SETEMBRO nº 245
Revista do Centro Lusitano de Zurique
Revista do Centro Lusitano de Zurique
- TAGS
- zurique
Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
Directora: Sandra Ferreira | Sub-director: Armindo Alves | Ano: XXIV | Número <strong>245</strong> | Setembro 2018 | Preço: Grátis | Periodicidade: Mensal<br />
Todos os Emigrantes que<br />
regressarem em 2019 e 2020<br />
SÓ<br />
PAGAM<br />
50%<br />
DO IRS<br />
Desconto de 50% no IRS,<br />
dedução de custos de instalação,<br />
viagem de regresso e<br />
despesas com habitação”,<br />
para todos os que saíram do<br />
© rotonara<br />
país até 2015 e regressem em<br />
2019 ou 2020.<br />
Pág. 03<br />
EDITORIAL DIREITO COMUNIDADES<br />
Lembraram-se dos emigrantes portugueses<br />
e vêm com um “bombom” mal<br />
Educação de crianças e direito<br />
03 16 15<br />
penal...<br />
embrulhado, oferecer descontos...<br />
A partir de 2019 renovação do visto<br />
de residência na Suíça depende<br />
da integração do estrangeiro...
É já em Maio que terá lugar uma<br />
das maiores peregrinações religiosas<br />
na Suíça,<br />
Dever de controlo dos pais sobre<br />
menores...<br />
A febre amarela é uma doença<br />
de natureza infecciosa, transmitida<br />
pelo mosquito...<br />
LUSITANO de Zurique<br />
2 Publicidade<br />
Centro Lusitano de Zurique<br />
Birmensdorferstr, 48<br />
8004 Zürich<br />
www.cldz.ch - info@cldz.ch<br />
Bufete, reserva de refeições 077 403 72 55<br />
Cursos de alemão 076 332 08 34<br />
Direcção<br />
Futebol<br />
InCentro<br />
044 241 52 60 / info@cldz.ch<br />
079 531 48 60 / gualterpereira84outlook.pt<br />
incentro@cldz.ch<br />
Publicidade 079 222 09 14/armindo.alves@garage-mutschellen.ch<br />
Rancho folclórico<br />
076 344 40 91 / rancho@cldz.ch<br />
Vamos contar uma história 079 647 01 46<br />
Consulado Geral de Portugal em Zurique<br />
Zeltweg 13 - 8032 Zurique<br />
Tel. Geral: 044 200 30 40<br />
Serviços de ensino: 044 200 30 55<br />
Serviços sociais: 044 261 33 32<br />
Abertura de segunda a sexta-feira das<br />
08:30 às 14:30 horas<br />
Embaixada de Portugal<br />
Weitpoststr. 20 - 3000 Bern 15<br />
Secção consular: 031 351 17 73<br />
Serviçoa sociais: 031 351 17 42<br />
Serviços de ensino: 031 352 73 49<br />
Serviços municipais de informação para<br />
imigrantes - Zurique (Welcome Desk)<br />
Stadthausquai 17 - Postfach 8022 Zurique<br />
Tel.: 044 412 37 37<br />
Polícia 117<br />
Bombeiros 118<br />
Ambulância 144<br />
Intoxicações 145<br />
Rega 1414<br />
Edição anterior<br />
Directora: Sandra Ferreira | Sub-director: Armindo Alves | Ano: XXIV | Número 241 | Maio 2018 | Preço: Grátis | Periodicidade: Mensal<br />
SECHSELÄUTEN<br />
Centro Lusitano de Zurique<br />
esteve presente<br />
EDITORIAL DIREITO SAÚDE<br />
03 07 19<br />
“Sechseläuten”<br />
Tradição que já vem do<br />
século 16, onde os conselheiros<br />
das diversas<br />
confrarias decidiam<br />
que nos meses de<br />
Verão o horário de<br />
saída do trabalho seria<br />
uma hora mais tarde<br />
do que no horário<br />
de Inverno.<br />
Missão Católica de Língua Portuguesa – ZH<br />
Katholische Mission der Portugiesischsprechenden<br />
Fellenbergstrasse 291, Postfach 217 - 8047 Zürich<br />
Tel.: 044 242 06 40 7 044 242 06 45 - Email: mclp.zh@gmail.com<br />
Horário de atendimento:<br />
- segunda a sexta-feira das 8h às 13h00 e das 13h30 às 17h<br />
Publicidade
Editorial<br />
Setembro 2018 3<br />
Sandra Ferreira<br />
Directora<br />
Cartão <strong>nº</strong> 12 A - CCPJ<br />
Editorial<br />
Já se prepara 2019<br />
Passados os meses de Férias, de descanso e de renovação de<br />
forças são muitos aqueles que começam já agora a fazer planos<br />
e a organizar-se para o ano que se aproxima. Isso acontece<br />
exactamente agora com o Estado português que se tem<br />
debatido, ora acima ora a baixo, com o Orçamento de Estado<br />
para 2019.<br />
E agora parece que repentinamente lembraram-se dos emigrantes<br />
portugueses e vêm com um “bombom” mal embrulhado,<br />
oferecer descontos na habitação e no IRS, para aqueles<br />
