresentações <strong>de</strong> roteiros e<br />
i<strong>de</strong>ias.<br />
Dicas <strong>de</strong> audiobooks:<br />
Um livro que acho ótimo para começar a<br />
ouvir é o Ready Player One (Jogador Nº 1), do<br />
Ernest Cline. É superfácil <strong>de</strong> ouvir e divertido,<br />
mas eu acho que tem uma visão impressionante<br />
do que po<strong>de</strong> ser o futuro e que vai virar<br />
filme do Spielberg. Depois tem o Game of<br />
Thrones, em que o narrador é quase tão bom<br />
quanto qualquer ator da série. Outro livro<br />
ótimo <strong>de</strong> ouvir é o Girl in the Train (A garota<br />
no trem), que tem três atrizes incríveis lendo<br />
nos papéis principais. Se você gosta <strong>de</strong> ficção<br />
científica, tem uma séria ótima que se chama<br />
Red Rising, sobre uma guerra entre colônias<br />
<strong>de</strong> humanos no sistema solar. E, se você gosta<br />
<strong>de</strong> livros históricos, tem o All the Lights You<br />
Cannot See, sobre a Segunda Guerra Mundial.<br />
Para ouvir, eu uso um aplicativo da Amazon<br />
que se chama Audible e tem um sistema<br />
<strong>de</strong> assinatura, mas dá para comprar tudo no<br />
iTunes também. Infelizmente não há muitas<br />
opções <strong>de</strong> audiobooks <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong> em português,<br />
mas a boa notícia é que um audiobook<br />
em inglês é uma ótima maneira <strong>de</strong> praticar a<br />
escuta do idioma <strong>de</strong> um jeito divertido e fácil,<br />
com alguém que fala a língua muito bem.<br />
A inspiração vem <strong>de</strong> tudo que você vive,<br />
<strong>de</strong> todas as experiências e memórias, então,<br />
para mim, usar horas que seriam perdidas,<br />
como as que a gente passa no trânsito,<br />
para ouvir uma nova história é um jeito bacana<br />
<strong>de</strong> continuar me inspirando.<br />
Divulgação RedlineVector/iStock<br />
Maxiphoto/iSTock<br />
Ficção científica, trânsito e imaginação<br />
Imagem que remete ao contexto <strong>de</strong> ficção científica, na página<br />
ao lado; o trânsito pesado, na foto mais acima, que proporciona<br />
melhor aproveitamento do audiobook; e a águia referente à<br />
série Games of Thrones. Claudio Lima escreve: “Ouço muitos<br />
livros <strong>de</strong> fantasia histórica e ficção científica. Acho que nessas<br />
histórias tiro um monte <strong>de</strong> inspiração. Os livros <strong>de</strong> sci-fi<br />
têm muitas i<strong>de</strong>ias bacanas sobre futuro, uso <strong>de</strong> tecnologia;<br />
os <strong>de</strong> fantasia, sobre conexão humana imaginação etc.”<br />
jornal propmark - 6 <strong>de</strong> <strong>fevereiro</strong> <strong>de</strong> <strong>2017</strong> 29
marketing & negócios<br />
utah778/iStock<br />
Dados confiáveis<br />
são os fundamentos<br />
da eficência<br />
Falta <strong>de</strong> informações precisas sobre os<br />
meios é obstáculo para que anunciante<br />
utilize as mídias eficientemente<br />
Rafael Sampaio<br />
Há décadas existe a consciência <strong>de</strong> que<br />
informações precisas são os fundamentos<br />
da publicida<strong>de</strong> eficiente, pois a falta <strong>de</strong><br />
informações confiáveis sobre meios <strong>de</strong> comunicação<br />
e veículos constitui um gran<strong>de</strong><br />
obstáculo para que o anunciante utilize as<br />
mídias com eficiência. Não é por outra razão<br />
que os veículos <strong>de</strong> comunicação conscientes<br />
investem recursos expressivos para<br />
<strong>de</strong>monstrar aos anunciantes e suas agências<br />
os números e o perfil <strong>de</strong> sua audiência,<br />
através <strong>de</strong> métricas <strong>de</strong>finidas e aceitas pela<br />
comunida<strong>de</strong> publicitária, da coleta <strong>de</strong> informações<br />
por organismos especializados<br />
e <strong>de</strong> mecanismos in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes <strong>de</strong> aferição<br />
<strong>de</strong>sses dados e informações.<br />
Essa transparência e cuidado com a obtenção<br />
e tratamento dos dados e das análises<br />
subsequentes. É o que assegura aos<br />
clientes e profissionais <strong>de</strong> mídia que a comparação<br />
entre as opções <strong>de</strong> veiculação das<br />
mensagens publicitárias será feita em bases<br />
sólidas, que as <strong>de</strong>cisões sobre volume e<br />
perfil dos investimentos a serem realizados<br />
será tomada <strong>de</strong> modo preciso.<br />
Os investimentos em publicida<strong>de</strong> têm o<br />
potencial <strong>de</strong> estarem entre os mais produtivos<br />
que uma empresa po<strong>de</strong> fazer para ativar<br />
seus negócios e aumentar o patrimônio<br />
<strong>de</strong> suas marcas, mas não po<strong>de</strong>m ser feitos<br />
sem que haja confiança nos números e perfil<br />
das audiências que cada veículo oferece.<br />
No Brasil, a TV oferece os mais sofisticados<br />
e precisos métodos <strong>de</strong> metrificação e<br />
conhecimento <strong>de</strong> sua audiência, testados<br />
há décadas, que têm sido constantemente<br />
atualizados. No caso <strong>de</strong> jornais e revistas, o<br />
IVC (Instituto Verificador <strong>de</strong> Comunicação)<br />
é uma das organizações mais antigas do<br />
mercado, tem existência in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte e o<br />
propósito <strong>de</strong> assegurar qual é correta circulação<br />
da mídia impressa. Sua operação é<br />
supervisionada pelas principais editoras e<br />
tem evoluído sistematicamente, inclusive<br />
começando a mensurar a presença dos títulos<br />
na internet.<br />
Tanto o rádio como a mídia exterior também<br />
têm mecanismos aferidos pelo uso ao<br />
longo dos anos e auditados por fontes in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes,<br />
apesar <strong>de</strong> ainda haver necessida<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> melhoria em certos aspectos.<br />
O maior problema está na mais nova das<br />
mídias, o digital, que tem atraído gran<strong>de</strong>s<br />
volumes <strong>de</strong> investimentos, principalmente<br />
nos países com os mercados publicitários<br />
maiores e mais sofisticados.<br />
O mais irônico <strong>de</strong>ssa situação é que o digital<br />
nasceu com a promessa <strong>de</strong> ser a mais<br />
precisa e mensurável <strong>de</strong> todas as mídias,<br />
isso há cerca <strong>de</strong> três décadas. De fato, existe<br />
um gran<strong>de</strong> número <strong>de</strong> métricas da mídia<br />
digital, mas ainda faltam metodologias <strong>de</strong>finidas<br />
em conjunto, aceitas pelas partes<br />
envolvidas e, principalmente, falta auditoria<br />
in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte sobre os números e o perfil<br />
<strong>de</strong> audiência informados pelos players<br />
<strong>de</strong>sse setor.<br />
Mais grave ainda é o fato <strong>de</strong> que os gran<strong>de</strong>s<br />
lí<strong>de</strong>res do digital, Google e Facebook,<br />
são os mais resistentes a discutir as metodologias<br />
empregadas a aceitar auditoria externa,<br />
insistindo em manter suas “caixas-<br />
-pretas” fechadas, apesar <strong>de</strong> ondas sucessivas<br />
<strong>de</strong> <strong>de</strong>sconfiança do mercado anunciante<br />
e <strong>de</strong> sinais <strong>de</strong> que há importantes falhas<br />
e elevado volume <strong>de</strong> frau<strong>de</strong>s.<br />
A situação é tão grave que uma enquete<br />
feita recentemente com anunciantes americanos<br />
indica que meta<strong>de</strong> <strong>de</strong>les simplesmente<br />
não confia nos dados sobre as chamadas<br />
mídias sociais e 40% estão estudando<br />
uma forma <strong>de</strong> pedir ao Facebook que<br />
aceite auditoria in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte sobre seus<br />
números.<br />
No Brasil, o problema é o mesmo, apesar<br />
da menor participação da mídia digital no<br />
conjunto dos investimentos em publicida<strong>de</strong><br />
(que é <strong>de</strong> cerca <strong>de</strong> 10%). Mas todo o mercado<br />
publicitário espera, ansiosamente,<br />
que essa situação se modifique, começando<br />
pela atitu<strong>de</strong> e as práticas <strong>de</strong> seus maiores<br />
players.<br />
Rafael Sampaio é consultor em propaganda<br />
rafael.sampaio@uol.com.br<br />
30 6 <strong>de</strong> <strong>fevereiro</strong> <strong>de</strong> <strong>2017</strong> - jornal propmark
i<strong>de</strong>ias<br />
Plataforma digital recebe doação<br />
<strong>de</strong> voz para <strong>de</strong>ficientes auditivos<br />
Ação da Propeg para a Associação <strong>de</strong> Pais e Amigos <strong>de</strong> Deficientes<br />
Auditivos do Estado da Bahia preten<strong>de</strong> tornar entida<strong>de</strong> mais conhecida<br />
Divulgação<br />
No ví<strong>de</strong>o, um portador <strong>de</strong> <strong>de</strong>ficiência auditiva pe<strong>de</strong> a voz emprestada ao visitante para que ele possa passar uma mensagem importante<br />
Cristiane Marsola<br />
Com o objetivo <strong>de</strong> chamar a<br />
atenção para o trabalho realizado<br />
pela Apada/BA (Associação<br />
<strong>de</strong> Pais e Amigos <strong>de</strong> Deficientes<br />
Auditivos do Estado da<br />
Bahia), a Propeg <strong>de</strong>senvolveu<br />
uma ação que permite às pessoas<br />
literalmente doarem suas<br />
vozes aos portadores <strong>de</strong> <strong>de</strong>ficiência<br />
auditiva.<br />
No hotsite Doe sua Voz<br />
(www.doesuavoz.com.br), é<br />
apresentado um ví<strong>de</strong>o em que<br />
um <strong>de</strong>ficiente auditivo convida<br />
as pessoas a emprestar a voz<br />
<strong>de</strong>las para ele. Ao clicar no banner,<br />
o visitante é convidado a<br />
ler a legenda do filme como se<br />
estivesse em um karaokê. Ao<br />
final, áudio e ví<strong>de</strong>o são sincronizados<br />
e a peça po<strong>de</strong> ser compartilhada<br />
nas re<strong>de</strong>s sociais do<br />
doador.<br />
“As campanhas filantrópicas<br />
ou <strong>de</strong> causa têm quase sempre<br />
“A i<strong>de</strong>iA é, por<br />
meio <strong>de</strong>stA Ação<br />
impActAnte,<br />
inusitAdA e<br />
instigAnte, gerAr<br />
engAjAmento e<br />
divulgAr o nome<br />
dA ApAdA”<br />
como abordagem a contribuição<br />
financeira, mas você só doa<br />
a quem conhece. Neste job, o<br />
principal objetivo era dar visibilida<strong>de</strong><br />
à Apada e tornar conhecido<br />
o trabalho voluntário<br />
realizado há 24 anos. Por isso,<br />
a abordagem: ‘precisamos <strong>de</strong><br />
apenas <strong>de</strong> uma doação: a sua<br />
voz’. A i<strong>de</strong>ia é, por meio <strong>de</strong>sta<br />
ação impactante, inusitada e<br />
instigante, gerar engajamento<br />
e divulgar o nome da Apada”,<br />
explica Fabiano Ribeiro, diretor<br />
<strong>de</strong> criação da Propeg.<br />
De acordo com o criativo,<br />
para engajar o público é preciso<br />
apostar sempre na emoção.<br />
“E não há nada mais emocionante<br />
do que você ouvir a sua<br />
voz emprestada a uma pessoa<br />
com <strong>de</strong>ficiência auditiva que<br />
não po<strong>de</strong> falar. A ação ajuda a<br />
Apada a partir do momento em<br />
que pessoas engajadas doam e<br />
compartilham suas vozes em<br />
prol da instituição, divulgando<br />
a sua marca e o seu trabalho”,<br />
fala o criativo.<br />
Mesmo sendo uma associação<br />
local, Ribeiro afirma que o<br />
compartilhamento sem limites<br />
geográficos só po<strong>de</strong> ajudar.<br />
“Quando o objetivo é tornar o<br />
seu trabalho conhecido, sim, é<br />
bom que ação ultrapasse o limite<br />
geográfico local”, diz.<br />
A campanha Doe Sua Voz<br />
tem criação <strong>de</strong> Fabiano Ribeiro,<br />
Luiz Celestino e Emerson<br />
Braga. A BossaNovaFilms produziu<br />
o ví<strong>de</strong>o, com direção <strong>de</strong><br />
cena <strong>de</strong> Alê Lucas. A produtora<br />
<strong>de</strong> áudio é a Ritmka Audio Arts.<br />
As pessoas portadoras <strong>de</strong> <strong>de</strong>ficiência<br />
auditiva sofrem com o<br />
comprometimento da comunicação.<br />
