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edição de 6 de fevereiro de 2017

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propmark.com.br<br />

DIGITAL AVANÇA NA<br />

J. WALTer ThompsoN<br />

Processo <strong>de</strong> integração<br />

digital, iniciado há<br />

sete anos, começou<br />

pela área <strong>de</strong> mídia e já<br />

envolve toda a agência.<br />

Falta o back office,<br />

como explica o CEO<br />

Ezra Geld. pág. 20<br />

bIG DATA GANhA<br />

mAIor CoNFIANÇA<br />

Pesquisa global, localmente<br />

coor<strong>de</strong>nada<br />

pela Abemd, presidida<br />

por Efraim Kapulski,<br />

revela confiança do<br />

mercado em relação<br />

ao big data. Especialistas<br />

avaliam. pág. 12<br />

ANo 52 - Nº 2632 - 6 <strong>de</strong> <strong>fevereiro</strong> <strong>de</strong> <strong>2017</strong> r$ 15,00<br />

KNoW-hoW DA AbrIL VAI<br />

pArA oUTrAs empresAs<br />

O Grupo Abril, presidido<br />

por Walter Longo,<br />

oferece sua estrutura<br />

e know-how no gerenciamento<br />

<strong>de</strong> assinaturas<br />

para editoras<br />

e outras empresas do<br />

mercado. pág. 45<br />

Nizan<br />

muda foco<br />

estratégico<br />

Até o ano passado mais <strong>de</strong>dicado à<br />

Africa, o empresário Nizan Guanaes, do<br />

Grupo AbC, começa <strong>2017</strong> com retorno<br />

à Dm9DDb. ele quer “chacoalhar” a<br />

agência e redimensioná-la com hub<br />

digital. págs. 3 (Editorial) e 16<br />

Rodrigo Pirim/Divulgação


Vigor. Vencedora<br />

DO GP Prêmio<br />

Colunistas<br />

como Anunciante<br />

do Ano em 2016.<br />

O<br />

Quem conta com os Resultores da Fischer,<br />

além <strong>de</strong> resultados, ainda ganha prêmios.


editorial<br />

Armando Ferrentini<br />

aferrentini@editorareferencia.com.br<br />

o agitador<br />

ativida<strong>de</strong> publicitária não <strong>de</strong>ve ser estritamente técnica. Ela<br />

A tem um componente artístico que, em algumas ocasiões, exige<br />

dos seus criadores muito mais do que incluir essa dose necessária<br />

<strong>de</strong> arte nas peças ou campanhas a serem apresentadas ao<br />

público, <strong>de</strong>vidamente aprovadas pelos clientes-anunciantes.<br />

Em certos momentos, é necessária até mesmo a exposição pessoal<br />

dos criativos <strong>de</strong> <strong>de</strong>terminado anúncio, comercial ou campanha,<br />

chamando para si a explicação do trabalho prestes a ser veiculado,<br />

para que não pairem dúvidas sobre os seus objetivos.<br />

A coisa cresce quando o próprio presi<strong>de</strong>nte <strong>de</strong> um grupo <strong>de</strong> agências,<br />

ou apenas <strong>de</strong> uma <strong>de</strong>las, chama para si a responsabilida<strong>de</strong><br />

não <strong>de</strong> apresentar conteúdo publicitário, mas <strong>de</strong> criar um fato<br />

novo que o leve a explicar aos diversos públicos-alvo do mercado<br />

em que atua, as razões <strong>de</strong> uma mudança ou acréscimo <strong>de</strong> rumos<br />

na sua vida empresarial.<br />

Este foi o <strong>de</strong>safio enfrentado – mais um – por Nizan Guanaes na última<br />

semana, após bombar no Facebook diariamente <strong>de</strong> Trancoso<br />

sobre abobrinhas mil <strong>de</strong> quem está curtindo férias em um lugar<br />

paradisíaco, mas reservado a uma elite até merecedora <strong>de</strong>sse privilégio,<br />

em um país que produziu novos ricos em tão pouco tempo<br />

nos últimos anos.<br />

Guanaes, porém, é diferente. Não se limita a relaxar nas férias. Ao<br />

contrário, elas lhe servem para rever sua vida, suas ativida<strong>de</strong>s e<br />

tudo o mais que possa ser melhorado na sua passagem pelo planeta.<br />

Foi na placitu<strong>de</strong> <strong>de</strong> Trancoso que ele <strong>de</strong>senvolveu a i<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> voltar<br />

a assumir por algum tempo a DM9, agência on<strong>de</strong> ele foi estagiário,<br />

em Salvador, em 1978, antes <strong>de</strong> consagrar sua carreira no mercado<br />

paulistano e posteriormente comprar, em 1989, a mesma marca<br />

DM9, na qual ele iniciou sua trajetória publicitária.<br />

Po<strong>de</strong> até ser que seu estalo foi precedido por uma preocupação<br />

sua e dos acionistas da DM9DDB, a respeito das dificulda<strong>de</strong>s do<br />

mercado provocadas pela crise, que costumam atingir mais cedo<br />

as agências mais criativas, em um paradoxo para o qual há muitas<br />

explicações e nenhuma conclusão.<br />

O fato é que Nizan, sempre surpreen<strong>de</strong>nte, mal chegou a São<br />

Paulo e anunciou a bomba: passaria a frequentar diariamente a<br />

agência da Briga<strong>de</strong>iro Luís Antonio, <strong>de</strong>ixando um pouco <strong>de</strong> lado a<br />

consagrada Africa, situada em uma avenida lá perto, <strong>de</strong> um outro<br />

briga<strong>de</strong>iro.<br />

Ele não colocou <strong>de</strong>ssa forma à imprensa que o cercou na festa<br />

baiana que promoveu na tar<strong>de</strong>/noite da última quinta-feira (2), na<br />

DM9DDB. Disse que vai dançar um baião <strong>de</strong> dois por algum tempo,<br />

um pouco na Faria Lima, um muito na Luís Antonio, homenageando<br />

com isso também o seu querido filho Antonio, um dos<br />

principais personagens dos posts <strong>de</strong> Guanaes durante suas férias<br />

na praia.<br />

Das centenas <strong>de</strong> amigos que para lá se dirigiram, à procura <strong>de</strong> Nizan,<br />

dos acarajés e <strong>de</strong> outras baianitu<strong>de</strong>s que somente o pessoal<br />

que nasceu na terra por on<strong>de</strong> o Brasil foi <strong>de</strong>scoberto conhece bem,<br />

muitos <strong>de</strong>les imaginaram que se tratava <strong>de</strong> mais uma festa promovida<br />

por Guanaes e na segunda-feira tudo voltaria ao normal.<br />

Quem o conhece a fundo, além <strong>de</strong>le próprio, sabe que não será<br />

<strong>de</strong>sse jeito.<br />

Ele vai fazer tudo para arrebentar a missão que abraçou, ainda que<br />

premido pelas circunstâncias nacionais e internacionais.<br />

Guanaes já recebia seus convidados com uma comemoração recente:<br />

acabara <strong>de</strong> conquistar uma nova conta para a DM9 pelo Facebook,<br />

através <strong>de</strong> mensagem postada por um conhecido que há<br />

muito lhe procurava para saber como era esse negócio <strong>de</strong> agência<br />

e cliente.<br />

Po<strong>de</strong> ser uma conta minúscula, mas é sempre um bom sinal que,<br />

segundo ele, seus orixás sempre emitem quando a situação exige.<br />

E não se <strong>de</strong>ve <strong>de</strong>ixar <strong>de</strong> consi<strong>de</strong>rar que Nizan propositalmente<br />

marcou essa festa <strong>de</strong> posse na DM9DDB para o 2 <strong>de</strong> <strong>fevereiro</strong>, “Dia<br />

<strong>de</strong> festa no mar/Eu quero ser o primeiro/A saudar Iemanjá”. Caymmi<br />

sabia o que cantava. Nizan Guanaes sabe o que interpreta.<br />

***<br />

Louve-se, nessa festa, a alegria dos seus companheiros <strong>de</strong><br />

DM9DDB, pela conquista do passe <strong>de</strong>sse Gabriel Jesus do negócio<br />

publicitário, ainda que seja por curto empréstimo, ou mesmo para<br />

jogar meio tempo em cada time: DM9DDB e Africa.<br />

Louve-se a atitu<strong>de</strong> <strong>de</strong> Paulo Cesar Queiroz, o Paulão querido por<br />

todos quantos o conhecem pela sua postura <strong>de</strong> quem sabe muito,<br />

mas faz questão <strong>de</strong> transmitir que está sempre apren<strong>de</strong>ndo.<br />

Paulão vibrava como um menino ganhando uma bola no Natal.<br />

Sabia por certo que esse papai-noel baiano vai lhe trazer muitos<br />

presentes, além <strong>de</strong> promover rodadas <strong>de</strong> acarajés e muita água<br />

<strong>de</strong> coco.<br />

FraSeS<br />

“Vocês acreditam no que estão vendo ou acreditam no<br />

que estou falando?”<br />

(Groucho Marx, citado na Jovem Pan)<br />

“Sofrimento é passageiro. <strong>de</strong>sistir é para sempre.”<br />

(Walter Zagari, TV Record)<br />

“a publicida<strong>de</strong> não po<strong>de</strong> ser manipulada por interesses<br />

escusos e ilícitos.”<br />

(Francisco Paes <strong>de</strong> Barros, Estadão)<br />

“Se você quer o arco-íris, precisa provi<strong>de</strong>nciar a chuva.”<br />

(Dolly Parton, no livro “As 25 Leis Bíblicas do Sucesso”, <strong>de</strong><br />

Willian Douglas e Rubens Teixeira)<br />

“Não é a dúvida, mas a certeza que nos enlouquece.”<br />

(Nietzsche, citado por Contardo Calligaris, Folha)<br />

“o socialismo e o capitalismo selvagem são extremos<br />

que se tocam.”<br />

(Entreouvido na FGV)<br />

jornal propmark - 6 <strong>de</strong> <strong>fevereiro</strong> <strong>de</strong> <strong>2017</strong> 3


MeRcado<br />

Índice<br />

Uso <strong>de</strong> dados no<br />

marketing cresce<br />

Pesquisa global, coor<strong>de</strong>nada no Brasil pela<br />

Abemd, aponta que 73% dos profissionais<br />

do mercado brasileiro confiam no valor da<br />

disciplina. pág. 12<br />

MaRcaS<br />

16<br />

capa<br />

nizan Guanaes<br />

retorna à dM9<br />

Fundador do ABC,<br />

empresário <strong>de</strong>ixa Africa e<br />

assume posição na criação da<br />

agência. Paulo Cesar Queiroz<br />

continua como presi<strong>de</strong>nte.<br />

diGiTal<br />

Ronaldo se<br />

associa a time<br />

<strong>de</strong> esporte<br />

eletrônico<br />

Responsável por<br />

movimentar, em 2015,<br />

mais <strong>de</strong> US$ 610 milhões<br />

no mundo, setor <strong>de</strong><br />

e-Sports atrai cada vez mais<br />

investidores. No Brasil, o<br />

ex-jogador <strong>de</strong> futebol vira<br />

sócio do CNB. pág. 35<br />

Rap ganha relevância na publicida<strong>de</strong><br />

Credibilida<strong>de</strong> é um dos motivos que têm trazido o estilo musical para diversas campanhas, além<br />

da popularização do ritmo e outras representações artísticas do movimento hip hop. pág. 42<br />

aGÊnciaS<br />

JWT consolida processo para ser 100% digital<br />

Ezra Geld afirma que o projeto da agência, que ocupa a 11ª colocação do Kantar Ibope Media,<br />

está no final. Para ele, a era digital, mais do que uma tendência, é cultural. pág. 20<br />

Diretor e Jor na lis ta Res pon sá vel<br />

Ar man do Fer ren ti ni<br />

Diretor <strong>de</strong> Redação<br />

Marcello Queiroz<br />

Editores<br />

Neu sa Spau luc ci<br />

Kelly Dores (Site)<br />

Alê Oliveira (Fotografia)<br />

Editores-Assistentes<br />

Cristiane Marsola<br />

Paulo Macedo<br />

Repórteres<br />

Bárbara Barbosa (SP)<br />

Danúbia Paraizo (SP)<br />

Mariana Zirondi (SP)<br />

Claudia Penteado (RJ)<br />

Assistente <strong>de</strong> Redação<br />

Vanessa Franco <strong>de</strong> Bastos<br />

Editor <strong>de</strong> Arte<br />

Adu nias Bis po da Luz<br />

Assistentes <strong>de</strong> Arte<br />

Lucas Boccatto<br />

Michel Medina<br />

Revisor<br />

José Carlos Boanerges<br />

Site<br />

propmark.com.br<br />

Redação<br />

Rua Fran çois Coty, 228<br />

CEP 01524-030 – São Pau lo-SP<br />

Tels: (11) 2065-0772 e 2065-0766<br />

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as ma té rias as si na das não re pre sen tam ne ces sa riamen<br />

te a opi nião <strong>de</strong>s te jor nal, po <strong>de</strong>n do até mes mo ser<br />

con trá rias a ela.<br />

4 6 <strong>de</strong> <strong>fevereiro</strong> <strong>de</strong> <strong>2017</strong> - jornal propmark


ESPM<br />

EXPERIENCE<br />

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Não perca essa<br />

oportunida<strong>de</strong><br />

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conexões<br />

Inspiração<br />

“O texto da coluna Inspiração (<strong>edição</strong><br />

2631) traduz com perfeição nossas<br />

inseguranças e medos, mas, acima<br />

<strong>de</strong> tudo, reforça o lado mágico <strong>de</strong> como<br />

superar isso, ver a beleza que nos<br />

cerca e utilizar tudo isso como inspiração.<br />

É voltar à essência, contemplar<br />

o básico, mudar o ângulo pelo qual<br />

olhamos as coisas e, principalmente,<br />

as pessoas... somos todos oceano e<br />

não o peixe.”<br />

Leila <strong>de</strong> Oliveira<br />

Grupo Martins<br />

Uberlândia - MG<br />

Também tenho tido experiências<br />

extraordinárias com o invisível e<br />

sinto falta <strong>de</strong> que isso seja mais conversado<br />

e valorizado no mundo corporativo.”<br />

Caroline Carvalho Bueno<br />

Grupo Paranaense <strong>de</strong> Comunicação<br />

Curitiba - PR<br />

“Acabei <strong>de</strong> ler o texto Mergulhar e<br />

emergir com novas visões, <strong>de</strong> Christina<br />

Carvalho Pinto (<strong>edição</strong> 2631). Lindo<br />

<strong>de</strong>mais. A observação do mundo à<br />

nossa volta é uma janela mesmo para<br />

o divino. Basta estar atento.”<br />

Andréa Álvares<br />

Natura<br />

São Paulo - SP<br />

Erratas<br />

Diferentemente do publicado na reportagem<br />

Cervejas reveem estratégias<br />

e diminuem publicida<strong>de</strong> na TV<br />

(<strong>edição</strong> 2631), o Grupo Petrópolis não<br />

é dono da marca Miller. A SABMiller<br />

foi vendida no ano passado para a<br />

AB Inbev e, <strong>de</strong>vido a negociações, a<br />

marca Miller passou a ser controlada<br />

pela Molson Coors. O Grupo Petrópolis<br />

continua parceiro da marca,<br />

sendo responsável pela fabricação e<br />

distribuição da Miller no Brasil.<br />

última Hora<br />

PREMIUM<br />

O consumo <strong>de</strong> produtos<br />

premium passa por um forte<br />

crescimento no Brasil e na<br />

América Latina, garante<br />

recente estudo global da<br />

Nielsen sobre o segmento.<br />

Entre junho <strong>de</strong> 2015 e junho<br />

<strong>de</strong> 2016, por exemplo, a<br />

progressão do segmento<br />

superou os <strong>de</strong> FMCG (Fast<br />

Moving Consumer Goods<br />

- Bens <strong>de</strong> Consumo <strong>de</strong><br />

Movimentação Rápida)<br />

na região. O que está<br />

conduzindo essa expansão<br />

é a percepção <strong>de</strong> melhora<br />

nas finanças, maior po<strong>de</strong>r<br />

<strong>de</strong> compra e acesso a maior<br />

gama <strong>de</strong> produtos.<br />

ENCONTRO<br />

A Leo Burnett Tailor Ma<strong>de</strong><br />

realiza encontro com<br />

profissionais do mercado<br />

nesta terça-feira (7), em São<br />

dorinHo<br />

Paulo. Segundo a agência,<br />

a intenção é marcar um<br />

novo momento da agência<br />

e comemorar a recente<br />

conquistas <strong>de</strong> contas.<br />

CONCORRÊNCIA<br />

Com relacionamento<br />

<strong>de</strong> cerca <strong>de</strong> uma década<br />

com a LDC, a Nextel está<br />

promovendo concorrência<br />

<strong>de</strong> publicida<strong>de</strong>. O processo<br />

está sob a coor<strong>de</strong>nação<br />

da Scopen, da executiva<br />

Graziela Di Giorgi. A LDC,<br />

segundo fonte com acesso à<br />

<strong>de</strong>cisão do anunciante, está<br />

convidada para participar<br />

do processo seletivo. A<br />

formalização do convite à<br />

agência foi feito ainda na<br />

gestão <strong>de</strong> Guga Ketzer, que<br />

foi substituído no início <strong>de</strong><br />

2016 por Alcir Gomes Leite.<br />

As <strong>de</strong>mais agências ainda<br />

estão sendo <strong>de</strong>finidas.<br />

“O texto especial que Christina Carvalho<br />

Pinto escreveu para a coluna<br />

Inspiração do PROPMARK (<strong>edição</strong><br />

2631) sobre ser o oceano e a conexão<br />

com o Gran<strong>de</strong> Criativo, entre<br />

outros, me tocou sobremaneira.<br />

Por um erro <strong>de</strong> <strong>edição</strong>, o nome da<br />

agência que criou o filme #AntesQue-<br />

SejaTar<strong>de</strong> para Unicef saiu trocado na<br />

nota Solidarieda<strong>de</strong>, da coluna Quem<br />

Fez (<strong>edição</strong> 2631). Quem assina a peça<br />

é a Isobar, não a Artplan.<br />

Facebook<br />

Post: Cervejas reveem estratégias<br />

e diminuem publicida<strong>de</strong> na<br />

TV<br />

“Vocês realmente postam conteúdo<br />

bacana, que vale a pena ler!”<br />

Marcos Pereira<br />

“Bate exatamente com a forma<br />

que percebi o mercado atual <strong>de</strong><br />

alguns segmentos citados na<br />

matéria, como café, chocolates<br />

e, claro, a cerveja.”<br />

Cassiano Araujo<br />

Post: Otimismo do brasileiro fica<br />

acima da média global<br />

“Que maravilha esse top 10. Estou<br />

feliz <strong>de</strong>mais com a situação <strong>de</strong>ste<br />

país, pow.”<br />

Yuri Nodario<br />

Post: Gabriel Medina vai circular<br />

em carros da Easy em ação da<br />

Frooty<br />

“Pegando o táxi em 3, 2, 1...”<br />

Suelen Silva<br />

Disqus (comentários no site <strong>de</strong> 28<br />

<strong>de</strong> janeiro a 3 <strong>de</strong> <strong>fevereiro</strong>)<br />

Post: Errei<br />

“Reconhecer um erro por si já é uma<br />

gran<strong>de</strong>za. Fazê-lo por meio da escrita<br />

ainda mais. Torço para que essa atitu<strong>de</strong><br />

se multiplique por aí e, principalmente,<br />

no meio publicitário.”<br />

Benê Ferreira<br />

Post: “Uma história bem contada<br />

seduz <strong>de</strong>liciosamente”, diz Paula<br />

Trabulsi<br />

“Muito bom! Sinto-me inspirado! Parabéns,<br />

Paula!”<br />

Rick_Deckard<br />

Post: Ví<strong>de</strong>o business é a gran<strong>de</strong><br />

tendência para ganhar dinheiro<br />

em <strong>2017</strong><br />

“Muito bom!”<br />

Aline Souza<br />

Post: Fabiana Scaranzi aposta em<br />

site na plataforma F*Hits<br />

“Parabéns! Sucesso.”<br />

Alexandra Povalic<br />

6 6 <strong>de</strong> <strong>fevereiro</strong> <strong>de</strong> <strong>2017</strong> - jornal propmark


mercadO<br />

Sanitários e quiosques <strong>de</strong> flores vão<br />

integrar o portfólio <strong>de</strong> OOH <strong>de</strong> SP<br />

Prefeitura lançará até abril "chamamento público" para empresas<br />

interessadas em se candidatar para disputar gerenciamento dos espaços<br />

Danúbia Paraizo<br />

Acompanhando o movimento<br />

das principais cida<strong>de</strong>s<br />

do mundo, como São Francisco<br />

(EUA) e Paris (França), o inventário<br />

<strong>de</strong> mobiliário urbano da<br />

capital paulista receberá em<br />

breve novos formatos.<br />

Além dos tradicionais relógios<br />

<strong>de</strong> rua e abrigos <strong>de</strong> ônibus,<br />

hoje gerenciados pela Otima<br />

e JCDecaux, os banheiros públicos<br />

e quiosques <strong>de</strong> flores<br />

recém-inseridos <strong>de</strong> forma experimental<br />

na cida<strong>de</strong> também<br />

integrarão o portfólio <strong>de</strong> mídia<br />

exterior.<br />

Segundo Marcos Penido, secretário<br />

municipal <strong>de</strong> Serviços<br />

e Obras <strong>de</strong> São Paulo, a Prefeitura<br />

tem recebido propostas<br />

<strong>de</strong> empresas interessadas em<br />

apresentar seus mo<strong>de</strong>los <strong>de</strong><br />

banheiros e quiosques. Todos<br />

os formatos estão sendo<br />

testados, bem como a experiência<br />

dos usuários analisada,<br />

para que essas informações<br />

aju<strong>de</strong>m a secretaria na elaboração<br />

da proposta <strong>de</strong> edital. “A<br />

partir do momento que vamos<br />

agregar novas modalida<strong>de</strong>s <strong>de</strong><br />

mobiliário urbano, temos <strong>de</strong><br />

convocar chamamento público<br />

para que todos os interessados<br />

possam se candidatar<br />

para esse gerenciamento. A<br />

expectativa é que até abril o<br />

documento seja publicado no<br />

Diário Oficial. Vamos analisar<br />

e escolher a melhor proposta<br />

técnica e financeira, aproveitando<br />

a proposição mais vantajosa<br />

para a administração<br />

pública”, disse Penido.<br />

No último dia 25, a gestão<br />

municipal apresentou dois<br />

protótipos <strong>de</strong> banheiro público:<br />

o da empresa Peebox, instalado<br />

na Praça Dom José Gaspar,<br />

e o da JCDecaux, no Largo<br />

do Arouche, ambas na região<br />

central da cida<strong>de</strong>.<br />

Na ocasião, o prefeito João<br />

Doria lançou o mote da ação:<br />

Estou aqui para tirar você do<br />

Sanitários da Peebox, JCDecaux e Star Ambiental já estão sendo testados na cida<strong>de</strong>; Prefeitura lançará edital em breve<br />

“Vamos analisar<br />

e escolher a<br />

melhor proposta<br />

técnica e<br />

financeira,<br />

aproVeitando a<br />

proposição mais<br />

Vantajosa para a<br />

administração”<br />

aperto e sinalizou que quando<br />

aprovado o mo<strong>de</strong>lo que melhor<br />

servir à cida<strong>de</strong>, os custos<br />

da instalação e manutenção<br />

dos espaços serão feitos por<br />

meio <strong>de</strong> veiculação <strong>de</strong> publicida<strong>de</strong><br />

nas cabines. No exterior,<br />

a própria JCDecaux atua<br />

no segmento <strong>de</strong>s<strong>de</strong> 1982, sendo<br />

pioneira na veiculação <strong>de</strong><br />

campanhas publicitárias em<br />

banheiros públicos. As peças<br />

são parecidas às utilizadas em<br />

bancas <strong>de</strong> jornal.<br />

Em Paris, por exemplo, a<br />

empresa <strong>de</strong>tém contrato exclusivo<br />

<strong>de</strong>s<strong>de</strong> 2008 com a prefeitura,<br />

gerenciando mais <strong>de</strong><br />

400 banheiros eco-friendly<br />

na cida<strong>de</strong>. No Rio <strong>de</strong> Janeiro,<br />

o mais próximo do mo<strong>de</strong>lo<br />

apresentado é o trabalho feito<br />

pela Clear Channel.<br />

A empresa atua na manutenção<br />

<strong>de</strong> parte dos banheiros<br />

públicos como contrapartida,<br />

mas, por enquanto, não tem<br />

Cesar Ogata/ Secom<br />

previsão <strong>de</strong> utilizar os equipamentos<br />

como mídia.<br />

No último fim <strong>de</strong> semana,<br />

um novo projeto começou a<br />

ser testado na capital paulista.<br />

O formato é da Star Ambiental,<br />

especializada em serviços<br />

<strong>de</strong> limpeza urbana. Além dos<br />

banheiros, está em fase <strong>de</strong> testes<br />

um quiosque <strong>de</strong> flores na<br />

Praça Panamericana, no Alto<br />

<strong>de</strong> Pinheiros. O projeto foi i<strong>de</strong>alizado<br />

pela Otima e assinado<br />

pelo <strong>de</strong>signer Índio da Costa.<br />

Segundo a empresa, o mo<strong>de</strong>lo<br />

segue o padrão do projeto experimental<br />

<strong>de</strong> quiosque <strong>de</strong> serviços<br />

pensado para o Rio <strong>de</strong> Janeiro,<br />

on<strong>de</strong> a Otima possui contrato <strong>de</strong><br />

comercialização exclusiva dos<br />

espaços publicitários em mobiliário<br />

urbano do Porto Maravilha,<br />

ao lado da concessionária Porto<br />

Novo. As novas modalida<strong>de</strong>s <strong>de</strong><br />

mídia exterior <strong>de</strong> São Paulo integram<br />

o programa Cida<strong>de</strong> Linda,<br />

da Prefeitura.<br />

jornal propmark - 6 <strong>de</strong> <strong>fevereiro</strong> <strong>de</strong> <strong>2017</strong> 7


ENTREGUE<br />

SUA CONTA<br />

PARA UM<br />

BAIANO<br />

QUE ESTÁ<br />

COMEÇANDO.<br />

Com frio na barriga e um pouco <strong>de</strong> refluxo, vou começar tudo <strong>de</strong> novo. Aos 58 anos, vou<br />

sair da minha zona <strong>de</strong> conforto e assumir a li<strong>de</strong>rança da DM9, agência que fun<strong>de</strong>i há<br />

27 anos. A DM9, como qualquer agência <strong>de</strong> 27 anos, precisa <strong>de</strong> uma boa chacoalhada.<br />

E eu, como qualquer pessoa <strong>de</strong> 58, preciso <strong>de</strong> uma boa chacoalhada igual.<br />

Em 2015, aos 56 anos, fiz a meia maratona <strong>de</strong> Amsterdã, pois o mesmo analista maluco<br />

que me convenceu a enfrentar os 21 quilômetros no frio <strong>de</strong> Amsterdã e acordar todos<br />

os dias às 5h da manhã para treinar para o “Ironman Short – 2018”, agora me convenceu<br />

a encarar o <strong>de</strong>safio <strong>de</strong> <strong>de</strong>scer para a planície, colocar a mão na massa e voltar a escrever<br />

roteiros, posts, virais e estratégias.<br />

Meu médico me disse rindo: Nizan, você precisa ter problemas reais, senão você cria<br />

problemas imaginários.<br />

Por isso, me dê seus problemas, me dê suas contas, me dê suas angústias. Aposte neste<br />

baiano que está começando <strong>de</strong> novo. Que tem o gás daquele baiano <strong>de</strong> 160 quilos<br />

e a experiência <strong>de</strong>ste baiano <strong>de</strong> hoje.


