Gestão Hospitalar N.º3 1983
Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
Daí que nos pareça incorrecto definir um<br />
modelo estrutural único para hospitais de complexidade<br />
diferente.<br />
O número, composição e funções dos órgãos<br />
de Direcção Técnica deve estar relacionado com<br />
essa complexidade.<br />
Parecer-nos-ia portanto necessário simplificar<br />
a lei de gestão, remetendo estes aspectos<br />
para o Regulamento Interno.<br />
E, quanto a este, a abordagem sistémiica<br />
aconselhará uma grari.de flexibilidade: o regulamento<br />
burocrático é, afinal, a carapaça de tartaruga<br />
que garante a estabilidade mas não<br />
favorece a capacidade de adaptação.<br />
3.4. O sistema informático<br />
«Ü facto de certos serviços dum hospital<br />
estarem ligados por um sistema de informação<br />
parcia1'mente controlado por um computadocr, não<br />
significa, necessariamente, que este hospital<br />
tenha uma óptica de sistemas, relativamente aos<br />
seus problemas» (Churchman).<br />
Aceitando, pacificamente, a necessidade de<br />
recorr;er à informáhca, parece-nos oportuno salientar<br />
alguns aspectos decorrentes duma visão<br />
sistémica dos problemas de informatização.<br />
O primeiro .tem a ver com a difore.QÇa Entre<br />
1<br />
os conceit.os, clássico e sistémico, da «performance»<br />
do sistema de informacão<br />
~ .<br />
Enquanto o conceito clássico se exprime pela<br />
taxa de satisfação dos pedidos, quais,quer que<br />
eles sejam, o segundo requere que se tome em<br />
consideração o benefício real, para o utilizador,<br />
.<br />
dos dados fornecidos.<br />
É portanto essencial que à recolha das necessidades<br />
se suceda uma fase de «validação»<br />
ou «filtragem» das rúbricas recenseadas, incluindo<br />
·um juízo de valor sobre a respectiva<br />
inserção no sistema de informação.<br />
Retomando o esquema da Fig. 3 recordemos<br />
que uma decisão de gestão integra a comparação<br />
dos resultados das acções realizadas, com os<br />
objectivos previamente fixados.<br />
Uma mesma informação pode então ser utilizada<br />
nos níveis de regulação e controlo (ou<br />
noutros níveis superiores), mas em tempos dif e<br />
rentes. Ou poderá ser necessário agregar informações,<br />
de nível para nível, numa p.erspectiva<br />
globalizante.<br />
As rúbricas que vão integrar o sistema devem,<br />
portanto, ter sempre o mesmo significado<br />
(coerência) e permitir a integração (homogeneidade).<br />
Para além disso os tempos de retorno da<br />
informação devem estar relacionados com os<br />
prazos de tomada de decisão.<br />
Há, contudo, que compr,eender a diferença<br />
de significado da expresão «tempo real» tomada<br />
em sentido informático ou no sentido de gestão.<br />
Assim, em informática, chama-se tempo<br />
real ao modo de utilização dos computadores<br />
que permite a admissão dos dados em qualquer<br />
momento e a obtenção dos resultados imediatamente.<br />
Sob o ponto de vista de <strong>Gestão</strong> «toda q<br />
acção que ponha em jogo decisões e prazos fixados<br />
desenvolve-se em tempo real quando as informações<br />
que servem de base às decisões chegam<br />
aos Centros de decisão antes dos prazos.<br />
O .padrão tempo real é a duração máxima tolerada<br />
para que uma informação que i,mplique uma<br />
decisão possa chegar a um receptor antes da<br />
tomada desta decisão» (Rosnay).<br />
Nesta persipectiva o