A total ou parcial falta <strong>de</strong><br />
audição po<strong>de</strong> ser causada por<br />
má formação genética ou por<br />
lesões nas estruturas do aparelho<br />
auditivo. O trabalho da Apada/BA<br />
é promover a conscientização<br />
<strong>de</strong>ssa condição.<br />
jornal propmark - 6 <strong>de</strong> <strong>fevereiro</strong> <strong>de</strong> <strong>2017</strong> 31
eyond the line<br />
Bruno Valença<br />
Superadman<br />
Chutar o escanteio e correr pra<br />
cabecear é para quem tem superpo<strong>de</strong>res<br />
Alexis Thuller PAgliArini<br />
Depois <strong>de</strong> um evento que reuniu players<br />
do mundo digital, fomos para uma happy<br />
hour em que rolou um animado papo<br />
sobre as tendências <strong>de</strong> marketing e comunicação.<br />
E o papo, que começou realmente<br />
animado, foi pouco a pouco se tornando<br />
angustiante, com a constatação da imensa<br />
dificulda<strong>de</strong> que continuará existindo para<br />
a gestão eficaz <strong>de</strong>sse tal marketing 3.0.<br />
Todo mundo se encanta com a tecnologia<br />
e os avanços digitais, mas, na hora do<br />
“vamo ver”, a equação gera tantas variáveis<br />
que a tornam quase in<strong>de</strong>cifrável.<br />
A pressão é enorme para o CMO, mas<br />
acaba “sobrando” mesmo é para a agência<br />
que o aten<strong>de</strong>. O CMO diz: “Eu preciso <strong>de</strong><br />
uma agência que atue como uma consultoria<br />
estratégica, ajudando a <strong>de</strong>codificar as<br />
tendências <strong>de</strong> mercado e o comportamento<br />
do consumidor, mas que também seja<br />
supercriativa, trazendo i<strong>de</strong>ias inusitadas e<br />
matadoras, atuando em todas as múltiplas<br />
plataformas, sejam elas online, offline ou<br />
beyond the line.”<br />
“Ah! Mas a remuneração tem <strong>de</strong> ser revista<br />
porque existe uma gran<strong>de</strong> pressão<br />
por custos. Ah! E tem mais: precisa performar!<br />
Temos <strong>de</strong> estabelecer métricas <strong>de</strong><br />
avaliação para todas as ações <strong>de</strong> marketing<br />
e comunicação”.<br />
Então tá! A agência sai atordoada com<br />
a nova <strong>de</strong>manda <strong>de</strong> um CMO estressado e<br />
volta pra casa para ver como dar conta <strong>de</strong>ssa<br />
empreitada hercúlea. Quem po<strong>de</strong>rá nos<br />
salvar? É hora <strong>de</strong> convocar super-heróis para<br />
essas tarefas todas.<br />
Mas, diferentemente dos cartoons, os<br />
super-heróis <strong>de</strong> verda<strong>de</strong> custam caro, muito<br />
caro! É nesse impasse que se encontram<br />
muitas agências <strong>de</strong> propaganda.<br />
Essa história não é nova. Antes mesmo<br />
da internet, cobrava-se das agências uma<br />
atuação full-service, 360° - os mais rodados<br />
se lembrarão disso. E as agências, feito<br />
baratas-tontas, saíam tentando montar estruturas<br />
que fizessem frente às <strong>de</strong>mandas.<br />
E, quase sempre, o que se chegava era a<br />
um foul-service (em vez <strong>de</strong> full) e o tal 360°<br />
era a temperatura da cabeça dos gestores<br />
para tentar fazer bater as contas. De uns<br />
tempos para cá, a moda é a criação <strong>de</strong> gran<strong>de</strong>s<br />
grupos, que tentam colocar <strong>de</strong>baixo <strong>de</strong><br />
um mesmo guarda-chuva todas as ferramentas<br />
<strong>de</strong>mandadas.<br />
Fica bonito para mostrar aos clientes,<br />
mas poucos conseguem orquestrar com eficiência<br />
todas as competências espalhadas<br />
por estruturas estanques, nem sempre dispostas<br />
a se integrar com seus “primos”, por<br />
saberem que a divisão dos escassos recursos<br />
po<strong>de</strong> ser insuficiente para remunerar a<br />
todos <strong>de</strong> forma satisfatória.<br />
Já as agências in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes sentem-<br />
-se pressionadas a se apresentar <strong>de</strong> maneira<br />
mais completa, mas só po<strong>de</strong>m tentar<br />
fazê-lo à custa <strong>de</strong> um malabarismo perigoso,<br />
propondo-se a jogar nas mais diversas<br />
posições com a mesma eficiência. Então o<br />
sócio criativo tenta absorver conceitos <strong>de</strong><br />
gestão estratégica.<br />
O diretor <strong>de</strong> criação tenta se tornar um<br />
expert em conteúdo. O <strong>de</strong> mídia tenta dominar<br />
o cockpit <strong>de</strong> todo um sistema <strong>de</strong><br />
gestão <strong>de</strong> meios cada vez mais complexo,<br />
mesclando on e offline. E quem será o responsável<br />
por todas as ativida<strong>de</strong> do chamado<br />
live marketing?<br />
Enfim, a máxima hoje é: não importa o<br />
meio, o que interessa é o conjunto <strong>de</strong> soluções<br />
i<strong>de</strong>al para cada <strong>de</strong>manda <strong>de</strong> um cliente.<br />
É lógico e fácil <strong>de</strong> enunciar. Mas o problema<br />
começa na hora <strong>de</strong> praticar. Quantas<br />
expertises têm <strong>de</strong> dominar hoje o publicitário?<br />
Na verda<strong>de</strong>, o i<strong>de</strong>al é dominar o conhecimento<br />
<strong>de</strong> todo o amplo espectro da comunicação<br />
<strong>de</strong> hoje, mas não tentar executar<br />
tudo embaixo do mesmo teto.<br />
Estamos na época da colaboração, do<br />
compartilhamento. O que não dá para terceirizar<br />
é a interpretação e o equacionamento<br />
do problema ou oportunida<strong>de</strong> do<br />
cliente. As <strong>de</strong>mais tarefas po<strong>de</strong>m ser cumpridas<br />
por intermédio <strong>de</strong> parcerias estratégicas<br />
ou mesmo <strong>de</strong> serviços eventuais <strong>de</strong><br />
terceiros.<br />
Sabemos das dificulda<strong>de</strong>s <strong>de</strong> se colocar<br />
em prática isso frente às implicações trabalhistas,<br />
mas é inevitável. Chutar o escanteio<br />
e correr pra cabecear é para quem tem<br />
superpo<strong>de</strong>res. É tarefa para o Superadman.<br />
Mas isso é coisa <strong>de</strong> ficção, certo?<br />
Alexis Thuller Pagliarini é superinten<strong>de</strong>nte<br />
da Fenapro (Fe<strong>de</strong>ração Nacional <strong>de</strong> Agências<br />
<strong>de</strong> Propaganda)<br />
alexis@fenapro.org.br<br />
32 6 <strong>de</strong> <strong>fevereiro</strong> <strong>de</strong> <strong>2017</strong> - jornal propmark
inovAção<br />
Achar equilíbrio<br />
entre tecnologia<br />
e humanida<strong>de</strong> é<br />
gran<strong>de</strong> <strong>de</strong>safio<br />
Jacqui Sze/Divulgação<br />
Trabalhar com foco nas necessida<strong>de</strong>s <strong>de</strong><br />
pessoas reais. Essa é, hoje, a essência do<br />
trabalho da estrategista criativa e <strong>de</strong>signer<br />
<strong>de</strong> inovação Louisa Heinrich. Há quase<br />
quatro anos, ela fundou a Superhuman, que aborda<br />
aspectos humanos do futuro digital. A executiva<br />
conversou com o PROPMARK sobre a relação entre<br />
o humano e o digital, e como isso influencia as<br />
empresas. Confira a seguir trechos da entrevista.<br />
Louisa Heinrich: “há muitas coisas que po<strong>de</strong>mos fazer melhor do que as máquinas”<br />
Claudia Penteado<br />
EstrAtEgistA criAtivA<br />
Essencialmente eu trabalho<br />
com meus clientes para alinhar<br />
a visão e os objetivos <strong>de</strong><br />
seus negócios com as necessida<strong>de</strong>s<br />
<strong>de</strong> pessoas reais – esten<strong>de</strong>ndo<br />
os princípios do <strong>de</strong>sign<br />
centrado no ser humano para<br />
negócios centrados no ser humano.<br />
Os projetos variam em<br />
magnitu<strong>de</strong>: às vezes, é apenas<br />
planejar o produto ou projeto<br />
da organização; às vezes, é<br />
um alinhamento mais holístico<br />
da marca; às vezes, é a gestão<br />
completa, que inclui uma direção<br />
<strong>de</strong> criação mais hands-on.<br />
Mas, no fundo, está sempre a<br />
necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> conectar e alinhar<br />
o negócio com o cliente <strong>de</strong><br />
uma forma significativa.<br />
DigitAl X HumAno<br />
Eu acho que tudo é o equilíbrio<br />
sobre quem (ou o que)<br />
toma as <strong>de</strong>cisões. A Inteligência<br />
Artificial po<strong>de</strong> ser muito útil,<br />
mas funciona melhor em sistemas<br />
fechados com regras fixas,<br />
como no xadrez. Quanto mais<br />
previsível for o ambiente, melhores<br />
serão as <strong>de</strong>cisões. Mas<br />
no mundo real, o sistema não é<br />
fechado ou fixo. As pessoas são<br />
maravilhosamente inventivas<br />
e imprevisíveis, o que dificulta<br />
que a IA preveja o que faremos,<br />
queremos ou gostaremos. Há<br />
muitas coisas que po<strong>de</strong>mos fazer<br />
melhor do que as máquinas.<br />
ProblEmAs rEAis<br />
10% das pessoas no planeta<br />
Terra não têm acesso à água potável.<br />
A população global está<br />
crescendo mais rapidamente<br />
do que a nossa capacida<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> fazer comida. A educação<br />
está escorregando. Esses são<br />
problemas reais, gran<strong>de</strong>s. Não<br />
conseguir que seu sushi seja<br />
entregues às 23h <strong>de</strong> uma terça-<br />
-feira não é um problema. É<br />
uma conveniência. O mundo da<br />
tecnologia e cena geral <strong>de</strong> startups<br />
está se concentrando <strong>de</strong>sproporcionalmente<br />
nesses não-<br />
-problemas. Isso ocorre porque,<br />
em parte, eles são muito mais<br />
simples e fáceis <strong>de</strong> enfrentar.<br />
Ao mesmo tempo, o mecanismo<br />
<strong>de</strong> investimento que impulsiona<br />
a cena das startups ten<strong>de</strong><br />
a valorizar projetos que po<strong>de</strong>m<br />
alcançar resultados rápidos em<br />
<strong>de</strong>trimento daqueles que são<br />
longos e complexos e evitam<br />
coisas que parecem muito arriscadas.<br />
Creio que muitos <strong>de</strong> nós<br />
estão interessados em enfrentar<br />
os gran<strong>de</strong>s problemas, mas<br />
todos nós precisamos ganhar a<br />
vida também. Se os problemas<br />
simples forem os que estiverem<br />
sendo financiados, é neles que<br />
a maioria <strong>de</strong> nós focará. Então,<br />
<strong>de</strong>pois que ganharmos nosso<br />
dinheiro, talvez possamos passar<br />
para as questões complexas.<br />
Talvez um dos maiores problemas<br />
que temos seja encontrar o<br />
equilíbrio certo entre tecnologia,<br />
dinheiro e humanida<strong>de</strong>.<br />
“A IntelIgêncIA<br />
ArtIfIcIAl po<strong>de</strong><br />
ser muIto útIl, mAs<br />
funcIonA melhor<br />
em sIstemAs<br />
fechAdos com<br />
regrAs fIxAs,<br />
como no xAdrez”<br />
Primórios<br />
Aprendi nos primórdios da<br />
era “.com” que, em primeiro lugar<br />
e acima <strong>de</strong> tudo, só porque<br />
você po<strong>de</strong> fazer uma coisa, não<br />
significa que <strong>de</strong>va fazê-la. Muitas<br />
empresas gastaram tanto<br />
dinheiro em produtos digitais<br />
ao longo dos anos – primeiro<br />
foram sites, <strong>de</strong>pois aplicativos,<br />
agora adicionando conectivida<strong>de</strong><br />
a objetos físicos –, mas não<br />
trouxeram qualquer valor real<br />
ao seu negócio. Em segundo lugar,<br />
que apenas fazer algo que<br />
nós (a tecnologia e o <strong>de</strong>sign)<br />
enten<strong>de</strong>mos e gostamos não<br />
é bom o suficiente: temos <strong>de</strong><br />
fazer as coisas <strong>de</strong> um jeito que<br />
faça sentido para as pessoas na<br />
outra extremida<strong>de</strong>. Finalmente,<br />
aprendi que é mais fácil ficar<br />
entusiasmado com a tecnologia<br />
do que fazê-la funcionar. A tecnologia<br />
já melhorou as nossas<br />
vidas <strong>de</strong> muitas formas, mas<br />
também causou problemas<br />
significativos, especialmente<br />
sociais (vi<strong>de</strong> a discussão em<br />
curso sobre o efeito das falsas<br />
notícias). A tecnologia muda e<br />
evolui rapidamente, mas nós,<br />
os humanos, <strong>de</strong>moramos mais<br />
para nos ajustar, a <strong>de</strong>senvolver<br />
habilida<strong>de</strong>s sociais e estruturas<br />
para lidar com todas as mudanças.<br />