O último comercial que criei foi o filme <strong>de</strong> fim <strong>de</strong> ano do Itaú, que falava sobre o tempo. Bom, eu,<br />

Nizan Guanaes, sou o tempo. Só que em vez <strong>de</strong> brigar com o tempo, eu me reinvento <strong>de</strong><br />

tempos em tempos. Morro e renasço. Começo <strong>de</strong> novo. Falho. Roo as unhas. Não durmo.<br />

Dou a cara para bater. Mas a minha chama e a minha paixão pelo que eu faço não morrem<br />

nem se aposentam.<br />

Com essa paixão, eu fiz a DM9, a Africa, o Grupo ABC. Fiz o iG e investi na AgênciaClick<br />

quando ninguém acreditava ainda em Internet. Quando eu comecei a DM9, o Brasil estava<br />

em crise. E um monte <strong>de</strong> anunciantes malucos tiveram a ousadia <strong>de</strong> apostar num baiano<br />

gordinho que estava começando naquela época. Por isso, se você for doido o bastante para<br />

apostar num baiano que está começando <strong>de</strong> novo, eu garanto que vou colocar essa paixão<br />

pelo que faço a seu serviço. Vou colocar a seu serviço a minha capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> falar com o povo<br />

brasileiro. De emocionar com uma pizza e Guaraná, um monte <strong>de</strong> mamíferos ou os emojis do Itaú.<br />

Como fundador do iG, da AgênciaClick e da agência Pereira & O’Dell, eu amo a Internet<br />

e não tenho medo do mundo digital.<br />

Por isso, criei com ela alguns dos maiores cases do Google e do Facebook. Aliás, <strong>de</strong>scobri<br />

Serpas, Gordilhos, Valentes, Camilas, Ecos, Erh Rays, Lorentes, Aricios e Paulos Coelhos<br />

e criar um ambiente próprio para o talento <strong>de</strong>les foi o segredo do meu sucesso. Eu não sou<br />

uma pessoa. Eu sou um time.<br />

Portanto, eu quero com esse anúncio atrair não só contas, mas talentos. Porque foi atraindo<br />

anunciantes que amam gran<strong>de</strong>s i<strong>de</strong>ias e talentos que produzem gran<strong>de</strong>s i<strong>de</strong>ias que fiz<br />

a DM9, a Africa, o ABC e estou aqui para fazer a DM9 tudo <strong>de</strong> novo.<br />

Se você quiser falar comigo, ligue para a DM9 no (11) 3054-9999 ou me man<strong>de</strong> um e-mail<br />

no nizan.dm9@dm9ddb.com.br.<br />

Em 1990, quando não havia nem e-mail, o primeiro anunciante a vir foi a Valisere. Depois<br />

veio o Itaú Seguros e o resto da história <strong>de</strong> sucesso vocês sabem.<br />

Eu sei que, numa crise, talvez não seja a hora <strong>de</strong> apostar num baiano que está começando.<br />

Mas em 1990 também o Brasil estava em crise. E muitos anunciantes corajosos tiveram<br />

a coragem <strong>de</strong> apostar em um baiano que estava começando. Então, venham. Tenham a mesma<br />

coragem, e vamos, com fé em Deus, fazer uma história <strong>de</strong> sucesso, tudo <strong>de</strong> novo.<br />

Nizan Guanaes<br />

#TUDODENOVO<br />

dm9ddb.com.br • facebook.com/dm9ddb • twitter.com/dm9ddb • youtube.com/agenciadm9ddb • instagram.com/dm9ddb


mercado<br />

Publicida<strong>de</strong> com problemas leva<br />

usuários a instalar adblockers<br />

Preocupação com vírus e ví<strong>de</strong>os ininterruptos são alguns dos motivos<br />

para que sejam feitos bloqueios, não a rejeição aos anúncios online<br />

uso <strong>de</strong> adblockers nos Estados<br />

Unidos, que representa<br />

O<br />

18% dos usuários <strong>de</strong> internet, é<br />

significamente maior do que a<br />

média global, <strong>de</strong> 11%. Os internautas<br />

americanos afirmam que<br />

utilizam os bloqueadores por<br />

problemas <strong>de</strong> entrega da publicida<strong>de</strong><br />

online, não por rejeição<br />

a ela, exclusivamente. Os dados<br />

são do <strong>2017</strong> Adblock Report, realizado<br />

pela PageFair, provedora<br />

<strong>de</strong> soluções <strong>de</strong> adblock para<br />

anunciantes.<br />

A pesquisa entrevistou 4.626<br />

usuários que usam adblockers<br />

nos Estados Unidos e <strong>de</strong>scobriu<br />

que o perfil <strong>de</strong>mográfico se expandiu<br />

para além dos jovens do<br />

sexo masculino. No entanto, os<br />

homens ainda são 34% mais propensos<br />

do que as mulheres a usar<br />

adblockers em computadores<br />

<strong>de</strong>sktop e laptops. E os usuários<br />

<strong>de</strong> internet em áreas urbanas têm<br />

17% mais probabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> usar<br />

adblockers do que aqueles em<br />

áreas rurais.<br />

Entre as principais motivações<br />

para o uso do software estão<br />

as preocupações com vírus/<br />

De acordo com pesquisa da PageFair, homens são os que mais usam esse tipo <strong>de</strong> software em <strong>de</strong>sktops e laptops<br />

malware (30%) e os formatos <strong>de</strong><br />

anúncios ininterruptos (29%).<br />

Velocida<strong>de</strong> (16%), quantida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> anúncios (14%) e privacida<strong>de</strong><br />

(6%) também foram citadas.<br />

A insatisfação com os formatos<br />

<strong>de</strong> anúncios ininterruptos, como<br />

anúncios <strong>de</strong> ví<strong>de</strong>o em que não é<br />

possível pular (31%) ou reproduzidos<br />

automaticamente (23%),<br />

não impediu que 77% dos entrevistados<br />

indicassem que alguns<br />

alexsal/iStock<br />

formatos <strong>de</strong> anúncio são aceitáveis.<br />

Os banners estáticos foram<br />

preferidos por 52% e anúncios <strong>de</strong><br />

ví<strong>de</strong>os que po<strong>de</strong>m ser pulados,<br />

por 35%. As pessoas são neutras<br />

com anúncios nativos.<br />

curtas<br />

O Lions Innovation anunciou<br />

os presi<strong>de</strong>ntes <strong>de</strong> júri<br />

<strong>de</strong>sta <strong>edição</strong>. Susan Lyne,<br />

presi<strong>de</strong>nte e sócia-diretora da<br />

BBG Ventures, está à frente<br />

<strong>de</strong> Innovation, e Eric Salama<br />

(foto), CEO da Kantar, foi escolhido<br />

para presidir Creative<br />

Data. Além <strong>de</strong> premiar o melhor<br />

trabalho nas duas áreas,<br />

o evento <strong>de</strong> dois dias durante<br />

o Cannes Lions Internacional<br />

Festival of Creativity lançou o<br />

The Discovery Zone, programa<br />

<strong>de</strong>dicado a empresas <strong>de</strong><br />

tecnologia. Cem startups <strong>de</strong><br />

todo o ecossistema tecnológico<br />

global juntam forças com<br />

os maiores players <strong>de</strong> publicida<strong>de</strong><br />

e marketing.<br />

Fotos: Divulgação<br />

Alguns caminhoneiros que passaram por um dos postos Shell<br />

em Guarulhos, na Gran<strong>de</strong> São Paulo, viveram uma situação inusitada.<br />

Ao pararem para realizar a troca <strong>de</strong> óleo, encontraram a<br />

dupla Rionegro & Solimões (foto) pedindo carona. A ação dos<br />

lubrificantes Shell Rimula foi criada pela Wun<strong>de</strong>rman e reforça<br />

o posicionamento do produto como um “parceiro na estrada”.<br />

10 6 <strong>de</strong> <strong>fevereiro</strong> <strong>de</strong> <strong>2017</strong> - jornal propmark


MERCADO<br />

Cresce o uso<br />

<strong>de</strong> dados no<br />

marketing e<br />

na publicida<strong>de</strong><br />

Estudo global, no Brasil li<strong>de</strong>rado pela<br />

Abemd, reafirma po<strong>de</strong>r do big data<br />

BÁRBARA BARBOSA<br />

uso <strong>de</strong> dados no marketing<br />

O e na publicida<strong>de</strong> cresce,<br />

não é <strong>de</strong> hoje, mas ainda há<br />

bastante a ser explorado – seja<br />

pensando no futuro e nas possibilida<strong>de</strong>s<br />

que estão por vir ou<br />

analisando o presente e como<br />

o uso <strong>de</strong> recursos <strong>de</strong> big data<br />

po<strong>de</strong> ser aprimorado. A terceira<br />

<strong>edição</strong> do The Global Review<br />

of Data-Driven Marketing and<br />

Advertising, estudo realizado<br />

pela aliança Global DMA e pela<br />

consultoria Winterberry Group<br />

com anunciantes do mundo todo,<br />

no Brasil coor<strong>de</strong>nado pela<br />

Abemd (Associação Brasileira<br />

<strong>de</strong> Marketing Direto), mostra<br />

que 73% dos profissionais brasileiros<br />

entrevistados estão extremamente<br />

confiantes no valor<br />

que o marketing orientado<br />

por dados representa para os<br />

negócios hoje e em relação aos<br />

próximos anos.<br />

A pesquisa foi realizada com<br />

cerca <strong>de</strong> 3.200 profissionais <strong>de</strong><br />

marketing que atuam em anunciantes,<br />

empresas prestadores<br />

<strong>de</strong> serviços e <strong>de</strong>senvolvedores<br />

<strong>de</strong> tecnologia <strong>de</strong> 18 países dos<br />

cinco continentes. No Brasil, a<br />

iniciativa obteve respostas <strong>de</strong><br />

785 profissionais, o que coloca<br />

o país em primeiro lugar em<br />

relação ao número <strong>de</strong> respon<strong>de</strong>ntes.<br />

“Estamos muito felizes<br />

por participar <strong>de</strong>sse projeto tão<br />

importante. O uso <strong>de</strong> dados<br />

realmente <strong>de</strong>ixou <strong>de</strong> ser uma<br />

coisa da área técnica e passou a<br />

ser marketing contemporâneo”,<br />

comenta Efraim Kapulski, presi<strong>de</strong>nte<br />

da Abemd.<br />

Realizada entre julho e outubro<br />

<strong>de</strong> 2016, a pesquisa mostra<br />

ainda que 79,6% dos entrevistados<br />

globais acreditam que os<br />

dados dos clientes são críticos<br />

para seus esforços <strong>de</strong> marketing<br />

e publicida<strong>de</strong>. Além disso,<br />

89,6% disseram que sua prática<br />

<strong>de</strong> marketing orientado por dados<br />

estava focada, pelo menos<br />

em parte, na manutenção <strong>de</strong><br />

bancos <strong>de</strong> dados <strong>de</strong> clientes e<br />

prospects. Nessa mesma linha,<br />

39,4% dos ouvidos acreditam<br />

que suas organizações são “sofisticadas”<br />

quando se trata <strong>de</strong><br />

medir os resultados das campanhas<br />

multicanais.<br />

Outro aspecto que foi abordado<br />

no estudo é o investimento:<br />

pouco mais da meta<strong>de</strong> dos<br />

entrevistados disseram que<br />

houve um aumento nos gastos<br />

com marketing orientado<br />

por dados <strong>de</strong> 2015 para 2016,<br />

enquanto 35,8% disseram que<br />

seus investimentos permaneceram<br />

estáveis.<br />

No recorte brasileiro da pesquisa,<br />

73% dos entrevistados<br />

<strong>de</strong>clararam que dados são importantes<br />

para seus esforços <strong>de</strong><br />

publicida<strong>de</strong> e marketing. Além<br />

disso, a participação <strong>de</strong> empresas<br />

e anunciantes brasileiros na<br />

pesquisa cresceu <strong>de</strong> 30,4% para<br />

35,9%, entre 2015 e 2016. “Os<br />

investimentos em marketing<br />

orientado por dados cresceram<br />

mundialmente. E o Brasil ficou<br />

na média mundial. Hoje dados<br />

significam uma comunicação<br />

mo<strong>de</strong>rna. Virou padrão para as<br />

empresas”, conclui Kapulski.<br />

The Next Rembrandt, campanha da JWT Amsterdã para ING, criou novas pinturas <strong>de</strong> Rembrandt a pa<br />

MADuROs<br />

A DM9DDB é exemplo <strong>de</strong>sse<br />

comportamento revelado pelo<br />

estudo. A agência, que adotou<br />

nos últimos tempos o posicionamento<br />

data driven, vê evolução<br />

no mercado. “Acredito que<br />

os clientes estão maduros”, <strong>de</strong>staca<br />

Vicente Varela, VP <strong>de</strong> inteligência<br />

digital da DM9. “Pensar<br />

em campanhas com frentes no<br />

uso <strong>de</strong> dados ainda é privilégio<br />

<strong>de</strong> agências que trabalham em<br />

conjunto com a infraestrutura<br />

<strong>de</strong> gran<strong>de</strong>s clientes que apostam<br />

e investem em tecnologia. Acredito<br />

que a inovação e a evolução<br />

virão se as agências passarem a<br />

diversificar seus investimentos<br />

em pesquisa menos tradicionais,<br />

investindo em captação <strong>de</strong><br />

dados para um conhecimento<br />

mais profundo do consumidor.<br />

Nós, na DM9, estamos fazendo<br />

essa mudança há pelos menos<br />

dois anos e passamos a colher<br />

frutos quando mudamos a forma<br />

<strong>de</strong> como os dados <strong>de</strong>vem<br />

ser <strong>de</strong>mocratizados <strong>de</strong>ntro da<br />

agência, passando a permear o<br />

processo”, conclui.<br />

Para Mauricio <strong>de</strong> Paula, industry<br />

consultant da Teradata,<br />

12 6 <strong>de</strong> <strong>fevereiro</strong> <strong>de</strong> <strong>2017</strong> - jornal propmark


Fotos: Divulgação e Alê Oliveira<br />

rtir da análise <strong>de</strong> dados e foi <strong>de</strong>staque em Cannes<br />

“Os investimentOs<br />

em marketing<br />

OrientadO pOr<br />

dadOs cresceram<br />

mundialmente. e<br />

O Brasil ficOu na<br />

média mundial”<br />

Efraim Kapulski: dados representam comunicação mo<strong>de</strong>rna<br />

Rembrandt ganha novas obras e<br />

conquista Leões em Cannes 2016<br />

Criado pela J. Walter Thompson<br />

<strong>de</strong> Amsterdã para o<br />

ING, a campanha The Next<br />

Rembrandt tinha como objetivo<br />

mostrar, <strong>de</strong> forma inovadora,<br />

o patrocínio do banco às<br />

artes holan<strong>de</strong>sas. Mas o resultado<br />

foi além: utilizando Inteligência<br />

Artificial e análise <strong>de</strong><br />

dados, a agência criou novas<br />

pinturas para o artista e, com<br />

isso, foi consagrada no Cannes<br />

Lions 2016 com Grands Prix em<br />

duas categorias, Cyber e Creative<br />

Data, além <strong>de</strong> conquistar<br />

um Leão em Innovation e outros<br />

13 prêmios.<br />

Para o projeto, a agência<br />

analisou 346 pinturas <strong>de</strong> Rembrandt,<br />

capturando 150 GB <strong>de</strong><br />

dados sobre a técnica do artista.<br />

Depois, com o apoio da<br />

Microsoft e da Delft University<br />

of Technology, foram criados<br />

algoritmos para gerar recursos<br />

originais. Na fase final, foram<br />

multinacional californiana <strong>de</strong><br />

big data, análise <strong>de</strong> dados e aplicações<br />

<strong>de</strong> marketing, a tecnologia<br />

foi responsável, nos últimos<br />

anos, pelo crescimento exponencial<br />

do uso <strong>de</strong> dados. Quando<br />

falamos <strong>de</strong>ssa publicida<strong>de</strong>,<br />

<strong>de</strong>sse marketing orientado por<br />

dados, vemos que a tecnologia<br />

tem dado origem a muitos canais.<br />

E o mais bacana dos novos<br />

meios, diferentes dos analógicos,<br />

é que tudo você consegue e<br />

po<strong>de</strong> medir. Qualquer interação<br />

que ocorre está, <strong>de</strong> certa forma,<br />

sendo guardada”, opina.<br />

Um exemplo do po<strong>de</strong>r dos<br />

dados que já po<strong>de</strong> ser consi<strong>de</strong>rado<br />

clássico, embora relativamente<br />

recente, é a Netflix,<br />

um cliente Teradata que usa a<br />

análise <strong>de</strong> dados em todas as<br />

suas operações. A re<strong>de</strong> <strong>de</strong> streaming,<br />

que atua em mais <strong>de</strong> 120<br />

países e tem mais <strong>de</strong> 45 milhões<br />

<strong>de</strong> clientes, usa o big data para<br />

oferecer seus produtos <strong>de</strong> forma<br />

assertiva, reduzindo o custo<br />

com publicida<strong>de</strong> e marketing.<br />

Além disso, a empresa usa a<br />

análise <strong>de</strong> dados para a produção<br />

<strong>de</strong> produtos originais,<br />

como House of Cards e Orange<br />

Is The New Black, duas séries<br />

que foram pensadas e nasceram<br />

a partir das informações<br />

dos clientes ao redor do mundo<br />

e tornaram-se sucesso absoluto<br />

em vários países.<br />

Para Cristiano Nóbrega, presi<strong>de</strong>nte<br />

do IAB Brasil e CEO da<br />

Tail, primeira DMP (Data Management<br />

Platform) brasileira,<br />

o uso <strong>de</strong> dados em marketing é<br />

amplo e as campanhas digitais<br />

que utilizam mídia programática,<br />

por exemplo, são apenas<br />

a “ponta do iceberg”. “À medida<br />

que a gente vai avançando<br />

é possível i<strong>de</strong>ntificar uma série<br />

<strong>de</strong> oportunida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> aplicação<br />

<strong>de</strong> inteligência <strong>de</strong> dados<br />

para que o negócio seja mais<br />

data driven em estratégia para<br />

se comunicar melhor com<br />

o consumidor”, explica ele,<br />

acrescentando: “Hoje as tecnologias<br />

<strong>de</strong> dados começam a<br />

funcionar <strong>de</strong> forma integrada,<br />

permitindo que a comunicação<br />

one to one extrapole formatos<br />

pouco eficientes e passe<br />

a pautar a comunicação da<br />

marca em qualquer meio que<br />

ela queira usar para impactar<br />

o consumidor”.<br />

Nóbrega lembra que, além<br />

das mídias, os dados também<br />

po<strong>de</strong>m ser utilizados em outras<br />

áreas. Ele cita como exemplo as<br />

aplicações <strong>de</strong> Big Data no varejo,<br />

algo que foi bastante observado<br />

durante a NRF Big Show<br />

<strong>de</strong> <strong>2017</strong>, maior feira <strong>de</strong> varejo do<br />

mundo, promovida pela National<br />

Retail Fe<strong>de</strong>ration em Nova<br />

York, em janeiro. “Uma fronteira<br />

ainda a ser <strong>de</strong>sbravada é a<br />

maneira <strong>de</strong> enxergar tudo isso<br />

nas diversas mídias e <strong>de</strong>vices<br />

que nós consumimos. A jornada<br />

do consumidor é cada vez<br />

menos algo linear, pulando <strong>de</strong><br />

plataformas o tempo todo. O<br />

<strong>de</strong>safio é usar todos os recursos<br />

para ter uma leitura cross <strong>de</strong>vice.<br />

O mercado está ávido por<br />

consumir dados. Tudo isso é<br />

muito promissor, é um caminho<br />

que, por enquanto, não conseguimos<br />

enxergar o seu fim”, comenta<br />

Nóbrega.<br />

mais <strong>de</strong> 500 horas <strong>de</strong> impressão<br />

3D que imitavam a técnica<br />

<strong>de</strong> Rembrandt em <strong>de</strong>talhes<br />

como até mesmo a espessura<br />

das pinceladas <strong>de</strong>le.<br />

Apesar <strong>de</strong> no primeiro momento<br />

ter refutado o projeto, o<br />

mundo da arte começa, agora, a<br />

se ren<strong>de</strong>r à iniciativa: The Next<br />

Rembrandt <strong>de</strong>ve ser exposto no<br />

Musée Jacquemart-André, <strong>de</strong><br />

Paris, ao lado <strong>de</strong> Rembrandts<br />

originais.<br />

BB<br />

jornal propmark - 6 <strong>de</strong> <strong>fevereiro</strong> <strong>de</strong> <strong>2017</strong> 13


mercado<br />

Uso <strong>de</strong> dados é acompanhado pela<br />

multivarieda<strong>de</strong> <strong>de</strong> canais <strong>de</strong> mídia<br />

Numbr, empresa que monitorou nas re<strong>de</strong>s os protestos no país, <strong>de</strong>staca<br />

que o marketing ainda está apren<strong>de</strong>ndo como utilizar big data a seu favor<br />

Fotos: Divulgação<br />

O diretor <strong>de</strong> marketing André Rossi: “queremos <strong>de</strong>mocratizar a discussão”<br />

O diretor <strong>de</strong> tecnologia Caio Simi: “maioria dos clientes não sabe o que fazer com dados”<br />

KELLY DORES<br />

Responsável pelo monitoramento<br />

digital das manifestações<br />

que levaram milhares <strong>de</strong><br />

brasileiros para as ruas do país<br />

nos últimos anos, a empresa<br />

Numbr se tornou especialista<br />

em colher dados nas re<strong>de</strong>s sociais.<br />

Na época, seu cliente era<br />

o próprio governo fe<strong>de</strong>ral, por<br />

meio da Secom (Secretaria <strong>de</strong><br />

Comunicação Social). “Fomos<br />

a fundo no monitoramento <strong>de</strong><br />

re<strong>de</strong>s cobrindo as manifestações,<br />

com uma operação diária<br />

montada em Brasília. A gente<br />

tem uma robustez gran<strong>de</strong> nesse<br />

mercado”, conta André Rossi,<br />

sócio e diretor <strong>de</strong> marketing<br />

da Numbr.<br />

Criada há cerca <strong>de</strong> três anos,<br />

a empresa nasceu aten<strong>de</strong>ndo<br />

principalmente clientes da<br />

área pública e no último ano<br />

voltou-se para o setor privado,<br />

por acreditar que o marketing<br />

nunca precisou tanto <strong>de</strong> análise<br />

<strong>de</strong> dados como agora. A Numbr<br />

reforça que o fenômeno dos dados<br />

é acompanhado pela multivarieda<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> canais, <strong>de</strong> maneiras<br />

<strong>de</strong> acionar o público.<br />

Para Caio Simi, sócio e diretor<br />

<strong>de</strong> tecnologia da Numbr, a<br />

utilização dos dados para a tomada<br />

<strong>de</strong> <strong>de</strong>cisões ainda é algo<br />

novo para o marketing. “O que<br />

a gente está fazendo, <strong>de</strong> pautar<br />

<strong>de</strong>cisões por dados, não é<br />

mais novida<strong>de</strong> para o mundo,<br />

mas ainda é algo novo para o<br />

marketing. O setor nunca teve<br />

uma formação tão quantitativa,<br />

porque nunca tinha precisado.<br />

À medida que aumenta<br />

o leque <strong>de</strong> canais <strong>de</strong> contato<br />

com o consumidor, é preciso<br />

calcular mais o risco do investimento”,<br />

avalia o executivo.<br />

“Queremos <strong>de</strong>mocratizar a<br />

discussão sobre dados no mercado”,<br />

disse Rossi.<br />

A Numbr, que está posicionada<br />

como uma empresa <strong>de</strong><br />

data science, é estruturada em<br />

três verticais. A primeira <strong>de</strong>las<br />

é <strong>de</strong> pesquisa e monitoramento<br />

<strong>de</strong> mercados; a segunda<br />

frente é <strong>de</strong> enriquecimento <strong>de</strong><br />

dados e a terceira vertical é <strong>de</strong><br />

mo<strong>de</strong>lagem <strong>de</strong> dados. “Nesse<br />

caso, pegamos dados para<br />

criar mo<strong>de</strong>lo estatístico, geralmente<br />

preditivos, com alguma<br />

finalida<strong>de</strong>, como o case que<br />

<strong>de</strong>senvolvemos para a Chilli<br />

Beans para analisar as vendas<br />

da marca nas 200 cida<strong>de</strong>s do<br />

país que têm lojas”, <strong>de</strong>staca<br />

Simi. “A gente bebe da fonte<br />

do big data para mo<strong>de</strong>lar dados<br />

e enten<strong>de</strong>r comportamento<br />

dos consumidores”.<br />

Estimativas <strong>de</strong> mercado<br />

apontam que o mercado<br />

<strong>de</strong> tecnologia em geral <strong>de</strong>ve<br />

crescer 4,5% no Brasil. Mas<br />

não há uma mensuração específica<br />

sobre o uso <strong>de</strong> dados.<br />

“Data science é tão novo que<br />

não existe uma mensuração<br />

do mercado, não tem legislações<br />

específicas sobre o que<br />

po<strong>de</strong>mos fazer com os dados<br />

públicos. Existem mil interpretações<br />

do Marco Civil da Internet<br />

que mostram como a gente<br />

po<strong>de</strong> trabalhar”, diz Simi.<br />

Na opinião do executivo, o<br />

uso <strong>de</strong> dados é o futuro não<br />

porque inventaram agora, mas<br />

porque temos dados hoje que<br />

não tínhamos <strong>de</strong>z anos atrás.<br />

“Então, por que não usar?”,<br />

indaga ele.<br />

Outra observação é que a<br />

maioria dos anunciantes, ‘por<br />

incrível que pareça’, não sabe o<br />

que dá para fazer com os dados.<br />

“A gente percebe que o cliente<br />

está mais atrasado nessa discussão<br />

do que a oferta <strong>de</strong> empresas,<br />

agências que existem<br />

no mercado e estão falando<br />

sobre isso. Estamos tentando<br />

ensinar o mercado. Dizer para o<br />

CMO que estatística po<strong>de</strong> parecer<br />

um pouco complicado, mas<br />

há softwares que resolvem esse<br />

problema”, pontua o diretor <strong>de</strong><br />

tecnologia da Numbr.<br />

14 6 <strong>de</strong> <strong>fevereiro</strong> <strong>de</strong> <strong>2017</strong> - jornal propmark


AGÊNCIAS<br />

Ducha Lopes<br />

é nova diretora<br />

<strong>de</strong> produção<br />

integrada<br />

da DPZ&T<br />

Profissional trabalhou<br />

em produtoras como<br />

Paranoid e Conspiração<br />

DPZ&T anuncia a chegada <strong>de</strong> Ducha<br />

A Lopes como nova diretora <strong>de</strong> produção<br />

integrada da agência. A contratação<br />

está alinhada à intenção da empresa <strong>de</strong><br />

produzir conteúdo diversificado para as<br />

marcas com as quais atua - movimento<br />

que vem sendo realizado <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o ano<br />

passado e inclui a união das áreas <strong>de</strong> planejamento<br />

e mídia sob o mesmo guarda-<br />

-chuva, comandado pelo chief strategy<br />

officer Fernando Diniz.<br />

Com 20 anos <strong>de</strong> experiência, Ducha assume<br />

o <strong>de</strong>partamento responsável pela<br />

produção das campanhas <strong>de</strong> clientes<br />

como McDonald’s, Itaú, Natura e Vivo,<br />

entre outros, e uma equipe <strong>de</strong> oito profissionais.<br />

A executiva iniciou sua carreira<br />

na W/Brasil, atual W/McCann, na área <strong>de</strong><br />

RTV.<br />

Ducha acumula ainda passagens por<br />

produtoras como Gorila Filmes, Conspiração<br />

e Margarida Filmes, em que atuou<br />

como diretora <strong>de</strong> atendimento por dois<br />

anos. Na Paranoid BR, on<strong>de</strong> começou em<br />

2010, a profissional teve oportunida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

atuar no <strong>de</strong>partamento <strong>de</strong> entretenimento<br />

como produtora-executiva.<br />

Entre 2014 e 2016, produziu quatro longas-metragens<br />

(três <strong>de</strong> ficção e um documentário)<br />

e diversos projetos especiais <strong>de</strong><br />

bran<strong>de</strong>d content, além <strong>de</strong> ter <strong>de</strong>senvolvido<br />

trabalhos para TV e cinema.<br />

Rafael Urenha, chief creative officer<br />

da DPZ&T, reafirma que a contratação da<br />

executiva faz parte da reformulação do<br />

mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> produção da agência, que busca<br />

uma atuação cada vez mais em linha<br />

com os novos formatos <strong>de</strong> conteúdo.<br />

“A Ducha chega à DPZ&T com a missão<br />

<strong>de</strong> li<strong>de</strong>rar uma transformação na nossa<br />

área <strong>de</strong> rádio e TV para que nossa entrega<br />

seja ainda mais abrangente, in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntemente<br />

do formato. A experiência <strong>de</strong>la<br />

em projetos <strong>de</strong> bran<strong>de</strong>d content e longas-<br />

-metragens será fundamental num momento<br />

em que a produção <strong>de</strong> conteúdo<br />

para as marcas tem sido tão importante<br />

quanto as entregas publicitárias tradicionais”,<br />

completa Urenha.<br />

Ducha Lopes, nova diretora <strong>de</strong> produção integrada da DPZ&T, que atuará com marcas como McDonald’s, Itaú e Vivo<br />

A Vivo e sua ex-Diretora <strong>de</strong> Imagem e Comunicação,<br />

Cristina Duclos, foram envolvidas recentemente em um noticiário<br />

produzido a partir <strong>de</strong> informações inverídicas.<br />

Cristina Duclos trabalhou na Vivo por oito anos sem<br />

qualquer irregularida<strong>de</strong> na gestão <strong>de</strong> sua área.<br />

A rescisão <strong>de</strong> seu contrato observou a governança do Grupo,<br />

como o <strong>de</strong> qualquer executivo da Companhia. E se <strong>de</strong>u <strong>de</strong> forma<br />

amigável, sem justo motivo, com pagamento <strong>de</strong> in<strong>de</strong>nização,<br />

