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Revista Curinga Edição 15

Revista Laboratorial do Curso de Graduação em Jornalismo da Universidade Federal de Ouro Preto.

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O abuso de remédios tarja preta,<br />

além de causar dependência pode desencadear<br />

outras doenças. Primeiro começa com<br />

um antidepressivo, que causa problemas na<br />

pressão. Da pressão o medicamento acelera o<br />

coração. Do coração o diabetes, e quando se<br />

percebe, a pessoa está consumido mais de 20<br />

tipos de medicamentos, diariamente. Em comprimidos<br />

e capsulas, parece existir uma solução<br />

na dose exata para cada problema da vida.<br />

Segundo a Organização das Nações Unidas<br />

(ONU), o Brasil está entre os três maiores consumidores<br />

de remédio controlado do mundo,<br />

junto com os Estados Unidos e Argentina. O uso<br />

de medicamentos tarja preta disparou nas últimas<br />

décadas. Karen Rafaela Santos, psicóloga do<br />

CAPS em Mariana, revela que um dos grandes<br />

desafios do profissional, atualmente, é diagnosticar<br />

e diferenciar o sofrimento da depressão.<br />

As pessoas não encaram mais adversidades<br />

humanas como tristeza, medo e sofrimento.<br />

“Nosso desafio é entender que as pessoas podem<br />

sofrer. Hoje em dia a gente vive em uma sociedade<br />

em que as pessoas não podem mais sofrer, não<br />

podem mais chorar, não podem mais entristecer.<br />

Quando se entristecem e choram é depressão,<br />

precisam de remédio. O que esse remédio vai calar?<br />

Algumas coisas precisam aparecer”, afirma<br />

Karen.<br />

A procura de uma saída rápida para um problema<br />

que deveria ser encarado e não mascarado<br />

com medicações, vem aumentando cada vez<br />

mais o abuso de remédios, o que Karen chama de<br />

“Medicação da Vida”.<br />

que o sintomas que eles tratam. Tomar um chá de<br />

boldo, por exemplo, cura bem mais sua ressaca<br />

do que um Engov. Quando você toma uma remédio<br />

pra queimação no estômago, o remédio pode<br />

afetar seu fígado e assim por diante”.<br />

Outra medicina alternativa de grande adesão<br />

é a homeopatia. A homeopatia surgiu há pouco<br />

mais de 200 anos com os estudos do médico<br />

alemão Samuel Hahnemann. Considera doença<br />

como o desequilíbrio da energia vital. Diferente<br />

da alopatia, que é conhecida como medicina tradicional<br />

e busca tratar os sintomas das doenças,<br />

a homeopatia não busca combater ou anular sintomas,<br />

mas sim compreender o seu significado<br />

e importância de medicar o paciente no sentido<br />

total da sua recuperação, fazer com que a força<br />

vital volte ao seu equilíbrio.<br />

Em Mariana, a farmacêutica homeopata<br />

Gishia de Fátima Horta Moreira trabalha com<br />

essa medicina há mais de cinco anos. “Cansados<br />

dos tratamentos tradicionais, alguns pacientes<br />

procuram outra forma para tratar a sua doença”,<br />

comentou. Ela acredita que apesar da medicina<br />

tradicional ainda ser a primeira opção da maioria,<br />

a procura pela homeopatia tem aumentado.<br />

Segundo a farmacêutica, uma boa parte das pessoas<br />

que vão ao médico alopata se queixam de<br />

não ser bem atendidas. Com isso, cria-se um mal<br />

estar para o paciente e ele procura outras alter-<br />

nativas de tratamento. “No meu ponto de vista,<br />

a medicina tradicional é mecanizada e as medicinas<br />

alternativas e a homeopatia são humanizadas”,<br />

afirma. De qualquer forma, procurar um<br />

profissional antes de iniciar qualquer tratamento<br />

é sempre a melhor opção.<br />

Existem outras alternativas?<br />

Por outro lado, as terapias não convencionais<br />

estão se tornando cada vez mais populares entre<br />

um grupo de pessoas. Deles destaca-se duas populares<br />

que são a fitoterapia e a homeopatia.<br />

A fitoterapia acredita na “cura através das<br />

plantas”. Surgiu na medicina chinesa e é um<br />

conhecimento que muitas pessoas usam mesmo<br />

que desconheçam seu poder curativo, mas que<br />

foram passados de geração em geração.<br />

Um dos adeptos dessa medicina, o estudante<br />

de Pedagogia Edson Vinício de Oliveira Soares,<br />

só utiliza a medicina tradicional em casos graves<br />

onde não resta outro recurso. “Eu nasci na roça<br />

e tomava chá quase todos os dias. Os efeitos colaterais<br />

dos remédios tradicionais são bem piores<br />

CURINGA | EDIÇÃO <strong>15</strong> 13

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