É importante que nós da<br />
comunida<strong>de</strong> tecnológica nos<br />
mantenhamos cientes <strong>de</strong>ssa<br />
lacuna, para não nos encaixarmos<br />
coletivamente nela.<br />
rElAcionAmEnto<br />
Encontro clientes tentando<br />
pensar sobre o seu negócio <strong>de</strong><br />
uma forma mais centrada no<br />
ser humano, porque eles veem<br />
o benefício <strong>de</strong> melhorar o relacionamento<br />
com seus clientes<br />
e querem trazer esse pensamento<br />
mais profundamente<br />
para a forma com que operam.<br />
Isso é brilhante e muito <strong>de</strong>safiador,<br />
especialmente para<br />
negócios que estão por aí há<br />
muito tempo. Mudar a forma<br />
como uma gran<strong>de</strong> organização<br />
opera leva tempo e po<strong>de</strong><br />
envolver muitas complicações<br />
imprevistas. Mas eu sinto que<br />
é necessário que as empresas<br />
se orientem em torno dos seres<br />
humanos (funcionários e clientes)<br />
para serem sustentáveis,<br />
e fico animada ao ver mais e<br />
mais organizações dispostas a<br />
se engajar nessa i<strong>de</strong>ia.<br />
jornal propmark - 6 <strong>de</strong> <strong>fevereiro</strong> <strong>de</strong> <strong>2017</strong> 33
STORYTELLER<br />
FBIlustra<br />
Um brin<strong>de</strong><br />
ao caráter<br />
Em quase 50 anos <strong>de</strong> carreira participei<br />
poucas vezes <strong>de</strong> uma <strong>de</strong>monstração<br />
<strong>de</strong> honestida<strong>de</strong> como aquela<br />
LuLa Vieira<br />
Há muito, muito tempo, na sala da presidência<br />
da Embratel, apresentamos ao<br />
ministro Renato Archer uma enorme campanha,<br />
precedida <strong>de</strong> um profundo planejamento,<br />
em que havíamos investido tempo,<br />
dinheiro e talento.<br />
Ao fim da história toda, o ministro<br />
olhou-nos, surpreso, e <strong>de</strong>clarou termos<br />
conseguido o impossível: errar em praticamente<br />
tudo.<br />
Na opinião <strong>de</strong>le, não eram aquelas as<br />
mensagens, não era aquele o momento,<br />
não era aquele o posicionamento pretendido<br />
pela empresa, nem era aquela a oportunida<strong>de</strong><br />
política para lançar aquela campanha.<br />
O diretor <strong>de</strong> propaganda, Cláudio Vieira,<br />
sem um único tremor na voz, olhar firme,<br />
disse ao ministro:<br />
- O senhor me <strong>de</strong>sculpe, mas então o erro<br />
foi meu. Esse foi exatamente o briefing que<br />
eu passei.<br />
Eu juro por Deus que vi nos olhos do presi<strong>de</strong>nte<br />
um olhar <strong>de</strong> respeito e admiração.<br />
Em quase 50 anos <strong>de</strong> carreira eu participei<br />
poucas vezes <strong>de</strong> uma <strong>de</strong>monstração <strong>de</strong> honestida<strong>de</strong><br />
como aquela.<br />
Uma outra ocasião apresentamos para o<br />
Telecine nossa primeira tentativa <strong>de</strong> conquistar<br />
a conta.<br />
Segundo nossa mo<strong>de</strong>stíssima opinião,<br />
eram anúncios <strong>de</strong>slumbrantes, geniais,<br />
prêmios garantidos <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a revista Archive<br />
até o Magazine of Advertising and Posters<br />
<strong>de</strong> Bruxelas. Cannes, então, era só correr<br />
para o beijo na boca, fazendo caretas para o<br />
Nizan Guanaes. Categoria Leão <strong>de</strong> platina.<br />
Troféu especial. Grand Prix. Super Prix.<br />
Depois <strong>de</strong> todos os argumentos possíveis,<br />
fazem-se terríveis minutos <strong>de</strong> silêncio<br />
e o cliente (Elton Simões) <strong>de</strong>clara:<br />
- Gente, não é nada disso. Eu não concordo<br />
com essa i<strong>de</strong>ia. Os estúdios que fornecem<br />
os filmes para o Telecine suspen<strong>de</strong>riam<br />
nosso contrato, além do que esta é,<br />
provavelmente, a maior coleção <strong>de</strong> sandices<br />
que eu já vi sobre a relação cinema-TV-<br />
-espectador.<br />
Viola <strong>de</strong>vidamente enfiada no saco, fomos<br />
embora com a certeza <strong>de</strong> que per<strong>de</strong>mos<br />
a chance. Um motivo para encher a<br />
cara e esquecer esforço e investimentos jogados<br />
fora. No dia seguinte, Elton telefona:<br />
- Vocês erraram tudo, mas foi a agência<br />
que mais nos convenceu que po<strong>de</strong>ria prestar<br />
o melhor serviço. A conta é <strong>de</strong> vocês.<br />
O nome do banco eu não posso falar,<br />
mas, para aproveitar uma oportunida<strong>de</strong>,<br />
o <strong>de</strong>partamento <strong>de</strong> propaganda e nós, da<br />
agência, resolvemos fazer um anúncio <strong>de</strong><br />
página inteira <strong>de</strong> um momento para o outro<br />
e não <strong>de</strong>u para percorrer toda a burocracia<br />
normal <strong>de</strong> aprovação. Peça impressa, comentadíssima,<br />
sucesso total <strong>de</strong> público e<br />
um <strong>de</strong>sastre político.<br />
Para nossa infelicida<strong>de</strong>, havia um <strong>de</strong>talhe<br />
<strong>de</strong>sconhecido que tornava aquele<br />
anúncio uma das peças mais inoportunas<br />
jamais publicadas na imprensa brasileira.<br />
Podia até ser bom mercadologicamente,<br />
mas era o fim do mundo junto ao ministro-<br />
-Deus e à sua corte.<br />
Comentário do presi<strong>de</strong>nte do banco, sem<br />
um único instante <strong>de</strong> perda <strong>de</strong> tempo:<br />
- Só erra quem faz. Não se toca mais no<br />
assunto.<br />
Hoje me <strong>de</strong>u uma tremenda vonta<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
fazer como Orson Welles, que, em seu aniversário,<br />
observou as pessoas através do<br />
copo <strong>de</strong> Martini, cheirou o Tankerey e disse<br />
apenas:<br />
- Senhores, um brin<strong>de</strong> ao caráter!<br />
Lula Vieira é publicitário, diretor da<br />
Mesa Consultoria <strong>de</strong> Comunicação,<br />
radialista, escritor, editor e professor<br />
lulavieira@grupomesa.com.br<br />
34 6 <strong>de</strong> <strong>fevereiro</strong> <strong>de</strong> <strong>2017</strong> - jornal propmark
digital<br />
Esportes eletrônicos se fortalecem<br />
com o aporte <strong>de</strong> novos investidores<br />
Aquisição <strong>de</strong> um dos principais times do segmento no Brasil por<br />
Ronaldo Nazário abre caminho para atrair marcas <strong>de</strong> fora do tra<strong>de</strong><br />
Danúbia Paraizo<br />
Ginásio do Ibirapuera abrigou<br />
mais <strong>de</strong> 15 mil pessoas<br />
O<br />
naquele 9 <strong>de</strong> julho <strong>de</strong> 2016, mas<br />
não se engane. Por ali, não seria<br />
veiculada nenhuma partida <strong>de</strong><br />
vôlei, basquete ou futsal, como<br />
tradicionalmente ocorre aos<br />
fins <strong>de</strong> semana. O canal Spor-<br />
TV e diversos outros veículos<br />
segmentados estavam presentes,<br />
mas para a cobertura da<br />
final do Campeonato Brasileiro<br />
<strong>de</strong> League of Legends (CBLoL),<br />
disputada entre INTZ e CNB.<br />
Responsável por movimentar<br />
mais <strong>de</strong> US$ 610 milhões no<br />
mundo com patrocínios, premiações<br />
e remuneração <strong>de</strong> jogadores<br />
em 2015, o mercado <strong>de</strong><br />
esportes eletrônicos tem atraído<br />
cada vez mais atenção <strong>de</strong> investidores,<br />
sobretudo os que já<br />
atuaram no mercado esportivo.<br />
No exterior, estrelas como<br />
Shaquille O’Neal, Alex Rodriguez<br />
e Jimmy Rollins, do basquete<br />
norte-americano, integram<br />
o grupo <strong>de</strong> investidores<br />
do time NRG e-Sports, enquanto<br />
no Brasil, Ronaldo Nazário<br />
<strong>de</strong>u sua contribuição ao processo<br />
<strong>de</strong> profissionalização do setor<br />
ao anunciar sua socieda<strong>de</strong><br />
no CNB.<br />
O ex-jogador <strong>de</strong> futebol apresentou<br />
semana passada uma<br />
das equipes <strong>de</strong> e-Sports mais<br />
tradicionais do país. Estiveram<br />
presentes André Akkari, campeão<br />
mundial <strong>de</strong> poker e amigo<br />
pessoal <strong>de</strong> Ronaldo, e Igor<br />
Trafane Fe<strong>de</strong>ral, presi<strong>de</strong>nte<br />
da Confe<strong>de</strong>ração Brasileira <strong>de</strong><br />
Poker (BSOP). Ambos se uniram<br />
ao quadro societário da equipe,<br />
ao lado dos fundadores, Cleber<br />
Fonseca e Carlos Junior.<br />
Segundo Akkari, o objetivo<br />
da parceria foi o <strong>de</strong>sejo <strong>de</strong> utilizar<br />
a experiência no esporte<br />
para contribuir com a profissionalização,<br />
atraindo anunciantes<br />
e novos negócios. O jogador<br />
<strong>de</strong> poker explicou que já há um<br />
reconhecimento <strong>de</strong> marcas do<br />
Principal equipe do time CNB e o novo quadro <strong>de</strong> sócios com o ex-jogador <strong>de</strong> futebol Ronaldo<br />
“O mercadO cresce<br />
36% aO anO, O que<br />
tem <strong>de</strong>spertadO a<br />
atençãO <strong>de</strong> muita<br />
gente interessada<br />
em se assOciar aO<br />
públicO jOvem”<br />
segmento <strong>de</strong> tecnologia e internet,<br />
mas a i<strong>de</strong>ia é trazer também<br />
gran<strong>de</strong>s marcas <strong>de</strong> outros<br />
nichos para o segmento.<br />
“No mercado <strong>de</strong> e-Sports<br />
brasileiro, não há tanta conexão<br />
com as gran<strong>de</strong>s marcas,<br />
como as que apoiam o futebol,<br />
por exemplo. Nosso objetivo é<br />
essa aproximação. Vamos usar<br />
a imagem do Ronaldo e meu<br />
know-how <strong>de</strong>ntro do poker<br />
para alavancar o mundo <strong>de</strong> e-<br />
-Sports”, disse Akkari.<br />
Fabio Bottallo, gerente <strong>de</strong><br />
marketing da HyperX na América<br />
Latina, divisão da Kingston<br />
Technology para fabricação <strong>de</strong><br />
headsets, mouses, teclados e<br />
<strong>de</strong>mais acessórios para o mercado<br />
<strong>de</strong> esportes eletrônicos,<br />
concorda que o interesse <strong>de</strong><br />
anunciantes fora do tra<strong>de</strong> ainda<br />
seja baixo, mas ressalta as peculiarida<strong>de</strong>s<br />
do público e a necessida<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> cuidado com a comunicação.<br />
“Algumas marcas estão<br />
prestando atenção, mas per<strong>de</strong>m<br />
oportunida<strong>de</strong>s porque é um<br />
mercado <strong>de</strong> nicho. Não adianta<br />
chegar sem ajustar o discurso.<br />
Além disso, é um investimento<br />
<strong>de</strong> longo prazo. Existe um trabalho<br />
<strong>de</strong> relacionamento, conhecimento,<br />
aprendizagem, <strong>de</strong><br />
estar presente”.<br />
I<strong>de</strong>alizador da maior feira<br />
<strong>de</strong> games da América Latina,<br />
a Brasil Game Show, Marcelo<br />
Tavares ressalta os diferenciais<br />
do perfil do público gamer e<br />
as oportunida<strong>de</strong>s do setor. Em<br />
2016, por exemplo, a feira teve<br />
como patrocinadoras a TNT<br />
Energy Drink, a re<strong>de</strong> Cinemark<br />
e a Dell. “O mercado <strong>de</strong> e-Sports<br />
Divulgação<br />
cresce 36% ao ano, o que tem<br />
<strong>de</strong>spertado a atenção <strong>de</strong> muita<br />
gente interessada em se associar<br />
ao público jovem, exigente<br />
em relação a qualida<strong>de</strong> e preço,<br />
apaixonado pelas marcas que<br />
adota, sincero e com gran<strong>de</strong> <strong>de</strong>sejo<br />
<strong>de</strong> compra”.<br />
Além dos eventos, uma gran<strong>de</strong><br />
plataforma <strong>de</strong> investimentos<br />
para quem <strong>de</strong>seja falar com os<br />
gamers é obviamente a internet.<br />
Nesse sentido, as re<strong>de</strong>s<br />
sociais receberam atenção redobrada,<br />
como explica Lucas<br />
Patrício, cofundador da Gomídia,<br />
agência que gerencia re<strong>de</strong>s<br />
sociais da Ubisoft, um dos<br />
maiores estúdios <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento<br />
<strong>de</strong> jogos do mundo.<br />
“A relação <strong>de</strong> fãs com os games<br />
é intensa, eles investem<br />
centenas <strong>de</strong> horas jogando e assistindo<br />
às partidas online. Essa<br />
<strong>de</strong>dicação move discussões <strong>de</strong><br />
