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Revista Apólice #197

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aeronáutico | mercado<br />

Indenizações para<br />

fatalidades aéreas<br />

Seguradores deverão pagar cerca de US$300 milhões às famílias<br />

das vítimas do acidente com Airbus A320<br />

Um avião caiu no sul da França<br />

na manhã do dia 24 de março.<br />

O Airbus A320, da companhia<br />

Germanwings, da empresa<br />

Lufthansa, saiu de Barcelona (Espanha)<br />

com destino a Duesseldorf (Alemanha).<br />

O vôo levava 150 pessoas e desapareceu<br />

dos radares por volta das 11h, nos<br />

Alpes franceses.<br />

A Allianz, que teria uma participação<br />

de 10% no seguro, seguida por<br />

AIG (11%) e Swiss Re (7%), estimou que<br />

os seguradores devam pagar cerca de<br />

US$300 milhões em sinistros e custos<br />

decorrentes do acidente aéreo. Um grupo<br />

de mais de 30 seguradores deverá arcar<br />

com os encargos financeiros do acidente,<br />

que acredita-se ter sido provocado deliberadamente<br />

pelo copiloto da aeronave.<br />

A estimativa inicial representa cerca<br />

de 20% do valor de US$ 1,5 bilhões em<br />

prêmios arrecadados no mercado global<br />

de seguros aeronáuticos e inclui também<br />

as perdas da aeronave, que ficam em<br />

torno de US$6,5 milhões, com as forças<br />

de busca, encargos legais e indenização<br />

às famílias dos passageiros. Especialistas<br />

avaliam que ainda é muito cedo para<br />

saber se esses valores deverão ser mais<br />

altos ou mais baixos.<br />

Sobre as indenizações, a companhia<br />

Lufthansa se ofereceu para efetuar o<br />

pagamento de até 50 mil euros por passageiro<br />

em assistência imediata.<br />

Sobre a divisão na subscrição do<br />

risco em questão por cosseguradoras, os<br />

seguradores costumam recorrer ao apoio<br />

financeiro de resseguradoras em casos de<br />

grandes perdas. A agência classificadora<br />

de seguros A.M. Best disse que as perdas<br />

da Germanwings poderiam ser absorvidas<br />

pelo Lloyds.<br />

Com o ocorrido, o aumento nos prêmios<br />

das apólices do ramo aeronáutico<br />

deverão se acentuar. Entrevistado pela<br />

<strong>Revista</strong> <strong>Apólice</strong>, o advogado especialista<br />

em seguros e acidentes aeronáuticos, Julio<br />

Costa, sócio do Tauil & Chequer Advogados,<br />

afirma que ainda não é possível<br />

saber quanto o mercado deverá crescer,<br />

mas há uma tendência de alta. “Após ter<br />

superado o impacto negativo decorrente<br />

das incertezas e das perdas decorrentes<br />

dos eventos de ‘11 de setembro’, o ramo<br />

aeronáutico vivenciou um longo período<br />

de soft market. É natural que as últimas<br />

quatro catástrofes aéreas, todas ocorridas<br />

em um curto período de tempo, auxiliem<br />

no rebalanceamento do mercado”, aposta<br />

o executivo.<br />

Segundo Costa, um dos fatores que<br />

contribuiu para a reação do mercado ressegurador<br />

internacional é a ocorrência de<br />

três sinistros aéreos no continente asiático:<br />

em 2014, dois Boeings operados pela<br />

Malaysia Airlines e um Airbus operado<br />

pela Air Asia também sofreram perda<br />

total, resultando na morte de aproximadamente<br />

700 pessoas entre passageiros<br />

e tripulantes. O advogado afirma que os<br />

operadores brasileiros também deverão<br />

ser penalizados com o aumento dos prêmios<br />

nas renovações de suas apólices,<br />

esclarecendo que o fenômeno se deve ao<br />

mutualismo.

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