<strong>de</strong>corrente <strong>de</strong> reestruturação na área <strong>de</strong> marketing.<br />

Vivo e Cristina Duclos refutam a veiculação <strong>de</strong> boatos,<br />

as especulações maldosas e lamentam o ocorrido.<br />

Cristina Duclos<br />

Divulgação<br />

jornal propmark - 6 <strong>de</strong> <strong>fevereiro</strong> <strong>de</strong> <strong>2017</strong> 15


agências<br />

DM9DDB quer ser hub <strong>de</strong> inovação<br />

digital com base na sua cultura<br />

Nizan Guanaes retorna à operação que lançou há 27 anos com plano <strong>de</strong><br />

consolidar inteligência digital. Paulo Cesar Queiroz continua presi<strong>de</strong>nte<br />

Fotos: Alê Oliveira<br />

O empresário Nizan Guanaes, fundador do Grupo ABC, está <strong>de</strong> volta à operação da DM9DDB, on<strong>de</strong> vai li<strong>de</strong>rar a área <strong>de</strong> criação: ativação estratégica <strong>de</strong> negócios<br />

Paulo Macedo<br />

No último dia 2, Nizan Guanaes<br />

sente seu smartphone<br />

vibrar. Tira do bolso e verifica<br />

o e-mail que chegara. O interlocutor<br />

pergunta: “Está <strong>de</strong> volta<br />

à DM9?”. Ele respon<strong>de</strong> com um<br />

sim. O emissor retorna com<br />

“estou entregando a conta da<br />

minha empresa para você”. Foi<br />

assim que começou o segundo<br />

dia <strong>de</strong> trabalho do empresário e<br />

redator Nizan Guanaes no escritório<br />

da DM9DDB, em São Paulo.<br />

Ele <strong>de</strong>ixou as suas funções na<br />

Africa e se mudou para a agência<br />

que fundou há 27 anos, on<strong>de</strong><br />

quer fazer ativação estratégica<br />

<strong>de</strong> negócios.<br />

“Eu não posso revelar o nome<br />

do cliente, mas foi com uma<br />

enorme satisfação que recebi<br />

essa notícia, que é uma <strong>de</strong>monstração<br />

<strong>de</strong> confiança”, diz. Seu<br />

propósito é “chacoalhar” a agência<br />

com base num conceito cada<br />

vez mais digital. A presidência-<br />

-executiva do negócio permanece<br />

com Paulo Cesar Queiroz.<br />

Nizan quer estar próximo da<br />

criação para gerar insights e dar<br />

apoio intelectual aos profissionais,<br />

como um reitor ou editor-<br />

-chefe, seguindo o benchmark<br />

da agência, que abrigou nomes<br />

como Marcello Serpa, Sergio Valente,<br />

Erh Ray, Ja<strong>de</strong>r Rossetto,<br />

Pedro Capeletti e Tomás Lorente,<br />

por exemplo. “A DM9 precisa<br />

se reinventar, mas usando a própria<br />

base”, ele afirma.<br />

A sintonia <strong>de</strong> Nizan com o ambiente<br />

digital ficou evi<strong>de</strong>nte na<br />

comunicação do seu retorno à<br />

DM9. Ele usou o método clássico<br />

<strong>de</strong> comunicação corporativa<br />

e publicida<strong>de</strong>, mas, através <strong>de</strong><br />

ví<strong>de</strong>os virais, alguns gravados e<br />

outros live, propagou a notícia<br />

pelo Facebook e outras re<strong>de</strong>s sociais.<br />

A festa que organizou no<br />

16 6 <strong>de</strong> <strong>fevereiro</strong> <strong>de</strong> <strong>2017</strong> - jornal propmark


Fred Kaschar, da Infoglobo, e Marcelo Duarte, diretor-comercial da Re<strong>de</strong> Globo<br />

Fred Muller, da Globosat, Luiz Fernando Vieira e Marcio Santoro, ambos da Africa<br />

“Transformar a<br />

Dm9 em um cenTro<br />

De TuDo o que<br />

há De mais novo<br />

em Termos De<br />

revolução<br />

DigiTal”<br />

dia 2, na agência, com a presença<br />

<strong>de</strong> li<strong>de</strong>ranças do mercado, clientes<br />

e profissionais que o ajudaram<br />

na construção do branding<br />

da DM9, foi transmitida em tempo<br />

real e tendo o próprio Nizan<br />

como âncora. A data coincidiu<br />

com o dia <strong>de</strong> Iemanjá, <strong>de</strong> quem<br />

Nizan é <strong>de</strong>voto.<br />

“É uma marca incrível, um<br />

conjunto <strong>de</strong> valores, boas práticas<br />

e legado das gran<strong>de</strong>s personalida<strong>de</strong>s<br />

que passaram por<br />

aqui, como o Marcello Serpa, que<br />

<strong>de</strong>pois montou essa coisa lendária<br />

que é a AlmapBBDO; Alexandre<br />

Gama; Camila Franco; Erh<br />

Ray; Sergio Valente e Aaron Sutton.<br />

A DM9 é uma escola. Se me<br />

perguntarem o que eu vou fazer<br />

nos próximos meses, respondo:<br />

cultura, cultura, cultura. E também<br />

dar atenção a esse potencial<br />

digital. Eu acho que o Paulo Queiroz<br />

é o cara para falar e conduzir<br />

big data no Brasil. Ele é o melhor<br />

mídia do Brasil e é um dos profissionais<br />

que mais enten<strong>de</strong>m<br />

das novas tecnologias. Estamos<br />

plugados na DDB. A Wendy Clark<br />

está li<strong>de</strong>rando essa revolução<br />

digital na re<strong>de</strong>. As marcas Annalect<br />

e Hearts & Science, ambas<br />

do Omnicom, são especialistas<br />

e vamos estar plugados a elas. O<br />

tema DM9. Tudo <strong>de</strong> novo não é só<br />

Nizan <strong>de</strong> novo, começar <strong>de</strong> novo,<br />

fazer <strong>de</strong> novo, mas é transformar<br />

a DM9 em um centro <strong>de</strong> tudo o<br />

que há <strong>de</strong> mais novo em termos<br />

<strong>de</strong> revolução digital”, explica.<br />

Esta é a terceira vez que Nizan<br />

estabelece uma relação direta<br />

com a DM9. Em março <strong>de</strong><br />

2002, após li<strong>de</strong>rar a operação do<br />

portal iG, ele foi convidado pelo<br />

grupo norte-americano Omnicom<br />

a retornar ao comando do<br />

negócio que ven<strong>de</strong>ra e estava<br />

sob a responsabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> executivos<br />

contratados. Nessa época<br />

também teve <strong>de</strong> dar uma chacoalhada<br />

no mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> gestão.<br />

Também foi nesse período que<br />

começou a estruturar o Grupo<br />

ABC que abriga, além da DM9,<br />

Africa, LDC, Tudo, Sunset, CDN<br />

e New Style, por exemplo. Como<br />

diz a canção <strong>de</strong> Gonzaguinha,<br />

Nizan está disposto a começar<br />

tudo outra vez. O plano inclui<br />

um restart nele próprio.<br />

“Uma agência que tem 27 anos<br />

<strong>de</strong> existência precisa ser chacoalhada,<br />

assim como um cara como<br />

eu, <strong>de</strong> 58 anos, tem <strong>de</strong> ser. Vai ser<br />

um momento <strong>de</strong> revolução astral<br />

para ambos os lados. Porque eu<br />

estou vindo para a operação,<br />

algo que já estava sentindo falta.<br />

Na Africa, fiz uma <strong>de</strong>legação<br />

fantástica e a agência anda como<br />

um piano. Na DM9, eu e o Paulo<br />

nos completamos; ele é o meu<br />

chefe e presi<strong>de</strong>nte da empresa.<br />

Eu quero ser a li<strong>de</strong>rança criativa.<br />

Não que eu vá botar a mão<br />

na massa em toda a escala da<br />

produção, afinal temos um time<br />

criativo espetacular, mas me inspira<br />

a me envolver mais no dia a<br />

dia”, finaliza Nizan.<br />

Arício Fortes, VP <strong>de</strong> criação da DM9DDB, e Sergio Gordilho, copresi<strong>de</strong>nte da Africa<br />

Eduardo Tracanella, diretor <strong>de</strong> marketing do Itaú, cliente fundador, marcou presença<br />

jornal propmark - 6 <strong>de</strong> <strong>fevereiro</strong> <strong>de</strong> <strong>2017</strong> 17


aGências<br />

The Group enfatiza conceito digital<br />

live na sua estratégia mercadológica<br />

Soluções incluem monitoramento <strong>de</strong> pontos <strong>de</strong> venda via wi-fi,<br />

ferramentas antifrau<strong>de</strong> para mídia programática e geolocalização<br />

Paulo Macedo<br />

Lançada há 21 anos, a The<br />

Group Comunicação está<br />

adotando o conceito digital live,<br />

que materializa, na avaliação<br />

do fundador Fernando Guntovitch,<br />

a fusão do antigo below<br />

the line com as mo<strong>de</strong>rnas técnicas<br />

digitais, que exigem novo<br />

modus operandi. Uma ação<br />

num ponto <strong>de</strong> venda po<strong>de</strong> ser<br />

expandida para as re<strong>de</strong>s sociais<br />

e com a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> feedbacks<br />

instantâneos, que permitem<br />

a correção <strong>de</strong> rotas.<br />

“Antes do digital tínhamos <strong>de</strong><br />

aguardar pelo menos três meses<br />

para traçar um novo caminho;<br />

agora, em apenas algumas horas,<br />

reformulamos a estratégia.<br />

O digital combina comunicação<br />

com pesquisa e isso muda tudo”,<br />

diz Guntovitch. “Também possibilita<br />

um ponto <strong>de</strong> vista oxigenado,<br />

soluções exclusivas, como<br />

monitoramento <strong>de</strong> PDV via wi-<br />

-fi, conteúdo <strong>de</strong> ví<strong>de</strong>o personalizado<br />

por geolocalização, horário,<br />

necessida<strong>de</strong>, ferramentas<br />

<strong>de</strong> antifrau<strong>de</strong> para mídia programática<br />

e diversas plataformas<br />

<strong>de</strong> automização e controle para<br />

CRM (Customer Relationship<br />

Management)”, ele acrescenta.<br />

Guntovitch explica, porém,<br />

que o digital live é mais do que<br />

um conceito. “No cenário que<br />

estamos inseridos, ser ‘digital<br />

live’ é quebrar com os padrões<br />

do passado e criar com base no<br />

futuro. É estar presente tanto na<br />

operação do evento quanto na<br />

cobertura <strong>de</strong>le via social media<br />

e hashtags, esse movimento é<br />

natural e já vem acontecendo.<br />

Entretanto, as empresas ainda<br />

separam briefings e ações em<br />

fases e a nossa i<strong>de</strong>ia é conectar<br />

os pontos para que a entrega<br />

seja completa e pensada com um<br />

olhar 360º não só no live nem<br />

apenas digital, mas contemplando<br />

a união <strong>de</strong>stas duas formas.<br />

Hoje está no nosso DNA pensar<br />

no todo sem fragmentos, nos<br />

colocando como público-alvo e<br />

A The Group, <strong>de</strong> Fernando Guntovitch, investe em novo posicionamento para ampliar as ações promocionais para o digital<br />

“nO cenáriO que<br />

estamOs inseridOs,<br />

ser digital live<br />

é quebrar cOm<br />

Os padrões dO<br />

passadO e criar<br />

cOm base nO<br />

futurO”<br />

propagadores <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ias e forma<br />

<strong>de</strong> viver, juntando tecnologia e<br />

ativação”.<br />

Com esse ferramental, o redirecionamento<br />

fica com perfil<br />

mais estratégico e em sintonia<br />

com as diretrizes mercadológicas<br />

da agência e do anunciante.<br />

“Se vemos uma ação performando<br />

melhor que outra, mudamos<br />

a rota, conseguimos checar e<br />

alterar o plano com a ação ocorrendo.<br />

A proposta é trabalhar<br />

agilida<strong>de</strong> com propósito, sendo<br />

assim o digital live é estrategicamente<br />

mais tangível e positivo<br />

uma vez que fomenta a aproximação<br />

das marcas <strong>de</strong> seus públicos<br />

on e offline. Com a evolução<br />

da tecnologia, o relacionamento<br />

com os stakehol<strong>de</strong>rs não se contenta<br />

apenas na entrega <strong>de</strong> um<br />

evento e sim na habilida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

promover esse diálogo contínuo<br />

entre o universo real e o virtual,<br />

tendo em vista que há uma conexão<br />

inter<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte entre<br />

o digital e o live e, unidos, eles<br />

Divulgação<br />

têm maior impacto e força”.<br />

A The Group utiliza a parceria<br />

que mantém com a holding<br />

in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte WPI (Worldwi<strong>de</strong><br />

Partners) para importar mecanismos<br />

como os <strong>de</strong> antifrau<strong>de</strong>.<br />

“No passado, o valor em<br />

frau<strong>de</strong>s digitais foi estimado<br />

em aproximadamente US$ 7,2<br />

bilhões. Com o aumento das<br />

operações online, o número<br />

<strong>de</strong> hackers também cresceu e,<br />

diante <strong>de</strong>sse contexto, foram<br />

<strong>de</strong>senvolvidos mecanismos<br />

antifrau<strong>de</strong>. Com essa ferramenta,<br />

melhora a conversão e<br />

a torna mais segura, ‘limpando’<br />

impressões fraudulentas e <strong>de</strong>tectando<br />

ameaças baseado em<br />

histórico <strong>de</strong> evidências. A operação<br />

é realizada via tag, adserver,<br />

black-list e dados. Por meio<br />

<strong>de</strong> um processo automático <strong>de</strong><br />

geolocalização, também conseguimos<br />

incluir em ví<strong>de</strong>os do<br />

YouTube conteúdos personalizados<br />

<strong>de</strong> acordo com a localização<br />

do usuário”, finaliza.<br />

18 6 <strong>de</strong> <strong>fevereiro</strong> <strong>de</strong> <strong>2017</strong> - jornal propmark


agências<br />

Mídia exerce<br />

influência vital<br />

na transição<br />

para o digital<br />

Há cerca <strong>de</strong> quatro anos como CEO da J.<br />

Walter Thompson, Ezra Geld tem carreira<br />

consolidada na agência e uma passagem no<br />

exterior na estrutura da holding Omnicom.<br />

A agência, que ocupa a 11ª colocação do Kantar Ibope<br />

Media, está consolidando os processos para ser 100%<br />

digital. Tudo começou pela mídia, disciplina que ele<br />

consi<strong>de</strong>ra essencial na integração com as <strong>de</strong>mais.<br />

A era digital, mais do que uma tendência, é cultural.<br />

“Quando agência e clientes assumem que não<br />

sabem, é corajoso e mais produtivo”, explica o<br />

executivo que, nesta entrevista, diz ainda que a<br />

publicida<strong>de</strong> é o encontro da arte com a ciência.<br />

No portfólio <strong>de</strong> clientes da agência estão Avon,<br />

Tramontina, Nestlé e Coca-Cola, por exemplo.<br />

Paulo Macedo<br />

Mídia<br />

A transição já ocorreu, mas foi<br />

difícil. Mídia no mo<strong>de</strong>lo antigo<br />

era uma questão, entre aspas,<br />

meramente execucional, uma<br />

transação <strong>de</strong> compra e venda<br />

<strong>de</strong> espaço e audiência para veiculação<br />

<strong>de</strong> campanhas. Com a<br />

tecnologia, os primeiros a experimentar<br />

foram os veículos <strong>de</strong><br />

comunicação. A mídia <strong>de</strong>ixou<br />

<strong>de</strong> ser, novamente entre fortes<br />

aspas, tática para ser muito mais<br />

estratégica. Porque não é mais<br />

meramente um meio para fins<br />

publicitários. Os meios se multiplicaram<br />

e os motivos são vários.<br />

Inevitavelmente a importância<br />

para a ativida<strong>de</strong> <strong>de</strong> mídia cresceu.<br />

E, on<strong>de</strong> tinha uma pequena<br />

sobreposição com outras áreas<br />

da agência, sobretudo no planejamento,<br />

permanece e ainda é<br />

gran<strong>de</strong>. Não se consegue fazer o<br />

planejamento <strong>de</strong> uma marca sem<br />

conhecimento da mídia. De certa<br />

forma, isso sempre foi verda<strong>de</strong>,<br />

mas no mundo mo<strong>de</strong>rno se aprofundou<br />

um pouco.<br />

projeto<br />

Nos conformamos muito tem-<br />

po atrás <strong>de</strong> que nunca mais teríamos<br />

um produto perfeitamente<br />

pronto e para sempre. Conseguimos<br />

mudar a mentalida<strong>de</strong><br />

da agência. A primeira ação foi<br />

garantir que a cultura criativa<br />

estivesse preparada nas nossas<br />

estruturas para receber as mudanças<br />

que estão ocorrendo. A<br />

peça mais difícil para implementar<br />

foi nos acostumarmos<br />

com uma cultura <strong>de</strong> caos total<br />

em relação à anterior, que queria<br />

conforto com estabilida<strong>de</strong> total.<br />

As empresas que nascem hoje já<br />

são digitais e com tudo em beta,<br />

portanto com o intuito <strong>de</strong> que o<br />

que faz hoje não será aplicado<br />

amanhã. Gran<strong>de</strong>s agências estabelecidas<br />

no mundo tiveram<br />

<strong>de</strong> apren<strong>de</strong>r à posteriori, porque<br />

nasceram na era industrial,<br />

on<strong>de</strong> o que funcionava num dia<br />

funcionava também no outro,<br />

apenas com adição <strong>de</strong> eficiência<br />

para fazer o mesmo melhor.<br />

Isso não se aplica mais. Para a<br />

J. Walter Thompson, o caminho<br />

foi pegar essa máquina azeitada<br />

e adaptá-la para se a<strong>de</strong>quar ao<br />

mundo novo, que é se reinventar<br />

todo dia. A mudança já foi feita,<br />

faltando apenas no back office.<br />

No geral, o processo criativo en-<br />

O executivo Ezra Geld comanda a operação da J. Walter Thompson e busca unir os recursos disponív<br />

20 6 <strong>de</strong> <strong>fevereiro</strong> <strong>de</strong> <strong>2017</strong> - jornal propmark


eis com a criativida<strong>de</strong><br />

Alê Oliveira<br />

“O prOdutO que<br />

entregamOs<br />

hOje nãO é<br />

mais estáticO,<br />

e business<br />

intelligence é a<br />

ferramenta mais<br />

impOrtante para<br />

enten<strong>de</strong>r que açãO<br />

e reaçãO sãO quase<br />

cOntínuas”<br />

ten<strong>de</strong> que a solução <strong>de</strong> hoje não<br />

se aplica mais amanhã.<br />

cLientes<br />

Com isso em mente, estamos<br />

prontos para as <strong>de</strong>mandas dos<br />

clientes, que muitas vezes nem<br />

sabem o que será o amanhã.<br />

Quando agências e clientes assumem<br />

que não sabem, é corajoso<br />

e mais produtivo. Essa é a<br />

mudança mais feliz e estratégica<br />

<strong>de</strong>ssa era digital.<br />

esForÇos<br />

Treinamento, imersão em novas<br />

formas, mecanismos mais<br />

frequentes para refrescar pensamento,<br />

troca <strong>de</strong> profissionais<br />

para acompanhar a evolução<br />

mais constante do mercado. Há<br />

sete anos começamos o processo<br />

<strong>de</strong> hibridizar para fazer com<br />

que os talentos que não estavam<br />

confortáveis com o digital e os<br />

nativos pu<strong>de</strong>ssem atuar em conjunto.<br />

A revolução digital começou<br />

pela mídia, que facilitou as<br />

mudanças necessárias à agência.<br />

especiFicida<strong>de</strong><br />

A publicida<strong>de</strong> requer talentos<br />

diferentes. Eu não sou formado<br />

em publicida<strong>de</strong>, portanto penso<br />

<strong>de</strong> forma não linear. A ativida<strong>de</strong><br />

continua precisando <strong>de</strong> publicitários,<br />

mas também <strong>de</strong> <strong>de</strong>signers,<br />

engenheiros, programadores<br />

etc.<br />

Business inteLLigence<br />

Introduzimos o BI (Business<br />

Intelligence) há pelo menos nove<br />

anos. Em um primeiro momento,<br />

foi mais uma escola do que<br />

um exercício <strong>de</strong> mudar o trabalho.<br />

Mas ele interfere na máquina<br />

toda. O produto que entregamos<br />

hoje não é mais estático e<br />

o BI é a ferramenta mais importante<br />

para enten<strong>de</strong>r que ação<br />

e reação são quase contínuas.<br />

Quando uma campanha está no<br />

ar, sabemos imediatamente se<br />

foi aceita ou não. Assim sendo,<br />

força uma mudança muito rápida<br />

do processo criativo. Quando<br />

treinamos as pessoas a não terem<br />

medo do novo, errar passa<br />

fazer parte porque há possibilida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> consertar muito rapidamente,<br />

além <strong>de</strong> ter à disposição<br />

mecanismos <strong>de</strong> experimentação<br />

e troca contínua.<br />

consequência<br />

Errar faz parte, mas as pessoas<br />

não gostam e não estão<br />

acosstumadas a errar. O gran<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>safio que colocamos para os<br />

clientes é que nossos profissionais<br />

já estão na frequência <strong>de</strong><br />

correção <strong>de</strong> rota, mas os sistemas<br />

usados pelas agências e<br />

anunciantes não permitem o<br />

erro porque estão fomatadas<br />

para respostas perfeitas. Isso é<br />

complicado porque faz com que<br />

se <strong>de</strong>more para errar. Se pegássemos<br />

uma i<strong>de</strong>ia e <strong>de</strong>scobríssemos<br />

que está errada, era muito<br />

mais fácil do que concebê-la,<br />

fazer testes, veicular e só <strong>de</strong>pois<br />

disso saber que há erro. Nesse<br />

ponto, estamos em uma fase <strong>de</strong><br />

transição dos sistemas e das formas<br />

<strong>de</strong> interação on<strong>de</strong> o se errar<br />

faz bem possa estar em um sistema<br />

operacional coletivo entre<br />

as agências e seus clientes.<br />

Mídias sociais<br />

A maioria dos profissionais já<br />

está aculturada. Com elas, levamos<br />

provas para os clientes, para<br />

o bem ou para o mal. As discussões<br />

com os clientes e os institutos<br />

<strong>de</strong> pesquisa são profundas.<br />

Temos <strong>de</strong> avançar nessa questão.<br />

dados<br />

Sempre tivemos dados. E até<br />

<strong>de</strong>mais. Hoje a velocida<strong>de</strong> é inacreditável,<br />

mas continuam em<br />

<strong>de</strong>masia. O <strong>de</strong>safio e talento é saber<br />

que o foco é o conjunto. Sozinhos,<br />

dados provocam cegueira.<br />

FeeLing<br />

Essencial. Temos <strong>de</strong> saber usar<br />

dados <strong>de</strong> forma correta e saber<br />

embuti-los no processo criativo.<br />

Os mais tecnológicos pregam<br />

que os dados po<strong>de</strong>m resolver todos<br />

os problemas. Não sou <strong>de</strong>ssa<br />

escola; dados orientam. Como<br />

lidamos com seres humanos,<br />

precisamos ter feeling, sim. Ainda<br />

estamos perdidos porque a<br />

geração <strong>de</strong> dados é maior do que<br />

a capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> máquinas e instituições<br />

se atualizarem. Outro<br />

<strong>de</strong>safio, que é estratégico e sofisticado,<br />

é como garantir a camada<br />

humana e não per<strong>de</strong>r o controle<br />

da voz dos dados. Vejo que as<br />

agências buscam uma solução.<br />

produto<br />

Ven<strong>de</strong>mos criativida<strong>de</strong> em<br />

prol dos negócios e integração.<br />

Isso não necessariamente quer<br />

dizer que sempre queremos<br />

ven<strong>de</strong>r uma suíte integrada <strong>de</strong><br />

tudo que está disponível. Temos<br />

uma compreeensão e vantagem<br />

competitiva: somos integrados e<br />

completos, mas trabalhamos em<br />

conjunto com os fornecedores<br />

dos nossos clientes. Enten<strong>de</strong>mos<br />

que não ven<strong>de</strong>mos sistemas fechados,<br />

porque o mundo novo<br />

é open source. Temos produtos<br />

e soluções maravilhosas, mas<br />

precisamos ter cuidado. A crítica<br />

alheia precisa ser fundamentada<br />

na questão do business do cliente<br />

e não na vonta<strong>de</strong> <strong>de</strong> ven<strong>de</strong>r.<br />

puBLicida<strong>de</strong><br />

É o encontro da arte com a ciência,<br />

do comércio com a cultura.<br />

A mídia é esse encontro: dados<br />

e comportamento. Por isso,<br />

o aumento da relevância nesse<br />

encontro com as exatas.<br />

inoVaÇÃo<br />

Não temos medo <strong>de</strong> errar.<br />

Mantemos uma cultura <strong>de</strong> incentivo<br />

à ousadia e à inovação.<br />

Com isso criamos uma prática<br />

em que é possível experimentar<br />

mais e buscar mais soluções para<br />

os nosso clientes. O mercado em<br />

geral parece já ter entendido a<br />

importância <strong>de</strong> experimentar<br />

mais, <strong>de</strong> errar mais. No entanto,<br />

precisa ainda que suas estruturas<br />

e sistematização estejam preparadas<br />

para isso. Hoje elas funcionam<br />

em busca dos resultados<br />

perfeitos. Com isso, quando algo<br />

não sai exatamente como eles<br />

querem, <strong>de</strong>mora-se muito mais<br />

tempo para corrigir. É preciso enten<strong>de</strong>r<br />

que o que serve hoje po<strong>de</strong><br />

não servir amanhã e saber lidar<br />

com essa velocida<strong>de</strong>.<br />

cuLtura<br />

Temos prova no nosso currículo<br />

<strong>de</strong> que é possível se reinventar.<br />

Não é a primeira vez que<br />

a Thompson passa por cenários<br />

muito radicais. Não é a primeira<br />

vez que a Thompson enfrenta<br />

uma crise no país. A revolução<br />

tecnológica que passamos hoje é<br />

muito mais complexa e aguda do<br />

que o surgimento da televisão.<br />

jornal propmark - 6 <strong>de</strong> <strong>fevereiro</strong> <strong>de</strong> <strong>2017</strong> 21


AgêNCiAs<br />

Com DNA no marketing direto, Milk<br />

conecta marcas a gente saudável<br />

Empresa <strong>de</strong> comunicação, que acaba <strong>de</strong> conquistar a conta da Oakley,<br />

<strong>de</strong>senvolve ações com conteúdo relevante para ser compartilhado<br />

Cristiane Marsola<br />

Milk começa <strong>2017</strong> com<br />

A comemoração. A agência<br />

passa a ser a responsável pela<br />

conexão da Oakley com esportistas<br />

<strong>de</strong> performance e vai trabalhar<br />

com uma plataforma <strong>de</strong><br />

influenciadores/embaixadores,<br />

monitorados por ferramentas<br />

para saber o nível <strong>de</strong> engajamento<br />

<strong>de</strong>sses influenciadores<br />

e da base <strong>de</strong> seguidores <strong>de</strong>les.<br />

“A Oakley é conhecida como<br />

marca para prática esportiva,<br />

mas ainda não há tanto conhecimento<br />

das novas tecnologias,<br />

por isso a gente quer apresentar<br />

isso <strong>de</strong> uma forma legal para a<br />

galera <strong>de</strong> performance”, explica<br />

o CEO e sócio da agência, Ricardo<br />

Santos.<br />

Embora seja conhecida no<br />

mercado como uma agência<br />

<strong>de</strong> marketing esportivo, a Milk,<br />

que em <strong>2017</strong> completa 13 anos<br />

<strong>de</strong> existência, não surgiu com<br />

este rótulo. “Nascemos como<br />

uma agência <strong>de</strong> comunicação<br />

convencional, sendo que viemos<br />

do universo do marketing<br />

direto”, conta Santos.<br />

Além <strong>de</strong> Santos, a socieda<strong>de</strong><br />

é composta por Rodrigo Raso,<br />

COO e CIO, e Juliana Cassino,<br />

diretora <strong>de</strong> atendimento. Em<br />

comum, os três têm o interesse<br />

pelo esporte e trabalhavam<br />

com marketing direto. O nome<br />

Milk veio <strong>de</strong> uma brinca<strong>de</strong>ira<br />

com comunicação integrada. A<br />

meta é ser integral como o leite.<br />

“Hoje a Milk é classificada<br />

assim porque <strong>de</strong>sta forma é<br />

mais fácil explicar o que a gente<br />

faz, mas eu não consi<strong>de</strong>ro que<br />

somos marketing esportivo. É<br />

uma junção da inteligência do<br />

marketing direto com uma forma<br />

<strong>de</strong> remuneração diferenciada,<br />

já que não cobramos comissão”,<br />

conta Santos.<br />

Entre os clientes estão Laboratório<br />

Bagó, Targus, a aca<strong>de</strong>mia<br />

Studio220, a linha Levi’s<br />

Commuter para ciclistas urbanos,<br />

e Centauro.<br />

No lançamento do tênis Evoknit da Puma, influenciadores foram convidados a correr na rua, do Ginásio do Ibirapuera até o Centro<br />