amor e ódio nas re<strong>de</strong>s sociais.<br />
A estratégia para se trabalhar<br />
com eles é criando conteúdo <strong>de</strong><br />
qualida<strong>de</strong> e gerando oportunida<strong>de</strong>s<br />
que os tragam para perto<br />
da comunida<strong>de</strong>”.<br />
jornal propmark - 6 <strong>de</strong> <strong>fevereiro</strong> <strong>de</strong> <strong>2017</strong> 35
DiGiTaL<br />
Marcas <strong>de</strong>safiam campuseiros<br />
a unir tecnologia e criativida<strong>de</strong><br />
Campus Party, realizada em São Paulo, teve mais <strong>de</strong> 120 mil visitantes,<br />
sendo oito mil participantes acampados durante os sete dias <strong>de</strong> evento<br />
Fotos: Divulgação<br />
Ativida<strong>de</strong>s abordaram temas como empreen<strong>de</strong>dorismo, <strong>de</strong>sign, astronomia e games, entre outros assuntos que envolveram participantes em <strong>de</strong>safios, workshops e palestras<br />
mariana zirondi<br />
Campus Party Brasil, que<br />
A completou um década este<br />
ano, contou com patrocínio <strong>de</strong><br />
Visa e apoio da Prefeitura <strong>de</strong><br />
São Paulo, Telebras e governo<br />
fe<strong>de</strong>ral. A experiência tecnológica<br />
teve mais <strong>de</strong> 120 mil participantes,<br />
sendo oito mil “campuseiros”,<br />
como são chamados<br />
os que acamparam no pavilhão<br />
<strong>de</strong> exposições, em São Paulo,<br />
entre os últimos dias 31 e 5.<br />
Durante a feira, as ativida<strong>de</strong>s<br />
abordaram diversos temas,<br />
entre eles astronomia, <strong>de</strong>sign,<br />
multimídia, <strong>de</strong>senvolvimento,<br />
empreen<strong>de</strong>dorismo, software<br />
livre e games, divididos<br />
entre conferências, <strong>de</strong>safios e<br />
workshops. Foram 40 GBps <strong>de</strong><br />
internet proporcionados pela<br />
Telebras, caraterística que faz a<br />
feira ocorrer, já que os campuseiros<br />
passam sete dias conectados.<br />
“o conhecimento<br />
cresce quando<br />
compartilhado<br />
e, por isso,<br />
vamos, junto<br />
com o sebrae,<br />
promover o<br />
intercâmbio <strong>de</strong><br />
conhecimento<br />
em ambientes<br />
<strong>de</strong>mocráticos”<br />
Tonico Novaes, diretor da<br />
Campus Party Brasil, <strong>de</strong>stacou<br />
que neste ano promoveram<br />
ações como a campanha Como<br />
a Campus Party mudou a minha<br />
vida, que reuniu histórias<br />
<strong>de</strong> jovens contando as suas experiências<br />
com o evento. Além<br />
disso, os participantes foram<br />
convidados a criar conteúdos<br />
e palestras, tornando-se “curadores”<br />
do evento.<br />
“Abrimos todos os nossos<br />
canais para tirar dúvidas e melhorar<br />
a experiência do público<br />
durante o evento. A #CPBR10<br />
não é nada sem os campuseiros.<br />
Entre as novida<strong>de</strong>s está<br />
uma batalha <strong>de</strong> robôs, Ultimate<br />
Robot Combat, promovida pelo<br />
Submarino, além do primeiro<br />
campeonato brasileiro <strong>de</strong> drones”,<br />
explicou Novaes.<br />
parceria<br />
A parceria entre o Sebrae e<br />
o Instituto Campus Party <strong>de</strong>u<br />
origem ao Projeto <strong>de</strong> Fomento<br />
ao Empreen<strong>de</strong>dorismo Digital.<br />
As ações são presenciais nos<br />
eventos da Campus Party e na<br />
plataforma campuse.ro, que<br />
funciona como uma re<strong>de</strong> social<br />
com mais <strong>de</strong> 400 mil pessoas<br />
cadastradas no mundo.<br />
“Em nossa plataforma, a tag<br />
empreen<strong>de</strong>dorismo é a terceira<br />
mais utilizada pelos campuseiros<br />
como área <strong>de</strong> interesse.<br />
Acreditamos que o conhecimento<br />
cresce quando compartilhado<br />
e, por isso, vamos, junto<br />
com o Sebrae, promover o<br />
intercâmbio <strong>de</strong> conhecimento<br />
em ambientes <strong>de</strong>mocráticos,<br />
criando espaços nos quais prevalecem<br />
a troca e o aprendizado<br />
mútuo”, <strong>de</strong>clarou Francesco<br />
Ferruggia, presi<strong>de</strong>nte do Instituto<br />
Campus Party.<br />
Uma das novida<strong>de</strong>s do ano<br />
foi a realização do The Big Hackathon,<br />
que <strong>de</strong>safiou os participantes<br />
a criar soluções di-<br />
36 6 <strong>de</strong> <strong>fevereiro</strong> <strong>de</strong> <strong>2017</strong> - jornal propmark
gitais para os 17 Objetivos <strong>de</strong><br />
Desenvolvimento Sustentável<br />
(ODS) do Programa das Nações<br />
Unidas para o Desenvolvimento,<br />
que precisam ser cumpridos<br />
até 2030. Outra iniciativa foi o<br />
Fórum <strong>de</strong> Cida<strong>de</strong>s Inteligentes<br />
e Humanas, série <strong>de</strong> painéis<br />
com representantes das esferas<br />
dos governos fe<strong>de</strong>ral, estadual<br />
e municipal. O objetivo foi<br />
<strong>de</strong>finir ativida<strong>de</strong>s-chave para<br />
aprimorar a vida dos cidadãos<br />
durante o ano, com ações para<br />
tornar as cida<strong>de</strong>s mais inteligentes<br />
e humanas.<br />
As marcas estiveram presentes<br />
em diversas ativida<strong>de</strong>s da<br />
#CPBR10. A Otima, por exemplo,<br />
levou um abrigo <strong>de</strong> ônibus<br />
para <strong>de</strong>ntro do evento e participou<br />
do <strong>de</strong>safio da ONU em quatro<br />
dos objetivos.<br />
Segundo An<strong>de</strong>rson Rodrigues,<br />
gerente <strong>de</strong> planejamento<br />
estratégico, a empresa foi jurada<br />
<strong>de</strong>sses projetos, avaliando<br />
a inovação e aplicação dos negócios<br />
ou até mesmo a gestão<br />
pública. “Os abrigos estavam<br />
equipados com kit <strong>de</strong> Internet<br />
das Coisas com painel <strong>de</strong><br />
energia solar; captação <strong>de</strong> água<br />
com sensor <strong>de</strong> chuva; lixo com<br />
sensores <strong>de</strong> nível; sensores <strong>de</strong><br />
CO2, presença, ruído, raio UV,<br />
temperatura, umida<strong>de</strong> e contagem<br />
<strong>de</strong> pessoas, gerando dados<br />
para os participantes que criaram<br />
soluções para o <strong>de</strong>safio”,<br />
afirma. “A participação reforça<br />
o nosso posicionamento, que<br />
é tornar o mobiliário urbano<br />
presente na vida das pessoas.<br />
Queremos mudar a experiência<br />
na rua e fazer uma real transformação”,<br />
disse Rodrigues.<br />
O energético TNT garantiu a<br />
disposição dos campuseiros no<br />
evento. A Ford também montou<br />
um stand no local, assim<br />
como fez a John Deere, usando<br />
a #ocamponacampus. A Globo,<br />
pelo quarto ano consecutivo,<br />
esteve presente com o objetivo<br />
<strong>de</strong> se conectar ao jovem público<br />
da feira. A emissora reuniu<br />
empreen<strong>de</strong>dores, geeks, programadores,<br />
gamers e interessados<br />
no universo digital.<br />
Tonico Novaes: “Abrimos todos os canais para tirar dúvidas e melhorar a experiência”<br />
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jornal propmark - 6 <strong>de</strong> <strong>fevereiro</strong> <strong>de</strong> <strong>2017</strong> 37
dIGITaL<br />
Yahoo mostra cenário do mobile<br />
e comportamento do usuário<br />
Estudo State of Mobile 2016, <strong>de</strong>senvolvido pelo Flurry, revela tendências<br />
para aplicativos e inovação como chave para o crescimento do setor<br />
bárbara barboSa<br />
Os hábitos <strong>de</strong> consumo em<br />
mobile foram tema do estudo<br />
State of Mobile 2016, <strong>de</strong>senvolvido<br />
pelo Flurry, empresa<br />
<strong>de</strong> análises <strong>de</strong> aplicativos<br />
do Yahoo, que apresentou os<br />
dados semana passada, em São<br />
Paulo. Além do cenário atual, a<br />
empresa trouxe alguns insights.<br />
O principal <strong>de</strong>les talvez seja: esta<br />
é a hora certa para inovar.<br />
De acordo com Chris Klotzbach,<br />
diretor do Flurry Analytics e<br />
responsável pelo estudo, 2016<br />
foi um período estável para o<br />
mobile, mas novas tecnologias,<br />
como o uso <strong>de</strong> VR adaptado a<br />
games, por exemplo, <strong>de</strong>vem<br />
impulsionar novamente o segmento,<br />
que tem em <strong>2017</strong> um<br />
período propenso a inovações.<br />
Segundo o estudo, <strong>de</strong>pois <strong>de</strong><br />
momentos <strong>de</strong> ascensão do mobile<br />
em anos anteriores, 2016<br />
não trouxe crescimento para a<br />
área, mas algumas mudanças<br />
<strong>de</strong> comportamentos foram observadas.<br />
No quesito aparelhos, por<br />
exemplo, cresceu a procura por<br />
mo<strong>de</strong>los “phablets”, ou seja,<br />
celulares cujas dimensões se<br />
aproximam à <strong>de</strong> um tablet. No<br />
Brasil, por exemplo, esse tipo<br />
<strong>de</strong> aparelho teve aumento <strong>de</strong><br />
interesse <strong>de</strong> 16% <strong>de</strong> 2015 para<br />
2016 e hoje representa 56% dos<br />
smartphones no país. Em relação<br />
ao sistema operacional,<br />
o Android predomina entre os<br />
brasileiros.<br />
Já no consumo <strong>de</strong> aplicativos,<br />
os específicos para compras<br />
e <strong>de</strong> mensagens sociais<br />
são lí<strong>de</strong>res. Por outro lado,<br />
observou-se crescimento nos<br />
apps <strong>de</strong> esportes, que tiveram<br />
aumento <strong>de</strong> 43% <strong>de</strong> 2015 para<br />
2016, e <strong>de</strong> Negócios e Finanças,<br />
que aumentaram 30% <strong>de</strong> um<br />
ano para o outro.<br />
Ainda <strong>de</strong> acordo com o estudo,<br />
nos Estados Unidos, hoje,<br />
92% do tempo gasto no mobile<br />
está concentrado nos apps.<br />
André Izay, presi<strong>de</strong>nte do Yahoo Brasil: estratégia focada em mobile, vi<strong>de</strong>o, native e social garantiram ano positivo para a empresa<br />
Chris Klotzbach, diretor do Flurry Analytics e responsável pelo estudo<br />
State of Mobile traz informações<br />
<strong>de</strong> mais <strong>de</strong> 940 mil aplicativos<br />
monitorados pelo Flurry.<br />
Des<strong>de</strong> 2006, foram analisados<br />
mais <strong>de</strong> 2,1 bilhões <strong>de</strong> aparelhos<br />
por mês e 10 bilhões <strong>de</strong> seções<br />
ao dia. O Flurry atua em apps<br />
como Snapchat, Skype e o game<br />
Angry Birds, entre outros.<br />
Mudança<br />
Durante o evento <strong>de</strong> apresentação<br />
do State of Mobile,<br />
o presi<strong>de</strong>nte do Yahoo Brasil,<br />
André Izay, comentou a mudança<br />
<strong>de</strong> posicionamento do<br />
Yahoo nos últimos três anos.<br />
Segundo o executivo, o período<br />
apresentou “novos hábitos<br />
Fotos: Divulgação<br />
e novos <strong>de</strong>safios”, que nada<br />
mais são do que resultado do<br />
uso <strong>de</strong> novas tecnologias e a<br />
transição para o mobile. Nesse<br />
sentido, o Flurry foi uma aquisição<br />
importante, que faz parte<br />
<strong>de</strong> uma lista <strong>de</strong> mais <strong>de</strong> 50<br />
produtos focados em mobile e<br />
vi<strong>de</strong>o que a empresa adquiriu<br />
nesse período.<br />
Em relação às notícias sobre<br />
a venda do Yahoo para a Verizon,<br />
que impactaria inclusive<br />
em uma mudança <strong>de</strong> nome da<br />
empresa, Izay disse que, por<br />
enquanto, nada muda no Brasil,<br />
nem em termos <strong>de</strong> estratégia<br />
ou <strong>de</strong> operações. “Vamos<br />
mesmo ter <strong>de</strong> esperar para<br />
ver”, disse.<br />
O executivo comentou ainda<br />
os resultados positivos<br />
para o Yahoo Brasil em 2016.<br />
“Focamos a nossa estratégia<br />
em mobile, vi<strong>de</strong>o, native e<br />
social. E <strong>de</strong>ntro disso tivemos<br />
um <strong>de</strong>senvolvimento enorme<br />
em termos <strong>de</strong> plataforma”,<br />
ressaltou.<br />
38 6 <strong>de</strong> <strong>fevereiro</strong> <strong>de</strong> <strong>2017</strong> - jornal propmark
pRêmios<br />
D&AD faz campanha com mães <strong>de</strong><br />
criativos <strong>de</strong> várias partes do mundo<br />
Nos <strong>de</strong>poimentos, elas contam curiosida<strong>de</strong>s sobre a vida dos seus filhos;<br />
