014 Mortimer Cody - A Moeda do Odio

— Depressa — disse Roque. — Ajude-me. Não esqueça
que estamos em pleno dia.
Era verdade, se bem que Sam tivesse colocado a carroça
de forma que era muito difícil alguém ver, da rua, o que
estava acontecendo. Assim, o comissário e o capitão
descarregaram o atado e amordaçado Gwillin, enquanto
Sam vigiava.
— Vamos levá-lo para uma cela, comissário — ordenou
Roque.
— Mas isto é irregular, capitão. A autoridade...
— Fica tudo sob minha responsabilidade, não receie.
— Está bem. Mas quando as pessoas souberem disto...
— Depois falaremos a respeito.
Quando deixaram o preso no interior, Roque voltou a
reunir-se a Sam.
— Obrigado por tudo, Sam. Mas continue me fazendo
um favor. Não fale disto a ninguém. Tenha um pouco de
paciência. Dentro de pouco tempo poderá contar toda a
história para quem quiser. Mas, por enquanto, mantenha
segredo. De acordo?
— Escute, não sou um charlatão qualquer, quando é
preciso respeitar o senso de responsabilidade.
— Ótimo, Sam. Desculpe. Não quis ofendê-lo. Até logo.
Roque voltou para o interior do comissariado e, pouco
depois, ouvia o chiar da carroça de Sam, afastando-se.
Agarrou Gwillin pela gola do paletó e começou a arrastá-lo.
Na metade do caminho do corredor, disse:
— Pegue as chaves das celas, Maddox. Vamos guardar
Gwillin numa delas, assim como está. Amarrado e
amordaçado. Verá como isso nos vai poupar complicações.