“A gente enten<strong>de</strong>u<br />

que não erA<br />

especiAlistA em<br />

running, mAs em<br />

prAticAntes <strong>de</strong><br />

corridA, e erA um<br />

hub <strong>de</strong> conexão”<br />

O foco da Milk são ações que,<br />

além <strong>de</strong> gerar relevância, tenha<br />

apelo para ser compartilhada<br />

nas re<strong>de</strong>s sociais. “A gente faz<br />

ações que, <strong>de</strong> acordo com a<br />

nossa metodologia, precisam<br />

ter um conteúdo relevante, o<br />

fator ‘uou’, e gerar shareable<br />

moments”, conta. Para o executivo,<br />

o fator “uou” é o toque<br />

surpreen<strong>de</strong>nte que <strong>de</strong>ixa os<br />

participantes boquiabertos.<br />

Entre as ações realizadas<br />

pela agência recentemente está<br />

o lançamento do tênis Evoknit<br />

da Puma. Os influenciadores<br />

foram convidados a testar<br />

o tênis correndo pelas ruas <strong>de</strong><br />

São Paulo, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o Ginásio do<br />

Ibirapuera até o Centro, on<strong>de</strong><br />

participaram <strong>de</strong> uma sessão <strong>de</strong><br />

tatuagens e beleza.<br />

A proximida<strong>de</strong> com o mundo<br />

dos esportes veio um pouco por<br />

acaso. Quando, em 2006, Raso<br />

entrou na socieda<strong>de</strong>, ele trouxe<br />

a conta <strong>de</strong> Tylenol AP, um medicamento<br />

para dor muscular. Ele<br />

criou um clube <strong>de</strong> corrida como<br />

programa <strong>de</strong> relacionamento.<br />

“Os médicos participavam das<br />

principais provas e tinham um<br />

hospitality center <strong>de</strong> Tyletol<br />

AP. Eles se relacionavam com<br />

os propagandistas da Johnson<br />

& Johnson. Como a gente<br />

veio do marketing direto, tem<br />

a preocupação com KPI, ROI,<br />

programa <strong>de</strong> CRM, enten<strong>de</strong>r<br />

seu público etc. A gente media<br />

receituários e sabia que a quantida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> indicações do medicamento<br />

aumentava quando<br />

tinha um bom relacionamento<br />

com os médicos”, fala.<br />

Divulgação<br />

Com essa expertise, as marcas<br />

passaram a se interessar<br />

pela agência. Foi assim que, em<br />

2009, a Nike procurou a Milk.<br />

A parceria durou sete anos, até<br />

o ano passado. “Nós viramos a<br />

agência <strong>de</strong> grass roots e running<br />

da Nike. Fizemos todo o <strong>de</strong>senvolvimento<br />

do NRC (Nike+Run<br />

Club) no Brasil e a transição<br />

(do posicionamento) <strong>de</strong> performance<br />

para jovens”, fala.<br />

Quando as organizadoras <strong>de</strong><br />

corrida <strong>de</strong> rua perceberam que<br />

podiam procurar os anunciantes<br />

diretamente para oferecer<br />

as ativações antes usadas pela<br />

Milk, a agência percebeu que<br />

teria <strong>de</strong> mudar o foco. “A gente<br />

enten<strong>de</strong>u que não era especialista<br />

em running, mas em praticantes<br />

<strong>de</strong> corrida, e era um hub<br />

<strong>de</strong> conexão. De um lado, têm as<br />

empresas e, do outro, os canais:<br />

assessorias esportivas, aca<strong>de</strong>mias,<br />

clubes, parques públicos...<br />

A gente faz conexão com<br />

gente saudável”, afirma.<br />

22 6 <strong>de</strong> <strong>fevereiro</strong> <strong>de</strong> <strong>2017</strong> - jornal propmark


we<br />

mkt<br />

Filipe Birck<br />

O ressurgimento<br />

“Teoria do Big Bang foi anunciada em 1948,<br />

pelo cientista russo George Gamow (1904-<br />

1968) e o padre e astrônomo belga Georges<br />

Lemaître (1894-1966). Para eles, universo<br />

teria surgido após explosão cósmica, entre<br />

10 e 20 bilhões <strong>de</strong> anos atrás”.<br />

Brasil Escola<br />

Francisco alberto Madia <strong>de</strong> souza<br />

Os livros escolares ainda não registram.<br />

Nos portais todos que tratam da educação,<br />

muito especialmente das crianças,<br />

a explicação é a mesma há <strong>de</strong>zenas <strong>de</strong> ano<br />

e sobre a biosfera – conjunto dos ecossistemas<br />

formada por três tipos <strong>de</strong> ambientes<br />

primordiais: a hidrosfera, a atmosfera e a<br />

litosfera. O 4º ambiente ainda não merece<br />

registro e muito menos ensino. Deveria.<br />

Segundo os livros e os professores, a hidrosfera<br />

é aquela camada da Terra formada<br />

por água. Cobre 70% da superfície do<br />

planeta, somando-se oceanos, rios, lagos,<br />

aquíferos e geleiros. Já a atmosfera tem no<br />

ar seu componente principal, em que predominam<br />

o oxigênio e o nitrogênio. Organiza-se<br />

em camadas, a partir da superfície<br />

da Terra: troposfera, estratosfera, mesosfera<br />

e termosfera.<br />

E a litosfera, que pontifica pelas rochas e<br />

pelo solo. Também conhecida como crosta<br />

terrestre. Formada por mineralógicos com<br />

características ígneas, sedimentares e metamórficas,<br />

do mais alto das montanhas ao<br />

mais fundo das fossas marinhas e suportando-se<br />

nas placas tectônicas. E o 4º ambiente?<br />

Aquele que <strong>de</strong>corre <strong>de</strong> um homem<br />

que ressurge?<br />

Eclo<strong>de</strong> há poucos anos; ganha expressão<br />

com o advento da tecnologia; revela a semente<br />

microchip, em 1971; enraíza e brota<br />

nas duas décadas seguintes; e agora rasga o<br />

solo e se apresenta. Nem nasce, nem renasce,<br />

ressurge e em anexo a seu criador. Nem<br />

obra da natureza, para os agnósticos como<br />

eu, nem fruto <strong>de</strong> Deus, para os crentes como<br />

a maioria.<br />

Produto do homem. Da história, da evolução,<br />

da cultura, do amadurecimento, da<br />

sabedoria. O 4º ambiente da biosfera, ao<br />

lado da hidro da atmo, e da litos, é a digis,<br />

a digisfera. Se os outros ambientes reme-<br />

tem ao início dos tempos, o 4º mal abre os<br />

olhos. Mesmo último, é o primeiro <strong>de</strong> autoria<br />

do homem.<br />

Se nos outros três que nos foram dados<br />

proce<strong>de</strong>mos <strong>de</strong> forma egoísta, equivocada,<br />

medíocre, predatória, neste é nosso <strong>de</strong>ver<br />

cuidar; para que floresça e prospere, referenciando-se<br />

na sabedoria da natureza e<br />

jamais na ignorância, egoísmo e estupi<strong>de</strong>z<br />

com que tratamos os a nós confiados. Assim,<br />

<strong>de</strong>veria ser ensinado nas escolas. Ao<br />

se falar da biosfera e, agora, <strong>de</strong> seus quatro<br />

ambientes.<br />

Mas, por enquanto, nos divertimos com<br />

a digisfera, como se fosse mais um brinquedinho.<br />

Aprontando, fazendo bullying,<br />

exagerando, torcendo os fatos e a verda<strong>de</strong>,<br />

mentindo, na ilusão <strong>de</strong> um suposto e<br />

absoluto anonimato. Se enquanto só três<br />

ambientes, a verda<strong>de</strong> pontificava, a partir<br />

do 4º e nas primeiras duas décadas a pós-<br />

-verda<strong>de</strong> prevalece. No Brasil e nos Estados<br />

Unidos, nas últimas eleições, <strong>de</strong>finiu o resultado.<br />

Sendo assim, e já que o 4º, ambiente é<br />

uma realida<strong>de</strong> <strong>de</strong>finitiva, nada como torná-lo<br />

matéria obrigatória no ensino básico.<br />

Em vez <strong>de</strong> nos iludirmos com filtros,<br />

compliances, autorregulações e curadorias<br />

– medidas paliativas e procrastinadoras,<br />

nem mesmo placebos –, melhor partir direto<br />

para a educação. Fazer o que não fizemos<br />

– ou fizemos mal e precariamente – com<br />

nossas crianças – as nossas e as <strong>de</strong> nossos<br />

pais e avós – nós –, no correr <strong>de</strong> décadas, e<br />

no tocante a moral, ética e honestida<strong>de</strong>, aos<br />

bons costumes, à civilida<strong>de</strong> e à cidadania.<br />

Mais que um eventual e novo renascimento,<br />

vivemos o ressurgimento! Finalmente<br />

a jornada do ser humano na face<br />

da Terra começa seu segundo capítulo. O<br />

homem – nós – pariu, em e ao ressurgir, o<br />

primeiro ambiente <strong>de</strong> sua autoria. O 4º da<br />

biosfera. Bem-vinda, digisfera!<br />

Francisco Alberto Madia <strong>de</strong> Souza<br />

é consultor <strong>de</strong> marketing<br />

famadia@madiamm.com.br<br />

jornal propmark - 6 <strong>de</strong> <strong>fevereiro</strong> <strong>de</strong> <strong>2017</strong> 23


“<br />

Shana Peixoto<br />

entreviSta<br />

a gente eStá<br />

aqui Para<br />

tranSformar<br />

a vida <strong>de</strong>SSaS<br />

mulhereS<br />

“<br />

Para se manter como uma marca forte – a<br />

quinta do mundo em cuidados com a<br />

pele – a empresa <strong>de</strong> cosméticos por venda<br />

direta Mary Kay investe alto em sua força<br />

<strong>de</strong> venda. Há 18 anos no Brasil, a marca já conta<br />

com 400 mil consultoras <strong>de</strong> beleza in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes<br />

por aqui, que, na busca por bônus e premiações,<br />

ajudam a divulgar os produtos e a marca entre<br />

os clientes. De acordo com a VP <strong>de</strong> marketing<br />

da empresa, Shana Peixoto, um dos <strong>de</strong>safios é<br />

alinhar essa comunicação, sem per<strong>de</strong>r o tom<br />

pessoal <strong>de</strong> cada uma das representantes.<br />

Cristiane Marsola<br />

Qualquer pessoa po<strong>de</strong> ser consultora<br />

Mary Kay?<br />

Para começar a ven<strong>de</strong>r Mary<br />

Kay, o kit custa R$ 169 e você escolhe<br />

entre cuidados com a pele,<br />

maquiagem ou fragrâncias. A gente<br />

acredita que se você é dona <strong>de</strong><br />

seu negócio, e esse discurso precisa<br />

ser constante do início ao fim,<br />

você tem <strong>de</strong> escolher qual a linha<br />

que você tem mais facilida<strong>de</strong>. Seu<br />

po<strong>de</strong>r <strong>de</strong> escolha já começa na escolha<br />

do kit. A consultora ganha<br />

<strong>de</strong> duas formas. A primeira é com<br />

as vendas. Todo mundo compra da<br />

Mary Kay, não tem intermediário,<br />

nem distribuidor, por isso não somos<br />

multinível. A outra forma é cadastrando<br />

outras consultoras. Para<br />

ser uma consultora Mary Kay tem<br />

<strong>de</strong>, obrigatoriamente, conhecer<br />

outra. Nada mais justo que quanto<br />

mais pessoas você trouxer para a<br />

equipe, fazendo o negócio girar, eu<br />

tenha uma forma <strong>de</strong> retribuir, que<br />

é dar parte do meu faturamento<br />

<strong>de</strong> volta como bônus. A gente fala<br />

que “nada acontece até que alguém<br />

venda alguma coisa” e trabalha<br />

muito o conceito <strong>de</strong> empreen<strong>de</strong>dorismo<br />

na Mary Kay. Todo o material<br />

que a consultora precisa ela paga.<br />

A consultora precisa enten<strong>de</strong>r que,<br />

para ter retorno, precisa investir. A<br />

gente foi criado com um princípio<br />

muito importante, que é tratar os<br />

outros como a gente gostaria <strong>de</strong> ser<br />

tratado. Os clientes precisam ser<br />

capazes <strong>de</strong> experimentar tudo antes<br />

<strong>de</strong> comprar.<br />

Como é o incentivo às consultoras?<br />

Tem a conquista trimestral, que<br />

oferece prêmios para quem sempre<br />

está fazendo bastante venda.<br />

Se uma consultora Mary Kay não<br />

estiver ativa, ela não tem nenhuma<br />

bonificação. Tem também os<br />

gran<strong>de</strong>s inícios, que são as pessoas<br />

que ela chama para ir construindo<br />

o time <strong>de</strong>la. Quando ela já tem um<br />

time consistente, a gente começa<br />

a contar as unida<strong>de</strong>s <strong>de</strong>la, que é o<br />

que garante o carro rosa.<br />

Qualquer uma po<strong>de</strong> ter o carro?<br />

O carro rosa é um direito <strong>de</strong> uso.<br />

Ela precisa ter uma pontuação mínima.<br />

Não é por nível. Elas são diretoras<br />

e é um reconhecimento por<br />

unida<strong>de</strong>, já que conta a pontuação<br />

toda e não só a da diretora. O nosso<br />

carro é o Cobalt, mas também tem<br />

o programa Troféu dos Sonhos, que<br />

você escolhe ganhar em dinheiro<br />

para conquistar seu sonho. Geralmente<br />

elas escolhem outro carro e<br />

completam o valor, e a gente paga o<br />

direito do uso do carro. E elas ficam<br />

com o carro para elas, claro. Elas<br />

não são obrigadas a pintar <strong>de</strong> rosa,<br />

mas elas fazem, porque é um ícone<br />

da marca.<br />

Há quanto tempo existe o carro rosa?<br />

Des<strong>de</strong> a década <strong>de</strong> 1970. Mary<br />

Kay Ash criou esta oportunida<strong>de</strong><br />

para as mulheres terem uma chance<br />

<strong>de</strong> seguir uma carreira <strong>de</strong> sucesso<br />

sem ter <strong>de</strong> abrir mão do tempo<br />

com os filhos. Então, ela disse:<br />

“nada mais justo, já que a maioria<br />

das empresas oferece carro como<br />

um dos benefícios. Eu quero para<br />

minha empresa”. Só que imagina,<br />

na década <strong>de</strong> 1970, uma mulher<br />

ganha um carro novinho, chega em<br />

casa, quem iria dirigir, provavelmente,<br />

seriam os homens.<br />

A comercialização é só venda direta?<br />

A Mary Kay não tem nenhuma<br />

intenção <strong>de</strong> abrir lojas, nunca. Nosso<br />

negócio vai ser sempre muito fiel<br />

ao canal <strong>de</strong> vendas diretas. A gente<br />

sempre vai oferecer ferramentas<br />

para que as consultoras possam<br />

ven<strong>de</strong>r online para as clientes, mas<br />

nós, companhia, jamais vamos<br />

chegar direto no consumidor final.<br />

Porque eu sei que por trás daquela<br />

venda tem um carro rosa, uma<br />

viagem, uma bolsa Prada... então,<br />

não posso concorrer com minha<br />

força <strong>de</strong> vendas. Nós estamos aqui<br />

para transformar a vida <strong>de</strong>ssas mulheres.<br />

Meu objetivo não é ven<strong>de</strong>r<br />

mais batons, mas que mais vidas<br />

sejam transformadas.<br />

A força <strong>de</strong> vendas é variada?<br />

A gente começou a atrair um<br />

público que antes nunca havia<br />

consi<strong>de</strong>rado a venda direta e agora<br />

consi<strong>de</strong>ra porque busca o que todo<br />

mundo procura hoje em dia: ter<br />

tempo para viver a vida, ter uma<br />

ativida<strong>de</strong> que, sim, remunere muito<br />

bem para garantir a qualida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> vida que você sempre sonhou<br />

e traga reconhecimento. A gente<br />

oferece produtos <strong>de</strong> altíssima qualida<strong>de</strong>.<br />

Somos uma empresa que<br />

está presente no mundo há mais<br />

<strong>de</strong> 50 anos, em 35 países. Ninguém<br />

sobrevive na indústria da beleza se<br />

não consegue entregar constantemente<br />

produtos <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong>. Você<br />

po<strong>de</strong> ser consultora para ser o que<br />

você quiser. No caso da atriz Tatá<br />

Werneck, por exemplo, ela usou<br />

como uma renda extra para conseguir<br />

se sustentar enquanto fazia<br />

as aulas <strong>de</strong> teatro e buscava seu<br />

sonho. Mas, para aquelas que querem<br />

como fim, a gente oferece uma<br />

carreira. Elas que estabelecem as<br />

próprias metas. A gente apoia, dá<br />

força, cria laços na Mary Kay. É um<br />

grupo <strong>de</strong> mulheres que se ajuda.<br />

Se a consultora trata o outro como<br />

gostaria <strong>de</strong> ser tratada, ela não vai<br />

se preocupar com a venda. A venda<br />

é consequência.<br />

Há quanto tempo a marca está aqui?<br />

Em <strong>2017</strong>, comemoramos nosso<br />

20º ano <strong>de</strong> Brasil. Pouco tempo no<br />

país, e já mais <strong>de</strong> 400 mil consultoras.<br />

A gente está expandindo na<br />

América Latina. Já abriu na Colômbia,<br />

vai abrir no Peru este ano. A<br />

região é uma das mais fortes para<br />

Mary Kay. No ranking mundial,<br />

em primeiro lugar está a China; em<br />

segundo lugar, Estados Unidos; e<br />

terceiro, o Brasil. Depois vem o México.<br />

O crescimento no Brasil tem<br />

sido constante nos últimos anos. A<br />

gente se planejava para cinco anos<br />

e acabava acontecendo em dois ou<br />

três. A gente teve <strong>de</strong> acelerar os planos,<br />

praticamente dobrou a cada<br />

dois anos nos últimos cinco anos,<br />

ou seja, acompanhou a economia<br />

brasileira, que estava indo bem,<br />

<strong>de</strong>pois a gente vê um slow down no<br />

último ano. O brasileiro ainda está<br />

muito inseguro.<br />

On<strong>de</strong> a Mary Kay se posiciona quanto<br />

ao preço?<br />

Nosso posicionamento é o que<br />

chamamos <strong>de</strong> mid prestige. Fica<br />

entre as marcas premium brands e<br />

as massivas. É o mesmo posiciona-<br />

24 6 <strong>de</strong> <strong>fevereiro</strong> <strong>de</strong> <strong>2017</strong> - jornal propmark


mento que você encontra na venda<br />

direta, <strong>de</strong> um modo geral. A gente<br />

é extremamente competitiva, com<br />

produtos <strong>de</strong> altíssima qualida<strong>de</strong> e<br />

benefícios diferenciais <strong>de</strong> marca,<br />

como chance <strong>de</strong> experimentar antes<br />

<strong>de</strong> compra e ter 100% <strong>de</strong> satisfação<br />

garantida.<br />

Mary Kay tem lançado novas fragrâncias?<br />

A gente vem investindo muito<br />

na linha <strong>de</strong> fragrância. O Brasil é o<br />

maior país do mundo em vendas<br />

<strong>de</strong> fragrância. Começamos a construir<br />

um portfólio para aten<strong>de</strong>r à<br />

necessida<strong>de</strong> das brasileiras. Nós<br />

temos aumentado muito o volume<br />

<strong>de</strong> lançamentos nesta categoria. A<br />

linha Feel&Co era exclusiva para o<br />

mercado brasileiro, mas agora vai<br />

lançar em outros também.<br />

A linha <strong>de</strong> cuidado para a pele também<br />

é bem conhecida?<br />

A gente é a quinta marca do<br />

mundo. Entre as top five, é a única<br />

<strong>de</strong> venda direta. Isso mostra<br />

o quanto levamos a sério cuidados<br />

com a pele. Para a consultora<br />

é muito importante, porque gera<br />

muita recompra. Um batom dura<br />

muito tempo, mas o creme 3 em<br />

1, que você usa todo dia, acaba em<br />

três meses. Todos os produtos são<br />

<strong>de</strong>senvolvidos em Dallas, on<strong>de</strong> tem<br />

uma fábrica e o centro <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento.<br />

Temos alguns parceiros<br />

que produzem ao redor do mundo.<br />

Como é feito o treinamento para ter<br />

um time tão engajado?<br />

A gente oferece todo o material<br />

<strong>de</strong> apoio e treinamento que ela<br />

precisa <strong>de</strong>s<strong>de</strong> que ela se cadastra.<br />

Existe material impresso, tem roteiros<br />

para falar dos produtos com<br />

segurança, existem ví<strong>de</strong>os em<br />

uma área que só a consultora tem<br />

acesso, aulas online, orientações<br />

presenciais em todas as gran<strong>de</strong>s<br />

cida<strong>de</strong>s do Brasil. São inúmeros<br />

momentos. Também eventos como<br />

o seminário anual e o resort. Têm<br />

momentos <strong>de</strong> celebração e <strong>de</strong> reconhecimento.<br />

O básico do negócio é<br />

ven<strong>de</strong>r seus produtos e chamar as<br />

amigas para fazer o mesmo.<br />

O maior investimento <strong>de</strong> marketing é<br />

nas consultoras <strong>de</strong> beleza?<br />

“Nosso<br />

Negócio vai<br />

ser sempre<br />

muito fiel<br />

ao caNal<br />

<strong>de</strong> veNdas<br />

diretas”<br />

Divulgação<br />

Sim, na verda<strong>de</strong>, o maior investimento<br />

feito na companhia inteira<br />

é nas consultoras <strong>de</strong> beleza in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes.<br />

Comunicação <strong>de</strong> mídia <strong>de</strong> massa tem<br />

pouca?<br />

É bem menos do que as outras<br />

marcas. Geralmente, concentramos<br />

em gran<strong>de</strong>s lançamentos<br />

<strong>de</strong> produtos, a maioria online, e<br />

um pouquinho <strong>de</strong> mídia impressa.<br />

Sempre utilizando muito elas<br />

como nossas influencers também.<br />

São 400 mil consultoras, 7 mil diretoras,<br />

109 diretoras nacionais<br />

e crescendo. A gente usa muito a<br />

re<strong>de</strong> que elas têm. Ofereço todo o<br />

material <strong>de</strong> lançamento para elas<br />

estarem preparadas.<br />

Não <strong>de</strong>ve ser fácil manter essas 400<br />

mil alinhadas...<br />

É um gran<strong>de</strong> <strong>de</strong>safio que temos<br />

como marca. Eu falo que a gente<br />

tem 400 mil marcas, porque cada<br />

consultora <strong>de</strong> beleza tem a marca<br />

Mary Kay e junta a própria marca.<br />

A gente tenta direcioná-las pelo caminho<br />

que queremos, mas sem per<strong>de</strong>r<br />

o toque pessoal <strong>de</strong>las, porque<br />

enten<strong>de</strong>mos que daquele jeito que<br />

ela é, ela po<strong>de</strong> influenciar as pessoas<br />

em volta <strong>de</strong>la. A gente oferece os<br />

gui<strong>de</strong>lines básicos da marca e elas<br />

acabam seguindo o seu caminho.<br />

Quem faz esta comunicação?<br />

Nós temos um time <strong>de</strong> comunicação.<br />

A nossa área <strong>de</strong> marketing é<br />

composta por 30 pessoas. Tem um<br />

time <strong>de</strong> produtos e <strong>de</strong> marketing<br />

para consultora <strong>de</strong> beleza, que são<br />

as estratégias das novas consultoras.<br />

Têm também as nossas publicações:<br />

o The Look, que é o catálogo;<br />

tem uma revista <strong>de</strong> reconhecimento<br />

para elas; e mais toda parte digital.<br />

Além disso, temos as nossas agências<br />

parceiras, que nos ajudam não<br />

só na criação, mas no <strong>de</strong>senvolvimento<br />

do material... Como a Crane,<br />

que cada vez está ganhando mais<br />

trabalho.<br />

“o maior<br />

iNvestimeNto<br />

feito Na<br />

compaNhia<br />

iNteira é Nas<br />

coNsultoras<br />

<strong>de</strong> belezas”<br />

Tem muita coisa da comunicação que<br />

vem pronta <strong>de</strong> fora?<br />

Sim, mas a gente tem recebido<br />

cada vez mais reconhecimento lá<br />

<strong>de</strong> fora. O Brasil tem feito muitas<br />

coisas bacanas, que acabaram reverberando<br />

em outros mercados.<br />

I<strong>de</strong>ias nossas atravessaram oceanos<br />

e conquistaram outros países.<br />

como a linha <strong>de</strong> batons Mattissimo,<br />

<strong>de</strong>senvolvida na Itália, com todo o<br />

enxoval <strong>de</strong> comunicação feito aqui.<br />

jornal propmark - 6 <strong>de</strong> <strong>fevereiro</strong> <strong>de</strong> <strong>2017</strong> 25


quem fez<br />

Cristiane Marsola cristiane@propmark.com.br<br />

Desafio<br />

O primeiro trabalho da Propeg para a escola<br />

<strong>de</strong> inglês Acbeu (Associação Cultural Brasil-<br />

-Estados Unidos) mostra um <strong>de</strong>safio divertido.<br />

Cinco jovens foram convidados a fazer<br />

um pedido específico em uma re<strong>de</strong> <strong>de</strong> fast-<br />

-food sem usar palavras em inglês. O resultado<br />

é hilário. A campanha também traz o novo<br />

conceito Você sempre USA.<br />

Fotos: Divulgação<br />

ProPeg<br />

acbeu<br />

Título: Acbeu. Você sempre USA; produto: Matricula<br />

<strong>2017</strong>; criação: Hayre Borges, Leonardo Matos, Rodrigo<br />

Bonfim e João Rios; produtora <strong>de</strong> imagem: A<br />

Corte Filmes; direção <strong>de</strong> cena: Mino Reis; produtora<br />

<strong>de</strong> áudio: Logico Music; aprovação do cliente:<br />

Athina Leite e Iana Rios.<br />

Vingança<br />

A simpática ovelha, personagem das campanhas<br />

dos ventiladores Arno, mostra um<br />

lado frio e calculista na animação, produzida<br />

pelo Zombie Studio, que divulga as vantagens<br />

do ventilador Silence Force repelente<br />

Líquido.<br />

ag2 NuruN<br />

arno<br />

Título: Ventilador Silence Force Repelente Líquido;<br />

produto: Ventilador Silence Force – Repelente<br />

Líquido; criação: Marcelo Druck, Gustavo Miranda,<br />

Marcus Tomaselli e Leonardo; produtora <strong>de</strong><br />

imagem: Zombie Studio; diretor <strong>de</strong> cena: Zombie;<br />

produtora <strong>de</strong> som: Lua Nova; aprovação do<br />

cliente: Vicent Mahe, Sophie Lejard, Ligia Nogueira,<br />

Camila Brito e Gabriela Teodoro.<br />

Recomeço<br />

Depois <strong>de</strong> dois anos fora da mídia, a Petrobras<br />

traz uma mensagem otimista. O filme ainda<br />

direciona o público para o hotsite petrobras.<br />

com.br/daquiprafrente, que traz o plano <strong>de</strong><br />

negócios e gestão para os próximos cinco<br />

anos e respon<strong>de</strong> questões sobre o escândalo<br />

<strong>de</strong> corrupção envolvendo a empresa.<br />

Heads<br />

petrobras<br />

Título: Força para seguir em frente; produto: institucional;<br />

direção <strong>de</strong> criação: Luis Christello; direção<br />

<strong>de</strong> arte: Fernando Maciel; redação: Paula Campos e<br />

Bruno Reche; produtora do filme: Your Mama; direção<br />

<strong>de</strong> cena: Alê Cassulino; produtora <strong>de</strong> áudio:<br />

H.A.M.Nyc; aprovação do cliente: Pedro Parente, Augusto<br />

Faria, Eraldo Carneiro e Raul Santa Helena.<br />

26 6 <strong>de</strong> <strong>fevereiro</strong> <strong>de</strong> <strong>2017</strong> - jornal propmark


mitou<br />

Os jovens são o alvo da campanha <strong>de</strong> lançamento da vodca<br />

saborizada Smirnoff X1. O produto vem em embalagem<br />

TetraPak <strong>de</strong> um litro para po<strong>de</strong>r ser transportado para<br />

qualquer lugar. O filme Tempo Para sugere que, como a bebida<br />

vem pronta para beber e não é mais necessário fazer<br />

misturas com vodca para a hora do esquenta, sobra tempo<br />

para “a galera” aproveitar muito mais o pré-balada com<br />

ativida<strong>de</strong>s bem mais interessantes: inventar passinhos e<br />

namorar. A peça abusa da linguagem jovem, com expressões<br />

como duck face, fish gape, silly selfie, crush e mitar.<br />

CP+B<br />

Diageo brasil<br />

Título: Tempo Para; produto: Smirnoff; CCO: André Kassu e Marcos<br />

Me<strong>de</strong>iros; direção <strong>de</strong> criação: Marcelo Rizério; criação: Bruno<br />