há brasileiras entre as entrevistadas no ví<strong>de</strong>o criado pela Lucky Generals<br />
campanha <strong>de</strong> divulgação<br />
A do D&AD, que será realizado<br />
em abril, surpreen<strong>de</strong>u<br />
novamente este ano. Criada<br />
pela londrina Lucky Generals,<br />
ação mostra quem está por<br />
trás das mentes brilhantes <strong>de</strong><br />
alguns dos principais criativos<br />
da propaganda mundial:<br />
as mães.<br />
Em ví<strong>de</strong>o divertido, o D&AD<br />
Mums mostra conversas com<br />
<strong>de</strong>z mães, que contaram curiosida<strong>de</strong>s<br />
dos filhos e disseram o<br />
que elas sabem sobre ganhar o<br />
icônico Lápis da premiação.<br />
Entre as brasileiras entrevistadas,<br />
está a mãe <strong>de</strong> Joanna<br />
Monteiro, chief creative officer<br />
da FCB Brasil, e a mãe <strong>de</strong> Luiz<br />
Sanches, sócio e diretor-geral<br />
<strong>de</strong> criação da AlmapBBDO.<br />
Também foram entrevistadas<br />
as mães <strong>de</strong> Ali Ali, diretor da<br />
Sonny London; Jose María<br />
Piera, vice-presi<strong>de</strong>nte-executivo<br />
da *S,C,P,F…; José María<br />
Roca <strong>de</strong> Viñals, chief creative<br />
officer da DDB Espanha, entre<br />
outras.<br />
Em 2016, a Lucky Generals<br />
Mulheres também falam sobre o que sabem a respeito <strong>de</strong> ganhar o icônico Lápis do festival, que será realizado em abril, em Londres<br />
fez uma brinca<strong>de</strong>ira para divulgar<br />
a <strong>edição</strong> do prêmio,<br />
mostrando como os criativos<br />
reagiriam se os troféus conquistados<br />
no D&AD <strong>de</strong>saparecessem<br />
da noite para o dia.<br />
Tal fato realmente ocorreu simultaneamente<br />
em agências<br />
<strong>de</strong> São Paulo, Londres, Nova<br />
York, Melbourne, Buenos Aires,<br />
Bangkok, Copenhagen,<br />
Los Angeles e Cida<strong>de</strong> do Cabo.<br />
Divulgação<br />
O roubo dos lápis <strong>de</strong>spertou<br />
intriga. Antes <strong>de</strong> o plano ser<br />
revelado, muitas mensagens<br />
<strong>de</strong> clamor pela <strong>de</strong>volução dos<br />
troféus foram publicadas na<br />
internet.<br />
Almap é <strong>de</strong>staque<br />
no Gunn Report<br />
Agência aparece em terceiro lugar e é<br />
única do Brasil a figurar no ranking 2016<br />
The Gunn Report, um dos<br />
O primeiros e mais importantes<br />
rankings da propaganda<br />
mundial, revelou semana<br />
passada os resultados <strong>de</strong> 2016.<br />
O relatório aponta as campanhas,<br />
marcas, agências <strong>de</strong><br />
publicida<strong>de</strong> e criativos mais<br />
premiados no ano. Os resultados<br />
são baseados nos prêmios<br />
<strong>de</strong> 45 festivais globais, nacionais<br />
e locais, com trabalhos<br />
referentes <strong>de</strong> janeiro a <strong>de</strong>zembro<br />
<strong>de</strong> 2016.<br />
Uma das peças <strong>de</strong> Infinitas possibilida<strong>de</strong>s, que foi <strong>de</strong>staque em diversas premiações<br />
A AlmapBBDO é a única<br />
agência brasileira a figurar<br />
no ranking. Ela aparece como<br />
sendo a terceira agência mais<br />
premiada do mundo. Não há<br />
trabalhos do Brasil relacionados<br />
nesta <strong>edição</strong> do The Gunn<br />
Report.<br />
AlmapBBDO foi, pela quarta<br />
vez, a Agência do Ano no<br />
Cannes Lions 2016. Ela também<br />
ganhou vários outros<br />
prêmios internacionais e nacionais,<br />
entre eles o Colunistas<br />
São Paulo 2016.<br />
A campanha Infinitas possibilida<strong>de</strong>s,<br />
<strong>de</strong>senvolvida para<br />
Getty Images, que “recria” o<br />
Divulgação<br />
rosto <strong>de</strong> personalida<strong>de</strong>s com<br />
partes da face <strong>de</strong> outras pessoas,<br />
foi o case brasileiro mais<br />
premiado.<br />
jornal propmark - 6 <strong>de</strong> <strong>fevereiro</strong> <strong>de</strong> <strong>2017</strong> 39
conjunto da obra <strong>de</strong>sses projetos e vão indicar<br />
quem terá direito a receber o troféu<br />
especial, que será entregue durante a solenida<strong>de</strong>.<br />
Será um Cavalo estilizado na cor<br />
preta com <strong>de</strong>sign da agência <strong>de</strong> publicida<strong>de</strong><br />
Rae,MP, que também está elaborando<br />
a campanha relacionada à data, que terá<br />
veiculação no jornal PROPMARK, no portal<br />
www.propmark.com.br e nas revistas Propaganda<br />
e Marketing.<br />
Quando o Marketing Best foi lançado, a<br />
ADVB (Associação Brasileira dos Dirigentes<br />
<strong>de</strong> Vendas do Brasil) tinha no seu portfólio<br />
a premiação Top <strong>de</strong> Marketing, da qual<br />
Madia era presi<strong>de</strong>nte do júri. Ferrentini<br />
também fora dirigente da entida<strong>de</strong>. Mas,<br />
resolveram <strong>de</strong>senvolver um projeto mais<br />
a<strong>de</strong>quado ao momento do marketing, que<br />
passou a ter uma função mais estratégica.<br />
A <strong>de</strong>cisão foi acertada, como comprova o<br />
histórico da premiação. Em 30 anos, os jurados<br />
analisaram mais <strong>de</strong> 3.200 cases, que<br />
<strong>de</strong>talham uma ação com base em probleprêMios<br />
Marketing Best chega aos 30 an<br />
homenageia <strong>de</strong>staques do perío<br />
Projeto da Editora Referência e<br />
MadiaMundoMarketing coinci<strong>de</strong> com<br />
a consolidação dos processos<br />
mercadológicos nos anunciantes<br />
Troféu para a data terá <strong>de</strong>sign assinado pela Rae,MP, que preten<strong>de</strong> reestilizar na cor preta o tradicional Cavalo da premiação entregue às empresas vencedoras<br />
Paulo Macedo<br />
Lançada em 1987 pela Editora Referência,<br />
do publisher Armando Farrentini,<br />
e pelo MadiaMundoMarketing, do executivo,<br />
colunista e professor Francisco Alberto<br />
Madia <strong>de</strong> Souza, a competição Marketing<br />
Best se tornou, neste período <strong>de</strong> 30 anos,<br />
a mais importante do mercado brasileiro.<br />
Mais do que isso, acompanha a evolução<br />
da ciência mercadológica que começou a<br />
ganhar corpo no país no início da década<br />
<strong>de</strong> 1970, mas foi consolidada com o reconhecimento<br />
que passou a ter na estrutura<br />
das empresas a partir <strong>de</strong> 1994.<br />
Para celebrar a data, está sendo organizada<br />
uma festa no próximo mês <strong>de</strong> maio, em<br />
São Paulo, que vai entregar a um grupo <strong>de</strong><br />
anunciantes que mais se <strong>de</strong>stacaram neste<br />
espaço <strong>de</strong> tempo. Foram selecionadas 105<br />
marcas com cases premiados.<br />
Os integrantes da Abramark (Aca<strong>de</strong>mia<br />
Brasileira <strong>de</strong> Mar- keting) vão analisar o<br />
“É uma i<strong>de</strong>ologia,<br />
uma forma <strong>de</strong> pensar.<br />
marketing passou a ser<br />
uma <strong>de</strong>signação genÉrica<br />
<strong>de</strong> administração”<br />
40 6 <strong>de</strong> <strong>fevereiro</strong> <strong>de</strong> <strong>2017</strong> - jornal propmark
os e<br />
do<br />
nômico, afinal o marketing e as suas ferramentas,<br />
principalmente as <strong>de</strong> comunicação,<br />
fomentam o mercado <strong>de</strong> consumo através<br />
das marcas, produtos e serviços”, enfatiza<br />
Ferrentini.<br />
EssêNCiA<br />
Madia consi<strong>de</strong>ra o ano <strong>de</strong> 1994 marcante<br />
para o marketing no país porque foi a partir<br />
<strong>de</strong>ssa época que <strong>de</strong>ixou <strong>de</strong> ser apenas uma<br />
ferramenta para se posicionar paulatinamente<br />
como a essência <strong>de</strong> uma empresa.<br />
Para ele, o marketing conversa no mesmo<br />
tom com vendas, recursos humanos, tecnologia,<br />
finanças e administração. “É uma<br />
i<strong>de</strong>ologia, uma forma <strong>de</strong> pensar. Marketing<br />
passou a ser uma <strong>de</strong>signação genérica <strong>de</strong><br />
administração. De 1994 para cá, ele ganhou<br />
um elemento-chave para o seu crescimento:<br />
a competitivida<strong>de</strong> entre as empresas e suas<br />
marcas”, explica o executivo.<br />
A era digital está reescrevendo as diretrizes<br />
do marketing, mas sua arquitetura<br />
básica permanece: oferecer ao consumidor<br />
relevância para que ele mantenha a preferência<br />
por uma marca. “Mas é live, ao vivo,<br />
intenso, competitivo. As <strong>de</strong>cisões são praticamente<br />
em tempo real. O consumidor<br />
dá seus palpites na hora e só vai sobreviver<br />
quem estiver com esse timing em mente. A<br />
sensação é que tudo está ocorrendo agora,<br />
nesse instante”, diz Madia, acrescentando:<br />
“Não é por outro motivo que a Ampro (Associação<br />
<strong>de</strong> Marketing Promocional) passou<br />
a usar live marketing”.<br />
As festas do Marketing Best fazem parte<br />
<strong>de</strong>ssa história. Segundo Madia, é o momen-<br />
Fotos: Alê Oliveira<br />
Madia: “O consumidor dá seus palpites na hora e só vai<br />
sobreviver quem estiver com esse timing em mente”<br />
to reservado às equipes que implementam<br />
os serviços estarem juntas e comemorarem<br />
os resultados. As atrações já foram as Mulatas<br />
do Sargentelli, Gilberto Gil, Gal Costa,<br />
Rita Lee, Blitz, Ivete Sangalo, Sidney Magal,<br />
Zezé Di Camargo e Luciano, Chitãozinho e<br />
Chororó e Leci Brandão. “Nos 25 anos fizemos<br />
uma gran<strong>de</strong> festa na Sala São Paulo,<br />
um show da cantora Monica Salmasso.<br />
Estamos caprichando para que a festa dos<br />
30 anos seja marcada por uma organização<br />
exemplar, para que as empresas comtempladas<br />
tenham uma recepção à altura do<br />
talento das suas equipes”, finaliza Madia.<br />
ma, estratégia, solução e seus resultados.<br />
“Tivemos pelo menos 800 cases premiados,<br />
uma média <strong>de</strong> 30 por ano. O júri é muito<br />
rigoroso na escolha. Por esse motivo, o<br />
Marketing Best é uma espécie <strong>de</strong> linha do<br />
tempo do raciocínio estratégico <strong>de</strong> marcas,<br />
produtos e serviços. Mais do que um prêmio,<br />
é uma missão que disseminou a importância<br />
do marketing sempre com o viés<br />
da ética e da qualida<strong>de</strong>. O conjunto <strong>de</strong> cases<br />
premiados forma um acervo que nutre profissionais<br />
e jovens interessados em ingressar<br />
no marketing. Quando vejo esses mais<br />
<strong>de</strong> 800 cases, tenho a impressão que são<br />
uma verda<strong>de</strong>ira aca<strong>de</strong>mia, que a missão foi<br />
<strong>de</strong>vidamente cumprida”, <strong>de</strong>staca Madia.<br />
“É uma coleção <strong>de</strong> cases fantástica. Antes<br />
não tínhamos referências das estratégias<br />
<strong>de</strong>senvolvidas pelas empresas. Esse acervo<br />
construído nesse período exerce influência<br />
no segmento, é uma espécie <strong>de</strong> testemunha<br />
viva da evolução <strong>de</strong>ssa disciplina que<br />
é essencial para o <strong>de</strong>senvolvimento eco-<br />
jornal propmark - 6 <strong>de</strong> <strong>fevereiro</strong> <strong>de</strong> <strong>2017</strong> 41
mArcAs<br />
Anunciantes pegam carona na<br />
credibilida<strong>de</strong> do rap em campanhas<br />
Uma das representações artísticas do hip hop, estilo musical ritmado,<br />
é um facilitador na hora <strong>de</strong> contar histórias carregadas <strong>de</strong> verda<strong>de</strong>s<br />
Fotos: Divulgação<br />
A rapper Karol Conka empresta seu rosto e voz para a campanha da Mark, nova linha <strong>de</strong> maquiagens da Avon<br />
Cristiane Marsola<br />
Verda<strong>de</strong>. Essa é a palavra<br />
da vez na comunicação.<br />
Seja com o bran<strong>de</strong>d content, o<br />
story telling ou na escolha da<br />
trilha sonora, a credibilida<strong>de</strong><br />
ganha cada vez mais relevância<br />
na publicida<strong>de</strong>. Esse é um dos<br />
motivos que têm trazido o rap<br />
para diversas campanhas, aliado,<br />
claro, à crescente popularização<br />
do estilo musical, assim<br />
como às <strong>de</strong>mais representações<br />
artísticas do movimento hip<br />
hop, como o grafite.<br />
