014 Mortimer Cody - A Moeda do Odio

Continuava sem receber notícias de Gwillin. Onde teria
ido vender seus estúpidos relógios? E a pé!
Serviu-se de mais um uísque. Sentiu um certo prazer em
jogar fora aquele meio charuto e em acender outro. E Sentiu
inveja de José. Mas a verdade era que, se não fosse José, ele
não poderia fumar nem pontas de cigarro.
Estava no terceiro uísque e no final do segundo charuto,
quando ouviu ruídos. Estranhou e, quando quis levar a mão
à arma, a porta abriu-se e um homenzinho mirrado, com
uma expressão triste no rosto, de nome Tewmy, estava
apontando para ele um revólver.
Sentado naquela cadeira, com um charuto nos lábios e
um uísque de primeira no copo, precisava ser autoritário.
— Rua! Bata na porta e veremos se lhe dou autorização
para entrar — grasnou.
Tewmy quase chorou de verdade.
— Levante-se daí e venha comigo, meu filho — disse
tristemente. — Pelo caminho, Felipe, minha sábia palavra
colocará sua mente a par da Verdade da Vida.
Felipe pestanejou.
— Escute, você está bêbado? Saia, antes que...
Naquele instante, entrou outro homem e Felipe começou
a inquietar-se de verdade. O segundo indivíduo não
empunhava revólver. Era um mestiço com aparência de
estaca. Usava uma jaqueta de pele, que deixava visíveis o
machado e o punhal.
Sem olhar para o mestiço Smith, Tewmy disse:
— Tudo pronto aí fora, Smith?
— Tudo.