que pretendam nos próximos dois anos voltar a Portugal.<br />
Um incentivo ao retorno dos portugueses ao seu país, dizem<br />
eles. Contudo, esquecem-se que a emigração que nos últimos<br />
anos saiu de Portugal, não foi de portugueses mal formados<br />
ou analfabetos, mas sim de jovens cheios de garra, ambição<br />
e muitos com formações profissionais que no estrangeiro são<br />
reconhecidas e bem remuneradas, e esses não se deixam enganar<br />
com simples “bombom“.<br />
Ou será esta proposta mais uma manobra de distracção, para<br />
calar as inúmeras queixas vindas da pasta da emigração, sobre<br />
medidas que em muito tem prejudicado a emigração portuguesa?<br />
Nunca o saberemos… e veremos quantos emigrantes esta<br />
medida trará de volta!<br />
Enquanto do lado de lá se tenta abrir portas à emigração, do<br />
lado de cá as coisas tornam-se mais complicadas para os<br />
emigrantes em 2019, que agora para verem o seu visto de<br />
residência renovado precisaram de mostrar, ou fazer provar a<br />
sua integração na Suíça assim como cumprir critérios de bom<br />
comportamento. Medidas estas que entrarão em vigor em Janeiro<br />
do próximo ano, e que poderão trazer consequências<br />
para quem não as cumprir.<br />
EQUIPA EDITORIAL<br />
Directora<br />
Sandra Ferreira - <strong>nº</strong> CC 12 A<br />
lusitanozurique@gmail.com<br />
Sub-director<br />
Armindo Alves - <strong>nº</strong>CC 15 A<br />
armindo.alves@garage-mutschellen.ch<br />
Colaboração<br />
4 Cristina Fernandes Alves <strong>nº</strong> CC 16 A<br />
4 Maria José Bernardo <strong>nº</strong> CC 13 A<br />
4 Pedro Nabais <strong>nº</strong> CC 14 A<br />
4 Joana Araújo <strong>nº</strong> CC 11 A<br />
4 Jorge Rodrigues <strong>nº</strong> CC 17 A<br />
4 Jorge Macieira <strong>nº</strong> CC 28 A<br />
4 Maria dos Santos <strong>nº</strong> CC 27 A<br />
4 Daniel Bohren<br />
4 Zuila Messmer<br />
4 Domingos Pereira<br />
4 Carmindo de Carvalho<br />
4 Euclides Cavaco<br />
4 Carlos Matos Gomes<br />
4 Amílcar Malhó<br />
4 Cândido Abreu<br />
4 Costa Guimarães - Jornalista<br />
Nota: Os artigos assinados re fle ctem tão-somente<br />
a opinião dos seus autores e não vinculam necessariamente<br />
a Direcção desta Revista<br />
Publicidade:<br />
armindo.alves@garage-mutschellen.ch<br />
Tel.: 079 222 09 14<br />
Edição, composição<br />
e paginação<br />
Manuel Araújo -Jornalista 3000 A<br />
Braga – Portugal<br />
araujo@manuelaraujo.org<br />
Tel.:(+351) 912 410 333<br />
Impressão: DM Braga<br />
Tiragem: 2000 exemplares<br />
Periodicidade: Mensal<br />
Distribuição gratuita<br />
Apoios:<br />
Esta publicação não<br />
adopta nem respeita o<br />
(des)Acordo Ortográfico<br />
Propriedade<br />
& administração:<br />
Centro Lusitano de Zurique<br />
Birmensdorferstrasse 48<br />
8004 Zürich<br />
Tel.: 044 241 52 60<br />
Fax: 044 241 53 59<br />
Web: www.cldz.ch<br />
E-mail: info@cldz.eu
4<br />
LUSITANO de Zurique<br />
Comunidade<br />
Grupo Desportivo Cultural<br />
Português de Lenzburg<br />
tem nova direcção, nova cozinha e Bar<br />
Como é do conhecimento geral, são cada vez mais as Associação,<br />
que por falta de meios financeiros e humanos, fecham as suas portas<br />
após anos e anos de luta associativa.Não podemos dizer que o legado<br />
que nos deixaram é pobre. Muito pelo contrário. Dar seguimento ao<br />
verdadeiro voluntariado associativo é, nos dias de hoje, impensável.<br />
Porém, no dia 20 de Janeiro, surgiu<br />
Duarte Manuel Santos, decidido<br />
MARIA DOS SANTOS<br />
a renovar e fazer renascer o movimento<br />
associativo, de uma das mais<br />
velhas Associações em terras Helvéticas.<br />
O G.D.C.P.L. conheceu os seus melhor anos e desafios nos<br />
anos oitenta e nos últimos 10 anos foi um degradar associativo,<br />
estando a ponto de fechar portas.<br />
Estava formada a equipa que junto ao Presidente Manuel Santos<br />
que desde 2009, sempre ocupou cargos da gerência, decidiu por<br />
vontade própria, contribuir com trabalho, empenho, criatividade,<br />
transparênci a e confiança, criar uma nova direcção.<br />