“O rap, por característica,<br />
tem credibilida<strong>de</strong>. Os MCs têm<br />
uma integrida<strong>de</strong> e eles prezam<br />
por uma carreira. Um dos fatores<br />
principais é que eles se<br />
posicionam. As marcas buscam<br />
uma verda<strong>de</strong> e conseguem<br />
quando têm esses caras como<br />
porta-vozes”, conta Serginho<br />
Rezen<strong>de</strong>, diretor musical da<br />
Comando S Áudio.<br />
A <strong>de</strong>manda pelo estilo já havia<br />
sido adiantada pelo executivo,<br />
que chamou o MC e beatmaker<br />
Rodrigo Tuchê para fazer<br />
parte do time da produtora. “A<br />
gente tem gravado muito aqui.<br />
Eu sinto muito essa <strong>de</strong>manda.<br />
Tem uma simpatia gran<strong>de</strong> pelo<br />
rap”, diz Rezen<strong>de</strong>.<br />
Entre os trabalhos produzidos<br />
pela Comando S recentemente<br />
que “bebem” no rap<br />
está a campanha para o Banco<br />
do Brasil, que traz Thaí<strong>de</strong> como<br />
narrador. “Os rappers têm mui-<br />
to cuidado na carreira como<br />
um todo para não cair em contradição.<br />
Não é todo produto e<br />
toda campanha que eles topam<br />
fazer. Neste filme, Thaí<strong>de</strong> fala<br />
sobre o que é o brasileiro. O discurso<br />
<strong>de</strong>le tem a ver com o que<br />
ele sempre falou”, explica.<br />
O rap nasceu como um estilo<br />
musical <strong>de</strong> protesto e, se a<br />
princípio po<strong>de</strong> parecer contraditório<br />
estar na publicida<strong>de</strong> <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>ndo<br />
marcas específicas,<br />
o estranhamento cai por terra<br />
quando se consi<strong>de</strong>ra que os<br />
rappers se mantêm fiéis a seus<br />
discursos quando <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>m<br />
esta ou aquela marca. “O consumidor<br />
em si não está mais<br />
nessa <strong>de</strong> comprar uma mentira.<br />
Os blogueiros mostram as vidas<br />
“O Brasil carece <strong>de</strong><br />
verda<strong>de</strong>. a gente<br />
vê essa cOrrupçãO,<br />
tOdO mundO<br />
está se sentindO<br />
enganadO”<br />
42 6 <strong>de</strong> <strong>fevereiro</strong> <strong>de</strong> <strong>2017</strong> - jornal propmark
O rapper Rico Dalasam<br />
estrela minidoc do projeto<br />
Corrente da resistência<br />
para TNT Energy Drink<br />
No clipe o rolê É nosso, a rapper Karol Conka contracena com as jogadoras do time <strong>de</strong> vôlei Nestlé, <strong>de</strong> Osasco<br />
Filme então Vem, para Caixa, une Karol Conka, Edi Rock, Rashid, Rincon Sapiência, RAPadura, Negra Li e Projota<br />
<strong>de</strong>les. O público busca muito<br />
esta verda<strong>de</strong> e os MCs têm muito<br />
isso porque, se soar mentiroso,<br />
acabam com a carreira <strong>de</strong>les”,<br />
afirma Rezen<strong>de</strong>.<br />
Hoje o rap já está popularizado.<br />
“O rap virou pop. Saiu<br />
do gueto há vários anos. Você<br />
ouve esses caras e eles passam<br />
muita verda<strong>de</strong>. O Brasil carece<br />
<strong>de</strong> verda<strong>de</strong>. A gente vê essa<br />
corrupção, todo mundo está se<br />
sentido enganado. Nós temos<br />
<strong>de</strong> passar verda<strong>de</strong>, não adianta<br />
mentir com áudio”, afirma<br />
Lucas Duque, sócio e produtor<br />
musical da Sonido.<br />
Uma das campanhas que<br />
mais chamaram a atenção<br />
usando o universo hip hop<br />
como pano <strong>de</strong> fundo recentemente<br />
foi #SonsdaConquista,<br />
criada pela nova/sb para a Caixa,<br />
com produção <strong>de</strong> áudio da<br />
Sonido e exibida no período<br />
dos Jogos Olímpicos. Apesar <strong>de</strong><br />
não ser patrocinador do evento,<br />
o anunciante apoia atletas e por<br />
isso era importante ter uma ativação<br />
<strong>de</strong> peso. “Foi um marco.<br />
A campanha trouxe esse universo,<br />
tão rico não só musicalmente,<br />
para <strong>de</strong>ntro da casa das<br />
pessoas”, diz Duque. Além dos<br />
filmes em câmera aberta, foram<br />
feitas animações que usavam a<br />
linguagem visual do grafite.<br />
Outra marca que está apostando<br />
na popularida<strong>de</strong> do rap é<br />
a cerveja Itaipava. “Propaganda<br />
é contexto e tem entre seus <strong>de</strong>safios<br />
inserir as marcas na cultura<br />
popular. O rap, por sua vez,<br />
é um estilo musical argumentativo,<br />
ritmado, muito versátil<br />
e <strong>de</strong>mocrático, o que facilita o<br />
engajamento com o contexto<br />
das pessoas <strong>de</strong> uma forma mais<br />
real, menos produzida, mais pé<br />
no chão. Também vale <strong>de</strong>stacar<br />
que tem uma similarida<strong>de</strong>, do<br />
ponto <strong>de</strong> vista <strong>de</strong> criação, o que<br />
facilita a coprodução”, explica<br />
Marcello Penna, VP <strong>de</strong> atendimento<br />
da Y&R.<br />
A campanha Histórias <strong>de</strong> Verão,<br />
criada pela Y&R e com produção<br />
<strong>de</strong> áudio da A9, traz quatro<br />
filmes com rimas <strong>de</strong> Gabriel<br />
o Pensador. “Gabriel tem vários<br />
públicos. Os fãs vão <strong>de</strong> crianças<br />
até adultos com 40, 50 anos.<br />
Trazê-lo foi um acerto muito<br />
gran<strong>de</strong>. Houve uma colaboração<br />
musical <strong>de</strong>le. Não teve isso<br />
<strong>de</strong> chegar apenas para filmar e<br />
fazer o mais rápido possível”,<br />
conta Apollo Nove, produtor e<br />
dono da A9 Áudio.<br />
A Y&R também criou o projeto<br />
Corrente da Resistência para<br />
TNT Energy Drink, produzido<br />
pela Niche, núcleo <strong>de</strong> produção<br />
do Twitter. Em janeiro, estreou<br />
o minidoc estrelado Rico Dalasam,<br />
pioneiro do movimento<br />
“queer rap” no Brasil. “Os rappers<br />
são gran<strong>de</strong>s contadores<br />
<strong>de</strong> histórias, o que tem tudo a<br />
ver com o nosso negócio hoje.<br />
São histórias <strong>de</strong> luta e resiliência,<br />
e o rap tem historicamente<br />
uma trajetória <strong>de</strong> quebra<br />
<strong>de</strong> tabus e barreiras, tanto na<br />
questão social, como no caso<br />
do Thaí<strong>de</strong>, quanto no combate<br />
à homofobia, que é o caso do<br />
Rico Dalasam”, conta Penna.<br />
A rapper Karol Conka anda<br />
em alta entre as marcas. Recentemente<br />
ela apareceu em uma<br />
ação <strong>de</strong> bran<strong>de</strong>d content da<br />
Nestlé, em que contracena com<br />
o time feminino <strong>de</strong> vôlei patrocinado<br />
pela marca. O clipe da<br />
música O Rolê É Nosso, composta<br />
pela rapper e com produção<br />
musical da dupla Tropkillaz,<br />
teve direção <strong>de</strong> cena <strong>de</strong> KondZilla,<br />
com criação e produção<br />
da Conspira+, núcleo <strong>de</strong> bran<strong>de</strong>d<br />
content da Conspiração.<br />
Karol também é a estrela da<br />
campanha <strong>de</strong> Mark, marca <strong>de</strong><br />
maquiagem da Avon lançada<br />
recentemente. A produção <strong>de</strong><br />
áudio é da Soup!<br />
jornal propmark - 6 <strong>de</strong> <strong>fevereiro</strong> <strong>de</strong> <strong>2017</strong> 43
Marcas & Produtos<br />
Neusa Spaulucci nspaulucci@propmark.com.br<br />
CálCulos<br />
A Casio aproveita o início do ano letivo para<br />
lançar a Classwiz fx-991LAX, calculadora<br />
científica que, segundo a empresa, é uma<br />
importante novida<strong>de</strong>, que <strong>de</strong>ve ajudar<br />
principalmente estudantes <strong>de</strong> exatas.<br />
A marca garante ainda que ela tem quatro<br />
vezes mais velocida<strong>de</strong> e resolução.<br />
A companhia <strong>de</strong>staca também o <strong>de</strong>sign<br />
e apresenta os textos, menus e diálogos<br />
traduzidos para o português.<br />
MeMória<br />
A Itubaína promete novida<strong>de</strong>s para este ano.<br />
A primeira <strong>de</strong>las é o lançamento <strong>de</strong> um novo sabor<br />
do refrigerante, que preten<strong>de</strong> resgatar as memórias<br />
da infância <strong>de</strong> muita gente. Trata-se da Itubaína<br />
Groselha, produto criado para o aniversário da<br />
cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> São Paulo, mas que será comercializado<br />
durante este primeiro trimestre. A <strong>edição</strong> é limitada,<br />
reforça o tema da campanha Gostoso como<br />
ser criança, e po<strong>de</strong> ser encontrada nos pontos<br />
<strong>de</strong> venda do estado <strong>de</strong> São Paulo.<br />
É Carnaval!<br />
As latinhas carnavalescas <strong>de</strong> Pitú já estão circulando<br />
em todo o país. A cachaçaria pernambucana distribuiu<br />
3 milhões <strong>de</strong> unida<strong>de</strong>s, <strong>de</strong> 350 ml, da tradicional<br />
aguar<strong>de</strong>nte com o layout especial para a folia. Este<br />
ano, a estampa traz elementos marcantes, entre eles<br />
a La Ursa, os bonecos gigantes <strong>de</strong> Olinda, o Galo da<br />
Madrugada e o Caboclo <strong>de</strong> Lança. A ilustração foi<br />
<strong>de</strong>senvolvida pela Ampla Comunicação.<br />
aCessórios<br />
A Samsung Brasil lançou uma<br />
série <strong>de</strong> produtos para sua linha<br />
<strong>de</strong> acessórios. Além <strong>de</strong> capas<br />
protetoras para os Galaxy<br />
A7 e Galaxy A5, a empresa<br />
apresenta cinco novos<br />
acessórios para todas suas<br />
<strong>de</strong>mais linhas <strong>de</strong> dispositivos:<br />
caixa <strong>de</strong> som bluetooth<br />
bottle, caixa <strong>de</strong> som bluetooth<br />
scoop, bateria externa em<br />
duas capacida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> carga,<br />
carregador sem fio – base<br />
dupla e o fone estéreo com fio<br />
in-ear <strong>de</strong>sign retangular.<br />
44 6 <strong>de</strong> <strong>fevereiro</strong> <strong>de</strong> <strong>2017</strong> - jornal propmark
Para o executivo, o mo<strong>de</strong>lo<br />
<strong>de</strong> assinaturas é importante<br />
porque garante mais estabilida<strong>de</strong><br />
e fi<strong>de</strong>liza o cliente para<br />
novas oportunida<strong>de</strong>s. “Não dá<br />
para <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>r <strong>de</strong> que algum<br />
dia alguém queira comprar apenas<br />
um exemplar. O i<strong>de</strong>al é que<br />
ele receba todo mês, porque ele<br />
consome mais, vê mais anúncio,<br />
é um espiral ascen<strong>de</strong>nte”.<br />
A nova operação também<br />
aten<strong>de</strong>rá os novos negócios do<br />
próprio Grupo Abril, como o<br />
GoBox, marketplace <strong>de</strong> clubes<br />
<strong>de</strong> assinatura <strong>de</strong> produtos como<br />
vinhos, cervejas e snacks saudáveis,<br />
entre outros; o GoRead,<br />
agregador digital <strong>de</strong> mais <strong>de</strong> 140<br />
revistas <strong>de</strong> 14 editoras; e a Abril<br />
Multiassistência, que oferece<br />
suporte e auxílio para imprevistos<br />
com automóveis, motos e<br />
residências.<br />
“Nada é mais <strong>de</strong>monstrativo<br />
da importância da indústria da<br />
informação do que o leitor pagar<br />
pelo conteúdo que consomídiA<br />
Abril compartilha estrutura e<br />
know-how <strong>de</strong> gestão <strong>de</strong> assinantes<br />
Companhia cuidará do relacionamento com clientes <strong>de</strong> outras editoras,<br />
como Ediouro, empresa <strong>de</strong> serviços <strong>de</strong> banda larga e <strong>de</strong> entretenimento<br />
Danúbia Paraizo<br />
Grupo Abril começa a fornecer<br />
toda a sua estrutura<br />
O<br />
e know-how no gerenciamento<br />
<strong>de</strong> assinaturas para empresas<br />
do segmento editorial e também<br />
para novos mercados.<br />
O anúncio do serviço foi feito<br />
no último dia 2, em São Paulo,<br />
por Walter Longo, presi<strong>de</strong>nte e<br />
CEO do grupo, e Ricardo Perez,<br />
diretor <strong>de</strong> assinaturas.<br />
Com uma carteira <strong>de</strong> quase<br />
3,5 milhões <strong>de</strong> assinantes e<br />
estrutura <strong>de</strong> dois mil operadores<br />
<strong>de</strong> telemarketing, além <strong>de</strong><br />
ven<strong>de</strong>dores em todo o Brasil, o<br />
