Gestão Hospitalar N.º3 1983
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•<br />
feita à situação encontrada, quer às acções que<br />
foram já postas em prática no decurso daquele período,<br />
e, outrossim, às que se pretende levar a<br />
cabo a cur.to e médio prazo.<br />
No plano dos indica.dores de gestão que foi<br />
possível Tecolher, são de considerar, não exaustivamente,<br />
dois tipos: um de ordem geral e outro de<br />
natureza económico-financeira:<br />
Indicadores de ordem geral:<br />
No que respeita aos indicadores de ordem<br />
geral resulta claro que, pela aplicação rigorosa do<br />
DecretoJLei n.º 254/82, de 29 de Junho, esta Administração<br />
Regional de Saúde serve uma população<br />
de cerca de 800.000 utentes, tantos quantos os habitantes<br />
do distrito de Braga, através de uma rede<br />
de serviços assim constituída: Serviços Centrais da<br />
Região, instalados ou a instalar, em boa parte, neste<br />
edifício; 13 Centros de Saúde Concelhios, tantos<br />
quantos os concellios do distrito; e cerca de 100<br />
Postos de Saüde, repartidos pelos 13 Centros existentes.<br />
Para 2 consecução dos seus objectivos, definidos<br />
em Unhas gerais pelo diploma já citado e<br />
circunstanciadamente desenvolvidos pelo «'Regula<br />
mento dos Centros de Saúde», aprovado pelo Despacho<br />
Normativo n.º 97 /83, de 28 de Fevereiro, a<br />
Administração Regional de Saúde poderá dispôr,<br />
no que toca a recursos humanos, de uma população<br />
de 2.119 ,funcionários, assim socioprofissionalmente<br />
repartidos:<br />
- Pessoal dirigente: 18 funcionários·;<br />
-Pessoal médico: 588 médicos:<br />
clínica geral - 47 4<br />
saúde 1pública - 64<br />
hospitalar -14<br />
outros pessoal médico-36<br />
- Pessoal técnico superior: 30 funcionários;<br />
- Pessoal do serviço social: 18 funcinários.<br />
- !Pessoal de enfermagem: 483 enfermeiros;<br />
- Pessoal técnico, itécnico-profissional e administrativo:<br />
651 funcionários;<br />
- :Pessoal técnico auxiliar de dia.gnóstico e<br />
terapêutica: 38 funcionários;<br />
- Pessoal operário e auxiliar: 293 funcionários.<br />
Em face da nova concepção de s'dúde que<br />
transparece da estrutura 1egal em vigor é fácil<br />
concluir que a carreira médica de clínica geral é<br />
uma carreira extremamente importante no quadro<br />
dum Centro de Saúde que deve privilegiar, de um<br />
especial, a personalização da relação entre os profissionais<br />
da saúde e os utenites. A consecução do<br />
ponto ideal de relação personalizada, entendida na<br />
proporção de 1 clínico geral para 1500 utentes, está,<br />
ainda, muito longe de ser atingido, quer porque se<br />
encontram a Administração Regional e os Centros<br />
de Saúde numa fase preliminar de or.ganização em<br />
novos moldes, quer porque o quadro do pessoal<br />
médico de carreira médica de clínica geral se encontra<br />
preenchido apenas a 47% do número total de<br />
médicos. O quadro possui, com efeito 474 médicos<br />
e o número existente para o conjunrto dos 13 Centros<br />
de 'Saú-ie é apenas de 223. É, no entanto, muito<br />
provável que até ao fim do ano em curso este panorama<br />
esteja francamente melhorado.<br />
Do que se afirmou para o pessoal médico de<br />
carreira médica de clínica geral, poderá afirmar-se<br />
que a situação existente em relação ao pessoal<br />
médico da carreira médica de saúde pública é semelhante,<br />
!:>enão mesmo agravada, já que dum total<br />
de 64 médicos previstos em quadro de pessoal, só<br />
existem 17, isto é, 27% do total previsto.<br />
Panorama nada risonho é também o que se<br />
passa com o pessoal de enfermagem. Mal distribuídos<br />
ipelos Centros de Saúde da Região, de que sempre<br />
se ressentem as populações rurais mais distanciadas<br />
·da stde do distrito, os efectivos existentes<br />
(384) estão ainda aquém do número de lugares<br />
estabelecido no quadro de pessoal (483) e a uma<br />
distância considerável dos índices recomendados<br />
pelas instâncias internacionais, em que a relação<br />