Sérgio Correia, um membro da nova geração, abraçou o projecto<br />
de Vice-Presidente e Custódia Meyer, encarregou-se de aceitar<br />
ser a Tesoureira. Para explorar a cozinha existiam 3 propostas<br />
e depois de algumas reuniões, decidiram que se teria que fazer<br />
algo radical, inovador, para reconquistar a confiança dos sócios<br />
e não sócios. Como sabemos o espaço físico deste grupo cultural<br />
é excelente, já que tem capacidade para mais ou menos<br />
quatrocentas pessoa.<br />
O passo é dado e aceitam a proposta vinda do Sr. Filipe Fonseca.<br />
Um cagaréu que chegou á Suíça em 2006, formado em<br />
hotelaria e com experiência profissional em cozinhas de Itália,<br />
América do Sul, América Central, e também Portugal. Filho de<br />
emigrantes portugueses em França, aceita vir trabalhar para um<br />
restaurante na Suíça e opta, em paralelo, candidatar-se á exploração<br />
do Bar e Cozinha. O seu plano encantou a direcção e<br />
dão-lhe a oportunidade de começar a mostrar o que pretende<br />
fazer e a sua forma de cozinhar. Com Filipe Fonseca embarcam<br />
neste projecto gastronómico, um cozinheiro Italiano, Francesco<br />
Calapetza, um cozinheiro português Rafael Oliveira, e no serviço<br />
de mesas, temos Miguel Batista que coordena o serviço com<br />
o apoio de Maria Silva.<br />
Estão convictos em recuperar alguns pratos tradicionais da nos-
Comunidade<br />
Setembro 2018 5<br />
sa gastronomia, como a feijoada , cozido á Portuguesa, com<br />
os enchidos vindo directamente de Portugal, nomeadamente<br />
a morcela, chouriça, alheira, entre outros. Em paralelo<br />
a cozinha que também nos agrada e de que somos fãs<br />
absolutos: Pizza, Lasanha e varias “pastas“ á Italiana. Hoje<br />
temos uma oferta diversificada, que abrange todos os paladares<br />
com uma inovação total que chega todos os gostos<br />
do „ Saber Comer com Qualidade”. De acrescentar que a<br />
apresentação dos pratos é requintada. Porque antes de se<br />
provar, os olhos têm que dizer sim, agrada-me e afirmo que<br />
o triunfo já chegou.<br />
Filipe Fonseca, espera da sua equipa, consenso, troca de<br />
informação e transparência total, para que entre ambas as<br />
parte possa existir um trabalho de equipa, pois da união<br />
nasce a força. Esta equipa esta aberta a sugestões, que<br />
possam no futuro melhorar os serviços prestados á Comunidade<br />
Portuguesa. As instalações são excelentes, pelo<br />
que esperam pelo apoio de todos, contem com a nossa<br />
surpreendente dedicação e excepcional serviço.<br />
Da minha parte, faço votos para que o vosso esforço seja<br />
reconhecido, que prosperem e que possamos em conjunto<br />
brindar a uma nova era do G.D.C.P. Lenzburg.<br />
Lá estarei para registar este momento tão merecedor, de<br />
uma equipa que trabalha com conhecimento de causa e<br />
amor em tudo o que faz!<br />
Emigrantes<br />
que regressem<br />
a Portugal<br />
só pagam<br />
metade do IRS<br />
Manuel Araújo<br />
Segundo uma medida prevista no Orçamento<br />
de Estado para 2019, os emigrantes<br />
que regressarem a Portugal, só vão pagar<br />
metade do IRS e deduzirão despesas com<br />
viagens e habitação. Esta será uma das<br />
medidas do Orçamento do Estado para<br />
2019 para atraír jovens qualificados para<br />
voltarem ao país.<br />
À data do fecho desta edição, a imprensa<br />
revela, que a proposta passa por "conceder<br />
um desconto de 50% no IRS e permitir<br />
a dedução de custos de instalação, como a<br />
viagem de regresso e as despesas com habitação”,<br />
mas não é exclusiva para jovens,<br />
pois abrange todos os que saíram do país<br />
até 2015 e regressem em 2019 ou 2020.<br />
Residentes no Estrangeiro<br />
QUAL É O BANCO QUE<br />
O LIGA A PORTUGAL?<br />
A Caixa, com certeza. Um Banco com 140 anos de história<br />
e uma vasta experiência na oferta de soluções financeiras<br />
adequadas a quem está longe.<br />
A CAIXA. COM CERTEZA.<br />
www.cgd.pt | (+351) 707 24 24 24 | 24h todos os dias do ano | Informe-se na Caixa.<br />
A Caixa Geral de Depósitos S.A. é autorizada pelo Banco de Portugal.