grupo tem objetivo <strong>de</strong> compartilhar<br />
sua expertise com as empresas<br />
interessadas.<br />
A companhia começa o novo<br />
serviço com seis clientes: Ediouro<br />
Publicações (com a marca<br />
Coquetel), Editora GR1 (revistas<br />
Náutica, Pense Leve, Mergulho<br />
e Pesca), Editora Manchete<br />
(revista Pais e Filhos), Editora<br />
Planeta DeAgostini (Coleções),<br />
HughesNet (serviço <strong>de</strong> internet<br />
banda larga via satélite) e<br />
Playkids (plataforma <strong>de</strong> entretenimento<br />
infantil).<br />
Segundo Longo, o conceito<br />
<strong>de</strong> o consumidor pagar por<br />
informação está evoluindo<br />
positivamente, e cuidar do relacionamento<br />
com o assinante<br />
é fundamental para garantir a<br />
saú<strong>de</strong> financeira dos negócios.<br />
“O custo <strong>de</strong> aquisição <strong>de</strong> um<br />
novo assinante é 60% do valor<br />
anual da assinatura. Sempre<br />
haverá um investimento mais<br />
elevado para a aquisição <strong>de</strong><br />
um novo cliente, por isso, cuidar<br />
bem <strong>de</strong>le é imperativo para<br />
uma operação financeiramente<br />
saudável”, argumentou.<br />
Atualmente, <strong>de</strong> 35% a 40%<br />
do faturamento do grupo é<br />
fruto <strong>de</strong> circulação (que inclui<br />
assinaturas e vendas avulsas),<br />
enquanto 30% vem <strong>de</strong> publicida<strong>de</strong>,<br />
e o restante do estúdio<br />
ABC (bran<strong>de</strong>d content) e <strong>de</strong>mais<br />
produtos da casa.<br />
Ricardo Perez e Walter Longo: operação também aten<strong>de</strong>rá os novos negócios do próprio Grupo Abril, como o GoBox<br />
“Nada é mais<br />
<strong>de</strong>moNstrativo<br />
da importâNcia<br />
da iNdústria da<br />
iNformação do<br />
que o leitor pagar<br />
pelo coNteúdo<br />
que coNsome”<br />
Alê Oliveira<br />
me. O crescimento da área <strong>de</strong><br />
assinaturas da Abril mostra o vigor<br />
<strong>de</strong>ssa indústria. Mostra que,<br />
como mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> negócios, as<br />
pessoas estão admitindo pagar<br />
pela informação, o que me dá<br />
uma perspectiva muito otimista<br />
em relação ao futuro do negócio<br />
<strong>de</strong> conteúdo”.<br />
Perez explica que há diversas<br />
modalida<strong>de</strong>s e serviços no mo<strong>de</strong>lo<br />
<strong>de</strong> gestão, tais como atendimento<br />
ao consumidor, criação<br />
<strong>de</strong> marketing direto, vendas<br />
<strong>de</strong> assinaturas multicanais e<br />
ações <strong>de</strong> renovação e retenção<br />
da carteira <strong>de</strong> assinantes.<br />
Caberá a cada cliente <strong>de</strong>cidir<br />
quais serviços são mais atraentes<br />
ao negócio. “A longo dos<br />
últimos anos, adquirimos uma<br />
expertise <strong>de</strong> atuação em vendas,<br />
atendimento e controle<br />
operacional como poucas empresas<br />
do país. Estava na hora<br />
<strong>de</strong> esten<strong>de</strong>rmos esse diferencial<br />
ao mercado”, concluiu o diretor<br />
<strong>de</strong> assinaturas do grupo.<br />
jornal propmark - 6 <strong>de</strong> <strong>fevereiro</strong> <strong>de</strong> <strong>2017</strong> 45
mídia<br />
Record TV estrutura Power Couple<br />
com transmissão multiplataforma<br />
Reality show da Dorimedia tem apresentação do publicitário Roberto<br />
Justus e conta com merchandising, product placement e hub <strong>de</strong> venda<br />
Edu Moraes/Record TV/Divulgação<br />
O apresentador Roberto Justus com os 11 casais selecionados para participar da segunda <strong>edição</strong> do reality show que mistura conhecimento, ativida<strong>de</strong>s físicas e apostas<br />
Paulo Macedo<br />
São 11 casais com estilos e<br />
personalida<strong>de</strong>s diferentes,<br />
que vão ficar confinados durante<br />
50 dias, com direito a pressão<br />
psicológica e muito blefe, no reality<br />
show Power Couple Brasil,<br />
formato criado pela israelense<br />
Dorimedia que será exibido no<br />
fim <strong>de</strong> março na gra<strong>de</strong> da Record<br />
TV. Assim como na primeira<br />
<strong>edição</strong>, que contou com<br />
patrocínio da Danone e da Via<br />
Varejo, a apresentação será do<br />
publicitário Roberto Justus. A<br />
divisão comercial da emissora,<br />
que tem o comando do executivo<br />
Walter Zagari, está com um<br />
plano comercial com cotas <strong>de</strong><br />
patrocínio integrado (Record<br />
News, portal R7 e Record TV),<br />
com valor bruto <strong>de</strong> R$ 40,229<br />
milhões.<br />
Merchandising e product<br />
placement também estão nos<br />
planos. Rodrigo Carelli, diretor<br />
“O prOgrama<br />
é um prOdutO<br />
publicitáriO muitO<br />
interessante<br />
pOrque tem<br />
uma linguagem<br />
mO<strong>de</strong>rna e<br />
cOntempOrânea”<br />
do programa, afirmou que há<br />
espaço para marcas se aproveitarem<br />
da atração para exibir<br />
seus conteúdos comerciais<br />
e fazer branding. “As provas<br />
têm conceitos muito fortes e<br />
po<strong>de</strong>rão ser aproveitadas pelos<br />
anunciantes, que também<br />
vão po<strong>de</strong>r envelopar parte dos<br />
cenários com seus produtos”,<br />
explicou. “O programa é um<br />
produto publicitário muito interessante<br />
porque tem uma<br />
linguagem mo<strong>de</strong>rna e contemporânea.<br />
Outro ponto é que<br />
tem uma audiência comprometida”,<br />
completou Justus, chairman<br />
do Grupo Newcomm <strong>de</strong><br />
Comunicação que vai dividir as<br />
gravações com sua agenda <strong>de</strong><br />
empresário. “Estou on <strong>de</strong>mand.<br />
Se precisarem, faço a<strong>de</strong>quação<br />
do meu tempo e participo das<br />
reuniões”, ele acrescentou.<br />
É o terceiro reality que Justus<br />
comanda na Record. Ele esteve<br />
à frente <strong>de</strong> O Aprendiz e A<br />
Fazenda, este em fase <strong>de</strong> negociação<br />
para a temporada <strong>2017</strong>.<br />
A Record TV também já exibiu<br />
O Jogador. Power Couple garante<br />
ao vencedor um prêmio <strong>de</strong><br />
até R$ 1 milhão. “É preciso ter<br />
coragem para fazer as apostas<br />
porque é essa ousadia que vai<br />
<strong>de</strong>finir o valor que o casal vencedor<br />
vai receber. Cada semana<br />
começa e encerra um ciclo”, <strong>de</strong>talha<br />
Justus.<br />
Além da transmissão linear,<br />
às terças e quintas, o programa<br />
terá extensão multiplataforma<br />
com transmissão pelo YouTube,<br />
em que cada casal terá um<br />
canal exclusivo. O Twitter fará<br />
transmissão em 360º e uma cobertura<br />
com formato <strong>de</strong> game<br />
no Instagram. O portal R7 vai<br />
mostrar ao vivo os duelos.<br />
Também está sendo estruturado<br />
um hub <strong>de</strong> compras para os<br />
telespectadores adquirirem os<br />
produtos usados na ambientação<br />
do programa e pelo elenco.<br />
46 6 <strong>de</strong> <strong>fevereiro</strong> <strong>de</strong> <strong>2017</strong> - jornal propmark
curtas<br />
Divulgação<br />
Alê Oliveira<br />
Até o próximo dia 19, fica instalado na Barra Funda, em São<br />
Paulo, o Budweiser Basement (foto). Inspirado nos “porões” em<br />
que gran<strong>de</strong>s marcas, bandas e i<strong>de</strong>ias foram criados pelo mundo,<br />
o espaço tem objetivo <strong>de</strong> oferecer uma experiência que remeta<br />
à história <strong>de</strong> mais <strong>de</strong> 140 anos da cerveja. “É um projeto criado<br />
para contar um pouco mais da nossa história e dividir os valores<br />
que nos unem. É um espaço interativo, que reflete nossa atitu<strong>de</strong>”,<br />
diz André Clemente, gerente <strong>de</strong> eventos da Ambev. Parceiros <strong>de</strong><br />
entretenimento como Meca, Churrascada, Mandíbula, Barbearia<br />
Corleone e Johnnie Wash também <strong>de</strong>vem levar atrações. A agenda<br />
está disponível no site www.budweiser.com.br/basement.<br />
Giuliana Viscardi foi promovida a diretora <strong>de</strong> estratégia digital,<br />
conteúdo e relacionamento na BFerraz, que acaba <strong>de</strong> fazer mudanças<br />
na estrutura <strong>de</strong> planejamento e digital. A profissional atuou em<br />
projetos para marcas como Unilever, Google e Samsung em passagens<br />
por agências do grupo FLAG (CuboCC e Pong Dinasty).<br />
O SBT divulgou a relação <strong>de</strong> 26 jurados que vão escolher O Melhor<br />
Comercial do Brasil 2016. O júri é presidido por Hugo Rodrigues<br />
(foto), da Publicis, e composto por publicitários que se <strong>de</strong>stacaram<br />
no mercado nos últimos anos. Ao final do processo <strong>de</strong><br />
votação, a dupla <strong>de</strong> criação e o anunciante vencedores ganharão<br />
uma viagem para participar do Festival <strong>de</strong> Criativida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Cannes.<br />
“Premiar a criativida<strong>de</strong> é a melhor maneira <strong>de</strong> estimular a força,<br />
a consistência e o reconhecimento da publicida<strong>de</strong> brasileira em<br />
todo o mundo”, <strong>de</strong>clara Marcelo Parada, diretor-comercial e <strong>de</strong><br />
marketing do SBT. O PROPMARK online traz a lista completa do<br />
júri no http://bit.ly/2l5Pm9X. A lista <strong>de</strong> finalistas é <strong>de</strong>finida por<br />
uma comissão interna e, <strong>de</strong>pois, passa pelo crivo do júri <strong>de</strong> mercado,<br />
que por votação online escolhe uma shortlist dos <strong>de</strong>z melhores<br />
comerciais. A última etapa é realizada em um evento fechado,<br />
previsto para abril, com a presença dos jurados, jornalistas e executivos<br />
da emissora. No dia, serão escolhidos O Melhor Comercial<br />
do Brasil e O Melhor Comercial Regional do Brasil.<br />
Divulgação<br />
A We anuncia a chegada <strong>de</strong> Ana Castelo<br />
Branco (na foto com Guy Costa), ex-<br />
-Africa e Fischer, como nova diretora <strong>de</strong><br />
criação. Ela vai atuar ao lado <strong>de</strong> Ricardo<br />
Sarno e Luis Constantino. “Todos especialistas<br />
em suas áreas <strong>de</strong> formação: direção<br />
<strong>de</strong> arte, digital e redação. Estamos<br />
aproveitando este momento <strong>de</strong> crescimento<br />
da agência para reforçar o <strong>de</strong>partamento<br />
trazendo uma profissional que<br />
enxerga a comunicação além da propaganda,<br />
mas também tem gran<strong>de</strong> experiência<br />
e reconhecimento como criativa e<br />
gestora”, diz Costa, sócio e VP <strong>de</strong> criação<br />
da We. “Não estava em meus planos um<br />
retorno à profissão por enquanto. Mas a<br />
proposta <strong>de</strong> trabalho da agência e as pessoas<br />
que conheci na We me convenceram<br />
rapidamente”, diz Ana. Em 2012, após o<br />
nascimento <strong>de</strong> seu primeiro filho, a profissional<br />
optou por um período sabático,<br />
no qual se <strong>de</strong>dicou à <strong>de</strong>fesa da causa da<br />
síndrome <strong>de</strong> Down.<br />
jornal propmark - 6 <strong>de</strong> <strong>fevereiro</strong> <strong>de</strong> <strong>2017</strong> 47
supercenas<br />
Marcello Queiroz mqueiroz@propmark.com.br<br />
Jogadores do Corinthians Steamrollers com profissionais da agência Ampfy e da produtora Sweet Films durante filmagens <strong>de</strong> comercial para a Mitsubishi Motors do Brasil criado e produzido espec<br />
NOVO MOMENTO<br />
Além <strong>de</strong> comemorar conquistas recentes e a ótima performance da<br />
Leo Burnett Tailor Ma<strong>de</strong> no último ano, Paulo Giovanni, segundo<br />
fontes, <strong>de</strong>ve anunciar nesta terça (7), durante coquetel em São Paulo,<br />
sua saída do cargo <strong>de</strong> chairman da agência. Procurado, Giovanni não<br />
quis comentar a informação. O comando da LBTM <strong>de</strong>ve ficar 100%<br />
nas mãos e mentes da dupla Marcelo Reis e Marcio Toscani.<br />
Amnésia Duo/Divulga<br />
MITSUBISHI NO SUPER BOWL<br />
Jogadores do Corinthians Steamrollers, time <strong>de</strong> futebol americano<br />
<strong>de</strong> São Paulo, são <strong>de</strong>staque do filme da Mitsubishi Motors do Brasil,<br />