Pereira, Thiago Barbieri e Erick Mendonça; produtora <strong>de</strong> imagem:<br />

Stink; diretor <strong>de</strong> cena: Luiz Whately; produtora <strong>de</strong> áudio: Soup;<br />

aprovação do cliente: Alvaro Garcia, Isabela Abbês, André Zanin,<br />

Felipe <strong>de</strong> la Rosa e Emily Tsuji.<br />

webséRie<br />

Um rapaz que cata latas no Carnaval para reforçar<br />

o orçamento e encontra um envelope<br />

cheio <strong>de</strong> dinheiro. Esse é o enredo da nova<br />

websérie da cerveja Antarctica, concebida e<br />

produzida pela AlmapBBDO, com direção <strong>de</strong><br />

cena <strong>de</strong> Quico Meirelles, da O2. Serão quatro<br />

episódios. Na lata tem como meta repetir o<br />

sucesso <strong>de</strong> No gogó, lançada no ano passado.<br />

almaPBBdo<br />

ambev<br />

Título: Na Lata; produto: cerveja Antarctica; criação:<br />

Rafael <strong>de</strong> Miranda, Pedro Reis, Francis Alan, Gustavo<br />

Tasselli, Marcelo Pignatari e Andre Leotta; criação social<br />

media: Mauro Miyashiro Maedo, Hugo Luquetti e<br />

Letícia Xavier; criação site: Ingrid Bugarin e Humberto<br />

Pacheco; produtora <strong>de</strong> imagem: O2 Filmes; direção<br />

<strong>de</strong> cena: Quico Meirelles; produtora <strong>de</strong> áudio: S<br />

<strong>de</strong> Samba; aprovação do cliente: Paula Lin<strong>de</strong>nberg,<br />

Bruna Buás, Cínthia Klumpp e Erica Biancalana.<br />

cinza<br />

Mais uma vez o Habib’s faz piada com<br />

as polêmicas da política brasileira.<br />

Depois <strong>de</strong> revelar o esquema quente<br />

da promoção Compre dois kibes ou<br />

dois pastéis e leve três, agora a marca<br />

satiriza a disputa entre os grafiteiros<br />

e o prefeito <strong>de</strong> São Paulo, João Doria.<br />

PuBliCis<br />

Habib's<br />

Título: Grafite; produto: kibe e pastel;<br />

direção <strong>de</strong> arte: Paulo Damasceno e Victor<br />

Emeka; redação: Fred Gero<strong>de</strong>tti; produtora<br />

<strong>de</strong> imagem: Trator Filmes; direção<br />

<strong>de</strong> cena: Will Mazzola; produtora <strong>de</strong><br />

áudio: Loud; aprovação do cliente: Alberto<br />

Saraiva, André Marques, Bruno<br />

Reis, Tânia Paina e França A<strong>de</strong>gas.<br />

jornal propmark - 6 <strong>de</strong> <strong>fevereiro</strong> <strong>de</strong> <strong>2017</strong> 27


inspiração<br />

otimizar o tempo para as histórias<br />

Vice-presi<strong>de</strong>nte <strong>de</strong> criação da Ogilvy escreve sobre a importância do audiobook,<br />

a “<strong>de</strong>scoberta <strong>de</strong> um mundo novo” e um “vício” para aproveitar as horas que<br />

seriam perdidas, “como aquelas que a gente passa no trânsito”. Ele <strong>de</strong>staca livros<br />

curtos e também os <strong>de</strong> séries, como Game of Thrones e The Wheel of Time<br />

28 6 <strong>de</strong> <strong>fevereiro</strong> <strong>de</strong> <strong>2017</strong> - jornal propmark


Divulgação<br />

MR1805/iStock<br />

Claudio Lima é<br />

vice-presi<strong>de</strong>nte nacional<br />

<strong>de</strong> criação da Ogilvy Brasil<br />

Claudio lima<br />

Especial para o PRoPmaRK<br />

Para falar <strong>de</strong> uma coisa que tem me inspirado,<br />

vou contar minha história com o maior<br />

vício ultimamente, os audiobooks.<br />

Entre o fim <strong>de</strong> 2012 e o início <strong>de</strong> 2016, morei<br />

em Miami – na verda<strong>de</strong> eu morava num subúrbio<br />

<strong>de</strong> Miami, num bairro chamado Pinecrest<br />

– e todo dia pegava uma hora <strong>de</strong> trânsito<br />

para ir à agência e uma hora para voltar. No<br />

meio <strong>de</strong>sse caminho todo, eu tentei ouvir música,<br />

<strong>de</strong>pois rádio <strong>de</strong> esporte, <strong>de</strong>pois rádio <strong>de</strong><br />

notícias e até podcast. Foi então que um amigo<br />

<strong>de</strong>u uma dica: audiobook. Foi para mim a<br />

<strong>de</strong>scoberta <strong>de</strong> um mundo novo.<br />

Eu adoro ler, mas ler é uma ativida<strong>de</strong> que<br />

monopoliza o tempo, você não consegue ler<br />

e dirigir, por exemplo, ou ler e andar <strong>de</strong> bicicleta.<br />

Então eu estava meio <strong>de</strong>vagar na leitura.<br />

Mas aí eu <strong>de</strong>scobri que dava para ouvir<br />

um audiobook e dirigir ou andar <strong>de</strong> bicicleta.<br />

Comecei com livros curtos, <strong>de</strong> duas, três horas.<br />

Ouvia um a cada dois dias. Com o tempo<br />

você se acostuma e passa para os mais longos.<br />

Como eu adoro livros <strong>de</strong> fantasia e sci-fi, mergulhei<br />

em séries incríveis como Game of Thrones<br />

(33 horas cada livro) e The Wheel of Time<br />

(até 44 horas cada livro). Comecei a ouvir 40,<br />

50 livros por ano, muito mais do que eu vinha<br />

lendo.<br />

Voltei para o Brasil e aqui moro ao lado da<br />

Ogilvy (graças a Deus). Agora ouço andando<br />

<strong>de</strong> bicicleta, na aca<strong>de</strong>mia ou em viagens.<br />

Ouço muitos livros <strong>de</strong> fantasia histórica e ficção<br />

científica. Acho que nessas histórias tiro<br />

um monte <strong>de</strong> inspiração. Os livros <strong>de</strong> sci-fi<br />

têm muitas i<strong>de</strong>ias bacanas sobre futuro, uso<br />

<strong>de</strong> tecnologia; os <strong>de</strong> fantasia, sobre conexão<br />

humana, imaginação etc. Além disso o narrador<br />

do audiobook é um cara que te apresenta,<br />

com a voz, todo um mundo novo, faz o papel<br />

<strong>de</strong> diversos personagens e tenta te colocar na<br />

história, muito parecido com a nossa rotina<br />

quando temos apresentações <strong>de</strong> roteiros e<br />

i<strong>de</strong>ias.<br />

Dicas <strong>de</strong> audiobooks:<br />

Um livro que acho ótimo para começar a<br />

ouvir é o Ready Player One (Jogador Nº 1), do<br />

Ernest Cline. É superfácil <strong>de</strong> ouvir e divertido,<br />

mas eu acho que tem uma visão impressionante<br />

do que po<strong>de</strong> ser o futuro e que vai virar<br />

filme do Spielberg. Depois tem o Game of<br />

Thrones, em que o narrador é quase tão bom<br />

quanto qualquer ator da série. Outro livro<br />

ótimo <strong>de</strong> ouvir é o Girl in the Train (A garota<br />

no trem), que tem três atrizes incríveis lendo<br />

nos papéis principais. Se você gosta <strong>de</strong> ficção<br />

científica, tem uma séria ótima que se chama<br />

Red Rising, sobre uma guerra entre colônias<br />

<strong>de</strong> humanos no sistema solar. E, se você gosta<br />

<strong>de</strong> livros históricos, tem o All the Lights You<br />

Cannot See, sobre a Segunda Guerra Mundial.<br />

Para ouvir, eu uso um aplicativo da Amazon<br />

que se chama Audible e tem um sistema<br />

<strong>de</strong> assinatura, mas dá para comprar tudo no<br />

iTunes também. Infelizmente não há muitas<br />

opções <strong>de</strong> audiobooks <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong> em português,<br />

mas a boa notícia é que um audiobook<br />

em inglês é uma ótima maneira <strong>de</strong> praticar a<br />

escuta do idioma <strong>de</strong> um jeito divertido e fácil,<br />

com alguém que fala a língua muito bem.<br />

A inspiração vem <strong>de</strong> tudo que você vive,<br />

<strong>de</strong> todas as experiências e memórias, então,<br />

para mim, usar horas que seriam perdidas,<br />

como as que a gente passa no trânsito,<br />

para ouvir uma nova história é um jeito bacana<br />

<strong>de</strong> continuar me inspirando.<br />

Divulgação RedlineVector/iStock<br />

Maxiphoto/iSTock<br />

Ficção científica, trânsito e imaginação<br />

Imagem que remete ao contexto <strong>de</strong> ficção científica, na página<br />

ao lado; o trânsito pesado, na foto mais acima, que proporciona<br />

melhor aproveitamento do audiobook; e a águia referente à<br />

série Games of Thrones. Claudio Lima escreve: “Ouço muitos<br />

livros <strong>de</strong> fantasia histórica e ficção científica. Acho que nessas<br />

histórias tiro um monte <strong>de</strong> inspiração. Os livros <strong>de</strong> sci-fi<br />

têm muitas i<strong>de</strong>ias bacanas sobre futuro, uso <strong>de</strong> tecnologia;<br />

os <strong>de</strong> fantasia, sobre conexão humana imaginação etc.”<br />

jornal propmark - 6 <strong>de</strong> <strong>fevereiro</strong> <strong>de</strong> <strong>2017</strong> 29


marketing & negócios<br />

utah778/iStock<br />

Dados confiáveis<br />

são os fundamentos<br />

da eficência<br />

Falta <strong>de</strong> informações precisas sobre os<br />

meios é obstáculo para que anunciante<br />

utilize as mídias eficientemente<br />

Rafael Sampaio<br />

Há décadas existe a consciência <strong>de</strong> que<br />

informações precisas são os fundamentos<br />

da publicida<strong>de</strong> eficiente, pois a falta <strong>de</strong><br />

informações confiáveis sobre meios <strong>de</strong> comunicação<br />

e veículos constitui um gran<strong>de</strong><br />

obstáculo para que o anunciante utilize as<br />

mídias com eficiência. Não é por outra razão<br />

que os veículos <strong>de</strong> comunicação conscientes<br />

investem recursos expressivos para<br />

<strong>de</strong>monstrar aos anunciantes e suas agências<br />

os números e o perfil <strong>de</strong> sua audiência,<br />

através <strong>de</strong> métricas <strong>de</strong>finidas e aceitas pela<br />

comunida<strong>de</strong> publicitária, da coleta <strong>de</strong> informações<br />

por organismos especializados<br />

e <strong>de</strong> mecanismos in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes <strong>de</strong> aferição<br />

<strong>de</strong>sses dados e informações.<br />

Essa transparência e cuidado com a obtenção<br />

e tratamento dos dados e das análises<br />

subsequentes. É o que assegura aos<br />

clientes e profissionais <strong>de</strong> mídia que a comparação<br />

entre as opções <strong>de</strong> veiculação das<br />

mensagens publicitárias será feita em bases<br />

sólidas, que as <strong>de</strong>cisões sobre volume e<br />

perfil dos investimentos a serem realizados<br />

será tomada <strong>de</strong> modo preciso.<br />

Os investimentos em publicida<strong>de</strong> têm o<br />

potencial <strong>de</strong> estarem entre os mais produtivos<br />

que uma empresa po<strong>de</strong> fazer para ativar<br />

seus negócios e aumentar o patrimônio<br />

<strong>de</strong> suas marcas, mas não po<strong>de</strong>m ser feitos<br />

sem que haja confiança nos números e perfil<br />

das audiências que cada veículo oferece.<br />

No Brasil, a TV oferece os mais sofisticados<br />

e precisos métodos <strong>de</strong> metrificação e<br />

conhecimento <strong>de</strong> sua audiência, testados<br />

há décadas, que têm sido constantemente<br />

atualizados. No caso <strong>de</strong> jornais e revistas, o<br />

IVC (Instituto Verificador <strong>de</strong> Comunicação)<br />

é uma das organizações mais antigas do<br />

mercado, tem existência in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte e o<br />

propósito <strong>de</strong> assegurar qual é correta circulação<br />

da mídia impressa. Sua operação é<br />

supervisionada pelas principais editoras e<br />

tem evoluído sistematicamente, inclusive<br />

começando a mensurar a presença dos títulos<br />

na internet.<br />

Tanto o rádio como a mídia exterior também<br />

têm mecanismos aferidos pelo uso ao<br />

longo dos anos e auditados por fontes in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes,<br />

apesar <strong>de</strong> ainda haver necessida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> melhoria em certos aspectos.<br />

O maior problema está na mais nova das<br />

mídias, o digital, que tem atraído gran<strong>de</strong>s<br />

volumes <strong>de</strong> investimentos, principalmente<br />

nos países com os mercados publicitários<br />

maiores e mais sofisticados.<br />

O mais irônico <strong>de</strong>ssa situação é que o digital<br />

nasceu com a promessa <strong>de</strong> ser a mais<br />

precisa e mensurável <strong>de</strong> todas as mídias,<br />

isso há cerca <strong>de</strong> três décadas. De fato, existe<br />

um gran<strong>de</strong> número <strong>de</strong> métricas da mídia<br />

digital, mas ainda faltam metodologias <strong>de</strong>finidas<br />

em conjunto, aceitas pelas partes<br />

envolvidas e, principalmente, falta auditoria<br />

in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte sobre os números e o perfil<br />

<strong>de</strong> audiência informados pelos players<br />

<strong>de</strong>sse setor.<br />

Mais grave ainda é o fato <strong>de</strong> que os gran<strong>de</strong>s<br />

lí<strong>de</strong>res do digital, Google e Facebook,<br />

são os mais resistentes a discutir as metodologias<br />

empregadas a aceitar auditoria externa,<br />

insistindo em manter suas “caixas-<br />

-pretas” fechadas, apesar <strong>de</strong> ondas sucessivas<br />

<strong>de</strong> <strong>de</strong>sconfiança do mercado anunciante<br />

e <strong>de</strong> sinais <strong>de</strong> que há importantes falhas<br />

e elevado volume <strong>de</strong> frau<strong>de</strong>s.<br />

A situação é tão grave que uma enquete<br />

feita recentemente com anunciantes americanos<br />

indica que meta<strong>de</strong> <strong>de</strong>les simplesmente<br />

não confia nos dados sobre as chamadas<br />

mídias sociais e 40% estão estudando<br />

uma forma <strong>de</strong> pedir ao Facebook que<br />

aceite auditoria in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte sobre seus<br />

números.<br />

No Brasil, o problema é o mesmo, apesar<br />

da menor participação da mídia digital no<br />

conjunto dos investimentos em publicida<strong>de</strong><br />

(que é <strong>de</strong> cerca <strong>de</strong> 10%). Mas todo o mercado<br />

publicitário espera, ansiosamente,<br />

que essa situação se modifique, começando<br />

pela atitu<strong>de</strong> e as práticas <strong>de</strong> seus maiores<br />

players.<br />

Rafael Sampaio é consultor em propaganda<br />

rafael.sampaio@uol.com.br<br />

30 6 <strong>de</strong> <strong>fevereiro</strong> <strong>de</strong> <strong>2017</strong> - jornal propmark


i<strong>de</strong>ias<br />

Plataforma digital recebe doação<br />

<strong>de</strong> voz para <strong>de</strong>ficientes auditivos<br />

Ação da Propeg para a Associação <strong>de</strong> Pais e Amigos <strong>de</strong> Deficientes<br />

Auditivos do Estado da Bahia preten<strong>de</strong> tornar entida<strong>de</strong> mais conhecida<br />

Divulgação<br />

No ví<strong>de</strong>o, um portador <strong>de</strong> <strong>de</strong>ficiência auditiva pe<strong>de</strong> a voz emprestada ao visitante para que ele possa passar uma mensagem importante<br />

Cristiane Marsola<br />

Com o objetivo <strong>de</strong> chamar a<br />

atenção para o trabalho realizado<br />

pela Apada/BA (Associação<br />

<strong>de</strong> Pais e Amigos <strong>de</strong> Deficientes<br />

Auditivos do Estado da<br />

Bahia), a Propeg <strong>de</strong>senvolveu<br />

uma ação que permite às pessoas<br />

literalmente doarem suas<br />

vozes aos portadores <strong>de</strong> <strong>de</strong>ficiência<br />

auditiva.<br />

No hotsite Doe sua Voz<br />

(www.doesuavoz.com.br), é<br />

apresentado um ví<strong>de</strong>o em que<br />

um <strong>de</strong>ficiente auditivo convida<br />

as pessoas a emprestar a voz<br />

<strong>de</strong>las para ele. Ao clicar no banner,<br />

o visitante é convidado a<br />

ler a legenda do filme como se<br />

estivesse em um karaokê. Ao<br />

final, áudio e ví<strong>de</strong>o são sincronizados<br />

e a peça po<strong>de</strong> ser compartilhada<br />

nas re<strong>de</strong>s sociais do<br />

doador.<br />

“As campanhas filantrópicas<br />

ou <strong>de</strong> causa têm quase sempre<br />

“A i<strong>de</strong>iA é, por<br />

meio <strong>de</strong>stA Ação<br />

impActAnte,<br />

inusitAdA e<br />

instigAnte, gerAr<br />

engAjAmento e<br />

divulgAr o nome<br />

dA ApAdA”<br />

como abordagem a contribuição<br />

financeira, mas você só doa<br />

a quem conhece. Neste job, o<br />

principal objetivo era dar visibilida<strong>de</strong><br />

à Apada e tornar conhecido<br />

o trabalho voluntário<br />

realizado há 24 anos. Por isso,<br />

a abordagem: ‘precisamos <strong>de</strong><br />

apenas <strong>de</strong> uma doação: a sua<br />

voz’. A i<strong>de</strong>ia é, por meio <strong>de</strong>sta<br />

ação impactante, inusitada e<br />

instigante, gerar engajamento<br />

e divulgar o nome da Apada”,<br />

explica Fabiano Ribeiro, diretor<br />

<strong>de</strong> criação da Propeg.<br />

De acordo com o criativo,<br />

para engajar o público é preciso<br />

apostar sempre na emoção.<br />

“E não há nada mais emocionante<br />

do que você ouvir a sua<br />

voz emprestada a uma pessoa<br />

com <strong>de</strong>ficiência auditiva que<br />

não po<strong>de</strong> falar. A ação ajuda a<br />

Apada a partir do momento em<br />

que pessoas engajadas doam e<br />

compartilham suas vozes em<br />

prol da instituição, divulgando<br />

a sua marca e o seu trabalho”,<br />

fala o criativo.<br />

Mesmo sendo uma associação<br />

local, Ribeiro afirma que o<br />

compartilhamento sem limites<br />

geográficos só po<strong>de</strong> ajudar.<br />

“Quando o objetivo é tornar o<br />

seu trabalho conhecido, sim, é<br />

bom que ação ultrapasse o limite<br />

geográfico local”, diz.<br />

A campanha Doe Sua Voz<br />

tem criação <strong>de</strong> Fabiano Ribeiro,<br />

Luiz Celestino e Emerson<br />

Braga. A BossaNovaFilms produziu<br />

o ví<strong>de</strong>o, com direção <strong>de</strong><br />

cena <strong>de</strong> Alê Lucas. A produtora<br />

<strong>de</strong> áudio é a Ritmka Audio Arts.<br />

As pessoas portadoras <strong>de</strong> <strong>de</strong>ficiência<br />

auditiva sofrem com o<br />

comprometimento da comunicação.<br />

A total ou parcial falta <strong>de</strong><br />

audição po<strong>de</strong> ser causada por<br />

má formação genética ou por<br />

lesões nas estruturas do aparelho<br />

auditivo. O trabalho da Apada/BA<br />

é promover a conscientização<br />

<strong>de</strong>ssa condição.<br />

jornal propmark - 6 <strong>de</strong> <strong>fevereiro</strong> <strong>de</strong> <strong>2017</strong> 31


eyond the line<br />

Bruno Valença<br />

Superadman<br />

Chutar o escanteio e correr pra<br />

cabecear é para quem tem superpo<strong>de</strong>res<br />

Alexis Thuller PAgliArini<br />

Depois <strong>de</strong> um evento que reuniu players<br />

do mundo digital, fomos para uma happy<br />

hour em que rolou um animado papo<br />

sobre as tendências <strong>de</strong> marketing e comunicação.<br />

E o papo, que começou realmente<br />

animado, foi pouco a pouco se tornando<br />

angustiante, com a constatação da imensa<br />

dificulda<strong>de</strong> que continuará existindo para<br />

a gestão eficaz <strong>de</strong>sse tal marketing 3.0.<br />

Todo mundo se encanta com a tecnologia<br />

e os avanços digitais, mas, na hora do<br />

“vamo ver”, a equação gera tantas variáveis<br />

que a tornam quase in<strong>de</strong>cifrável.<br />

A pressão é enorme para o CMO, mas<br />

acaba “sobrando” mesmo é para a agência<br />

que o aten<strong>de</strong>. O CMO diz: “Eu preciso <strong>de</strong><br />

uma agência que atue como uma consultoria<br />

estratégica, ajudando a <strong>de</strong>codificar as<br />

tendências <strong>de</strong> mercado e o comportamento<br />

do consumidor, mas que também seja<br />

supercriativa, trazendo i<strong>de</strong>ias inusitadas e<br />

matadoras, atuando em todas as múltiplas<br />

plataformas, sejam elas online, offline ou<br />

beyond the line.”<br />

“Ah! Mas a remuneração tem <strong>de</strong> ser revista<br />

porque existe uma gran<strong>de</strong> pressão<br />

por custos. Ah! E tem mais: precisa performar!<br />

Temos <strong>de</strong> estabelecer métricas <strong>de</strong><br />

avaliação para todas as ações <strong>de</strong> marketing<br />

e comunicação”.<br />

Então tá! A agência sai atordoada com<br />

a nova <strong>de</strong>manda <strong>de</strong> um CMO estressado e<br />

volta pra casa para ver como dar conta <strong>de</strong>ssa<br />

empreitada hercúlea. Quem po<strong>de</strong>rá nos<br />

salvar? É hora <strong>de</strong> convocar super-heróis para<br />

essas tarefas todas.<br />

Mas, diferentemente dos cartoons, os<br />

super-heróis <strong>de</strong> verda<strong>de</strong> custam caro, muito<br />

caro! É nesse impasse que se encontram<br />

muitas agências <strong>de</strong> propaganda.<br />

Essa história não é nova. Antes mesmo<br />

da internet, cobrava-se das agências uma<br />

atuação full-service, 360° - os mais rodados<br />

se lembrarão disso. E as agências, feito<br />

baratas-tontas, saíam tentando montar estruturas<br />

que fizessem frente às <strong>de</strong>mandas.<br />

E, quase sempre, o que se chegava era a<br />

um foul-service (em vez <strong>de</strong> full) e o tal 360°<br />

era a temperatura da cabeça dos gestores<br />

para tentar fazer bater as contas. De uns<br />

tempos para cá, a moda é a criação <strong>de</strong> gran<strong>de</strong>s<br />

grupos, que tentam colocar <strong>de</strong>baixo <strong>de</strong><br />

um mesmo guarda-chuva todas as ferramentas<br />

<strong>de</strong>mandadas.<br />

Fica bonito para mostrar aos clientes,<br />

mas poucos conseguem orquestrar com eficiência<br />

todas as competências espalhadas<br />

por estruturas estanques, nem sempre dispostas<br />

a se integrar com seus “primos”, por<br />

saberem que a divisão dos escassos recursos<br />

po<strong>de</strong> ser insuficiente para remunerar a<br />

todos <strong>de</strong> forma satisfatória.<br />

Já as agências in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes sentem-<br />

-se pressionadas a se apresentar <strong>de</strong> maneira<br />

mais completa, mas só po<strong>de</strong>m tentar<br />

fazê-lo à custa <strong>de</strong> um malabarismo perigoso,<br />

propondo-se a jogar nas mais diversas<br />

posições com a mesma eficiência. Então o<br />

sócio criativo tenta absorver conceitos <strong>de</strong><br />

gestão estratégica.<br />

O diretor <strong>de</strong> criação tenta se tornar um<br />

expert em conteúdo. O <strong>de</strong> mídia tenta dominar<br />

o cockpit <strong>de</strong> todo um sistema <strong>de</strong><br />

gestão <strong>de</strong> meios cada vez mais complexo,<br />

mesclando on e offline. E quem será o responsável<br />

por todas as ativida<strong>de</strong> do chamado<br />

live marketing?<br />

Enfim, a máxima hoje é: não importa o<br />

meio, o que interessa é o conjunto <strong>de</strong> soluções<br />

i<strong>de</strong>al para cada <strong>de</strong>manda <strong>de</strong> um cliente.<br />

É lógico e fácil <strong>de</strong> enunciar. Mas o problema<br />

começa na hora <strong>de</strong> praticar. Quantas<br />

expertises têm <strong>de</strong> dominar hoje o publicitário?<br />

Na verda<strong>de</strong>, o i<strong>de</strong>al é dominar o conhecimento<br />

<strong>de</strong> todo o amplo espectro da comunicação<br />

<strong>de</strong> hoje, mas não tentar executar<br />

tudo embaixo do mesmo teto.<br />

Estamos na época da colaboração, do<br />

compartilhamento. O que não dá para terceirizar<br />

é a interpretação e o equacionamento<br />

do problema ou oportunida<strong>de</strong> do<br />

cliente. As <strong>de</strong>mais tarefas po<strong>de</strong>m ser cumpridas<br />

por intermédio <strong>de</strong> parcerias estratégicas<br />

ou mesmo <strong>de</strong> serviços eventuais <strong>de</strong><br />

terceiros.<br />

Sabemos das dificulda<strong>de</strong>s <strong>de</strong> se colocar<br />

em prática isso frente às implicações trabalhistas,<br />

mas é inevitável. Chutar o escanteio<br />

e correr pra cabecear é para quem tem<br />

superpo<strong>de</strong>res. É tarefa para o Superadman.<br />

Mas isso é coisa <strong>de</strong> ficção, certo?<br />

Alexis Thuller Pagliarini é superinten<strong>de</strong>nte<br />

da Fenapro (Fe<strong>de</strong>ração Nacional <strong>de</strong> Agências<br />

<strong>de</strong> Propaganda)<br />

alexis@fenapro.org.br<br />

32 6 <strong>de</strong> <strong>fevereiro</strong> <strong>de</strong> <strong>2017</strong> - jornal propmark


inovAção<br />

Achar equilíbrio<br />

entre tecnologia<br />

e humanida<strong>de</strong> é<br />

gran<strong>de</strong> <strong>de</strong>safio<br />

Jacqui Sze/Divulgação<br />

Trabalhar com foco nas necessida<strong>de</strong>s <strong>de</strong><br />

pessoas reais. Essa é, hoje, a essência do<br />

trabalho da estrategista criativa e <strong>de</strong>signer<br />

<strong>de</strong> inovação Louisa Heinrich. Há quase<br />

quatro anos, ela fundou a Superhuman, que aborda<br />

aspectos humanos do futuro digital. A executiva<br />

conversou com o PROPMARK sobre a relação entre<br />

o humano e o digital, e como isso influencia as<br />

empresas. Confira a seguir trechos da entrevista.<br />

Louisa Heinrich: “há muitas coisas que po<strong>de</strong>mos fazer melhor do que as máquinas”<br />