6<br />
LUSITANO de Zurique<br />
Direito<br />
Educação de crianças e<br />
direito penal<br />
Barafustar, ameaçar, bater, fechar no quarto, prisão domiciliária…:<br />
tudo isto são actos puníveis, dos quais muitos pais fizeram uso para<br />
educar os menores a seu cargo. Encontram-se por isso os pais sempre<br />
com um pé na prisão?<br />
V Daniel Bohren<br />
[Advogado]<br />
Fechar no quarto e prisão domiciliária<br />
representam uma privação da<br />
liberdade punível com uma pena privativa<br />
da liberdade que pode ir até 5<br />
anos (Art. 183 do Código penal suíço<br />
– StGB). Insultos são proibidos (Art.<br />
177 do StGB), assim como ameaças (Art. 180 StGB), quando<br />
estas causam medo à pessoa ameaçada, ou coação (Art. 181<br />
StGB), quando se impõe a alguém com ameaças um determinado<br />
comportamento. Abusos corporais, que levam a ferimentos,<br />
são naturalmente penalizados (Art. 123 StGB). Apertar com<br />
força ou beliscar ou uma ação que leve a vermelhidão da pele<br />
são actos puníveis (Art. 126 StGB), bem como o corte de cabelo<br />
contra a vontade do afetado.<br />
Em contrapartida, não é punível quando alguém comete um acto<br />
punível no desempe nho de uma obrigação legal. A Polícia<br />
pode assim, por exemplo, usar violência no quadro da lei. Os<br />
pais têm, por lei, face aos seus filhos menores o dever e a obrigação<br />
de os educar, o que lhes dá alguma margem de acção, de<br />
actuar em prol da educação das crianças e intervir a sua integridade<br />
física e psíquica. Sim, eles podem mesmo ser punidos por<br />
negligência da obrigação de educação, se não o fizerem (Art.<br />
218 StGB). O direito à educação não significa, no entanto, que<br />
os pais podem fazer tudo o que querem para educar a criança. A<br />
forma como se dá educação é limitada: as medidas educativas<br />
têm sempre de se reger pelo bem da criança, a competência de<br />
julgar e a capacidade jurídica da criança têm de ser respeitadas.<br />
A competência de julgar e a capacidade jurídica da criança<br />
dependem da idade e da maturidade da criança menor. Para o<br />
julgamento do que corresponde ao bem da criança é basicamente<br />
válido o “critério suíço” e não o critério do país de origem dos<br />
pais.<br />
O que é então permitido na<br />
educação?<br />
Prisão domiciliária e fechar – privação da liberdade: privação<br />
da liberdade só é proibida, se decorrer de modo injusto. Uma vez
Direito<br />
Setembro 2018 7<br />
que os pais têm o direito de determinar o local de permanência<br />
da criança menor, prisão domiciliária ou fechar num quarto não<br />
constituem acto punível. A intervenção na liberdade da criança<br />
e a medida de educação têm de ser adequadas e orientar-se<br />
pelo bem-estar da criança. Quem fecha uma criança durante<br />
dias no quarto ou a fecha num curto espaço de tempo no armário<br />
terá de contar com uma punição.<br />
Bater – ferimentos corporais: bater, que leve a ferimentos, contusões,<br />
derrames apreciáveis ou ferimentos afins, é punível e<br />
não é abrangido pelo direito à educação. Tais ferimentos corporais<br />
simples infligidos às crianças, que vivem à guarda do<br />
agressor, são oficiosamente puníveis, quer dizer, não necessitam<br />
de queixa do ferido.<br />
Agressão física: se bofetadas, beliscar, arrancar cabelos ou<br />
pressionar dolorosamente partes do corpo se encontram cobertos<br />
pelo direito à educação, tais práticas não são unânimes,<br />
mesmo para os juristas. Alguns acham que tais acções são<br />
na educação um tabu absoluto, outros são da opinião de que<br />
são autorizados num âmbito determinado. Tem de se distinguir,<br />
basicamente, se alguém age enfurecido ou se age com<br />
a cabeça fria no sentido de aplicar uma medida de educação.<br />
Só seria permitido o que ocorre como medida de educação.<br />
Nem se pode bater no seu vizinho nem na sua criança por enfurecimento<br />
ou devido a stress. Actos individuais só são investigados<br />
e penalizados se houver queixa da criança, pelo<br />
que, regra geral, muito raramente há investigações penais por<br />
agressão física contra crianças pequenas por elas não apresentarem<br />
queixa. Quem, no entanto, dá uma bofetada ao seu<br />
filho pubertário provocador tem de contar com uma punição, se<br />
este apresentar uma queixa. Agressões físicas que se repetem<br />
são, porém, oficiosamente puníveis, quer isto dizer que não<br />
necessitam de queixa. Por exemplo: o Tribunal Federal puniu<br />
um pai que deu a uma criança menor, durante 3 anos, cerca de<br />
uma dúzia de bofetadas e pontapés.<br />
Ameaças e coação: a tentativa de levar uma criança menor<br />
com ameaças e outras ações de pressão a ter um determinado<br />
