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direto de londres<br />
por Luciano Máximo*<br />
O homem de seguros do ano<br />
Em março de 2008, quando Mike<br />
McGavick foi convidado para assumir<br />
o posto de CEO da XL Group, a gigante<br />
dos seguros e resseguros não vivia boa<br />
fase. Foi profundamente afetada pela crise<br />
financeira internacional que explodiu em<br />
setembro daquele ano com a falência do<br />
Lehman Brothers e a quase falência da<br />
AIG. Disso ninguém do setor esquece. As<br />
consequências desse desastre econômico<br />
ecoam até hoje no nosso mercado, em forma<br />
de regulação mais exigente e análise<br />
de riscos muito mais cautelosa.<br />
Atualmente, o cenário é muito diferente<br />
para o americano McGavick. Ele<br />
ajudou a colocar a XL nos trilhos, fazendo<br />
a seguradora e resseguradora crescer —<br />
inclusive com ampliação da presença no<br />
Brasil. A companhia ostenta patrimônio<br />
global de US$ 45 bilhões [mais de R$<br />
140 bilhões] e receita anual de US$ 6,6<br />
bilhões [R$ 21 bilhões], de acordo com<br />
seu balanço de 2014. A retomada desde a<br />
crise financeira culminou com a compra<br />
da concorrente britânica Catlin por mais<br />
de US$ 4 bilhões (quase R$ 13 bilhões),<br />
no primeiro grande negócio do mercado<br />
segurador mundial em 2015. A transação<br />
foi liderada por McGavick ao longo de<br />
2014 e, junto com seu histórico no setor,<br />
foi um dos motivos que lhe renderam o 20º<br />
prêmio “Líder de Seguros do Ano”, oferecido<br />
pela School of Risk Management<br />
da Universidade St. John’s, de Nova York.<br />
Como McGavick enxerga o setor,<br />
quais são os desafios da indústria seguradora<br />
para este ano e os próximos e<br />
como o Brasil está situado no contexto<br />
global dos negócios de seguros e resseguros<br />
em meio a um processo de ajuste<br />
fiscal e desaceleração econômica, são os<br />
assuntos tratados com exclusividade pelo<br />
CEO da XL Group com a coluna Direto<br />
de Londres.<br />
18<br />
Ron Borresen<br />
Em primeiro lugar, McGavick atribui<br />
o momento atual da XL, incluindo a compra<br />
da Catlin, ao trabalho duro de todos<br />
na empresa e à mudança de visão da companhia<br />
sobre o setor. Ele argumenta que<br />
os grandes consumidores empresariais de<br />
seguro e resseguro hoje evoluíram muito<br />
em termos de tecnologia e produtividade.<br />
“Mudaram seus produtos, modelos operacionais<br />
e, importante para nós, o perfil<br />
de risco. Estar antenado a este ritmo de<br />
mudança é o grande desafio para o mundo<br />
dos seguros. Novas soluções e formas<br />
de trabalho são necessárias para responder<br />
ao cenário de riscos e mudanças<br />
de nossos clientes. O novo tem que ser<br />
encarado com mudança de mentalidade,<br />
o que é muito difícil para uma indústria