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Revista Apólice #224

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césio 137<br />

Foto: Carlos Costa /Jornal OPopular<br />

Oficialmente foram registradas quatro mortes, número contestado pela AVCésio,<br />

que estima mais de 100 vítimas fatais e cerca de 1.600 pessoas afetadas<br />

❙❙pela fonte radioativa<br />

é objetiva, fundada na teoria do risco<br />

integral. Mesmo com esses dispositivos<br />

a fiscalização ainda é ineficiente, o que<br />

expõe as pessoas e o meio ambiente a<br />

possibilidade de desastres ambientais<br />

como este e outros recém ocorridos”, diz.<br />

Contudo, é possível conceder cobertura<br />

para danos a terceiros decorrentes<br />

de resíduos radioativos de baixa atividade<br />

– em que não há a necessidade de<br />

medidas protecionais contra radiações<br />

impostas pelos órgãos da saúde pública<br />

e do meio ambiente, mas depende de<br />

aprovação da seguradora.<br />

“No Brasil temos um número limita-<br />

Foto: Yoshikazu Maeda, Jornal O Popular<br />

do de seguradoras operando nesta modalidade.<br />

O mercado restrito dispõe de clausulados<br />

amplos (padrão internacional),<br />

capacidade para contratação de limites<br />

elevados e condições competitivas, mas<br />

ainda assim a adesão para contratação de<br />

apólice é baixa, apesar deste seguro já ser<br />

considerado uma ferramenta importante<br />

para gestão ambiental e gerenciamento de<br />

áreas contaminadas e de efetivamente minimizar<br />

a exposição a riscos, prevenindo<br />

perdas e a descontinuidade dos negócios.”<br />

Com a palavra, a Susep<br />

Procurada pela <strong>Revista</strong> <strong>Apólice</strong>, a<br />

❙ Centro de estudos da Cnen, em Abadia de Goiás, abriga 6 mil toneladas de<br />

❙ ❙180 anos. Este é o único depósito de lixo radioativo definitivo do Brasil<br />

❙ rejeitos do césio 137, que devem continuar segregados por aproximadamente<br />

Condenação dos<br />

responsáveis<br />

Nove anos depois da tragédia,<br />

três sócios do antigo Instituto Goiano<br />

de Radioterapia e um funcionário da<br />

clínica foram condenados a três anos e<br />

meio de prisão em regime semiaberto<br />

por homicídio culposo (quando não<br />

há intenção de matar). No entanto,<br />

as penas foram trocadas por serviços<br />

comunitários.<br />

Também condenadas, a Comissão<br />

Nacional de Energia Nuclear (Cnen),<br />

que deveria fiscalizar o césio na clínica,<br />

e o governo do estado de Goiás, foram<br />

obrigados a pagar as indenizações às<br />

vítimas e a seus parentes.<br />

“A autarquia não<br />

determina a exclusão<br />

sumária dos riscos<br />

nucleares nas apólices de<br />

seguros. Essa exclusão é<br />

determinada por iniciativa<br />

do mercado, de forma<br />

espontânea e livre”<br />

Nota oficial da Susep<br />

autarquia afirma que a atividade securitária<br />

é regida, primordialmente, pelo<br />

Código Civil; logo, impera na atividade<br />

a liberdade contratual naquilo que não<br />

contrariar a legislação vigente. “Por<br />

outro lado, a autarquia não determina a<br />

exclusão sumária dos riscos nucleares<br />

nas apólices de seguros. Essa exclusão é<br />

determinada por iniciativa do mercado, de<br />

forma espontânea e livre, sem ingerência<br />

da Susep. Há inclusive rubrica especial<br />

para os riscos nucleares (1872), prevista<br />

na Circular Susep nº 535/2016, que trata<br />

da classificação dos grupos e ramos de seguros,<br />

tendo as seguradoras, dessa forma,<br />

a liberdade para criar e registrar produtos<br />

próprios de riscos nucleares, junto à Susep”,<br />

declara, em nota, assegurando ainda<br />

que não verifica demandas provenientes de<br />

entidades representativas de consumidores<br />

de seguros, bem como das entidades que<br />

representam o setor regulado, para debate<br />

da questão junto à autarquia.<br />

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