comportamento (fazer os trabalhos de casa, arrumar o quarto,<br />
ir para a cama, etc…) faz parte, na Suíça, das medidas de<br />
educação mais comuns. Mas mesmo estas medidas têm limites<br />
relacionados com a liberdade e capacidade de exercício da<br />
criança. Quem provoca medo e pavor numa criança e a ameaça,<br />
por exemplo, de a levar para a floresta e de aí a torturar,<br />
torna--se naturalmente passível de pena.<br />
Insultos: estes só são puníveis com queixa e não oficiosamente.<br />
Se o insultado reage também com insultos e acções<br />
agressivas, o juiz pode abster-se de punir. Como os insultos<br />
não são, regra geral, uma medida de educação, sendo feitos<br />
num estado de fúria, teriam de ser punidos se for apresentada<br />
uma queixa.<br />
A educação é um campo de<br />
minas punível para pais?<br />
Para tal não é simples encontrar resposta: crianças menores<br />
vão raramente à polícia, de modo que medidas de educação, à<br />
exceção de casos graves, raramente têm de ser julgadas pelas<br />
instituições. Também não há por isso muitas decisões de tribunal<br />
relativas à educação de crianças. Em relações tensas com<br />
jovens na puberdade ou em separações de matrimónio e de<br />
uniões de facto, tais perguntas chegam de vez em quando às<br />
instituições penais e, nesses casos, tem de se contar que um<br />
insulto, uma ameaça ou uma bofetada sejam punidos. Todavia,<br />
as instituições penais podem prescindir de uma pena, se a<br />
culpa e as consequências de um delito forem diminutas. Deve,<br />
por isso, esperar-se das instituições penais que no julgamento<br />
de culpa e consequências de ações seja contemplado que os<br />
pais se encontram sujeitos a sobrecargas múltiplas (trabalho,<br />
relação com o parceiro, educação das crianças, assegurar a<br />
sobrevivência, etc…) e também que estão expostos a provocações<br />
dos seus menores e que nem toda a intervenção põe em<br />
perigo o bem-estar da criança. As crianças têm uma tolerância<br />
de frustração sólida face aos seus pais, se estes zelarem pela<br />
sua tutela e se, para além de punição, também demonstrarem<br />
afeto e reconhecimento.<br />
Tem perguntas que digam respeito ao direito?<br />
Envie a sua pergunta com a indicação “Lusitano” a:<br />
Bohren Rechtsanwalt,<br />
Postfach 229,<br />
8024 Zürich<br />
ou para: mail@dbohren.ch<br />
Precisa-se<br />
COLABORADOR<br />
Bar/Buffet<br />
do Centro Lusitano de Zurique<br />
Contacto: Tlm. 077 403 72 55<br />
SEGUROS<br />
Doença ( krakenkasse )<br />
210.70 Chf ( adultos / +25 anos )<br />
205.90 Chf ( adultos / 19-25 anos )<br />
47.40 Chf ( menores / 0-18 anos )<br />
VIDA, JURÍDICO<br />
ACIDENTES<br />
AUTOMÓVEL<br />
POUPANÇA REFORMA, etc...<br />
CRÉDITOS DESDE 8,9%<br />
*Compra de outros créditos, “Permissos” L, B, C<br />
CONTACTOS<br />
Birmensdorferstrasse, 55 – 8004 Zürich<br />
Junto à Estação de Wiedikon<br />
Frente ao Centro Lusitano de Zurique<br />
Telm.: 076 336 93 71 * Tel.: 043 811 52 80<br />
wwww.andradefinance.ch<br />
info@andradefinance.ch
LUSITANO de Zurique<br />
8 Entrevista<br />
António<br />
Filipe<br />
“A atitude que tomamos em relação<br />
a este Governo, permitiu melhorar as<br />
condições de vida dos portugueses“<br />
SANDRA FERREIRA<br />
António Filipe, deputado na assembleia da República pelo PCP, esteve no<br />
passado mês de Maio de visita à Suíça para participar numa actividade<br />
realizada pelo grupo de Comunistas na Suíça, onde aproveitou o momento<br />
para passar por Zurique e estar junto da comunidade e dos temas que mais<br />
inquietam os emigrantes. Nesta passagem rápida o Lusitano de Zurique<br />
teve a oportunidade de fazer uma entrevista onde colocou várias questões<br />
nesse sentido.<br />
Lusitano Zurique - Visto que está de visita<br />
à comunidade portuguesa na Suíça,<br />
pergunto qual é o tema relativamente à<br />
emigração portuguesa com que se tem<br />
debatido nos últimos tempos?<br />
António Filipe - De facto vim cá a convite<br />
do PCP para participar numa festa e tem<br />
sido um convívio muito agradável. Embora<br />
eu não seja mesmo da comissão que mais<br />
frequentemente se ocupa dos problemas<br />
da emigração, que é a comissão de negócios<br />
estrangeiros e comunidades portuguesas,<br />
há uma matéria que tem me ocupado<br />
bastante, que tem a ver com as alterações<br />
que estão a ser tomadas relativamente ao<br />
recenseamento eleitoral e à própria lei eleitoral.<br />
É um processo legislativo que está<br />
em curso desde alguns meses, com várias<br />
iniciativas em discussão e que está numa<br />
fase muito adiantada. Certamente que até<br />
ao fim desta sessão legislativa que se vai<br />
