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aeronáutico | mercado<br />
Indenizações para<br />
fatalidades aéreas<br />
Seguradores deverão pagar cerca de US$300 milhões às famílias<br />
das vítimas do acidente com Airbus A320<br />
Um avião caiu no sul da França<br />
na manhã do dia 24 de março.<br />
O Airbus A320, da companhia<br />
Germanwings, da empresa<br />
Lufthansa, saiu de Barcelona (Espanha)<br />
com destino a Duesseldorf (Alemanha).<br />
O vôo levava 150 pessoas e desapareceu<br />
dos radares por volta das 11h, nos<br />
Alpes franceses.<br />
A Allianz, que teria uma participação<br />
de 10% no seguro, seguida por<br />
AIG (11%) e Swiss Re (7%), estimou que<br />
os seguradores devam pagar cerca de<br />
US$300 milhões em sinistros e custos<br />
decorrentes do acidente aéreo. Um grupo<br />
de mais de 30 seguradores deverá arcar<br />
com os encargos financeiros do acidente,<br />
que acredita-se ter sido provocado deliberadamente<br />
pelo copiloto da aeronave.<br />
A estimativa inicial representa cerca<br />
de 20% do valor de US$ 1,5 bilhões em<br />
prêmios arrecadados no mercado global<br />
de seguros aeronáuticos e inclui também<br />
as perdas da aeronave, que ficam em<br />
torno de US$6,5 milhões, com as forças<br />
de busca, encargos legais e indenização<br />
às famílias dos passageiros. Especialistas<br />
avaliam que ainda é muito cedo para<br />
saber se esses valores deverão ser mais<br />
altos ou mais baixos.<br />
Sobre as indenizações, a companhia<br />
Lufthansa se ofereceu para efetuar o<br />
pagamento de até 50 mil euros por passageiro<br />
em assistência imediata.<br />
Sobre a divisão na subscrição do<br />
risco em questão por cosseguradoras, os<br />
seguradores costumam recorrer ao apoio<br />
financeiro de resseguradoras em casos de<br />
grandes perdas. A agência classificadora<br />
de seguros A.M. Best disse que as perdas<br />
da Germanwings poderiam ser absorvidas<br />
pelo Lloyds.<br />
Com o ocorrido, o aumento nos prêmios<br />
das apólices do ramo aeronáutico<br />
deverão se acentuar. Entrevistado pela<br />
<strong>Revista</strong> <strong>Apólice</strong>, o advogado especialista<br />
em seguros e acidentes aeronáuticos, Julio<br />
Costa, sócio do Tauil & Chequer Advogados,<br />
afirma que ainda não é possível<br />
saber quanto o mercado deverá crescer,<br />
mas há uma tendência de alta. “Após ter<br />
superado o impacto negativo decorrente<br />
das incertezas e das perdas decorrentes<br />
dos eventos de ‘11 de setembro’, o ramo<br />
aeronáutico vivenciou um longo período<br />
de soft market. É natural que as últimas<br />
quatro catástrofes aéreas, todas ocorridas<br />
em um curto período de tempo, auxiliem<br />
no rebalanceamento do mercado”, aposta<br />
o executivo.<br />
Segundo Costa, um dos fatores que<br />
contribuiu para a reação do mercado ressegurador<br />
internacional é a ocorrência de<br />
três sinistros aéreos no continente asiático:<br />
em 2014, dois Boeings operados pela<br />
Malaysia Airlines e um Airbus operado<br />
pela Air Asia também sofreram perda<br />
total, resultando na morte de aproximadamente<br />
700 pessoas entre passageiros<br />
e tripulantes. O advogado afirma que os<br />
operadores brasileiros também deverão<br />
ser penalizados com o aumento dos prêmios<br />
nas renovações de suas apólices,<br />
esclarecendo que o fenômeno se deve ao<br />
mutualismo.