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evento | direito do seguro<br />
AIDA promove diálogo entre poder<br />
judiciário e setor securitário<br />
Em Congresso, entidade reuniu advogados e<br />
professores para debater as tendências e os<br />
desafios dos dois setores<br />
Lívia Sousa<br />
A<br />
seção brasileira da Associação<br />
Internacional de Direito<br />
de Seguros (AIDA) realizou,<br />
entre os dias 25 e 27 de março,<br />
o IX Congresso Brasileiro de Direito de<br />
Seguro e Previdência. Organizado em<br />
São Paulo com inscrições esgotadas, o<br />
evento buscou estabelecer diálogo com<br />
o poder judiciário e o setor securitário.<br />
“Sem esse diálogo, ninguém avança: nem<br />
o judiciário na compreensão do contrato<br />
de seguros, nem nós na compreensão do<br />
que o judiciário espera do setor”, disse a<br />
presidente da entidade, Angélica Carlini.<br />
Um dos assuntos discutidos na ocasião<br />
foi a tecnologia, que por estar em<br />
constante evolução implica em desafios<br />
diversos para o mercado securitário. “A<br />
grande maioria dos seguradores e precificadores<br />
vivem no mundo analógico, não<br />
tem familiaridade com o tema. Talvez o<br />
primeiro e maior desafio do setor seja<br />
entender que o mundo hoje é muito mais<br />
dinâmico e que, com isso, a realidade,<br />
os riscos e as responsabilidades que os<br />
seguradores passam a ter mudaram. Ou<br />
pelo menos deveriam mudar”, declarou o<br />
membro do Conselho da seção brasileira<br />
da AIDA, Mario Viola.<br />
O executivo acredita que a Tecnologia<br />
da Informação é o principal ponto de<br />
preocupação e de possibilidade de novos<br />
riscos, uma vez que coleta informações<br />
sobre a saúde e os hábitos dos usuários<br />
e as compartilha com as seguradoras. A<br />
medida pode ajudar empresas do ramo<br />
a detalhar melhor o perfil do cliente e<br />
ajustar o prêmio ao estilo de vida de cada<br />
segurado.<br />
Andrea Signorino Barbat, presidente<br />
do Comitê Ibero Latino Americano<br />
(CILA) da AIDA, também concorda que o<br />
segmento ainda não está preparado quanto<br />
a este assunto. A palestrante lembrou que,<br />
apesar de não serem tão recentes quanto<br />
parecem, tecnologias como aplicações,<br />
marketing por meio da rede e a própria<br />
internet necessitam de um olhar mais<br />
atento do ramo. Outro ponto que deve ser<br />
considerado, segundo ela, é a nanotecnologia,<br />
já utilizada fora do País e uma aliada<br />
em assuntos relacionados à medicina. “A<br />
indústria de seguros se esforça para estudar,<br />
de forma multidisciplinar, os riscos da<br />
nanotecnologia”, completou Andrea.<br />
Lei Anticorrupção<br />
O tema também foi colocado em<br />
pauta no evento, apesar de o mercado<br />
securitário ainda não ter apresentado uma<br />
cobertura de seguro para atos ilícitos. De<br />
acordo com Giovani Saavedra, professor<br />
do Programa de Mestrado e Doutorado da<br />
PUC/RS e advogado especialista em Lei<br />
Anticorrupção e Compliance, a execução<br />
desta ação não será uma tarefa simples,<br />
visto que a medida foi promulgada às<br />
pressas.O executivo atentou ainda para a<br />
prática da regulação feita pela Superintendência<br />
de Seguros Privados (Susep).<br />
Como a medida é abrangente e a interpretação<br />
aberta joga a responsabilidade para<br />
as seguradoras, na Lei Anticorrupção<br />
essa ação não será necessária.<br />
Neste sentido, o que também merece<br />
destaque é o departamento de compliance,<br />
considerando que com a medida a área<br />
ganhará mais importância para prevenir<br />
atos de corrupção.<br />
Previdência<br />
O setor tem o desafio de difundir a<br />
cultura previdenciária no País. O professor<br />
e palestrante Juan Eduardo Infante<br />
aproveitou a ocasião para apresentar a<br />
medida adotada no Chile, na década de<br />
1980, em substituição a um sistema que<br />
pagava muito por benefícios, mas tinha<br />
baixo volume de contribuições. Agora,<br />
a reforma previdenciária do país utiliza<br />
como base a administração de recursos<br />
por instituições financeiras privadas e<br />
contas individuais obrigatórias – esta<br />
última podendo ser implantada no Brasil,<br />
uma vez que gera recursos novos a longo<br />
prazo para a economia.<br />
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