concluir na Assembleia da República, a<br />
18 de Julho, certamente que até lá há um<br />
desfecho com alterações que eu creio que<br />
serão fundamentalmente do agrado dos<br />
cidadãos que vivem no estrangeiro, que<br />
visa alargar o universo eleitoral através<br />
da indexação do recenseamento eleitoral<br />
ao cartão do cidadão. E portanto essa é<br />
a matéria que nos últimos tempos me tem<br />
ocupado.<br />
L.Z. - Acha então que é positivo o recenseamento<br />
automático?<br />
A.F. - Sim eu creio que se está num bom<br />
caminho, ou seja, houve um problema com<br />
que nos deparamos, um problema constitucional,<br />
mas que esta em vias de ser resolvido,<br />
que é o seguinte: houve uma proposta,<br />
que o governo achou uma boa proposta,<br />
que diz que quem tem o cartaz de cidadão<br />
português e que tenha a residência no<br />
estrangeiro, fica automaticamente recenseado<br />
no estrangeiro. Colocava-se aqui o<br />
problema constitucional que era: quando<br />
se atribuiu aos portugueses residentes<br />
no estrangeiro, durante as eleições presidenciais,<br />
a constituição estabeleceu uma<br />
condição que era a de que só teria o direito<br />
de voto os cidadãos que mostrassem um<br />
vínculo de ligação à comunidade nacional<br />
e o que se considerou, logo aí, foi que esse<br />
vínculo se expiraria por via do recenseamento<br />
automático, pois o cidadão não teria<br />
de fazer o recenseamento que de certa forma<br />
mostrava esse vínculo à comunidade.<br />
E depois havia outro problema que poderia<br />
surgir, que era o exercício de direitos políticos<br />
no país de acolhimento depende do<br />
exercício de direitos políticos no país de<br />
nacionalidade e isso poderia criar problema<br />
com alguns países. Então como é que<br />
isso se resolveu, ou melhor, esta em vias<br />
de resolução, ou seja, quando o cidadão<br />
pede o cartão de cidadão e é residente no<br />
estrangeiro é lhe perguntado se quer ser<br />
recenseado automaticamente ou se tendo<br />
ainda a morada nacional se a quer manter
Setembro 2018 9<br />
para efeitos de recenseamento, e assim resolvemos<br />
o problema.<br />
L.Z. - Uma questão que se coloca muitas<br />
vezes quando são s eleições é porque é<br />
que as pessoas que estão numa mesa<br />
de voto em Portugal são remuneradas<br />
e por exemplo aqui na Suíça eu sei que<br />
não são. Não estão a exercer o mesmo<br />
direito?<br />
A.F. - Pois é verdade, não estão. De facto<br />
deviam, sem dúvida. Essa medida foi adoptada<br />
em Portugal há alguns anos porque<br />
começou a ser difícil arranjar pessoas que<br />
se dispusessem a estar numa mesa de votos.<br />
Quem faz esse pagamento é o ministério<br />
de administração interna, mas é claro<br />
que é uma situação de desigualdade e<br />
portanto seria desejável que essas pessoas<br />
tivessem a mesma indemnização.<br />
L.Z. - Segundo o que sei, com o recenseamento<br />
automático, a emigração vai<br />
ser o terceiro maior ciclo eleitoral, no<br />
qual apenas temos quatro deputados<br />
que nos representam. Não deve ser feito<br />
mais neste sentido?<br />
A.F. - Essa questão não está neste momento<br />
em debate, ou seja, é verdade que<br />
essa maior expressão eleitoral se sentirá<br />
nas presidenciais, em que obviamente há<br />
um ciclo único e todos os votos contam e<br />
haverá, assim se espera, mais cidadãos<br />
portugueses a exercer o seu direito de voto<br />
e terão um peso maior sobre a decisão do<br />
presidente da República. A alteração dos<br />
ciclos eleitorais para a presidência da República<br />
é uma coisa mais complexa porque<br />
há um número de deputados constitucionalmente<br />
fixados. Existem já no território<br />
nacional círculos eleitorais só com apenas<br />
dois deputados, o que é o limite da proporcionalidade,<br />
ou seja, menos que isso não<br />
era possível constitucionalmente. A Constituição<br />
impõem o limite máximo de 230<br />
deputados que é o que existe actualmente<br />
e portanto qualquer alteração dos ciclos<br />
iria criar uma situação de desequilíbrio que<br />
neste momento não era suportável pelo sistema,<br />
na medida que ou se aumentava o<br />
número de deputados, que implicaria uma<br />
alteração constitucional, ou então ficávamos<br />
com uma situação insolúvel que é era<br />
depois como é que resolvíamos o problema<br />
do número de deputados por Portalegre ou<br />
Bragança que já só elegem dois. Portanto<br />
eu diria que essa medida não está neste<br />
momento a ser equacionada.<br />
L.Z. - Relativamente ao ensino do Português,<br />
pergunto como é que o PCP, sendo<br />
um defensor da Constituição, porque<br />
não fez algo para que os portugueses no<br />
