014 Mortimer Cody - A Moeda do Odio

majestosa. Depois de sua ronda habitual, conversando aqui
e ali com os vaqueiros, Kátia regressou ao rancho. Era
pequeno e modesto, mas acolhedor, limpo e bem cuidado.
Ali ela ficara, na janela, horas inteiras, sonhando ver
aparecer, por aquelas colinas, um homem a quem amava. E,
esta noite, ali estaria também, mas para agradecer.
Amarrou o cavalo na barra diante da casa, entrou e
pegou um lampião. Quando deu dois passos no interior da
sala, sentiu-se agarrada, quase sufocada, presa entre dois
braços cujas mãos cheiravam a álcool.
Ouviu-se uma voz:
— Já pode acender a luz, Waxer.
Enquanto Barber continuava dominando Kátia, Waxer
acendeu o lampião. Smith estava também ali. Faltava
apenas Tewmy, o magrinho vestido de preto, que tinha
ficado com a patroa. A luz do lâmpião, Kátia, lutando para
se libertar, olhava apavorada para Smith e Waxer. Não
podia ver Barber, que a estava segurando pelas costas.
— Não grite, senhorita Farber. Verá como não acontece
nada de mal — disse Barber.
Retirou a mão que lhe tapava a boca.
— Que querem? Quem...
— Não se assuste. Nós somos tão amáveis, que, visto
irmos fazer uma viagem, muito curta, permitimos que
apanhe as coisas que podem lhe fazer falta. Tem dois
minutos para isso.
Kátia tinha se acalmado.
— Que significa isto? Não penso viajar com nenhum de
vocês.
— É uma viagem muito curta, já lhe disse. Não
complique as coisas — grunhiu Barber.