Revista Apólice #233
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Após encolher o seu faturamento<br />
em mais de R$ 2 bilhões<br />
no primeiro trimestre deste<br />
ano, o setor de previdência<br />
privada tenta evitar que essa performance<br />
se estenda para períodos mais longos,<br />
tornando-se uma tendência para 2018.<br />
O cenário de juros baixos, a despeito da<br />
manutenção da queda da taxa básica, a<br />
Selic, na última reunião do Comitê de<br />
Política Monetária (Copom) do Banco<br />
Central, em maio último, tem forçado as<br />
“Ainda há espaço para<br />
crescermos, tanto entre<br />
os trabalhadores com<br />
carteira assinada, quanto<br />
na base de profissionais<br />
liberais, e outras pessoas<br />
que necessitam de um<br />
planejamento financeiro<br />
de longo prazo, mas<br />
não atuam com vínculo<br />
empregatício”<br />
Edson Franco,<br />
presidente da FenaPrevi<br />
seguradoras a revisarem suas práticas,<br />
adicionando uma dose a mais de competitividade<br />
neste segmento. Iniciado<br />
no final do ano passado, o movimento<br />
de redução de taxas cobradas ganhou<br />
força com players como Bradesco, Itaú<br />
Unibanco e Porto Seguro que, em uma<br />
ação defensiva para reter e atrair clientes,<br />
zeraram a taxa de carregamento de<br />
alguns planos, que é usada para custear<br />
despesas de corretagem e administração<br />
das seguradoras.<br />
A expectativa de executivos ouvidos<br />
por <strong>Apólice</strong> é de que a maior concorrência<br />
no segmento de previdência privada<br />
permaneça no cenário atual, ainda que os<br />
juros tenham parado de cair no Brasil. O<br />
presidente da Confederação Nacional das<br />
Seguradoras (CNSeg), Marcio Coriolano,<br />
espera que o movimento de readequação<br />
de produtos continue ocorrendo, evitando,<br />
assim, que a fotografia deste mercado,<br />
que no primeiro trimestre encolheu 8,9%<br />
ante um ano, somando R$ 25,3 bilhões,<br />
não se torne um filme do segmento de<br />
acumulação. Em abril, o setor de previdência<br />
privada aberta já reagiu, diminuindo<br />
a queda acumulada para 1,3% ante<br />
idêntico intervalo de 2017. De acordo com<br />
Coriolano, o segmento de previdência<br />
privada era o único que poderia fazer a<br />
Confederação revisar para baixo as suas<br />
projeções de desempenho para o mercado<br />
de seguros neste exercício. A entidade<br />
espera que, num cenário pessimista, o<br />
segmento apresente expansão de 3,7%.<br />
Já com uma visão otimista, a expansão<br />
pode chegar a 6,7% na comparação com<br />
o ano passado. Na contramão do cenário<br />
atual, o desempenho da previdência<br />
privada, de acordo com as projeções da<br />
CNseg, superaria o do mercado como um<br />
todo, com crescimentos de 4,3% e 7,6%,<br />
respectivamente. Vale lembrar, contudo,<br />
que o próprio setor de previdência já fez<br />
o mercado de seguros rever para baixo as<br />
suas expectativas no ano passado. “Essa<br />
situação da previdência privada não é um<br />
filme. É um retrato. Esse mercado já teve<br />
ciclos de crescimento impressionante no<br />
passado e vai voltar a se expandir”, avalia<br />
Coriolano.<br />
Apesar de ainda acumular queda<br />
na arrecadação, o volume de reservas<br />
do setor de previdência privada aberta<br />
segue em expansão. De janeiro a março,<br />
essa cifra encostou nos R$ 780 bilhões,<br />
volume 15,5% superior às reservas de<br />
❙❙Marcio Coriolano, da CNSeg<br />
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