Claudia Penteado<br />

EstrAtEgistA criAtivA<br />

Essencialmente eu trabalho<br />

com meus clientes para alinhar<br />

a visão e os objetivos <strong>de</strong><br />

seus negócios com as necessida<strong>de</strong>s<br />

<strong>de</strong> pessoas reais – esten<strong>de</strong>ndo<br />

os princípios do <strong>de</strong>sign<br />

centrado no ser humano para<br />

negócios centrados no ser humano.<br />

Os projetos variam em<br />

magnitu<strong>de</strong>: às vezes, é apenas<br />

planejar o produto ou projeto<br />

da organização; às vezes, é<br />

um alinhamento mais holístico<br />

da marca; às vezes, é a gestão<br />

completa, que inclui uma direção<br />

<strong>de</strong> criação mais hands-on.<br />

Mas, no fundo, está sempre a<br />

necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> conectar e alinhar<br />

o negócio com o cliente <strong>de</strong><br />

uma forma significativa.<br />

DigitAl X HumAno<br />

Eu acho que tudo é o equilíbrio<br />

sobre quem (ou o que)<br />

toma as <strong>de</strong>cisões. A Inteligência<br />

Artificial po<strong>de</strong> ser muito útil,<br />

mas funciona melhor em sistemas<br />

fechados com regras fixas,<br />

como no xadrez. Quanto mais<br />

previsível for o ambiente, melhores<br />

serão as <strong>de</strong>cisões. Mas<br />

no mundo real, o sistema não é<br />

fechado ou fixo. As pessoas são<br />

maravilhosamente inventivas<br />

e imprevisíveis, o que dificulta<br />

que a IA preveja o que faremos,<br />

queremos ou gostaremos. Há<br />

muitas coisas que po<strong>de</strong>mos fazer<br />

melhor do que as máquinas.<br />

ProblEmAs rEAis<br />

10% das pessoas no planeta<br />

Terra não têm acesso à água potável.<br />

A população global está<br />

crescendo mais rapidamente<br />

do que a nossa capacida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> fazer comida. A educação<br />

está escorregando. Esses são<br />

problemas reais, gran<strong>de</strong>s. Não<br />

conseguir que seu sushi seja<br />

entregues às 23h <strong>de</strong> uma terça-<br />

-feira não é um problema. É<br />

uma conveniência. O mundo da<br />

tecnologia e cena geral <strong>de</strong> startups<br />

está se concentrando <strong>de</strong>sproporcionalmente<br />

nesses não-<br />

-problemas. Isso ocorre porque,<br />

em parte, eles são muito mais<br />

simples e fáceis <strong>de</strong> enfrentar.<br />

Ao mesmo tempo, o mecanismo<br />

<strong>de</strong> investimento que impulsiona<br />

a cena das startups ten<strong>de</strong><br />

a valorizar projetos que po<strong>de</strong>m<br />

alcançar resultados rápidos em<br />

<strong>de</strong>trimento daqueles que são<br />

longos e complexos e evitam<br />

coisas que parecem muito arriscadas.<br />

Creio que muitos <strong>de</strong> nós<br />

estão interessados em enfrentar<br />

os gran<strong>de</strong>s problemas, mas<br />

todos nós precisamos ganhar a<br />

vida também. Se os problemas<br />

simples forem os que estiverem<br />

sendo financiados, é neles que<br />

a maioria <strong>de</strong> nós focará. Então,<br />

<strong>de</strong>pois que ganharmos nosso<br />

dinheiro, talvez possamos passar<br />

para as questões complexas.<br />

Talvez um dos maiores problemas<br />

que temos seja encontrar o<br />

equilíbrio certo entre tecnologia,<br />

dinheiro e humanida<strong>de</strong>.<br />

“A IntelIgêncIA<br />

ArtIfIcIAl po<strong>de</strong><br />

ser muIto útIl, mAs<br />

funcIonA melhor<br />

em sIstemAs<br />

fechAdos com<br />

regrAs fIxAs,<br />

como no xAdrez”<br />

Primórios<br />

Aprendi nos primórdios da<br />

era “.com” que, em primeiro lugar<br />

e acima <strong>de</strong> tudo, só porque<br />

você po<strong>de</strong> fazer uma coisa, não<br />

significa que <strong>de</strong>va fazê-la. Muitas<br />

empresas gastaram tanto<br />

dinheiro em produtos digitais<br />

ao longo dos anos – primeiro<br />

foram sites, <strong>de</strong>pois aplicativos,<br />

agora adicionando conectivida<strong>de</strong><br />

a objetos físicos –, mas não<br />

trouxeram qualquer valor real<br />

ao seu negócio. Em segundo lugar,<br />

que apenas fazer algo que<br />

nós (a tecnologia e o <strong>de</strong>sign)<br />

enten<strong>de</strong>mos e gostamos não<br />

é bom o suficiente: temos <strong>de</strong><br />

fazer as coisas <strong>de</strong> um jeito que<br />

faça sentido para as pessoas na<br />

outra extremida<strong>de</strong>. Finalmente,<br />

aprendi que é mais fácil ficar<br />

entusiasmado com a tecnologia<br />

do que fazê-la funcionar. A tecnologia<br />

já melhorou as nossas<br />

vidas <strong>de</strong> muitas formas, mas<br />

também causou problemas<br />

significativos, especialmente<br />

sociais (vi<strong>de</strong> a discussão em<br />

curso sobre o efeito das falsas<br />

notícias). A tecnologia muda e<br />

evolui rapidamente, mas nós,<br />

os humanos, <strong>de</strong>moramos mais<br />

para nos ajustar, a <strong>de</strong>senvolver<br />

habilida<strong>de</strong>s sociais e estruturas<br />

para lidar com todas as mudanças.<br />

É importante que nós da<br />

comunida<strong>de</strong> tecnológica nos<br />

mantenhamos cientes <strong>de</strong>ssa<br />

lacuna, para não nos encaixarmos<br />

coletivamente nela.<br />

rElAcionAmEnto<br />

Encontro clientes tentando<br />

pensar sobre o seu negócio <strong>de</strong><br />

uma forma mais centrada no<br />

ser humano, porque eles veem<br />

o benefício <strong>de</strong> melhorar o relacionamento<br />

com seus clientes<br />

e querem trazer esse pensamento<br />

mais profundamente<br />

para a forma com que operam.<br />

Isso é brilhante e muito <strong>de</strong>safiador,<br />

especialmente para<br />

negócios que estão por aí há<br />

muito tempo. Mudar a forma<br />

como uma gran<strong>de</strong> organização<br />

opera leva tempo e po<strong>de</strong><br />

envolver muitas complicações<br />

imprevistas. Mas eu sinto que<br />

é necessário que as empresas<br />

se orientem em torno dos seres<br />

humanos (funcionários e clientes)<br />

para serem sustentáveis,<br />

e fico animada ao ver mais e<br />

mais organizações dispostas a<br />

se engajar nessa i<strong>de</strong>ia.<br />

jornal propmark - 6 <strong>de</strong> <strong>fevereiro</strong> <strong>de</strong> <strong>2017</strong> 33


STORYTELLER<br />

FBIlustra<br />

Um brin<strong>de</strong><br />

ao caráter<br />

Em quase 50 anos <strong>de</strong> carreira participei<br />

poucas vezes <strong>de</strong> uma <strong>de</strong>monstração<br />

<strong>de</strong> honestida<strong>de</strong> como aquela<br />

LuLa Vieira<br />

Há muito, muito tempo, na sala da presidência<br />

da Embratel, apresentamos ao<br />

ministro Renato Archer uma enorme campanha,<br />

precedida <strong>de</strong> um profundo planejamento,<br />

em que havíamos investido tempo,<br />

dinheiro e talento.<br />

Ao fim da história toda, o ministro<br />

olhou-nos, surpreso, e <strong>de</strong>clarou termos<br />

conseguido o impossível: errar em praticamente<br />

tudo.<br />

Na opinião <strong>de</strong>le, não eram aquelas as<br />

mensagens, não era aquele o momento,<br />

não era aquele o posicionamento pretendido<br />

pela empresa, nem era aquela a oportunida<strong>de</strong><br />

política para lançar aquela campanha.<br />

O diretor <strong>de</strong> propaganda, Cláudio Vieira,<br />

sem um único tremor na voz, olhar firme,<br />

disse ao ministro:<br />

- O senhor me <strong>de</strong>sculpe, mas então o erro<br />

foi meu. Esse foi exatamente o briefing que<br />

eu passei.<br />

Eu juro por Deus que vi nos olhos do presi<strong>de</strong>nte<br />

um olhar <strong>de</strong> respeito e admiração.<br />

Em quase 50 anos <strong>de</strong> carreira eu participei<br />

poucas vezes <strong>de</strong> uma <strong>de</strong>monstração <strong>de</strong> honestida<strong>de</strong><br />

como aquela.<br />

Uma outra ocasião apresentamos para o<br />

Telecine nossa primeira tentativa <strong>de</strong> conquistar<br />

a conta.<br />

Segundo nossa mo<strong>de</strong>stíssima opinião,<br />

eram anúncios <strong>de</strong>slumbrantes, geniais,<br />

prêmios garantidos <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a revista Archive<br />

até o Magazine of Advertising and Posters<br />

<strong>de</strong> Bruxelas. Cannes, então, era só correr<br />

para o beijo na boca, fazendo caretas para o<br />

Nizan Guanaes. Categoria Leão <strong>de</strong> platina.<br />

Troféu especial. Grand Prix. Super Prix.<br />

Depois <strong>de</strong> todos os argumentos possíveis,<br />

fazem-se terríveis minutos <strong>de</strong> silêncio<br />

e o cliente (Elton Simões) <strong>de</strong>clara:<br />

- Gente, não é nada disso. Eu não concordo<br />

com essa i<strong>de</strong>ia. Os estúdios que fornecem<br />

os filmes para o Telecine suspen<strong>de</strong>riam<br />

nosso contrato, além do que esta é,<br />

provavelmente, a maior coleção <strong>de</strong> sandices<br />

que eu já vi sobre a relação cinema-TV-<br />

-espectador.<br />

Viola <strong>de</strong>vidamente enfiada no saco, fomos<br />

embora com a certeza <strong>de</strong> que per<strong>de</strong>mos<br />

a chance. Um motivo para encher a<br />

cara e esquecer esforço e investimentos jogados<br />

fora. No dia seguinte, Elton telefona:<br />

- Vocês erraram tudo, mas foi a agência<br />

que mais nos convenceu que po<strong>de</strong>ria prestar<br />

o melhor serviço. A conta é <strong>de</strong> vocês.<br />

O nome do banco eu não posso falar,<br />

mas, para aproveitar uma oportunida<strong>de</strong>,<br />

o <strong>de</strong>partamento <strong>de</strong> propaganda e nós, da<br />

agência, resolvemos fazer um anúncio <strong>de</strong><br />

página inteira <strong>de</strong> um momento para o outro<br />

e não <strong>de</strong>u para percorrer toda a burocracia<br />

normal <strong>de</strong> aprovação. Peça impressa, comentadíssima,<br />

sucesso total <strong>de</strong> público e<br />

um <strong>de</strong>sastre político.<br />

Para nossa infelicida<strong>de</strong>, havia um <strong>de</strong>talhe<br />

<strong>de</strong>sconhecido que tornava aquele<br />

anúncio uma das peças mais inoportunas<br />

jamais publicadas na imprensa brasileira.<br />

Podia até ser bom mercadologicamente,<br />

mas era o fim do mundo junto ao ministro-<br />

-Deus e à sua corte.<br />

Comentário do presi<strong>de</strong>nte do banco, sem<br />

um único instante <strong>de</strong> perda <strong>de</strong> tempo:<br />

- Só erra quem faz. Não se toca mais no<br />

assunto.<br />

Hoje me <strong>de</strong>u uma tremenda vonta<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

fazer como Orson Welles, que, em seu aniversário,<br />

observou as pessoas através do<br />

copo <strong>de</strong> Martini, cheirou o Tankerey e disse<br />

apenas:<br />

- Senhores, um brin<strong>de</strong> ao caráter!<br />

Lula Vieira é publicitário, diretor da<br />

Mesa Consultoria <strong>de</strong> Comunicação,<br />

radialista, escritor, editor e professor<br />

lulavieira@grupomesa.com.br<br />

34 6 <strong>de</strong> <strong>fevereiro</strong> <strong>de</strong> <strong>2017</strong> - jornal propmark


digital<br />

Esportes eletrônicos se fortalecem<br />

com o aporte <strong>de</strong> novos investidores<br />

Aquisição <strong>de</strong> um dos principais times do segmento no Brasil por<br />

Ronaldo Nazário abre caminho para atrair marcas <strong>de</strong> fora do tra<strong>de</strong><br />

Danúbia Paraizo<br />

Ginásio do Ibirapuera abrigou<br />

mais <strong>de</strong> 15 mil pessoas<br />

O<br />

naquele 9 <strong>de</strong> julho <strong>de</strong> 2016, mas<br />

não se engane. Por ali, não seria<br />

veiculada nenhuma partida <strong>de</strong><br />

vôlei, basquete ou futsal, como<br />

tradicionalmente ocorre aos<br />

fins <strong>de</strong> semana. O canal Spor-<br />

TV e diversos outros veículos<br />

segmentados estavam presentes,<br />

mas para a cobertura da<br />

final do Campeonato Brasileiro<br />

<strong>de</strong> League of Legends (CBLoL),<br />

disputada entre INTZ e CNB.<br />

Responsável por movimentar<br />

mais <strong>de</strong> US$ 610 milhões no<br />

mundo com patrocínios, premiações<br />

e remuneração <strong>de</strong> jogadores<br />

em 2015, o mercado <strong>de</strong><br />

esportes eletrônicos tem atraído<br />

cada vez mais atenção <strong>de</strong> investidores,<br />

sobretudo os que já<br />

atuaram no mercado esportivo.<br />

No exterior, estrelas como<br />

Shaquille O’Neal, Alex Rodriguez<br />

e Jimmy Rollins, do basquete<br />

norte-americano, integram<br />

o grupo <strong>de</strong> investidores<br />

do time NRG e-Sports, enquanto<br />

no Brasil, Ronaldo Nazário<br />

<strong>de</strong>u sua contribuição ao processo<br />

<strong>de</strong> profissionalização do setor<br />

ao anunciar sua socieda<strong>de</strong><br />

no CNB.<br />

O ex-jogador <strong>de</strong> futebol apresentou<br />

semana passada uma<br />

das equipes <strong>de</strong> e-Sports mais<br />

tradicionais do país. Estiveram<br />

presentes André Akkari, campeão<br />

mundial <strong>de</strong> poker e amigo<br />

pessoal <strong>de</strong> Ronaldo, e Igor<br />

Trafane Fe<strong>de</strong>ral, presi<strong>de</strong>nte<br />

da Confe<strong>de</strong>ração Brasileira <strong>de</strong><br />

Poker (BSOP). Ambos se uniram<br />

ao quadro societário da equipe,<br />

ao lado dos fundadores, Cleber<br />

Fonseca e Carlos Junior.<br />

Segundo Akkari, o objetivo<br />

da parceria foi o <strong>de</strong>sejo <strong>de</strong> utilizar<br />

a experiência no esporte<br />

para contribuir com a profissionalização,<br />

atraindo anunciantes<br />

e novos negócios. O jogador<br />

<strong>de</strong> poker explicou que já há um<br />

reconhecimento <strong>de</strong> marcas do<br />

Principal equipe do time CNB e o novo quadro <strong>de</strong> sócios com o ex-jogador <strong>de</strong> futebol Ronaldo<br />

“O mercadO cresce<br />

36% aO anO, O que<br />

tem <strong>de</strong>spertadO a<br />

atençãO <strong>de</strong> muita<br />

gente interessada<br />

em se assOciar aO<br />

públicO jOvem”<br />

segmento <strong>de</strong> tecnologia e internet,<br />

mas a i<strong>de</strong>ia é trazer também<br />

gran<strong>de</strong>s marcas <strong>de</strong> outros<br />

nichos para o segmento.<br />

“No mercado <strong>de</strong> e-Sports<br />

brasileiro, não há tanta conexão<br />

com as gran<strong>de</strong>s marcas,<br />

como as que apoiam o futebol,<br />

por exemplo. Nosso objetivo é<br />

essa aproximação. Vamos usar<br />

a imagem do Ronaldo e meu<br />

know-how <strong>de</strong>ntro do poker<br />

para alavancar o mundo <strong>de</strong> e-<br />

-Sports”, disse Akkari.<br />

Fabio Bottallo, gerente <strong>de</strong><br />

marketing da HyperX na América<br />

Latina, divisão da Kingston<br />

Technology para fabricação <strong>de</strong><br />

headsets, mouses, teclados e<br />

<strong>de</strong>mais acessórios para o mercado<br />

<strong>de</strong> esportes eletrônicos,<br />

concorda que o interesse <strong>de</strong><br />

anunciantes fora do tra<strong>de</strong> ainda<br />

seja baixo, mas ressalta as peculiarida<strong>de</strong>s<br />

do público e a necessida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> cuidado com a comunicação.<br />

“Algumas marcas estão<br />

prestando atenção, mas per<strong>de</strong>m<br />

oportunida<strong>de</strong>s porque é um<br />

mercado <strong>de</strong> nicho. Não adianta<br />

chegar sem ajustar o discurso.<br />

Além disso, é um investimento<br />

<strong>de</strong> longo prazo. Existe um trabalho<br />

<strong>de</strong> relacionamento, conhecimento,<br />

aprendizagem, <strong>de</strong><br />

estar presente”.<br />

I<strong>de</strong>alizador da maior feira<br />

<strong>de</strong> games da América Latina,<br />

a Brasil Game Show, Marcelo<br />

Tavares ressalta os diferenciais<br />

do perfil do público gamer e<br />

as oportunida<strong>de</strong>s do setor. Em<br />

2016, por exemplo, a feira teve<br />

como patrocinadoras a TNT<br />

Energy Drink, a re<strong>de</strong> Cinemark<br />

e a Dell. “O mercado <strong>de</strong> e-Sports<br />

Divulgação<br />

cresce 36% ao ano, o que tem<br />

<strong>de</strong>spertado a atenção <strong>de</strong> muita<br />

gente interessada em se associar<br />

ao público jovem, exigente<br />

em relação a qualida<strong>de</strong> e preço,<br />

apaixonado pelas marcas que<br />

adota, sincero e com gran<strong>de</strong> <strong>de</strong>sejo<br />

<strong>de</strong> compra”.<br />

Além dos eventos, uma gran<strong>de</strong><br />

plataforma <strong>de</strong> investimentos<br />

para quem <strong>de</strong>seja falar com os<br />

gamers é obviamente a internet.<br />

Nesse sentido, as re<strong>de</strong>s<br />

sociais receberam atenção redobrada,<br />

como explica Lucas<br />

Patrício, cofundador da Gomídia,<br />

agência que gerencia re<strong>de</strong>s<br />

sociais da Ubisoft, um dos<br />

maiores estúdios <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento<br />

<strong>de</strong> jogos do mundo.<br />

“A relação <strong>de</strong> fãs com os games<br />

é intensa, eles investem<br />

centenas <strong>de</strong> horas jogando e assistindo<br />

às partidas online. Essa<br />

<strong>de</strong>dicação move discussões <strong>de</strong><br />

amor e ódio nas re<strong>de</strong>s sociais.<br />

A estratégia para se trabalhar<br />

com eles é criando conteúdo <strong>de</strong><br />

qualida<strong>de</strong> e gerando oportunida<strong>de</strong>s<br />

que os tragam para perto<br />

da comunida<strong>de</strong>”.<br />

jornal propmark - 6 <strong>de</strong> <strong>fevereiro</strong> <strong>de</strong> <strong>2017</strong> 35


DiGiTaL<br />

Marcas <strong>de</strong>safiam campuseiros<br />

a unir tecnologia e criativida<strong>de</strong><br />

Campus Party, realizada em São Paulo, teve mais <strong>de</strong> 120 mil visitantes,<br />

sendo oito mil participantes acampados durante os sete dias <strong>de</strong> evento<br />

Fotos: Divulgação<br />

Ativida<strong>de</strong>s abordaram temas como empreen<strong>de</strong>dorismo, <strong>de</strong>sign, astronomia e games, entre outros assuntos que envolveram participantes em <strong>de</strong>safios, workshops e palestras<br />

mariana zirondi<br />

Campus Party Brasil, que<br />

A completou um década este<br />

ano, contou com patrocínio <strong>de</strong><br />

Visa e apoio da Prefeitura <strong>de</strong><br />

São Paulo, Telebras e governo<br />

fe<strong>de</strong>ral. A experiência tecnológica<br />

teve mais <strong>de</strong> 120 mil participantes,<br />

sendo oito mil “campuseiros”,<br />

como são chamados<br />

os que acamparam no pavilhão<br />

<strong>de</strong> exposições, em São Paulo,<br />

entre os últimos dias 31 e 5.<br />

Durante a feira, as ativida<strong>de</strong>s<br />

abordaram diversos temas,<br />

entre eles astronomia, <strong>de</strong>sign,<br />

multimídia, <strong>de</strong>senvolvimento,<br />

empreen<strong>de</strong>dorismo, software<br />

livre e games, divididos<br />

entre conferências, <strong>de</strong>safios e<br />

workshops. Foram 40 GBps <strong>de</strong><br />

internet proporcionados pela<br />

Telebras, caraterística que faz a<br />

feira ocorrer, já que os campuseiros<br />

passam sete dias conectados.<br />

“o conhecimento<br />

cresce quando<br />

compartilhado<br />

e, por isso,<br />

vamos, junto<br />

com o sebrae,<br />

promover o<br />

intercâmbio <strong>de</strong><br />

conhecimento<br />

em ambientes<br />

<strong>de</strong>mocráticos”<br />

Tonico Novaes, diretor da<br />

Campus Party Brasil, <strong>de</strong>stacou<br />

que neste ano promoveram<br />

ações como a campanha Como<br />

a Campus Party mudou a minha<br />

vida, que reuniu histórias<br />

<strong>de</strong> jovens contando as suas experiências<br />

com o evento. Além<br />

disso, os participantes foram<br />

convidados a criar conteúdos<br />

e palestras, tornando-se “curadores”<br />

do evento.<br />

“Abrimos todos os nossos<br />

canais para tirar dúvidas e melhorar<br />

a experiência do público<br />

durante o evento. A #CPBR10<br />

não é nada sem os campuseiros.<br />

Entre as novida<strong>de</strong>s está<br />

uma batalha <strong>de</strong> robôs, Ultimate<br />

Robot Combat, promovida pelo<br />

Submarino, além do primeiro<br />

campeonato brasileiro <strong>de</strong> drones”,<br />

explicou Novaes.<br />

parceria<br />

A parceria entre o Sebrae e<br />

o Instituto Campus Party <strong>de</strong>u<br />

origem ao Projeto <strong>de</strong> Fomento<br />

ao Empreen<strong>de</strong>dorismo Digital.<br />

As ações são presenciais nos<br />

eventos da Campus Party e na<br />

plataforma campuse.ro, que<br />

funciona como uma re<strong>de</strong> social<br />

com mais <strong>de</strong> 400 mil pessoas<br />

cadastradas no mundo.<br />

“Em nossa plataforma, a tag<br />

empreen<strong>de</strong>dorismo é a terceira<br />

mais utilizada pelos campuseiros<br />

como área <strong>de</strong> interesse.<br />

Acreditamos que o conhecimento<br />

cresce quando compartilhado<br />

e, por isso, vamos, junto<br />

com o Sebrae, promover o<br />

intercâmbio <strong>de</strong> conhecimento<br />

em ambientes <strong>de</strong>mocráticos,<br />

criando espaços nos quais prevalecem<br />

a troca e o aprendizado<br />

mútuo”, <strong>de</strong>clarou Francesco<br />

Ferruggia, presi<strong>de</strong>nte do Instituto<br />

Campus Party.<br />

Uma das novida<strong>de</strong>s do ano<br />

foi a realização do The Big Hackathon,<br />

que <strong>de</strong>safiou os participantes<br />

a criar soluções di-<br />

36 6 <strong>de</strong> <strong>fevereiro</strong> <strong>de</strong> <strong>2017</strong> - jornal propmark


gitais para os 17 Objetivos <strong>de</strong><br />

Desenvolvimento Sustentável<br />

(ODS) do Programa das Nações<br />

Unidas para o Desenvolvimento,<br />

que precisam ser cumpridos<br />

até 2030. Outra iniciativa foi o<br />

Fórum <strong>de</strong> Cida<strong>de</strong>s Inteligentes<br />

e Humanas, série <strong>de</strong> painéis<br />

com representantes das esferas<br />

dos governos fe<strong>de</strong>ral, estadual<br />

e municipal. O objetivo foi<br />

<strong>de</strong>finir ativida<strong>de</strong>s-chave para<br />

aprimorar a vida dos cidadãos<br />

durante o ano, com ações para<br />

tornar as cida<strong>de</strong>s mais inteligentes<br />

e humanas.<br />

As marcas estiveram presentes<br />

em diversas ativida<strong>de</strong>s da<br />

#CPBR10. A Otima, por exemplo,<br />

levou um abrigo <strong>de</strong> ônibus<br />

para <strong>de</strong>ntro do evento e participou<br />

do <strong>de</strong>safio da ONU em quatro<br />

dos objetivos.<br />

Segundo An<strong>de</strong>rson Rodrigues,<br />

gerente <strong>de</strong> planejamento<br />

estratégico, a empresa foi jurada<br />

<strong>de</strong>sses projetos, avaliando<br />

a inovação e aplicação dos negócios<br />

ou até mesmo a gestão<br />

pública. “Os abrigos estavam<br />

equipados com kit <strong>de</strong> Internet<br />

das Coisas com painel <strong>de</strong><br />

energia solar; captação <strong>de</strong> água<br />

com sensor <strong>de</strong> chuva; lixo com<br />

sensores <strong>de</strong> nível; sensores <strong>de</strong><br />

CO2, presença, ruído, raio UV,<br />

temperatura, umida<strong>de</strong> e contagem<br />

<strong>de</strong> pessoas, gerando dados<br />

para os participantes que criaram<br />

soluções para o <strong>de</strong>safio”,<br />

afirma. “A participação reforça<br />

o nosso posicionamento, que<br />

é tornar o mobiliário urbano<br />

presente na vida das pessoas.<br />

Queremos mudar a experiência<br />

na rua e fazer uma real transformação”,<br />

disse Rodrigues.<br />

O energético TNT garantiu a<br />

disposição dos campuseiros no<br />

evento. A Ford também montou<br />

um stand no local, assim<br />

como fez a John Deere, usando<br />

a #ocamponacampus. A Globo,<br />

pelo quarto ano consecutivo,<br />

esteve presente com o objetivo<br />

<strong>de</strong> se conectar ao jovem público<br />

da feira. A emissora reuniu<br />

empreen<strong>de</strong>dores, geeks, programadores,<br />

gamers e interessados<br />

no universo digital.<br />

Tonico Novaes: “Abrimos todos os canais para tirar dúvidas e melhorar a experiência”<br />

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jornal propmark - 6 <strong>de</strong> <strong>fevereiro</strong> <strong>de</strong> <strong>2017</strong> 37


dIGITaL<br />

Yahoo mostra cenário do mobile<br />

e comportamento do usuário<br />

Estudo State of Mobile 2016, <strong>de</strong>senvolvido pelo Flurry, revela tendências<br />

para aplicativos e inovação como chave para o crescimento do setor<br />

bárbara barboSa<br />

Os hábitos <strong>de</strong> consumo em<br />

mobile foram tema do estudo<br />

State of Mobile 2016, <strong>de</strong>senvolvido<br />

pelo Flurry, empresa<br />

<strong>de</strong> análises <strong>de</strong> aplicativos<br />

do Yahoo, que apresentou os<br />

dados semana passada, em São<br />

Paulo. Além do cenário atual, a<br />

empresa trouxe alguns insights.<br />

O principal <strong>de</strong>les talvez seja: esta<br />

é a hora certa para inovar.<br />

De acordo com Chris Klotzbach,<br />

diretor do Flurry Analytics e<br />

responsável pelo estudo, 2016<br />

foi um período estável para o<br />

mobile, mas novas tecnologias,<br />

como o uso <strong>de</strong> VR adaptado a<br />

games, por exemplo, <strong>de</strong>vem<br />

impulsionar novamente o segmento,<br />

que tem em <strong>2017</strong> um<br />

período propenso a inovações.<br />

Segundo o estudo, <strong>de</strong>pois <strong>de</strong><br />

momentos <strong>de</strong> ascensão do mobile<br />

em anos anteriores, 2016<br />

não trouxe crescimento para a<br />

área, mas algumas mudanças<br />

<strong>de</strong> comportamentos foram observadas.<br />

No quesito aparelhos, por<br />

exemplo, cresceu a procura por<br />

mo<strong>de</strong>los “phablets”, ou seja,<br />

celulares cujas dimensões se<br />

aproximam à <strong>de</strong> um tablet. No<br />

Brasil, por exemplo, esse tipo<br />

<strong>de</strong> aparelho teve aumento <strong>de</strong><br />

interesse <strong>de</strong> 16% <strong>de</strong> 2015 para<br />

2016 e hoje representa 56% dos<br />

smartphones no país. Em relação<br />

ao sistema operacional,<br />

o Android predomina entre os<br />

brasileiros.<br />

Já no consumo <strong>de</strong> aplicativos,<br />

os específicos para compras<br />

e <strong>de</strong> mensagens sociais<br />

são lí<strong>de</strong>res. Por outro lado,<br />

observou-se crescimento nos<br />

apps <strong>de</strong> esportes, que tiveram<br />

aumento <strong>de</strong> 43% <strong>de</strong> 2015 para<br />

2016, e <strong>de</strong> Negócios e Finanças,<br />

que aumentaram 30% <strong>de</strong> um<br />

ano para o outro.<br />

Ainda <strong>de</strong> acordo com o estudo,<br />

nos Estados Unidos, hoje,<br />

92% do tempo gasto no mobile<br />

está concentrado nos apps.<br />

André Izay, presi<strong>de</strong>nte do Yahoo Brasil: estratégia focada em mobile, vi<strong>de</strong>o, native e social garantiram ano positivo para a empresa<br />