estrangeiro tenham o mesmo direito ao<br />
ensino gratuito como em Portugal?<br />
A.F. - O PCP apresentou uma proposta da<br />
Assembleia da República, já mais que uma<br />
vez, que alias até repôs o tema no orçamento<br />
de estado para este ano, para a eliminação<br />
das propinas do ensino de português<br />
no estrangeiro, porque de facto parece-nos<br />
que não faz sentido. Havendo para os portugueses<br />
escolaridade obrigatória e gratuita,<br />
haver no estrangeiro portugueses que<br />
tenham de pagar propinas para o ensino do<br />
português para os seus filhos. E portanto<br />
nós apresentamos essa proposta que infelizmente<br />
foi rejeitada, o PS, PSD e CDS<br />
rejeitaram essa proposta, e para além disso<br />
tem havido propostas por parte do PCP<br />
para o reforço da rede de ensino no estrangeiro<br />
como inclusivamente a distribuição<br />
de manuais escolares, porque também no<br />
território nacional conseguiu-se isso. A proposta<br />
do PCP nesse sentido foi aprovada,<br />
havendo uma distribuição gratuita de manuais<br />
escolares para o ensino básico, com<br />
alargamento para os mais ciclos da escolaridade<br />
obrigatória e é um caminho que se<br />
tem vindo a fazer e portanto para nós também<br />
faz todo o sentido que esse direito seja<br />
extensivo a quem estude português no estrangeiro,<br />
não apenas no território nacional.<br />
L.Z. - Para além destas propostas, que<br />
políticas de emigração tem o PCP?<br />
A.F. - Ora como disse não sou experiente<br />
nessa matéria, pois essa matéria é debatida<br />
na comissão de orçamentos e comunidades<br />
portuguesas, da qual não faço parte.<br />
Agora quem faz parte dessa comissão e é<br />
uma deputada que tem contacto muito regular<br />
com as comunidades portuguesas e<br />
que tem levado à Assembleia da República<br />
muitas propostas que lhe chegam dos<br />
contactos que faz , que é a deputada Carla<br />
Cruz, e naturalmente acompanho como é<br />
meu dever embora não tenha conhecimento<br />
muito aprofundado de todas as propostas<br />
que o PCP tem vindo a fazer, mas creio que<br />
tem havido da parte do grupo parlamentar,<br />
claro dentro dos possíveis, pois nem sempre<br />
é fácil, designadamente ter um contacto<br />
presencial. (..) E portanto é essa a preocupação<br />
que temos tido, e que se traduz em<br />
propostas em vários domínios, como esse<br />
da educação, que há pouco falamos, o alargamento<br />
da rede consular, é outro tema que<br />
nos preocupa, designadamente, sabendo<br />
que neste anos de crise que fustigaram o<br />
país, que houve restrições muito penosas<br />
nessa matéria, e portanto pensamos que o<br />
estado português não deve faltar aos portugueses<br />
que vivem no estrangeiro, através<br />
de uma rede consular que possa corresponder<br />
às necessidades existentes e que<br />
possa dar aos portugueses o apoio de que<br />
eles precisam nos países onde estão, para<br />
que não se sintam abandonados pelo estado<br />
português, e essa é uma preocupação<br />
que temos sempre que ter.<br />
L.Z. - Tendo o PCP aceite fazer parte da<br />
coligação, não foi um erro não terem<br />
aceite terem um Ministro?<br />
A.F. - Não, vamos lá ver… o que há em<br />
Portugal neste momento é um governo de<br />
Partido Socialista que é um governo minoritário,<br />
como já houve noutros momentos, por<br />
exemplo o António Guterres liderou dois governos<br />
socialistas que eram governos minoritários<br />
com este governo é. O que sucedeu<br />
nas actuais circunstâncias foi que a coligação<br />
de direita que estava no poder (o PSD e<br />
CDS) perderam a maioria absoluta e tendo<br />
perdido a maioria absoluta, colocou-se a<br />
questão “o que vamos fazer?“, ou seja, vai<br />
ficar um governo minoritário do PSD e CDS<br />
e a resposta que o PCP disse foi que “não,<br />
não aceitamos isso“, porque a experiência<br />
que tivemos do Governo de direita foi desastrosa<br />
a todos os níveis e foram eles os<br />
responsáveis pelo primeiro retrocesso em<br />
Portugal, com uma brutalidade sem antecedentes,<br />
com cortes de pensões, cortes<br />
de salários, cortes de feriados, bem com<br />
cortes de uma violência social que fez gritar<br />
a pobreza no país. E portanto achamos<br />
que havendo a possibilidade de interromper<br />
essa governação que isso devia ser feito. E<br />
aí dissemos que o Partido Socialista teria<br />
a possibilidade de formar governo desde<br />
que estivesse disposto a aceitar uma série<br />
de condições que iriam reverter as piores<br />
medidas que foram tomadas pelo Governo<br />
anterior. Isso ficou muito claro e portanto o<br />
Partido Socialista aceitou isso através de<br />
