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SETEMBRO.-dm

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24 Lusitano<br />

OPINIÃO<br />

O Peso do dinheiro<br />

DOMINGOS PEREIRA<br />

O peso do dinheiro continua a ser o motor para as<br />

coisas más que acontecem no nosso país. E cada<br />

vez mais estou convicto de que se estas acontecem<br />

porque esse dito peso é por lógica natural das<br />

coisas a ideologia dos nossos legisladores.<br />

Temos o exemplo real e concreto: os incêndios no<br />

nosso País. São décadas de desgraça para o ecossistema<br />

e economia do país, mas que criou uma industria<br />

em crescimento progressivo rentável para<br />

alguns indivíduos sem rosto. Mas o mérito de tudo<br />

isto é dos legisladores e de toda a cúpula a<strong>dm</strong>inistrativa<br />

do estado, porque não têm a capacidade<br />

(pelas razões mais obvias…) de inverter ou pelo<br />

menos de travar estes acontecimentos.<br />

Se temos uma Policia Judiciaria que cumpre com o<br />

seu dever, ao capturar uma centena de indivíduos,<br />

entrega-os a um juiz e, não temos noticias de condenações,<br />

não existe um relatório onde conste as<br />

razões que que aliciaram esses indivíduos a cometerem<br />

essas barbaridades. Porquê?<br />

Gostava de ver um estudo das autoridades competentes,<br />

ou alguém que as represente afirmasse<br />

o porquê que SÓ a área de mata, floresta e agrícola<br />

do estado, baldios e de pequenos proprietários<br />

arde constantemente e as áreas florestais das empresas<br />

de celulose SÓ ardem muito raramente!?<br />

Gostava que os responsáveis da Protecção Civil,<br />

A<strong>dm</strong>inistração Interna explicassem porquê pagam<br />

35 000 euros por hora a aviões de impressas privadas<br />

e os aviões adquiridos para o efeito pelo estado<br />

estão a apodrecer na base do Montijo? Gostava<br />

que o Sr. Presidente da Republica (responsável máximo<br />

das Forças Armadas) quando vai visitar os locais<br />

arrasados pelo fogo diga aos cidadãos residente<br />

e ao país que tem pilotos na força área formados<br />

e aviões para o combate aos incêndios, mas que<br />

não os deixa entrar em funções porque por falta<br />

de alguma coisa…., pactua com a industria do fogo?<br />

Gostava que a Sra. Ministra da a<strong>dm</strong>inistração interna<br />

(assim como os que anteriormente estiveram<br />

no poder) dissesse ao país qual é o papel da protecção<br />

civil na prática, assim como todos os comandantes,<br />

nacionais regionais e todo o pelouro que<br />

circula todo ano em viaturas todo-o-terreno pelo<br />

país? A Protecção Civil não tem a tarefa de prever,<br />

detectar, prevenir, agir em situações de catástrofe<br />

e alarmar, preparar, educar, a população para quando<br />

estas situações surgem?<br />

Gostava de ver um juiz português, como diz o<br />

povo - com eles no devido local – e condenar os<br />

responsáveis que compraram antenas do (SIRESP),<br />

colocaram-nas em locais de risco, “activaram-nas”<br />

mas que não estão operacionais! Gostava de ouvir,<br />

o quanto antes a resposta (ao primeiro-ministro e<br />

aos familiares das vitimas da Estrada Nacional 236)<br />

o que aconteceu ali, o que devia ter sido feito e não<br />

foi. Espero muito sinceramente que sua Excelência<br />

Primeiro-ministro também os tenha no sitio para<br />

que os responsáveis sejam condenados.<br />

Os não residentes<br />

São uma classe de portugueses também estes sem<br />

rosto, sem pátria, os emigrantes. O não residente<br />

é uma definição uma forma de classificar um indivíduo<br />

que os legisladores encontraram para retirar<br />

direitos constitucionais ou atribuir “benefícios” ao<br />

gosto e conveniência dos senhores.<br />

O governo português no último orçamento de estado<br />

criou medidas que possibilitam a entrada nos<br />

museus e monumentos nacionais aos domingos e<br />

feriados (até ás 14.00 horas) seja gratuita para todos<br />

os cidadãos residentes em território nacional.<br />

A 21 de Junho passado foi publicado em Diário da<br />

República o despacho n° 5401/2017 que veio consagrar,<br />

definir, distinguir cidadãos ao contrário do<br />

que está consagrado na Constituição Portuguesa<br />

-Capitólio III, Direitos e Deveres, artigo 73°, ponto 1,<br />

Todos têm direito à educação, cultura e ciência.Paradoxalmente<br />

ao referido no parágrafo anterior foi<br />

publicado (a 21 e entre em vigor a 30 de Agosto)<br />

um novo artigo da Lei Geral Tributária que se intitula<br />

Proibição de Pagamento em Numerário que<br />

vem estipular quem, como, pode pagar em dinheiro<br />

vivo. Ou seja, em Portugal os pagamentos em<br />

dinheiro acima de 3 000 euros são proibidos, com<br />

a exceção para os não residentes que podem efectuar<br />

pagamentos até 10 000 euros ou equivalente<br />

em moeda estrangeira.<br />

Uma vez mais distingue-se o Cidadão Português,<br />

uma vez mais é o peso do dinheiro que se sobrepõe<br />

aos direitos deveres dos cidadãos e prevalece<br />

à Balança da justiça.

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