Chris Klotzbach, diretor do Flurry Analytics e responsável pelo estudo<br />

State of Mobile traz informações<br />

<strong>de</strong> mais <strong>de</strong> 940 mil aplicativos<br />

monitorados pelo Flurry.<br />

Des<strong>de</strong> 2006, foram analisados<br />

mais <strong>de</strong> 2,1 bilhões <strong>de</strong> aparelhos<br />

por mês e 10 bilhões <strong>de</strong> seções<br />

ao dia. O Flurry atua em apps<br />

como Snapchat, Skype e o game<br />

Angry Birds, entre outros.<br />

Mudança<br />

Durante o evento <strong>de</strong> apresentação<br />

do State of Mobile,<br />

o presi<strong>de</strong>nte do Yahoo Brasil,<br />

André Izay, comentou a mudança<br />

<strong>de</strong> posicionamento do<br />

Yahoo nos últimos três anos.<br />

Segundo o executivo, o período<br />

apresentou “novos hábitos<br />

Fotos: Divulgação<br />

e novos <strong>de</strong>safios”, que nada<br />

mais são do que resultado do<br />

uso <strong>de</strong> novas tecnologias e a<br />

transição para o mobile. Nesse<br />

sentido, o Flurry foi uma aquisição<br />

importante, que faz parte<br />

<strong>de</strong> uma lista <strong>de</strong> mais <strong>de</strong> 50<br />

produtos focados em mobile e<br />

vi<strong>de</strong>o que a empresa adquiriu<br />

nesse período.<br />

Em relação às notícias sobre<br />

a venda do Yahoo para a Verizon,<br />

que impactaria inclusive<br />

em uma mudança <strong>de</strong> nome da<br />

empresa, Izay disse que, por<br />

enquanto, nada muda no Brasil,<br />

nem em termos <strong>de</strong> estratégia<br />

ou <strong>de</strong> operações. “Vamos<br />

mesmo ter <strong>de</strong> esperar para<br />

ver”, disse.<br />

O executivo comentou ainda<br />

os resultados positivos<br />

para o Yahoo Brasil em 2016.<br />

“Focamos a nossa estratégia<br />

em mobile, vi<strong>de</strong>o, native e<br />

social. E <strong>de</strong>ntro disso tivemos<br />

um <strong>de</strong>senvolvimento enorme<br />

em termos <strong>de</strong> plataforma”,<br />

ressaltou.<br />

38 6 <strong>de</strong> <strong>fevereiro</strong> <strong>de</strong> <strong>2017</strong> - jornal propmark


pRêmios<br />

D&AD faz campanha com mães <strong>de</strong><br />

criativos <strong>de</strong> várias partes do mundo<br />

Nos <strong>de</strong>poimentos, elas contam curiosida<strong>de</strong>s sobre a vida dos seus filhos;<br />

há brasileiras entre as entrevistadas no ví<strong>de</strong>o criado pela Lucky Generals<br />

campanha <strong>de</strong> divulgação<br />

A do D&AD, que será realizado<br />

em abril, surpreen<strong>de</strong>u<br />

novamente este ano. Criada<br />

pela londrina Lucky Generals,<br />

ação mostra quem está por<br />

trás das mentes brilhantes <strong>de</strong><br />

alguns dos principais criativos<br />

da propaganda mundial:<br />

as mães.<br />

Em ví<strong>de</strong>o divertido, o D&AD<br />

Mums mostra conversas com<br />

<strong>de</strong>z mães, que contaram curiosida<strong>de</strong>s<br />

dos filhos e disseram o<br />

que elas sabem sobre ganhar o<br />

icônico Lápis da premiação.<br />

Entre as brasileiras entrevistadas,<br />

está a mãe <strong>de</strong> Joanna<br />

Monteiro, chief creative officer<br />

da FCB Brasil, e a mãe <strong>de</strong> Luiz<br />

Sanches, sócio e diretor-geral<br />

<strong>de</strong> criação da AlmapBBDO.<br />

Também foram entrevistadas<br />

as mães <strong>de</strong> Ali Ali, diretor da<br />

Sonny London; Jose María<br />

Piera, vice-presi<strong>de</strong>nte-executivo<br />

da *S,C,P,F…; José María<br />

Roca <strong>de</strong> Viñals, chief creative<br />

officer da DDB Espanha, entre<br />

outras.<br />

Em 2016, a Lucky Generals<br />

Mulheres também falam sobre o que sabem a respeito <strong>de</strong> ganhar o icônico Lápis do festival, que será realizado em abril, em Londres<br />

fez uma brinca<strong>de</strong>ira para divulgar<br />

a <strong>edição</strong> do prêmio,<br />

mostrando como os criativos<br />

reagiriam se os troféus conquistados<br />

no D&AD <strong>de</strong>saparecessem<br />

da noite para o dia.<br />

Tal fato realmente ocorreu simultaneamente<br />

em agências<br />

<strong>de</strong> São Paulo, Londres, Nova<br />

York, Melbourne, Buenos Aires,<br />

Bangkok, Copenhagen,<br />

Los Angeles e Cida<strong>de</strong> do Cabo.<br />

Divulgação<br />

O roubo dos lápis <strong>de</strong>spertou<br />

intriga. Antes <strong>de</strong> o plano ser<br />

revelado, muitas mensagens<br />

<strong>de</strong> clamor pela <strong>de</strong>volução dos<br />

troféus foram publicadas na<br />

internet.<br />

Almap é <strong>de</strong>staque<br />

no Gunn Report<br />

Agência aparece em terceiro lugar e é<br />

única do Brasil a figurar no ranking 2016<br />

The Gunn Report, um dos<br />

O primeiros e mais importantes<br />

rankings da propaganda<br />

mundial, revelou semana<br />

passada os resultados <strong>de</strong> 2016.<br />

O relatório aponta as campanhas,<br />

marcas, agências <strong>de</strong><br />

publicida<strong>de</strong> e criativos mais<br />

premiados no ano. Os resultados<br />

são baseados nos prêmios<br />

<strong>de</strong> 45 festivais globais, nacionais<br />

e locais, com trabalhos<br />

referentes <strong>de</strong> janeiro a <strong>de</strong>zembro<br />

<strong>de</strong> 2016.<br />

Uma das peças <strong>de</strong> Infinitas possibilida<strong>de</strong>s, que foi <strong>de</strong>staque em diversas premiações<br />

A AlmapBBDO é a única<br />

agência brasileira a figurar<br />

no ranking. Ela aparece como<br />

sendo a terceira agência mais<br />

premiada do mundo. Não há<br />

trabalhos do Brasil relacionados<br />

nesta <strong>edição</strong> do The Gunn<br />

Report.<br />

AlmapBBDO foi, pela quarta<br />

vez, a Agência do Ano no<br />

Cannes Lions 2016. Ela também<br />

ganhou vários outros<br />

prêmios internacionais e nacionais,<br />

entre eles o Colunistas<br />

São Paulo 2016.<br />

A campanha Infinitas possibilida<strong>de</strong>s,<br />

<strong>de</strong>senvolvida para<br />

Getty Images, que “recria” o<br />

Divulgação<br />

rosto <strong>de</strong> personalida<strong>de</strong>s com<br />

partes da face <strong>de</strong> outras pessoas,<br />

foi o case brasileiro mais<br />

premiado.<br />

jornal propmark - 6 <strong>de</strong> <strong>fevereiro</strong> <strong>de</strong> <strong>2017</strong> 39


conjunto da obra <strong>de</strong>sses projetos e vão indicar<br />

quem terá direito a receber o troféu<br />

especial, que será entregue durante a solenida<strong>de</strong>.<br />

Será um Cavalo estilizado na cor<br />

preta com <strong>de</strong>sign da agência <strong>de</strong> publicida<strong>de</strong><br />

Rae,MP, que também está elaborando<br />

a campanha relacionada à data, que terá<br />

veiculação no jornal PROPMARK, no portal<br />

www.propmark.com.br e nas revistas Propaganda<br />

e Marketing.<br />

Quando o Marketing Best foi lançado, a<br />

ADVB (Associação Brasileira dos Dirigentes<br />

<strong>de</strong> Vendas do Brasil) tinha no seu portfólio<br />

a premiação Top <strong>de</strong> Marketing, da qual<br />

Madia era presi<strong>de</strong>nte do júri. Ferrentini<br />

também fora dirigente da entida<strong>de</strong>. Mas,<br />

resolveram <strong>de</strong>senvolver um projeto mais<br />

a<strong>de</strong>quado ao momento do marketing, que<br />

passou a ter uma função mais estratégica.<br />

A <strong>de</strong>cisão foi acertada, como comprova o<br />

histórico da premiação. Em 30 anos, os jurados<br />

analisaram mais <strong>de</strong> 3.200 cases, que<br />

<strong>de</strong>talham uma ação com base em probleprêMios<br />

Marketing Best chega aos 30 an<br />

homenageia <strong>de</strong>staques do perío<br />

Projeto da Editora Referência e<br />

MadiaMundoMarketing coinci<strong>de</strong> com<br />

a consolidação dos processos<br />

mercadológicos nos anunciantes<br />

Troféu para a data terá <strong>de</strong>sign assinado pela Rae,MP, que preten<strong>de</strong> reestilizar na cor preta o tradicional Cavalo da premiação entregue às empresas vencedoras<br />

Paulo Macedo<br />

Lançada em 1987 pela Editora Referência,<br />

do publisher Armando Farrentini,<br />

e pelo MadiaMundoMarketing, do executivo,<br />

colunista e professor Francisco Alberto<br />

Madia <strong>de</strong> Souza, a competição Marketing<br />

Best se tornou, neste período <strong>de</strong> 30 anos,<br />

a mais importante do mercado brasileiro.<br />

Mais do que isso, acompanha a evolução<br />

da ciência mercadológica que começou a<br />

ganhar corpo no país no início da década<br />

<strong>de</strong> 1970, mas foi consolidada com o reconhecimento<br />

que passou a ter na estrutura<br />

das empresas a partir <strong>de</strong> 1994.<br />

Para celebrar a data, está sendo organizada<br />

uma festa no próximo mês <strong>de</strong> maio, em<br />

São Paulo, que vai entregar a um grupo <strong>de</strong><br />

anunciantes que mais se <strong>de</strong>stacaram neste<br />

espaço <strong>de</strong> tempo. Foram selecionadas 105<br />

marcas com cases premiados.<br />

Os integrantes da Abramark (Aca<strong>de</strong>mia<br />

Brasileira <strong>de</strong> Mar- keting) vão analisar o<br />

“É uma i<strong>de</strong>ologia,<br />

uma forma <strong>de</strong> pensar.<br />

marketing passou a ser<br />

uma <strong>de</strong>signação genÉrica<br />

<strong>de</strong> administração”<br />

40 6 <strong>de</strong> <strong>fevereiro</strong> <strong>de</strong> <strong>2017</strong> - jornal propmark


os e<br />

do<br />

nômico, afinal o marketing e as suas ferramentas,<br />

principalmente as <strong>de</strong> comunicação,<br />

fomentam o mercado <strong>de</strong> consumo através<br />

das marcas, produtos e serviços”, enfatiza<br />

Ferrentini.<br />

EssêNCiA<br />

Madia consi<strong>de</strong>ra o ano <strong>de</strong> 1994 marcante<br />

para o marketing no país porque foi a partir<br />

<strong>de</strong>ssa época que <strong>de</strong>ixou <strong>de</strong> ser apenas uma<br />

ferramenta para se posicionar paulatinamente<br />

como a essência <strong>de</strong> uma empresa.<br />

Para ele, o marketing conversa no mesmo<br />

tom com vendas, recursos humanos, tecnologia,<br />

finanças e administração. “É uma<br />

i<strong>de</strong>ologia, uma forma <strong>de</strong> pensar. Marketing<br />

passou a ser uma <strong>de</strong>signação genérica <strong>de</strong><br />

administração. De 1994 para cá, ele ganhou<br />

um elemento-chave para o seu crescimento:<br />

a competitivida<strong>de</strong> entre as empresas e suas<br />

marcas”, explica o executivo.<br />

A era digital está reescrevendo as diretrizes<br />

do marketing, mas sua arquitetura<br />

básica permanece: oferecer ao consumidor<br />

relevância para que ele mantenha a preferência<br />

por uma marca. “Mas é live, ao vivo,<br />

intenso, competitivo. As <strong>de</strong>cisões são praticamente<br />

em tempo real. O consumidor<br />

dá seus palpites na hora e só vai sobreviver<br />

quem estiver com esse timing em mente. A<br />

sensação é que tudo está ocorrendo agora,<br />

nesse instante”, diz Madia, acrescentando:<br />

“Não é por outro motivo que a Ampro (Associação<br />

<strong>de</strong> Marketing Promocional) passou<br />

a usar live marketing”.<br />

As festas do Marketing Best fazem parte<br />

<strong>de</strong>ssa história. Segundo Madia, é o momen-<br />

Fotos: Alê Oliveira<br />

Madia: “O consumidor dá seus palpites na hora e só vai<br />

sobreviver quem estiver com esse timing em mente”<br />

to reservado às equipes que implementam<br />

os serviços estarem juntas e comemorarem<br />

os resultados. As atrações já foram as Mulatas<br />

do Sargentelli, Gilberto Gil, Gal Costa,<br />

Rita Lee, Blitz, Ivete Sangalo, Sidney Magal,<br />

Zezé Di Camargo e Luciano, Chitãozinho e<br />

Chororó e Leci Brandão. “Nos 25 anos fizemos<br />

uma gran<strong>de</strong> festa na Sala São Paulo,<br />

um show da cantora Monica Salmasso.<br />

Estamos caprichando para que a festa dos<br />

30 anos seja marcada por uma organização<br />

exemplar, para que as empresas comtempladas<br />

tenham uma recepção à altura do<br />

talento das suas equipes”, finaliza Madia.<br />

ma, estratégia, solução e seus resultados.<br />

“Tivemos pelo menos 800 cases premiados,<br />

uma média <strong>de</strong> 30 por ano. O júri é muito<br />

rigoroso na escolha. Por esse motivo, o<br />

Marketing Best é uma espécie <strong>de</strong> linha do<br />

tempo do raciocínio estratégico <strong>de</strong> marcas,<br />

produtos e serviços. Mais do que um prêmio,<br />

é uma missão que disseminou a importância<br />

do marketing sempre com o viés<br />

da ética e da qualida<strong>de</strong>. O conjunto <strong>de</strong> cases<br />

premiados forma um acervo que nutre profissionais<br />

e jovens interessados em ingressar<br />

no marketing. Quando vejo esses mais<br />

<strong>de</strong> 800 cases, tenho a impressão que são<br />

uma verda<strong>de</strong>ira aca<strong>de</strong>mia, que a missão foi<br />

<strong>de</strong>vidamente cumprida”, <strong>de</strong>staca Madia.<br />

“É uma coleção <strong>de</strong> cases fantástica. Antes<br />

não tínhamos referências das estratégias<br />

<strong>de</strong>senvolvidas pelas empresas. Esse acervo<br />

construído nesse período exerce influência<br />

no segmento, é uma espécie <strong>de</strong> testemunha<br />

viva da evolução <strong>de</strong>ssa disciplina que<br />

é essencial para o <strong>de</strong>senvolvimento eco-<br />

jornal propmark - 6 <strong>de</strong> <strong>fevereiro</strong> <strong>de</strong> <strong>2017</strong> 41


mArcAs<br />

Anunciantes pegam carona na<br />

credibilida<strong>de</strong> do rap em campanhas<br />

Uma das representações artísticas do hip hop, estilo musical ritmado,<br />

é um facilitador na hora <strong>de</strong> contar histórias carregadas <strong>de</strong> verda<strong>de</strong>s<br />

Fotos: Divulgação<br />

A rapper Karol Conka empresta seu rosto e voz para a campanha da Mark, nova linha <strong>de</strong> maquiagens da Avon<br />

Cristiane Marsola<br />

Verda<strong>de</strong>. Essa é a palavra<br />

da vez na comunicação.<br />

Seja com o bran<strong>de</strong>d content, o<br />

story telling ou na escolha da<br />

trilha sonora, a credibilida<strong>de</strong><br />

ganha cada vez mais relevância<br />

na publicida<strong>de</strong>. Esse é um dos<br />

motivos que têm trazido o rap<br />

para diversas campanhas, aliado,<br />

claro, à crescente popularização<br />

do estilo musical, assim<br />

como às <strong>de</strong>mais representações<br />

artísticas do movimento hip<br />

hop, como o grafite.<br />

“O rap, por característica,<br />

tem credibilida<strong>de</strong>. Os MCs têm<br />

uma integrida<strong>de</strong> e eles prezam<br />

por uma carreira. Um dos fatores<br />

principais é que eles se<br />

posicionam. As marcas buscam<br />

uma verda<strong>de</strong> e conseguem<br />

quando têm esses caras como<br />

porta-vozes”, conta Serginho<br />

Rezen<strong>de</strong>, diretor musical da<br />

Comando S Áudio.<br />

A <strong>de</strong>manda pelo estilo já havia<br />

sido adiantada pelo executivo,<br />

que chamou o MC e beatmaker<br />

Rodrigo Tuchê para fazer<br />

parte do time da produtora. “A<br />

gente tem gravado muito aqui.<br />

Eu sinto muito essa <strong>de</strong>manda.<br />

Tem uma simpatia gran<strong>de</strong> pelo<br />

rap”, diz Rezen<strong>de</strong>.<br />

Entre os trabalhos produzidos<br />

pela Comando S recentemente<br />

que “bebem” no rap<br />

está a campanha para o Banco<br />

do Brasil, que traz Thaí<strong>de</strong> como<br />

narrador. “Os rappers têm mui-<br />

to cuidado na carreira como<br />

um todo para não cair em contradição.<br />

Não é todo produto e<br />

toda campanha que eles topam<br />

fazer. Neste filme, Thaí<strong>de</strong> fala<br />

sobre o que é o brasileiro. O discurso<br />

<strong>de</strong>le tem a ver com o que<br />

ele sempre falou”, explica.<br />

O rap nasceu como um estilo<br />

musical <strong>de</strong> protesto e, se a<br />

princípio po<strong>de</strong> parecer contraditório<br />

estar na publicida<strong>de</strong> <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>ndo<br />

marcas específicas,<br />

o estranhamento cai por terra<br />

quando se consi<strong>de</strong>ra que os<br />

rappers se mantêm fiéis a seus<br />

discursos quando <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>m<br />

esta ou aquela marca. “O consumidor<br />

em si não está mais<br />

nessa <strong>de</strong> comprar uma mentira.<br />

Os blogueiros mostram as vidas<br />

“O Brasil carece <strong>de</strong><br />

verda<strong>de</strong>. a gente<br />

vê essa cOrrupçãO,<br />

tOdO mundO<br />

está se sentindO<br />

enganadO”<br />

42 6 <strong>de</strong> <strong>fevereiro</strong> <strong>de</strong> <strong>2017</strong> - jornal propmark


O rapper Rico Dalasam<br />

estrela minidoc do projeto<br />

Corrente da resistência<br />

para TNT Energy Drink<br />

No clipe o rolê É nosso, a rapper Karol Conka contracena com as jogadoras do time <strong>de</strong> vôlei Nestlé, <strong>de</strong> Osasco<br />

Filme então Vem, para Caixa, une Karol Conka, Edi Rock, Rashid, Rincon Sapiência, RAPadura, Negra Li e Projota<br />

<strong>de</strong>les. O público busca muito<br />

esta verda<strong>de</strong> e os MCs têm muito<br />

isso porque, se soar mentiroso,<br />

acabam com a carreira <strong>de</strong>les”,<br />

afirma Rezen<strong>de</strong>.<br />

Hoje o rap já está popularizado.<br />

“O rap virou pop. Saiu<br />

do gueto há vários anos. Você<br />

ouve esses caras e eles passam<br />

muita verda<strong>de</strong>. O Brasil carece<br />

<strong>de</strong> verda<strong>de</strong>. A gente vê essa<br />

corrupção, todo mundo está se<br />

sentido enganado. Nós temos<br />

<strong>de</strong> passar verda<strong>de</strong>, não adianta<br />

mentir com áudio”, afirma<br />

Lucas Duque, sócio e produtor<br />

musical da Sonido.<br />

Uma das campanhas que<br />

mais chamaram a atenção<br />

usando o universo hip hop<br />

como pano <strong>de</strong> fundo recentemente<br />

foi #SonsdaConquista,<br />

criada pela nova/sb para a Caixa,<br />

com produção <strong>de</strong> áudio da<br />

Sonido e exibida no período<br />

dos Jogos Olímpicos. Apesar <strong>de</strong><br />

não ser patrocinador do evento,<br />

o anunciante apoia atletas e por<br />

isso era importante ter uma ativação<br />

<strong>de</strong> peso. “Foi um marco.<br />

A campanha trouxe esse universo,<br />

tão rico não só musicalmente,<br />

para <strong>de</strong>ntro da casa das<br />

pessoas”, diz Duque. Além dos<br />

filmes em câmera aberta, foram<br />

feitas animações que usavam a<br />

linguagem visual do grafite.<br />

Outra marca que está apostando<br />

na popularida<strong>de</strong> do rap é<br />

a cerveja Itaipava. “Propaganda<br />

é contexto e tem entre seus <strong>de</strong>safios<br />

inserir as marcas na cultura<br />

popular. O rap, por sua vez,<br />

é um estilo musical argumentativo,<br />

ritmado, muito versátil<br />

e <strong>de</strong>mocrático, o que facilita o<br />

engajamento com o contexto<br />

das pessoas <strong>de</strong> uma forma mais<br />

real, menos produzida, mais pé<br />

no chão. Também vale <strong>de</strong>stacar<br />

que tem uma similarida<strong>de</strong>, do<br />

ponto <strong>de</strong> vista <strong>de</strong> criação, o que<br />

facilita a coprodução”, explica<br />

Marcello Penna, VP <strong>de</strong> atendimento<br />

da Y&R.<br />

A campanha Histórias <strong>de</strong> Verão,<br />

criada pela Y&R e com produção<br />

<strong>de</strong> áudio da A9, traz quatro<br />

filmes com rimas <strong>de</strong> Gabriel<br />

o Pensador. “Gabriel tem vários<br />

públicos. Os fãs vão <strong>de</strong> crianças<br />

até adultos com 40, 50 anos.<br />

Trazê-lo foi um acerto muito<br />

gran<strong>de</strong>. Houve uma colaboração<br />

musical <strong>de</strong>le. Não teve isso<br />

<strong>de</strong> chegar apenas para filmar e<br />

fazer o mais rápido possível”,<br />

conta Apollo Nove, produtor e<br />

dono da A9 Áudio.<br />

A Y&R também criou o projeto<br />

Corrente da Resistência para<br />

TNT Energy Drink, produzido<br />

pela Niche, núcleo <strong>de</strong> produção<br />

do Twitter. Em janeiro, estreou<br />

o minidoc estrelado Rico Dalasam,<br />

pioneiro do movimento<br />

“queer rap” no Brasil. “Os rappers<br />

são gran<strong>de</strong>s contadores<br />

<strong>de</strong> histórias, o que tem tudo a<br />

ver com o nosso negócio hoje.<br />

São histórias <strong>de</strong> luta e resiliência,<br />

e o rap tem historicamente<br />

uma trajetória <strong>de</strong> quebra<br />

<strong>de</strong> tabus e barreiras, tanto na<br />

questão social, como no caso<br />

do Thaí<strong>de</strong>, quanto no combate<br />

à homofobia, que é o caso do<br />

Rico Dalasam”, conta Penna.<br />

A rapper Karol Conka anda<br />

em alta entre as marcas. Recentemente<br />

ela apareceu em uma<br />

ação <strong>de</strong> bran<strong>de</strong>d content da<br />

Nestlé, em que contracena com<br />

o time feminino <strong>de</strong> vôlei patrocinado<br />

pela marca. O clipe da<br />

música O Rolê É Nosso, composta<br />

pela rapper e com produção<br />

musical da dupla Tropkillaz,<br />

teve direção <strong>de</strong> cena <strong>de</strong> KondZilla,<br />

com criação e produção<br />

da Conspira+, núcleo <strong>de</strong> bran<strong>de</strong>d<br />

content da Conspiração.<br />

Karol também é a estrela da<br />

campanha <strong>de</strong> Mark, marca <strong>de</strong><br />

maquiagem da Avon lançada<br />

recentemente. A produção <strong>de</strong><br />

áudio é da Soup!<br />

jornal propmark - 6 <strong>de</strong> <strong>fevereiro</strong> <strong>de</strong> <strong>2017</strong> 43


Marcas & Produtos<br />

Neusa Spaulucci nspaulucci@propmark.com.br<br />

CálCulos<br />

A Casio aproveita o início do ano letivo para<br />

lançar a Classwiz fx-991LAX, calculadora<br />

científica que, segundo a empresa, é uma<br />

importante novida<strong>de</strong>, que <strong>de</strong>ve ajudar<br />

principalmente estudantes <strong>de</strong> exatas.<br />

A marca garante ainda que ela tem quatro<br />

vezes mais velocida<strong>de</strong> e resolução.<br />

A companhia <strong>de</strong>staca também o <strong>de</strong>sign<br />

e apresenta os textos, menus e diálogos<br />

traduzidos para o português.<br />

MeMória<br />

A Itubaína promete novida<strong>de</strong>s para este ano.<br />

A primeira <strong>de</strong>las é o lançamento <strong>de</strong> um novo sabor<br />

do refrigerante, que preten<strong>de</strong> resgatar as memórias<br />

da infância <strong>de</strong> muita gente. Trata-se da Itubaína<br />

Groselha, produto criado para o aniversário da<br />

cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> São Paulo, mas que será comercializado<br />

durante este primeiro trimestre. A <strong>edição</strong> é limitada,<br />

reforça o tema da campanha Gostoso como<br />

ser criança, e po<strong>de</strong> ser encontrada nos pontos<br />

<strong>de</strong> venda do estado <strong>de</strong> São Paulo.<br />

É Carnaval!<br />

As latinhas carnavalescas <strong>de</strong> Pitú já estão circulando<br />

em todo o país. A cachaçaria pernambucana distribuiu<br />

3 milhões <strong>de</strong> unida<strong>de</strong>s, <strong>de</strong> 350 ml, da tradicional<br />

aguar<strong>de</strong>nte com o layout especial para a folia. Este<br />

ano, a estampa traz elementos marcantes, entre eles<br />

a La Ursa, os bonecos gigantes <strong>de</strong> Olinda, o Galo da<br />

Madrugada e o Caboclo <strong>de</strong> Lança. A ilustração foi<br />

<strong>de</strong>senvolvida pela Ampla Comunicação.<br />

aCessórios<br />

A Samsung Brasil lançou uma<br />

série <strong>de</strong> produtos para sua linha<br />

<strong>de</strong> acessórios. Além <strong>de</strong> capas<br />

protetoras para os Galaxy<br />

A7 e Galaxy A5, a empresa<br />

apresenta cinco novos<br />

acessórios para todas suas<br />

<strong>de</strong>mais linhas <strong>de</strong> dispositivos:<br />

caixa <strong>de</strong> som bluetooth<br />

bottle, caixa <strong>de</strong> som bluetooth<br />

scoop, bateria externa em<br />

duas capacida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> carga,<br />

carregador sem fio – base<br />

dupla e o fone estéreo com fio<br />

in-ear <strong>de</strong>sign retangular.<br />

44 6 <strong>de</strong> <strong>fevereiro</strong> <strong>de</strong> <strong>2017</strong> - jornal propmark


Para o executivo, o mo<strong>de</strong>lo<br />

<strong>de</strong> assinaturas é importante<br />

porque garante mais estabilida<strong>de</strong><br />

e fi<strong>de</strong>liza o cliente para<br />

novas oportunida<strong>de</strong>s. “Não dá<br />

para <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>r <strong>de</strong> que algum<br />

dia alguém queira comprar apenas<br />

um exemplar. O i<strong>de</strong>al é que<br />

ele receba todo mês, porque ele<br />

consome mais, vê mais anúncio,<br />

é um espiral ascen<strong>de</strong>nte”.<br />

A nova operação também<br />

aten<strong>de</strong>rá os novos negócios do<br />

próprio Grupo Abril, como o<br />

GoBox, marketplace <strong>de</strong> clubes<br />

<strong>de</strong> assinatura <strong>de</strong> produtos como<br />

vinhos, cervejas e snacks saudáveis,<br />

entre outros; o GoRead,<br />

agregador digital <strong>de</strong> mais <strong>de</strong> 140<br />

revistas <strong>de</strong> 14 editoras; e a Abril<br />

Multiassistência, que oferece<br />

suporte e auxílio para imprevistos<br />

com automóveis, motos e<br />

residências.<br />

“Nada é mais <strong>de</strong>monstrativo<br />

da importância da indústria da<br />

informação do que o leitor pagar<br />

pelo conteúdo que consomídiA<br />

Abril compartilha estrutura e<br />

know-how <strong>de</strong> gestão <strong>de</strong> assinantes<br />

Companhia cuidará do relacionamento com clientes <strong>de</strong> outras editoras,<br />

como Ediouro, empresa <strong>de</strong> serviços <strong>de</strong> banda larga e <strong>de</strong> entretenimento<br />