correcta deveria ser a de 1 enfermeiro por cada<br />
400 habitantes. Algum esforço terá que ser feito<br />
neste campo, por forma a que os lugares ainda<br />
vagos sejam rapidam•ente 1preenchidos e 'a distribuição<br />
pe1os Centros de Saúde se f·aça com maior<br />
equilíbrio. Não será fácil esta tarefa dada a falta<br />
de incentivos de fixação dos enrfermeiros na periferia<br />
- .problema que afinal é de todos os profissionais<br />
de saúde -, o êxodo preocup·ante para os<br />
cuidados diferenciados e o desiqui1íbrio entre a<br />
oferta e a procura - paradoxalmente aqui a oferta<br />
de emprego é maior que ·a procura -, mas algo<br />
ira ser ·tentado para que a situação existente no<br />
clis trito se ê.! tere para melhor.<br />
No que concerne aos demais grupos socioprofissionais<br />
é fácil, em geral, reconihecer que há pessoal<br />
a m·ais e pessoal a menos. Isto significa concretamente<br />
que se o nível da mera execução o<br />
número é suficiente, já não o é para as funções de<br />
direcção, de concepção, de planeamento, de organização<br />
e Je análise de gestão. Com o recurso à<br />
formação profisional, que se pretende perm'anente<br />
e sistemática e o recrutamento de alguns quadros<br />
técnicos e de direcçãq., será, assim se espera, possível<br />
melhorar-se francamente a situação existente<br />
neste campo.<br />
_,...<br />
li<br />
.1<br />
Indicadores de natureza económic~financeira<br />
Não se pretende tecer largas considerações<br />
nesta matéria para não se tornar fastidiosa a presente<br />
análise. O problema do 'acréscimo desmedido<br />
dos encargos das despesas de saúde neste distrito<br />
deve ser observado na óptica económico-financeira<br />
pois uma reflecte-se na outra. Para este agravamento<br />
vários têm sido os factores intervenientes<br />
desde os socioeconómicos aos técnicos, dos quais<br />
se salientam os seguintes:<br />
Crise económica e consequente aumento do<br />
custo de vida e desemprego, o que tem levado<br />
a população a recorrer a um suplemento de rendimento,<br />
obtido através de uma pensão de reforma<br />
antecedida por invalidez; esta reforma constitui-se<br />
como que numa forma de superação do desemprego<br />
ou subemprego existente;<br />
Tendência para a cober·tura total das populações<br />
em matéria de cuidados de saúde;<br />
Ausência de planeamento e consequente perda<br />
de economicidade no aproveitamento dos recursos<br />
existentes;<br />
Estruturas de serviços caducas.<br />
Deixando as · considerações genencas referidas<br />
e entrando, agora, no campo sectorial da análise<br />
evolutiva dos encargos importará fazer referência<br />
aos seguintes:<br />
Exames e Juntas Médicas<br />
As despesas anuais de pagamento de honorários<br />
médicos para exames e Juntas Médicas tive<br />
ram a seguinte evolução:<br />
Encargos % em relação ao % em relação<br />
Anos em contos ano anterior a 1978<br />
1978 3.397<br />
1979 3.071 - 10% - 10%<br />
1980 4.101 25% + 21%<br />
1981 8.524 + 118% + 150%<br />
1982 21.356 + 150% + 528%<br />
A estes encargos terão de ser acrescentados<br />
ainda as despesas de apoio 'administrativo, calculadas<br />
em cerca de 10.000 contos/ano e os encargos com<br />
os meios complementares de diagnóstico, de que,<br />
de momento, não é possível calcular os seus cusitos.<br />
Análises (Encargos c/ Terceiro )<br />
1978<br />
1979<br />
1980<br />
1981<br />
1982<br />
. :ncargos do orçiComparticipaçãc<br />
Encargos totaismento da saúde dos utentes<br />
!m contos % !m contos % !ln contos O,o<br />
37.984 37.984<br />
53.217 + 40 53.217 + 40<br />
97.405 + 156 97.405 + 156<br />
172.920 + 355 161.351 + 324 11.569 a)<br />
195.755 + 415 178.761 + 370 16.994 a)<br />
à) Em 1981 representa 6,7% das despesas c/<br />
análises desse ano.<br />
·Em 1982 representa 8,7% das despesas c/<br />
análises desse ano.<br />
Radiografias (Encargos c/ Terceiros)<br />
Anos<br />
1978<br />
1979<br />
1980<br />
1981<br />
1982<br />
Reembolsos<br />
. .ncargos do orç