criado pela Ampfy, que tem Fred Siqueira como CCO. O comercial<br />
teve veiculação programada na transmissão do Super Bowl pelo canal<br />
ESPN, neste último domingo (5) e também está nas re<strong>de</strong>s sociais<br />
da marca. “O objetivo é chamar a atenção <strong>de</strong> forma impactante”, sintetiza<br />
André Paes <strong>de</strong> Barros, CEO da Ampfy. A produção é da Sweet<br />
Films, com direção <strong>de</strong> cena <strong>de</strong> Fernando André e direção <strong>de</strong> fotografia<br />
<strong>de</strong> João Frohlich.<br />
DUPLA IRREVERENTE<br />
Além das cenas <strong>de</strong> publicida<strong>de</strong>, os diretores Pedro Giomi e Guilhermo<br />
Sartori, a dupla Amnésia, da Sentimental Filme, gostam <strong>de</strong> intervenções<br />
com Photoshop em suas imagens. A mais recente está aí ao lado<br />
direito. Os dois, que ganharam Leão <strong>de</strong> ouro no Craft Lions do ano<br />
passado, completam neste <strong>fevereiro</strong> quatro anos <strong>de</strong> trabalho a dois.<br />
Pedro Giomi e Guilhermo Sartori “photoshopados” por eles mesmos<br />
48 6 <strong>de</strong> <strong>fevereiro</strong> <strong>de</strong> <strong>2017</strong> - jornal propmark
Mario Coelho/Divulgação<br />
Marcelo Campana/Divulgação<br />
O diretor <strong>de</strong> criação da Talent Marcel, Marcello Droopy, camisa preta e óculos, com profissionais da agência que participam do case #PoeFiltro<br />
ialmente para o Super Bowl<br />
ção<br />
SUCESSO COM FILTRO<br />
Uma i<strong>de</strong>ia bacana da Talent Marcel gerou ação <strong>de</strong> combate ao câncer<br />
<strong>de</strong> pele, que já impactou mais <strong>de</strong> 31 milhões <strong>de</strong> usuários no Instagram.<br />
Ela está sendo <strong>de</strong>senvolvida para a ONG Beaba e propõe o<br />
uso da #PoeFiltro em clara oposição à #SemFiltro, muito utilizada<br />
na plataforma <strong>de</strong> fotos e ví<strong>de</strong>os. O projeto conta com participação<br />
espontânea <strong>de</strong> várias personalida<strong>de</strong>s e apoio <strong>de</strong> marcas como Drogarias<br />
Pacheco e Drogaria São Paulo. O trabalho, assinado pelo diretor<br />
<strong>de</strong> criação Marcello Droopy, tem participação dos seguintes profissionais<br />
da agência: Lucas Siqueira (redator), Paulo Almeida P.A.<br />
(diretor <strong>de</strong> arte), Vitor Ayrosa (gerente <strong>de</strong> estratégia digital), Jean<br />
Boechat (diretor <strong>de</strong> estratégia digital), Daisy Kohler (estratégia <strong>de</strong><br />
mídia digital), Fernanda Faria (supervisora <strong>de</strong> contas), Rodrigo Lugato<br />
(diretor <strong>de</strong> criação), Marcela Ferreira (supervisora <strong>de</strong> mídia),<br />
Mayara Valadares (executiva <strong>de</strong> contas) e Rafael Amorim (diretor<br />
<strong>de</strong> mídia).<br />
DESCOBERTA DE ESPÉCIES<br />
Tem estreia prevista para salas <strong>de</strong> cinema no segundo semestre<br />
<strong>de</strong>ste ano o documentário Novas Espécies, uma coprodução da Grifa<br />
Filmes, Globonews, Globofilmes, Filmland, a produtora alemã<br />
Gebrue<strong>de</strong>r BEETZ e o canal ZDF/ARTE, da Alemanha. O longa é resultado<br />
<strong>de</strong> uma exp<strong>edição</strong> <strong>de</strong> 30 dias feita no início <strong>de</strong> 2016 com<br />
um grupo <strong>de</strong> 50 cientistas e pesquisadores que exploraram a Serra<br />
da Mocida<strong>de</strong>, em Roraima, na Floresta Amazônica. O filme tem direção<br />
<strong>de</strong> Maurício Dias, sócio da Grifa. O cientista Mario Cohn-Haft,<br />
do INPA (Instituto Nacional <strong>de</strong> Pesquisas da Amazônia), norte-americano<br />
radicado no Brasil há 25 anos, foi o chefe da exp<strong>edição</strong>. O<br />
grupo conseguiu i<strong>de</strong>ntificar mais <strong>de</strong> 80 novas espécies <strong>de</strong> animais e<br />
plantas. Depois do cinema, o filme também po<strong>de</strong>rá ser visto na TV<br />
paga, na Globonews, no Brasil, e no canal alemão ZDF/ARTE.<br />
Marcos Amend/Divulgação<br />
ADAM&EVE DDB<br />
A agência londrina é a Nº<br />
1 <strong>de</strong> 2016 no Gunn Report.<br />
Em 2015, ela empatou em<br />
2º lugar com a AlmapBBDO,<br />
que ficou em 3º em 2016,<br />
junto com a Y&R da Nova<br />
Zelândia e atrás da também<br />
neozelan<strong>de</strong>sa Colenso BBDO<br />
REINO UNIDO<br />
Apesar das preocupações<br />
com o Brexit, o mercado<br />
publicitário britânico cresceu<br />
4,2% no último trimestre<br />
<strong>de</strong> 2016 movimentando £ 5<br />
bilhões. O total do ano foi <strong>de</strong><br />
£ 21 bilhões<br />
GOOGLE<br />
Depois <strong>de</strong> cinco anos,<br />
ela volta a ser a marca mais<br />
valiosa do mundo (US$ 109,4<br />
bilhões), aumento <strong>de</strong> 24%,<br />
no Brand Finance, superando<br />
a Apple, que caiu 27% (US$<br />
107,1 bilhões)<br />
MPB NO RIO<br />
Tristemente, ela per<strong>de</strong>u<br />
importante meio <strong>de</strong> difusão<br />
na semana passada com o<br />
inesperado encerramento da<br />
programação da MPB FM, do<br />
Grupo Ban<strong>de</strong>irantes<br />
FOX<br />
Com os direitos do Super<br />
Bowl <strong>de</strong>ste ano, ela po<strong>de</strong><br />
ser processada pela<br />
GNC, re<strong>de</strong> <strong>de</strong> lojas <strong>de</strong><br />
suplementos nutritivos, por<br />
comercial recusado apesar<br />
<strong>de</strong> aprovação prévia da<br />
emissora<br />
CLARO<br />
Ela registrou prejuízo <strong>de</strong><br />
R$ 714,3 milhões no último<br />
trimestre <strong>de</strong> 2016, mais<br />
do que o dobro do mesmo<br />
período <strong>de</strong> 2015<br />
O cientista Mario Cohn-Haft, <strong>de</strong> cabelos brancos, com equipe da Grifa Filmes chega à Serra da Mocida<strong>de</strong>, em Roraima<br />
jornal propmark - 6 <strong>de</strong> <strong>fevereiro</strong> <strong>de</strong> <strong>2017</strong> 49
última página<br />
Studiograndouest/iStock<br />
Quem precisa<br />
<strong>de</strong> marcas?<br />
Claudia Penteado<br />
Afinal <strong>de</strong> contas, quem precisa <strong>de</strong> marcas<br />
para sobreviver? De acordo com mais<br />
uma <strong>edição</strong> da pesquisa do grupo Havas<br />
sobre marcas relevantes/significativas, as<br />
pessoas não se incomodariam se 74% <strong>de</strong>las<br />
<strong>de</strong>saparecessem do planeta. O resultado é<br />
idêntico ao da pesquisa realizada há dois<br />
anos, e revela uma realida<strong>de</strong> alarmante: a<br />
gran<strong>de</strong> maioria das marcas - ou empresas -<br />
não faz a menor diferença na vida das pessoas.<br />
Outro dado interessante: menos <strong>de</strong><br />
27% das marcas têm impacto positivo na<br />
qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vida e no bem estar das pessoas,<br />
que em sua maioria (75%) espera que<br />
elas <strong>de</strong>sempenhem exatamente esse papel.<br />
No Brasil, o volume <strong>de</strong> pessoas com essa<br />
expectativa é ainda maior: 86%. E 85% consi<strong>de</strong>ram<br />
que empresas e marcas <strong>de</strong>veriam<br />
estar ativamente envolvidas em solucionar<br />
problemas sociais e ambientais.<br />
Há hoje forte <strong>de</strong>sconfiança<br />
dos brasileiros nas empresas<br />
e marcas em geral, especialmente<br />
na comunicação. Por<br />
outro lado, empresas socio e<br />
ambientalmente responsáveis<br />
merecem mais confiança (75%).<br />
No geral, os entrevistados consi<strong>de</strong>ram<br />
relevante o conteúdo<br />
produzido por apenas 40% das 1.500 marcas<br />
participantes. A eficiência em conteúdo<br />
está diretamente ligada à relevância<br />
da marca. E há, acredite, uma importante<br />
correlação entre relevância das marcas e<br />
lucro e resultados comerciais. Mais uma<br />
razão para prever a morte <strong>de</strong> quem só está<br />
por aqui a passeio.<br />
A gran<strong>de</strong> crise <strong>de</strong> confiança que afeta a<br />
política se esten<strong>de</strong> às empresas sem propósito,<br />
que não agregam valor por razões<br />
óbvias. Não existe milagre capaz <strong>de</strong> salvar<br />
quem não tem nada a dizer ou realizar.<br />
Simples assim. É um dilema gigantesco<br />
capitalista: como dar lucro e crescer, cumprir<br />
metas, ser competitivo e ser ao mesmo<br />
tempo... humano?<br />
“Não existe<br />
milagre capaz<br />
<strong>de</strong> salvar<br />
quem Não tem<br />
Nada a dizer,<br />
ou realizar”<br />
Como afirma a estrategista criativa Louisa<br />
Heinrich, em entrevista nesta <strong>edição</strong><br />
(página 31), o maior problema que enfrentamos<br />
hoje é o imenso <strong>de</strong>sequilíbrio entre<br />
tecnologia, dinheiro e humanida<strong>de</strong>. Empresas<br />
e marcas passaram tempo <strong>de</strong>mais<br />
se preocupando em acompanhar evoluções<br />
tecnológicas sem conseguirem, <strong>de</strong> fato, ganhar<br />
relevância junto aos clientes (as pessoas)<br />
e, com isso, gerar valor para os próprios<br />
negócios.<br />
Os leitores ávidos <strong>de</strong> Fast Company, Kevin<br />
Kelly e afins, e muitos dos “pseudoinovadores”<br />
<strong>de</strong>sse mundo quase paralelo das<br />
startups <strong>de</strong> hoje andam concentrando suas<br />
energias excessivamente em “problemas”,<br />
em sua gran<strong>de</strong> maioria, totalmente <strong>de</strong>simportantes.<br />
Quem precisa, <strong>de</strong>sesperadamente,<br />
<strong>de</strong> entrega <strong>de</strong> comida japonesa no meio<br />
da madrugada? Para que serve um aplicativo<br />
que ensina às crianças o conceito<br />
<strong>de</strong> empatia?<br />
Não se trata <strong>de</strong> algo que nós,<br />
seres humanos, mães e pais, po<strong>de</strong>mos<br />
fazer muito melhor - ou<br />
pelo menos <strong>de</strong>veríamos estar<br />
fazendo? Por que criar um aplicativo<br />
que elogia funcionários a<br />
partir do cumprimento <strong>de</strong> <strong>de</strong>terminadas<br />
metas prestabelecidas?<br />
Não seria melhor que seus superiores os<br />
olhassem nos olhos e os elogiassem diretamente?<br />
Temos a tendência <strong>de</strong> nos apaixonar<br />
pela tecnologia e acreditar que ela po<strong>de</strong><br />
resolver tudo. Só porque po<strong>de</strong>mos fazer<br />
algo, não significa que <strong>de</strong>vemos fazê-lo. É<br />
um bom mantra para a humanida<strong>de</strong>. Ainda<br />
somos, todos, muito ignorantes para<br />
essa perspectiva do papel das empresas e<br />
das marcas no mundo, ainda estamos tateando,<br />
mas sinto informar que o que se<br />
enxerga como futuro “já é”, como se diz.<br />
O estudo do Havas é apenas mais um alerta:<br />
seja lá o que estivermos fazendo neste<br />
momento, precisamos fazer melhor. Muito<br />
melhor.<br />
50 6 <strong>de</strong> <strong>fevereiro</strong> <strong>de</strong> <strong>2017</strong> - jornal propmark
CIDADES SÃO COMO PESSOAS<br />
Você po<strong>de</strong> achar que conhece muito uma <strong>de</strong>las. Po<strong>de</strong> amá-la e até<br />
visitá-la várias vezes. Mas a gente só conhece alguém <strong>de</strong> verda<strong>de</strong>, por<br />
inteiro, quando mora junto. Só quem mora junto sabe exatamente do<br />
que o outro vai gostar. Só quem mora junto conhece os hábitos mais<br />
íntimos, a rotina, as esquisitices e o charme <strong>de</strong> cada um. Só quem mora<br />
junto é capaz <strong>de</strong> realmente surpreen<strong>de</strong>r o outro. A Invent não mora<br />
em apenas uma cida<strong>de</strong>: mora em seis. Em qualquer uma <strong>de</strong>las, é capaz<br />
<strong>de</strong> surpreen<strong>de</strong>r o seu público. Afinal, dorme e acorda com ele. Está<br />
diariamente estudando os hábitos e emoções <strong>de</strong> seus consumidores.<br />
Isso faz toda a diferença. Por isso, se a sua marca quer uma ativação<br />
mais impactante, mais criativa, mais planejada, você já sabe quem<br />
procurar. Invent, a agência <strong>de</strong> live marketing presente em mais cida<strong>de</strong>s<br />
e cada vez mais preparada para você.<br />
São Paulo | Salvador | Brasília<br />
Rio <strong>de</strong> Janeiro | Manaus | Fortaleza<br />
inventpromo.com.br