Danúbia Paraizo<br />

Grupo Abril começa a fornecer<br />

toda a sua estrutura<br />

O<br />

e know-how no gerenciamento<br />

<strong>de</strong> assinaturas para empresas<br />

do segmento editorial e também<br />

para novos mercados.<br />

O anúncio do serviço foi feito<br />

no último dia 2, em São Paulo,<br />

por Walter Longo, presi<strong>de</strong>nte e<br />

CEO do grupo, e Ricardo Perez,<br />

diretor <strong>de</strong> assinaturas.<br />

Com uma carteira <strong>de</strong> quase<br />

3,5 milhões <strong>de</strong> assinantes e<br />

estrutura <strong>de</strong> dois mil operadores<br />

<strong>de</strong> telemarketing, além <strong>de</strong><br />

ven<strong>de</strong>dores em todo o Brasil, o<br />

grupo tem objetivo <strong>de</strong> compartilhar<br />

sua expertise com as empresas<br />

interessadas.<br />

A companhia começa o novo<br />

serviço com seis clientes: Ediouro<br />

Publicações (com a marca<br />

Coquetel), Editora GR1 (revistas<br />

Náutica, Pense Leve, Mergulho<br />

e Pesca), Editora Manchete<br />

(revista Pais e Filhos), Editora<br />

Planeta DeAgostini (Coleções),<br />

HughesNet (serviço <strong>de</strong> internet<br />

banda larga via satélite) e<br />

Playkids (plataforma <strong>de</strong> entretenimento<br />

infantil).<br />

Segundo Longo, o conceito<br />

<strong>de</strong> o consumidor pagar por<br />

informação está evoluindo<br />

positivamente, e cuidar do relacionamento<br />

com o assinante<br />

é fundamental para garantir a<br />

saú<strong>de</strong> financeira dos negócios.<br />

“O custo <strong>de</strong> aquisição <strong>de</strong> um<br />

novo assinante é 60% do valor<br />

anual da assinatura. Sempre<br />

haverá um investimento mais<br />

elevado para a aquisição <strong>de</strong><br />

um novo cliente, por isso, cuidar<br />

bem <strong>de</strong>le é imperativo para<br />

uma operação financeiramente<br />

saudável”, argumentou.<br />

Atualmente, <strong>de</strong> 35% a 40%<br />

do faturamento do grupo é<br />

fruto <strong>de</strong> circulação (que inclui<br />

assinaturas e vendas avulsas),<br />

enquanto 30% vem <strong>de</strong> publicida<strong>de</strong>,<br />

e o restante do estúdio<br />

ABC (bran<strong>de</strong>d content) e <strong>de</strong>mais<br />

produtos da casa.<br />

Ricardo Perez e Walter Longo: operação também aten<strong>de</strong>rá os novos negócios do próprio Grupo Abril, como o GoBox<br />

“Nada é mais<br />

<strong>de</strong>moNstrativo<br />

da importâNcia<br />

da iNdústria da<br />

iNformação do<br />

que o leitor pagar<br />

pelo coNteúdo<br />

que coNsome”<br />

Alê Oliveira<br />

me. O crescimento da área <strong>de</strong><br />

assinaturas da Abril mostra o vigor<br />

<strong>de</strong>ssa indústria. Mostra que,<br />

como mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> negócios, as<br />

pessoas estão admitindo pagar<br />

pela informação, o que me dá<br />

uma perspectiva muito otimista<br />

em relação ao futuro do negócio<br />

<strong>de</strong> conteúdo”.<br />

Perez explica que há diversas<br />

modalida<strong>de</strong>s e serviços no mo<strong>de</strong>lo<br />

<strong>de</strong> gestão, tais como atendimento<br />

ao consumidor, criação<br />

<strong>de</strong> marketing direto, vendas<br />

<strong>de</strong> assinaturas multicanais e<br />

ações <strong>de</strong> renovação e retenção<br />

da carteira <strong>de</strong> assinantes.<br />

Caberá a cada cliente <strong>de</strong>cidir<br />

quais serviços são mais atraentes<br />

ao negócio. “A longo dos<br />

últimos anos, adquirimos uma<br />

expertise <strong>de</strong> atuação em vendas,<br />

atendimento e controle<br />

operacional como poucas empresas<br />

do país. Estava na hora<br />

<strong>de</strong> esten<strong>de</strong>rmos esse diferencial<br />

ao mercado”, concluiu o diretor<br />

<strong>de</strong> assinaturas do grupo.<br />

jornal propmark - 6 <strong>de</strong> <strong>fevereiro</strong> <strong>de</strong> <strong>2017</strong> 45


mídia<br />

Record TV estrutura Power Couple<br />

com transmissão multiplataforma<br />

Reality show da Dorimedia tem apresentação do publicitário Roberto<br />

Justus e conta com merchandising, product placement e hub <strong>de</strong> venda<br />

Edu Moraes/Record TV/Divulgação<br />

O apresentador Roberto Justus com os 11 casais selecionados para participar da segunda <strong>edição</strong> do reality show que mistura conhecimento, ativida<strong>de</strong>s físicas e apostas<br />

Paulo Macedo<br />

São 11 casais com estilos e<br />

personalida<strong>de</strong>s diferentes,<br />

que vão ficar confinados durante<br />

50 dias, com direito a pressão<br />

psicológica e muito blefe, no reality<br />

show Power Couple Brasil,<br />

formato criado pela israelense<br />

Dorimedia que será exibido no<br />

fim <strong>de</strong> março na gra<strong>de</strong> da Record<br />

TV. Assim como na primeira<br />

<strong>edição</strong>, que contou com<br />

patrocínio da Danone e da Via<br />

Varejo, a apresentação será do<br />

publicitário Roberto Justus. A<br />

divisão comercial da emissora,<br />

que tem o comando do executivo<br />

Walter Zagari, está com um<br />

plano comercial com cotas <strong>de</strong><br />

patrocínio integrado (Record<br />

News, portal R7 e Record TV),<br />

com valor bruto <strong>de</strong> R$ 40,229<br />

milhões.<br />

Merchandising e product<br />

placement também estão nos<br />

planos. Rodrigo Carelli, diretor<br />

“O prOgrama<br />

é um prOdutO<br />

publicitáriO muitO<br />

interessante<br />

pOrque tem<br />

uma linguagem<br />

mO<strong>de</strong>rna e<br />

cOntempOrânea”<br />

do programa, afirmou que há<br />

espaço para marcas se aproveitarem<br />

da atração para exibir<br />

seus conteúdos comerciais<br />

e fazer branding. “As provas<br />

têm conceitos muito fortes e<br />

po<strong>de</strong>rão ser aproveitadas pelos<br />

anunciantes, que também<br />

vão po<strong>de</strong>r envelopar parte dos<br />

cenários com seus produtos”,<br />

explicou. “O programa é um<br />

produto publicitário muito interessante<br />

porque tem uma<br />

linguagem mo<strong>de</strong>rna e contemporânea.<br />

Outro ponto é que<br />

tem uma audiência comprometida”,<br />

completou Justus, chairman<br />

do Grupo Newcomm <strong>de</strong><br />

Comunicação que vai dividir as<br />

gravações com sua agenda <strong>de</strong><br />

empresário. “Estou on <strong>de</strong>mand.<br />

Se precisarem, faço a<strong>de</strong>quação<br />

do meu tempo e participo das<br />

reuniões”, ele acrescentou.<br />

É o terceiro reality que Justus<br />

comanda na Record. Ele esteve<br />

à frente <strong>de</strong> O Aprendiz e A<br />

Fazenda, este em fase <strong>de</strong> negociação<br />

para a temporada <strong>2017</strong>.<br />

A Record TV também já exibiu<br />

O Jogador. Power Couple garante<br />

ao vencedor um prêmio <strong>de</strong><br />

até R$ 1 milhão. “É preciso ter<br />

coragem para fazer as apostas<br />

porque é essa ousadia que vai<br />

<strong>de</strong>finir o valor que o casal vencedor<br />

vai receber. Cada semana<br />

começa e encerra um ciclo”, <strong>de</strong>talha<br />

Justus.<br />

Além da transmissão linear,<br />

às terças e quintas, o programa<br />

terá extensão multiplataforma<br />

com transmissão pelo YouTube,<br />

em que cada casal terá um<br />

canal exclusivo. O Twitter fará<br />

transmissão em 360º e uma cobertura<br />

com formato <strong>de</strong> game<br />

no Instagram. O portal R7 vai<br />

mostrar ao vivo os duelos.<br />

Também está sendo estruturado<br />

um hub <strong>de</strong> compras para os<br />

telespectadores adquirirem os<br />

produtos usados na ambientação<br />

do programa e pelo elenco.<br />

46 6 <strong>de</strong> <strong>fevereiro</strong> <strong>de</strong> <strong>2017</strong> - jornal propmark


curtas<br />

Divulgação<br />

Alê Oliveira<br />

Até o próximo dia 19, fica instalado na Barra Funda, em São<br />

Paulo, o Budweiser Basement (foto). Inspirado nos “porões” em<br />

que gran<strong>de</strong>s marcas, bandas e i<strong>de</strong>ias foram criados pelo mundo,<br />

o espaço tem objetivo <strong>de</strong> oferecer uma experiência que remeta<br />

à história <strong>de</strong> mais <strong>de</strong> 140 anos da cerveja. “É um projeto criado<br />

para contar um pouco mais da nossa história e dividir os valores<br />

que nos unem. É um espaço interativo, que reflete nossa atitu<strong>de</strong>”,<br />

diz André Clemente, gerente <strong>de</strong> eventos da Ambev. Parceiros <strong>de</strong><br />

entretenimento como Meca, Churrascada, Mandíbula, Barbearia<br />

Corleone e Johnnie Wash também <strong>de</strong>vem levar atrações. A agenda<br />

está disponível no site www.budweiser.com.br/basement.<br />

Giuliana Viscardi foi promovida a diretora <strong>de</strong> estratégia digital,<br />

conteúdo e relacionamento na BFerraz, que acaba <strong>de</strong> fazer mudanças<br />

na estrutura <strong>de</strong> planejamento e digital. A profissional atuou em<br />

projetos para marcas como Unilever, Google e Samsung em passagens<br />

por agências do grupo FLAG (CuboCC e Pong Dinasty).<br />

O SBT divulgou a relação <strong>de</strong> 26 jurados que vão escolher O Melhor<br />

Comercial do Brasil 2016. O júri é presidido por Hugo Rodrigues<br />

(foto), da Publicis, e composto por publicitários que se <strong>de</strong>stacaram<br />

no mercado nos últimos anos. Ao final do processo <strong>de</strong><br />

votação, a dupla <strong>de</strong> criação e o anunciante vencedores ganharão<br />

uma viagem para participar do Festival <strong>de</strong> Criativida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Cannes.<br />

“Premiar a criativida<strong>de</strong> é a melhor maneira <strong>de</strong> estimular a força,<br />

a consistência e o reconhecimento da publicida<strong>de</strong> brasileira em<br />

todo o mundo”, <strong>de</strong>clara Marcelo Parada, diretor-comercial e <strong>de</strong><br />

marketing do SBT. O PROPMARK online traz a lista completa do<br />

júri no http://bit.ly/2l5Pm9X. A lista <strong>de</strong> finalistas é <strong>de</strong>finida por<br />

uma comissão interna e, <strong>de</strong>pois, passa pelo crivo do júri <strong>de</strong> mercado,<br />

que por votação online escolhe uma shortlist dos <strong>de</strong>z melhores<br />

comerciais. A última etapa é realizada em um evento fechado,<br />

previsto para abril, com a presença dos jurados, jornalistas e executivos<br />

da emissora. No dia, serão escolhidos O Melhor Comercial<br />

do Brasil e O Melhor Comercial Regional do Brasil.<br />

Divulgação<br />

A We anuncia a chegada <strong>de</strong> Ana Castelo<br />

Branco (na foto com Guy Costa), ex-<br />

-Africa e Fischer, como nova diretora <strong>de</strong><br />

criação. Ela vai atuar ao lado <strong>de</strong> Ricardo<br />

Sarno e Luis Constantino. “Todos especialistas<br />

em suas áreas <strong>de</strong> formação: direção<br />

<strong>de</strong> arte, digital e redação. Estamos<br />

aproveitando este momento <strong>de</strong> crescimento<br />

da agência para reforçar o <strong>de</strong>partamento<br />

trazendo uma profissional que<br />

enxerga a comunicação além da propaganda,<br />

mas também tem gran<strong>de</strong> experiência<br />

e reconhecimento como criativa e<br />

gestora”, diz Costa, sócio e VP <strong>de</strong> criação<br />

da We. “Não estava em meus planos um<br />

retorno à profissão por enquanto. Mas a<br />

proposta <strong>de</strong> trabalho da agência e as pessoas<br />

que conheci na We me convenceram<br />

rapidamente”, diz Ana. Em 2012, após o<br />

nascimento <strong>de</strong> seu primeiro filho, a profissional<br />

optou por um período sabático,<br />

no qual se <strong>de</strong>dicou à <strong>de</strong>fesa da causa da<br />

síndrome <strong>de</strong> Down.<br />

jornal propmark - 6 <strong>de</strong> <strong>fevereiro</strong> <strong>de</strong> <strong>2017</strong> 47


supercenas<br />

Marcello Queiroz mqueiroz@propmark.com.br<br />

Jogadores do Corinthians Steamrollers com profissionais da agência Ampfy e da produtora Sweet Films durante filmagens <strong>de</strong> comercial para a Mitsubishi Motors do Brasil criado e produzido espec<br />

NOVO MOMENTO<br />

Além <strong>de</strong> comemorar conquistas recentes e a ótima performance da<br />

Leo Burnett Tailor Ma<strong>de</strong> no último ano, Paulo Giovanni, segundo<br />

fontes, <strong>de</strong>ve anunciar nesta terça (7), durante coquetel em São Paulo,<br />

sua saída do cargo <strong>de</strong> chairman da agência. Procurado, Giovanni não<br />

quis comentar a informação. O comando da LBTM <strong>de</strong>ve ficar 100%<br />

nas mãos e mentes da dupla Marcelo Reis e Marcio Toscani.<br />

Amnésia Duo/Divulga<br />

MITSUBISHI NO SUPER BOWL<br />

Jogadores do Corinthians Steamrollers, time <strong>de</strong> futebol americano<br />

<strong>de</strong> São Paulo, são <strong>de</strong>staque do filme da Mitsubishi Motors do Brasil,<br />

criado pela Ampfy, que tem Fred Siqueira como CCO. O comercial<br />

teve veiculação programada na transmissão do Super Bowl pelo canal<br />

ESPN, neste último domingo (5) e também está nas re<strong>de</strong>s sociais<br />

da marca. “O objetivo é chamar a atenção <strong>de</strong> forma impactante”, sintetiza<br />

André Paes <strong>de</strong> Barros, CEO da Ampfy. A produção é da Sweet<br />

Films, com direção <strong>de</strong> cena <strong>de</strong> Fernando André e direção <strong>de</strong> fotografia<br />

<strong>de</strong> João Frohlich.<br />

DUPLA IRREVERENTE<br />

Além das cenas <strong>de</strong> publicida<strong>de</strong>, os diretores Pedro Giomi e Guilhermo<br />

Sartori, a dupla Amnésia, da Sentimental Filme, gostam <strong>de</strong> intervenções<br />

com Photoshop em suas imagens. A mais recente está aí ao lado<br />

direito. Os dois, que ganharam Leão <strong>de</strong> ouro no Craft Lions do ano<br />

passado, completam neste <strong>fevereiro</strong> quatro anos <strong>de</strong> trabalho a dois.<br />

Pedro Giomi e Guilhermo Sartori “photoshopados” por eles mesmos<br />

48 6 <strong>de</strong> <strong>fevereiro</strong> <strong>de</strong> <strong>2017</strong> - jornal propmark


Mario Coelho/Divulgação<br />

Marcelo Campana/Divulgação<br />

O diretor <strong>de</strong> criação da Talent Marcel, Marcello Droopy, camisa preta e óculos, com profissionais da agência que participam do case #PoeFiltro<br />

ialmente para o Super Bowl<br />

ção<br />

SUCESSO COM FILTRO<br />

Uma i<strong>de</strong>ia bacana da Talent Marcel gerou ação <strong>de</strong> combate ao câncer<br />

<strong>de</strong> pele, que já impactou mais <strong>de</strong> 31 milhões <strong>de</strong> usuários no Instagram.<br />

Ela está sendo <strong>de</strong>senvolvida para a ONG Beaba e propõe o<br />

uso da #PoeFiltro em clara oposição à #SemFiltro, muito utilizada<br />

na plataforma <strong>de</strong> fotos e ví<strong>de</strong>os. O projeto conta com participação<br />

espontânea <strong>de</strong> várias personalida<strong>de</strong>s e apoio <strong>de</strong> marcas como Drogarias<br />

Pacheco e Drogaria São Paulo. O trabalho, assinado pelo diretor<br />

<strong>de</strong> criação Marcello Droopy, tem participação dos seguintes profissionais<br />

da agência: Lucas Siqueira (redator), Paulo Almeida P.A.<br />

(diretor <strong>de</strong> arte), Vitor Ayrosa (gerente <strong>de</strong> estratégia digital), Jean<br />

Boechat (diretor <strong>de</strong> estratégia digital), Daisy Kohler (estratégia <strong>de</strong><br />

mídia digital), Fernanda Faria (supervisora <strong>de</strong> contas), Rodrigo Lugato<br />

(diretor <strong>de</strong> criação), Marcela Ferreira (supervisora <strong>de</strong> mídia),<br />

Mayara Valadares (executiva <strong>de</strong> contas) e Rafael Amorim (diretor<br />

<strong>de</strong> mídia).<br />

DESCOBERTA DE ESPÉCIES<br />

Tem estreia prevista para salas <strong>de</strong> cinema no segundo semestre<br />

<strong>de</strong>ste ano o documentário Novas Espécies, uma coprodução da Grifa<br />

Filmes, Globonews, Globofilmes, Filmland, a produtora alemã<br />

Gebrue<strong>de</strong>r BEETZ e o canal ZDF/ARTE, da Alemanha. O longa é resultado<br />

<strong>de</strong> uma exp<strong>edição</strong> <strong>de</strong> 30 dias feita no início <strong>de</strong> 2016 com<br />

um grupo <strong>de</strong> 50 cientistas e pesquisadores que exploraram a Serra<br />

da Mocida<strong>de</strong>, em Roraima, na Floresta Amazônica. O filme tem direção<br />

<strong>de</strong> Maurício Dias, sócio da Grifa. O cientista Mario Cohn-Haft,<br />

do INPA (Instituto Nacional <strong>de</strong> Pesquisas da Amazônia), norte-americano<br />

radicado no Brasil há 25 anos, foi o chefe da exp<strong>edição</strong>. O<br />

grupo conseguiu i<strong>de</strong>ntificar mais <strong>de</strong> 80 novas espécies <strong>de</strong> animais e<br />

plantas. Depois do cinema, o filme também po<strong>de</strong>rá ser visto na TV<br />

paga, na Globonews, no Brasil, e no canal alemão ZDF/ARTE.<br />

Marcos Amend/Divulgação<br />

ADAM&EVE DDB<br />

A agência londrina é a Nº<br />

1 <strong>de</strong> 2016 no Gunn Report.<br />

Em 2015, ela empatou em<br />

2º lugar com a AlmapBBDO,<br />

que ficou em 3º em 2016,<br />

junto com a Y&R da Nova<br />

Zelândia e atrás da também<br />

neozelan<strong>de</strong>sa Colenso BBDO<br />

REINO UNIDO<br />

Apesar das preocupações<br />

com o Brexit, o mercado<br />

publicitário britânico cresceu<br />

4,2% no último trimestre<br />

<strong>de</strong> 2016 movimentando £ 5<br />

bilhões. O total do ano foi <strong>de</strong><br />

£ 21 bilhões<br />

GOOGLE<br />

Depois <strong>de</strong> cinco anos,<br />

ela volta a ser a marca mais<br />

valiosa do mundo (US$ 109,4<br />

bilhões), aumento <strong>de</strong> 24%,<br />

no Brand Finance, superando<br />

a Apple, que caiu 27% (US$<br />

107,1 bilhões)<br />

MPB NO RIO<br />

Tristemente, ela per<strong>de</strong>u<br />

importante meio <strong>de</strong> difusão<br />

na semana passada com o<br />

inesperado encerramento da<br />

programação da MPB FM, do<br />

Grupo Ban<strong>de</strong>irantes<br />

FOX<br />

Com os direitos do Super<br />

Bowl <strong>de</strong>ste ano, ela po<strong>de</strong><br />

ser processada pela<br />

GNC, re<strong>de</strong> <strong>de</strong> lojas <strong>de</strong><br />

suplementos nutritivos, por<br />

comercial recusado apesar<br />

<strong>de</strong> aprovação prévia da<br />

emissora<br />

CLARO<br />

Ela registrou prejuízo <strong>de</strong><br />

R$ 714,3 milhões no último<br />

trimestre <strong>de</strong> 2016, mais<br />

do que o dobro do mesmo<br />

período <strong>de</strong> 2015<br />

O cientista Mario Cohn-Haft, <strong>de</strong> cabelos brancos, com equipe da Grifa Filmes chega à Serra da Mocida<strong>de</strong>, em Roraima<br />

jornal propmark - 6 <strong>de</strong> <strong>fevereiro</strong> <strong>de</strong> <strong>2017</strong> 49


última página<br />

Studiograndouest/iStock<br />

Quem precisa<br />

<strong>de</strong> marcas?<br />

Claudia Penteado<br />

Afinal <strong>de</strong> contas, quem precisa <strong>de</strong> marcas<br />

para sobreviver? De acordo com mais<br />

uma <strong>edição</strong> da pesquisa do grupo Havas<br />

sobre marcas relevantes/significativas, as<br />

pessoas não se incomodariam se 74% <strong>de</strong>las<br />

<strong>de</strong>saparecessem do planeta. O resultado é<br />

idêntico ao da pesquisa realizada há dois<br />

anos, e revela uma realida<strong>de</strong> alarmante: a<br />

gran<strong>de</strong> maioria das marcas - ou empresas -<br />

não faz a menor diferença na vida das pessoas.<br />

Outro dado interessante: menos <strong>de</strong><br />

27% das marcas têm impacto positivo na<br />

qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vida e no bem estar das pessoas,<br />

que em sua maioria (75%) espera que<br />

elas <strong>de</strong>sempenhem exatamente esse papel.<br />

No Brasil, o volume <strong>de</strong> pessoas com essa<br />

expectativa é ainda maior: 86%. E 85% consi<strong>de</strong>ram<br />

que empresas e marcas <strong>de</strong>veriam<br />

estar ativamente envolvidas em solucionar<br />

problemas sociais e ambientais.<br />

Há hoje forte <strong>de</strong>sconfiança<br />

dos brasileiros nas empresas<br />

e marcas em geral, especialmente<br />

na comunicação. Por<br />

outro lado, empresas socio e<br />

ambientalmente responsáveis<br />

merecem mais confiança (75%).<br />

No geral, os entrevistados consi<strong>de</strong>ram<br />

relevante o conteúdo<br />

produzido por apenas 40% das 1.500 marcas<br />

participantes. A eficiência em conteúdo<br />

está diretamente ligada à relevância<br />

da marca. E há, acredite, uma importante<br />

correlação entre relevância das marcas e<br />

lucro e resultados comerciais. Mais uma<br />

razão para prever a morte <strong>de</strong> quem só está<br />

por aqui a passeio.<br />

A gran<strong>de</strong> crise <strong>de</strong> confiança que afeta a<br />

política se esten<strong>de</strong> às empresas sem propósito,<br />

que não agregam valor por razões<br />

óbvias. Não existe milagre capaz <strong>de</strong> salvar<br />

quem não tem nada a dizer ou realizar.<br />

Simples assim. É um dilema gigantesco<br />

capitalista: como dar lucro e crescer, cumprir<br />

metas, ser competitivo e ser ao mesmo<br />

tempo... humano?<br />

“Não existe<br />

milagre capaz<br />

<strong>de</strong> salvar<br />

quem Não tem<br />

Nada a dizer,<br />

ou realizar”<br />

Como afirma a estrategista criativa Louisa<br />

Heinrich, em entrevista nesta <strong>edição</strong><br />

(página 31), o maior problema que enfrentamos<br />

hoje é o imenso <strong>de</strong>sequilíbrio entre<br />

tecnologia, dinheiro e humanida<strong>de</strong>. Empresas<br />

e marcas passaram tempo <strong>de</strong>mais<br />

se preocupando em acompanhar evoluções<br />

tecnológicas sem conseguirem, <strong>de</strong> fato, ganhar<br />

relevância junto aos clientes (as pessoas)<br />

e, com isso, gerar valor para os próprios<br />

negócios.<br />

Os leitores ávidos <strong>de</strong> Fast Company, Kevin<br />

Kelly e afins, e muitos dos “pseudoinovadores”<br />

<strong>de</strong>sse mundo quase paralelo das<br />

startups <strong>de</strong> hoje andam concentrando suas<br />

energias excessivamente em “problemas”,<br />

em sua gran<strong>de</strong> maioria, totalmente <strong>de</strong>simportantes.<br />

Quem precisa, <strong>de</strong>sesperadamente,<br />

<strong>de</strong> entrega <strong>de</strong> comida japonesa no meio<br />

da madrugada? Para que serve um aplicativo<br />

que ensina às crianças o conceito<br />

<strong>de</strong> empatia?<br />

Não se trata <strong>de</strong> algo que nós,<br />

seres humanos, mães e pais, po<strong>de</strong>mos<br />

fazer muito melhor - ou<br />

pelo menos <strong>de</strong>veríamos estar<br />

fazendo? Por que criar um aplicativo<br />

que elogia funcionários a<br />

partir do cumprimento <strong>de</strong> <strong>de</strong>terminadas<br />

metas prestabelecidas?<br />

Não seria melhor que seus superiores os<br />

olhassem nos olhos e os elogiassem diretamente?<br />

Temos a tendência <strong>de</strong> nos apaixonar<br />

pela tecnologia e acreditar que ela po<strong>de</strong><br />

resolver tudo. Só porque po<strong>de</strong>mos fazer<br />

algo, não significa que <strong>de</strong>vemos fazê-lo. É<br />

um bom mantra para a humanida<strong>de</strong>. Ainda<br />

somos, todos, muito ignorantes para<br />

essa perspectiva do papel das empresas e<br />

das marcas no mundo, ainda estamos tateando,<br />

mas sinto informar que o que se<br />

enxerga como futuro “já é”, como se diz.<br />

O estudo do Havas é apenas mais um alerta:<br />

seja lá o que estivermos fazendo neste<br />

momento, precisamos fazer melhor. Muito<br />

melhor.<br />

50 6 <strong>de</strong> <strong>fevereiro</strong> <strong>de</strong> <strong>2017</strong> - jornal propmark


CIDADES SÃO COMO PESSOAS<br />

Você po<strong>de</strong> achar que conhece muito uma <strong>de</strong>las. Po<strong>de</strong> amá-la e até<br />

visitá-la várias vezes. Mas a gente só conhece alguém <strong>de</strong> verda<strong>de</strong>, por<br />

inteiro, quando mora junto. Só quem mora junto sabe exatamente do<br />

que o outro vai gostar. Só quem mora junto conhece os hábitos mais<br />

íntimos, a rotina, as esquisitices e o charme <strong>de</strong> cada um. Só quem mora<br />

junto é capaz <strong>de</strong> realmente surpreen<strong>de</strong>r o outro. A Invent não mora<br />

em apenas uma cida<strong>de</strong>: mora em seis. Em qualquer uma <strong>de</strong>las, é capaz<br />

<strong>de</strong> surpreen<strong>de</strong>r o seu público. Afinal, dorme e acorda com ele. Está<br />

diariamente estudando os hábitos e emoções <strong>de</strong> seus consumidores.<br />

Isso faz toda a diferença. Por isso, se a sua marca quer uma ativação<br />

mais impactante, mais criativa, mais planejada, você já sabe quem<br />

procurar. Invent, a agência <strong>de</strong> live marketing presente em mais cida<strong>de</strong>s<br />

e cada vez mais preparada para você.<br />

São Paulo | Salvador | Brasília<br />

Rio <strong>de</strong> Janeiro | Manaus | Fortaleza<br />

inventpromo.com.br

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