Revista do Historiador - APH 193

Opinião
Gilberto Natalini,
vereador do Estado de São Paulo.
LINHA
TELEGRÁFICA:
OS ÚLTIMOS SOBREVIVEM EM SÃO PAULO.
Exemplar do
posteamento da
linha mais antiga
de telégrafos do
país
Quando da Guerra do
Paraguai, o imperador
d. Pedro II determinou
a construção, em 1867,
da 1ª linha telegráfica
de grande extensão
da América Latina,
interligando a antiga
Corte, Rio de Janeiro,
ao quartel-general no
teatro de operações.
Graças ao isolamento
e escasso povoamento
na última grande mancha
de mata atlântica,
virtualmente intocada
na Jureia-Itatins, sobreviveram
na chamada
“Trilha do Telégrafo”
menos de 30 dos postes
em ferro fundido, montados em seções
aparafusadas, para permitir o transporte
nas difíceis condições da época.
Uns raríssimos ainda estão em estado razoável
de conservação e menos ainda com
as travessas e isolantes elétricos originas.
Infelizmente, a grande maioria, mesmo
nesta região preservada, foi destruída
por antiga obra de estrada e para servir
de suporte em construções caiçaras ou
se perdeu pela incessante ação da umidade
da mata e maresia.
Acredito que não haveria dificuldade
técnica, nem custo elevado, em se remover
através de embarcações e depois por
terra, alguns dos em melhores condições,
com apoio da SMA/Fundação Florestal.
Minha proposta é no sentido de transferi-
-los para condições abrigadas nos seguintes
museus: do Correio e Telégrafos, em
Brasília; de Ciências Catavento, em São
Paulo; coleção histórica do Centro Cultural
dos Correios, no Rio de Janeiro; e Museu
Municipal de Iguape, para ser também
acessível para a população da região.
20
novembro / dezembro de 2017