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edição de 19 de março de 2018

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marketing & negócios<br />

Oliver Le Moal/iStock<br />

Percepção<br />

e realida<strong>de</strong><br />

Estudo constata a subvalorização<br />

das mídias tradicionais<br />

e hipervaloriza o digital<br />

Rafael Sampaio<br />

Estudo lançado há poucos dias no Reino<br />

Unido, realizado pela Ebiquitye e encomendado<br />

pela Radiocentre (entida<strong>de</strong> que<br />

promove o rádio), comprova uma sensação<br />

que observadores mais críticos constatam<br />

há tempos: o mercado publicitário (anunciantes<br />

e agências) subvaloriza os meios<br />

tradicionais e hipervaloriza o digital. Apesar<br />

<strong>de</strong> feito naquele mercado publicitário,<br />

consi<strong>de</strong>rado o mais sofisticado do mundo,<br />

o estudo tem “aplicabilida<strong>de</strong> universal”,<br />

inclusive no Brasil. A lógica é simples: se lá,<br />

on<strong>de</strong> o digital já tem perto <strong>de</strong> 50% <strong>de</strong> mercado,<br />

a coisa é assim, imagine aqui, on<strong>de</strong><br />

está na faixa <strong>de</strong> 10%.<br />

Os meios tradicionais – com <strong>de</strong>staque<br />

para a TV, o rádio e os jornais – se sobressaem<br />

em aspectos como Incremento <strong>de</strong> ROI<br />

(resultados sobre investimentos), Resposta<br />

Emocional, + Brand Salience e no Geral<br />

(combinação <strong>de</strong> 12 atributos). Mais uma vez<br />

fica evi<strong>de</strong>nte a diferença importante entre<br />

a percepção (como os profissionais da área<br />

imaginam que as coisas sejam) e a realida<strong>de</strong><br />

(como as coisas <strong>de</strong> fato são, na ponta do<br />

lápis).<br />

A sensação <strong>de</strong> que os anunciantes e<br />

agências têm subavaliado as mídias tradicionais<br />

(menos em relação à TV) e superavaliado<br />

o digital não é nova, mas esse estudo<br />

pioneiro comprova isso <strong>de</strong> modo robusto,<br />

comparando o que os dirigentes do mercado<br />

britânico pensam e afirmam com os<br />

resultados observados pela Ebiquity com<br />

base em mais <strong>de</strong> 50 fontes e 75 reportes e<br />

em seu amplo data base <strong>de</strong> avaliação pós-<br />

-veiculação da efetivida<strong>de</strong> das campanhas.<br />

Foram ouvidos 68 anunciantes (com verbas<br />

superiores a 2 milhões <strong>de</strong> libras no ano anterior)<br />

e 48 dirigentes das maiores agências<br />

daquele país.<br />

Os 12 atributos da efetivida<strong>de</strong> da publicida<strong>de</strong><br />

foram selecionados entre aqueles<br />

usualmente empregados pelas empresas<br />

anunciantes, agências, meios <strong>de</strong> comunicação<br />

e empresas que avaliam e estudam<br />

o mercado. O relatório com os resultados<br />

e o <strong>de</strong>talhamento da metodologia e fontes<br />

po<strong>de</strong> ser obtido em http://www.radiocentre.org/wp-content/uploads/<strong>2018</strong>/03/<br />

Ebiquity-Radiocentre-report-A4-web-singles-1.pdf<br />

A seguir, confira os principais resultados<br />

obtidos.<br />

Em Incremento <strong>de</strong> ROI, as evidências da<br />

realida<strong>de</strong> indicam que a TV tem o índice 10;<br />

o rádio, 9; jornais e revistas, 8; e o ví<strong>de</strong>o online,<br />

6. Contra a percepção <strong>de</strong> índice, 3,9 da<br />

TV; 3,4 do rádio e da mídia social paga e do<br />

ví<strong>de</strong>o online; e <strong>de</strong> 3,3 da mala direta.<br />

A capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> gerar resposta emocional<br />

dos consumidores (consi<strong>de</strong>rado o<br />

atributo mais importante para impactar as<br />

pessoas atingidas) tem índice máximo, 10,<br />

no cinema; 9, na TV, no rádio e na revistas;<br />

e 8, nos jornais. Enquanto a percepção do<br />

mercado indica índice 4,3, no cinema; 4,1,<br />

na TV; 3,7, no ví<strong>de</strong>o online; 3,4, no rádio; e<br />

3,1, na mídia social paga.<br />

Em termos <strong>de</strong> geração <strong>de</strong> mais brand salience<br />

(capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> distinção das marcas<br />

anunciadas), as evidências são <strong>de</strong> índice 10<br />

para a TV; 8, para jornais, revistas e rádio; e<br />

5, para a mala direta. Contra a percepção do<br />

índice <strong>de</strong> 4,6, da TV; 3,8, para out-of-home;<br />

3,7, para o cinema; 3,4, para as mídias sociais<br />

pagas e as revistas.<br />

Na combinação geral dos 12 atributos<br />

mais relevantes, o ranking das evidências<br />

práticas é <strong>de</strong> 107,1 pontos, para a TV; 103,2,<br />

para o rádio; 87,8, para os jornais; 79,5, para<br />

as revistas; e 71,7, para o out-of-home. A<br />

soma dos índices <strong>de</strong> percepção, por outro<br />

lado, é <strong>de</strong> 48,9, para a TV; 41,6, para o ví<strong>de</strong>o<br />

online; 41,3, para a mídia social paga; 39,6,<br />

para o out-of-home; e 39,1, para o cinema.<br />

Quando se comparam os dois índices, da<br />

percepção e da realida<strong>de</strong>, fica evi<strong>de</strong>nte que<br />

esse viés do mercado pró-digital tem prejudicado<br />

tanto as marcas como as mídias tradicionais.<br />

As marcas per<strong>de</strong>m efetivida<strong>de</strong> e<br />

as mídias per<strong>de</strong>m negócios.<br />

Rafael Sampaio é consultor em propaganda<br />

rafael.sampaio@uol.com.br<br />

32 <strong>19</strong> <strong>de</strong> março <strong>de</strong> <strong>2018</strong> - jornal propmark

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