014 Mortimer Cody - A Moeda do Odio

Roque ficou um instante pensativo. Depois de alguns
segundos, encolheu os ombros.
— Enterre-os quando quiser.
Saiu da funerária. Precisava seguir as marcas deixadas
por aqueles quatro cavaleiros que, segundo pensava, tinham
provocado o incêndio dos dormentes da estrada de ferro.
Foi até o estábulo, onde o encarregado já estava encilhando
seu cavalo.
— Estará pronto dentro de dois minutos, capitão.
— Obrigado. Ande logo.
Começou a enrolar um cigarro, enquanto esperava.
Viu o cavaleiro, um homem de quase setenta anos, rosto
curtido, que se aproximava do estábulo. Tinha aspecto de
vaqueiro. E se isso não bastasse, o cheiro de gado
denunciava-o. O homem apresentava um ar grave, quando
assomou a cabeça pela porta do estábulo.
— Stanleyt — chamou.
— Você, por aqui, Bifl? — inquiriu o encarregado do
estábulo.
— Estou procurando minha patroa, dona Kátia. Se ela
está no povoado, deve ter deixado o cavalo aqui.
— Não, Bill. Não a vi.
— Que diabo!... Isso é estranho...
— Está acontecendo alguma coisa?
— Esta manhã, como de costume, eu fui ao rancho para
tomar o café que a patroa prepara e não havia nada. Nem
café, nem patroa. Dei uma volta pela casa e posso jurar que
ela não passou lá a noite. Nunca aconteceu uma coisa assim.
Estou muito preocupado.
— Sim, realmente isso é muito estranho. Você procurou
por outros lugares do rancho?