Revista do Historiador - APH 193

durante os combates e assim pudesse prestar
serviços nos hospitais do Rio Grande
do Sul. Deferido o pedido, Ana partiu de
Salvador, incorporada ao décimo batalhão
de voluntários em agosto de 1865, na qualidade
de enfermeira.
Durante toda a campanha, prestou serviços
ininterruptos nos hospitais militares, bem
como nos hospitais da frente de operações.
Viu morrer na luta um de seus filhos.
Terminada a guerra, regressou a sua cidade
natal, onde lhe foram prestadas
grandes homenagens. O governo imperial
concedeu-lhe a Medalha Geral de Campanha
e a Medalha Humanitária de primeira
classe.
Ana morreu na cidade do Rio de Janeiro aos
65 anos, em 20 de maio de 1880.
A casa onde nasceu, em Cachoeira
(BA), é a sede da Fundação Hansen
Bahia, museu dedicado a xilogravuras.
Além disso, esse sobrado já hospedou
d. Pedro II em 1858 e, mais tarde, a
princesa Isabel e o conde d’Eu. Em
1938, Getúlio Vargas instituiu o "Dia
do Enfermeiro", a ser celebrado a 12 de
maio, devendo nesta data ser prestadas
homenagens especiais à memória
de Ana Nery.
Em 1967 a Empresa Brasileira de
Correios e Telégrafos lançou um selo
comemorativo com o busto da enfermeira
numa série de personalidades
femininas com relevo histórico.
Lucas Dantas, Manuel Faustino, Luís Gonzaga e
João de Deus
Lucas Dantas, Manuel Faustino,
Luís GonZaga e João de Deus
– InconFidÊncia Baiana (1798)
A Conjuração Baiana de 1798, movimento
também chamada de “Revolta dos Alfaiates”
ou Revolta de Búzios, foi um movimento
emancipacionista popular, ocorrido na capital
baiana e classificado pelos historiadores
como um importante manifesto anticolonial,
liderado por africanos, negros livres,
forros e libertos que tinham como bandeira
central, além da independência do Brasil, o
fim da escravidão.
Porém quatro líderes deste movimento foram
enforcados em 8 de novembro de 1799 – Lucas
Dantas (soldado), Manuel Faustino (aprendiz
de alfaiate), Luís Gonzaga das Virgens (soldado)
e João de Deus (mestre alfaiate) – foram
esquartejados, suas cabeças expostas ao público
e as três gerações de familiares seguintes com a
memória amaldiçoada publicamente. Antes da
execução, os quatro jovens recusaram a extrema-unção
do sacerdote católico, por considerarem
que a igreja não estava do lado deles.
Além de estarem no livro Heróis da Pátria,
no Panteão, em Brasília/DF, os quatro
ganharam bustos de bronze na Praça
de Piedade, no centro de Salvador.
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