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Revista Apólice #233

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seleções durante os 32 dias do mundial.<br />

Os riscos são os mais diversos e, portanto,<br />

as coberturas de seguros envolvidas no<br />

torneio abrangem desde a possibilidade<br />

de não realização de jogos até mesmo<br />

ataques cibernéticos e sequestros e extorsões.<br />

Somente a cobertura contra o<br />

cancelamento do torneio, que garante a<br />

indenização para a perda de direitos televisivos<br />

e oportunidades de patrocínio, é<br />

estimada em cerca de US$ 1 bilhão, conforme<br />

projeções divulgadas pela seguradora<br />

Beazley, especializada em seguros<br />

para eventos. Já os riscos de construção<br />

– dos 12 estádios que serão palcos para as<br />

partidas, sete foram construídos – estão<br />

em torno dos US$ 2 bilhões. Todas as co-<br />

berturas somadas, conforme estimativas<br />

da Beazley, resultam em coberturas de<br />

US$ 7 bilhões em resseguros por conta<br />

do mundial na Rússia.<br />

Apesar de a Copa este ano ocorrer a<br />

mais de 14,4 mil quilômetros do Brasil,<br />

equivalente a quase 9 mil milhas ou cerca<br />

de 18 horas de voo, o mercado nacional de<br />

seguros também se beneficia da realização<br />

do evento. Diversos tipos de seguros<br />

são contratados no País não somente por<br />

quem vai participar do mundial de alguma<br />

forma, seja como espectador, atletas e<br />

equipes de redes de comunicação, como<br />

de ações realizadas por aqui e que também<br />

necessitam de seguro.<br />

A cada gol do Brasil, 10% de desconto<br />

na compra de um produto. Quem<br />

adquirir televisão no período pré-Copa<br />

pode receber parte do valor que desembolsou<br />

com o novo aparelho de volta se<br />

a seleção brasileira, única a participar<br />

dos 21 mundiais já realizados até agora,<br />

conquistar o hexa na Rússia. Embora<br />

não apareça, existe um seguro por trás<br />

dessas promoções. O diretor regional<br />

de marine e entretenimento da Allianz<br />

Global Corporate & Specialty Brazil<br />

(AGCS), Gilberto de Espíndola, explica<br />

que há um cálculo estatístico que tem de<br />

ser feito sobre a possibilidade de a oferta<br />

feita na propaganda se concretizar na<br />

prática, o que, se de um lado, beneficia<br />

o consumidor, do outro, pesa no bolso<br />

da empresa, que precisa de caixa para<br />

honrar o prometido. Para se resguardar<br />

de eventuais prejuízos, esses grupos,<br />

majoritariamente varejista, encontram<br />

respaldo no seguro. “É um produto relacionado<br />

à área de eventos. Em uma ação<br />

sobre a possibilidade de uma seleção de<br />

futebol de um determinado País ganhar<br />

a Copa, fazemos o cálculo estatístico em<br />

relação à chance de isso acontecer e esse<br />

porcentual é utilizado para precificar o<br />

seguro para cobrir essa ação”, detalha<br />

Espíndola.<br />

De acordo com ele, o segmento<br />

que mais demanda esse tipo de seguro<br />

é a de venda de eletroeletrônicos, que,<br />

tradicionalmente, recebe um impulso a<br />

mais nas vendas por conta da Copa do<br />

Mundo, com os consumidores renovando<br />

seus aparelhos para assistir aos jogos do<br />

Mundial. No entanto, o produto é similar<br />

às apólices contratadas para premiações<br />

de programas de TV como “Quem quer<br />

ser um milionário”, inspirado em um<br />

concurso de televisão português, e ainda<br />

“The Wall”, ambos realizados no Brasil<br />

no Caldeirão do Huck, exibido pela Rede<br />

Globo. “Esses eventos podem dar muito<br />

certo ou muito errado. Por isso, a cobertura<br />

de seguro se faz necessária para arcar<br />

com os custos que vão além do que o<br />

promotor pode se autossegurar”, destaca<br />

o especialista da AGCS.<br />

Para quem leva a taça<br />

No campo das premiações, há outros<br />

seguros que são movimentados pela Copa<br />

do Mundo. A demanda vem também<br />

das seleções de futebol que prometem<br />

aos jogadores escalados para o mundial<br />

recompensas financeiras a depender do<br />

desempenho em campo. O professor Gustavo<br />

Cunha Mello, sócio da corretora de<br />

seguros Correcta, diz que o mercado de<br />

seguros oferta apólices para as seleções<br />

fazerem frente aos prêmios prometidos<br />

aos seus atletas caso saiam vencedoras.<br />

“O seguro funciona como um derivativo<br />

e permite que o time possa pagar os<br />

jogadores. O prêmio é proporcional ao<br />

risco. É como um bônus numa empresa,<br />

mas recebe o nome de bicho no futebol”,<br />

conta o especialista.<br />

A Alemanha, detentora da última<br />

Copa, prometeu 350 mil euros a cada<br />

jogador. Uma das ofertas mais parrudas,<br />

porém, é da Espanha, que ofereceu 825<br />

mil euros por atleta. A cifra é 37,5%<br />

❙❙Gilberto de Espíndola, da AGCS<br />

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