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Revista Apólice #197

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evento | direito do seguro<br />

AIDA promove diálogo entre poder<br />

judiciário e setor securitário<br />

Em Congresso, entidade reuniu advogados e<br />

professores para debater as tendências e os<br />

desafios dos dois setores<br />

Lívia Sousa<br />

A<br />

seção brasileira da Associação<br />

Internacional de Direito<br />

de Seguros (AIDA) realizou,<br />

entre os dias 25 e 27 de março,<br />

o IX Congresso Brasileiro de Direito de<br />

Seguro e Previdência. Organizado em<br />

São Paulo com inscrições esgotadas, o<br />

evento buscou estabelecer diálogo com<br />

o poder judiciário e o setor securitário.<br />

“Sem esse diálogo, ninguém avança: nem<br />

o judiciário na compreensão do contrato<br />

de seguros, nem nós na compreensão do<br />

que o judiciário espera do setor”, disse a<br />

presidente da entidade, Angélica Carlini.<br />

Um dos assuntos discutidos na ocasião<br />

foi a tecnologia, que por estar em<br />

constante evolução implica em desafios<br />

diversos para o mercado securitário. “A<br />

grande maioria dos seguradores e precificadores<br />

vivem no mundo analógico, não<br />

tem familiaridade com o tema. Talvez o<br />

primeiro e maior desafio do setor seja<br />

entender que o mundo hoje é muito mais<br />

dinâmico e que, com isso, a realidade,<br />

os riscos e as responsabilidades que os<br />

seguradores passam a ter mudaram. Ou<br />

pelo menos deveriam mudar”, declarou o<br />

membro do Conselho da seção brasileira<br />

da AIDA, Mario Viola.<br />

O executivo acredita que a Tecnologia<br />

da Informação é o principal ponto de<br />

preocupação e de possibilidade de novos<br />

riscos, uma vez que coleta informações<br />

sobre a saúde e os hábitos dos usuários<br />

e as compartilha com as seguradoras. A<br />

medida pode ajudar empresas do ramo<br />

a detalhar melhor o perfil do cliente e<br />

ajustar o prêmio ao estilo de vida de cada<br />

segurado.<br />

Andrea Signorino Barbat, presidente<br />

do Comitê Ibero Latino Americano<br />

(CILA) da AIDA, também concorda que o<br />

segmento ainda não está preparado quanto<br />

a este assunto. A palestrante lembrou que,<br />

apesar de não serem tão recentes quanto<br />

parecem, tecnologias como aplicações,<br />

marketing por meio da rede e a própria<br />

internet necessitam de um olhar mais<br />

atento do ramo. Outro ponto que deve ser<br />

considerado, segundo ela, é a nanotecnologia,<br />

já utilizada fora do País e uma aliada<br />

em assuntos relacionados à medicina. “A<br />

indústria de seguros se esforça para estudar,<br />

de forma multidisciplinar, os riscos da<br />

nanotecnologia”, completou Andrea.<br />

Lei Anticorrupção<br />

O tema também foi colocado em<br />

pauta no evento, apesar de o mercado<br />

securitário ainda não ter apresentado uma<br />

cobertura de seguro para atos ilícitos. De<br />

acordo com Giovani Saavedra, professor<br />

do Programa de Mestrado e Doutorado da<br />

PUC/RS e advogado especialista em Lei<br />

Anticorrupção e Compliance, a execução<br />

desta ação não será uma tarefa simples,<br />

visto que a medida foi promulgada às<br />

pressas.O executivo atentou ainda para a<br />

prática da regulação feita pela Superintendência<br />

de Seguros Privados (Susep).<br />

Como a medida é abrangente e a interpretação<br />

aberta joga a responsabilidade para<br />

as seguradoras, na Lei Anticorrupção<br />

essa ação não será necessária.<br />

Neste sentido, o que também merece<br />

destaque é o departamento de compliance,<br />

considerando que com a medida a área<br />

ganhará mais importância para prevenir<br />

atos de corrupção.<br />

Previdência<br />

O setor tem o desafio de difundir a<br />

cultura previdenciária no País. O professor<br />

e palestrante Juan Eduardo Infante<br />

aproveitou a ocasião para apresentar a<br />

medida adotada no Chile, na década de<br />

1980, em substituição a um sistema que<br />

pagava muito por benefícios, mas tinha<br />

baixo volume de contribuições. Agora,<br />

a reforma previdenciária do país utiliza<br />

como base a administração de recursos<br />

por instituições financeiras privadas e<br />

contas individuais obrigatórias – esta<br />

última podendo ser implantada no Brasil,<br />

uma vez que gera recursos novos a longo<br />

prazo para a economia.<br />

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