um acordo com vários partidos e isso permitiu<br />
tornar possível esta solução governativa,<br />
mas nem o PCP deixou de ser o PCP,<br />
nem o PS deixou de ser o PS, e as divergências<br />
que existiam entre ambos partido<br />
mantêm-se, e são serias em determinados<br />
aspectos, designadamente na matéria laboral,<br />
o PS tem-se recusado a alterar aquilo<br />
que de pior foi feito pelos governos do PSD<br />
e CDS e que muito temos contestado. Mas<br />
não deixamos de apresentar as nossa propostas.<br />
Claro que os partidos do PSD e<br />
CDS, sempre que o PCP apresenta uma<br />
proposta que o PS recusa, aí o PSD E CDS<br />
votam com o PS, fazendo assim uma pequena<br />
provocação do tipo “se vocês fazem<br />
proposta e o PS não aceita porque é que<br />
vocês não derrubam o governo?“. E nos poderíamos<br />
perguntar “e se nós derrubarmos<br />
o governo, nós resolvíamos o problema?“.<br />
E portanto nós sabemos as limitações desta<br />
solução política, sabemos as diferenças<br />
que temos em relação ao Partido Socialista,<br />
mas também temos consciência de uma<br />
coisa, é que a atitude que tomamos em relação<br />
a este governo, permitiu melhorar as<br />
condições de vida dos portugueses e isso<br />
para nós é que é essencial.<br />
L.Z. - Para terminar pergunto: Como está<br />
o PCP de saúde?<br />
A.F. - O PCP está bem de saúde e recomenda-se<br />
(risos). Evidentemente que não<br />
temos uma visão triunfalista, sabemos das<br />
dificuldades pelas quais os portugueses<br />
ainda passam, e portanto isto é uma luta difícil<br />
que travamos. Há muitas batalhas que<br />
travamos e que o sucesso não está à vista.<br />
L.Z. - Mas não está a surgir uma camada<br />
jovem neste sentido?<br />
A.F. - Sim, sim e o PCP é um dos grupos<br />
com uma camada mais jovem da Assembleia<br />
da República. Temos tido uma renovação<br />
no nosso grupo parlamentar ao ponto<br />
de eu ser um dos mais velhos. Um grupo<br />
que corresponde também ao rejuvenescimento<br />
que o partido tem vindo a ter e isso<br />
traduz-se numa vivacidade na intervenção<br />
política, que é necessária e pensável. Portanto<br />
se o partido não se renovar e não rejuvenescer<br />
acaba por definhar e não é isso<br />
que nós queremos. E estamos convictos<br />
que a influência que o PCP tem é determinante<br />
para que as coisas possam melhorar<br />
no país e é esse o nosso objectivo l
10<br />
LUSITANO de Zurique<br />
Desporto<br />
Final do Tour de Suisse<br />
em Bellinzona<br />
com a Europcar de Carlos Sardinha<br />
Foi um fim de semana recheado de emoções, no seguimento do generoso convite<br />
do director-geral da Europcar, Carlos Sardinha, que foi acompanhado também pelo<br />
Armindo Alves e Jorge Rodrigues do Centro Lusitano de Zurique. O final do Tour da<br />
Suíça em bicicleta, teve o seu epílogo na bonita cidade de Bellinzona no Ticino.<br />
A. Sá<br />
Desta vez o popular corredor Rui Costa não participou no Tour<br />
de Suisse, vencedor por três vezes desta prova, mas contou<br />
com Nelson Oliveira e José Gonçalves.<br />
Carlos Sardinha tem 57 anos de idade, natural de Sintra, chegou<br />
à Suíça no dia 17 de Julho de 1971, para a Vila de Chatel<br />
St Denis, onde mais tarde tirou a sua licenciatura em Gestão<br />
e Marketing. É director-geral da empresa desde o ano de 1993<br />
e dá trabalho a 450 pessoas, entre as quais cerca de 120 portugueses.<br />
Carlos Sardinha, entre outras actividades de relevo,<br />
é ainda o administrador do Centro de Congressos em<br />
Montreux. Mas, na verdade, os dias 20 e 21 de Maio ficaram<br />
marcados pela emoção desta comitiva em poder acompanhar<br />
bem de perto as actividades dos ciclistas e todo o seu staff,<br />
uma azáfama que emociona pelo empenho de todos os seus<br />
elementos, como a direcção do próprio Tour. Nada pode falhar,<br />
desde a segurança dos ciclistas aos milhares de pessoas que<br />
assistem a todo o espectáculo que a caravana proporcionou<br />
na passagem pelas ruas do Ticino.<br />
Carlos Sardinha confidenciou-nos que a Europcar acaba de<br />
assinar mais um contrato com o Tour para os próximos três<br />
anos, marcando, assim, uma presença de relevo nesta importante<br />
competição que, segundo o nosso guia, Daniel Schnider,<br />
também ele antigo ciclista profissional, diz ser a 4.ª mais importante<br />
prova ciclista no mundo, depois do Tour de França,
Comunidade<br />
Setembro 2018 11<br />
o Giro de Itália e a Vuelta de Espanha. Também nos disse<br />
que o Tour de Suisse é muito importante para as estrelas do<br />
ciclismo mundial actual, dado ser uma excelente plataforma<br />
de treino para a mais importante prova ciclista no mundo; o<br />
Tour de France, que se inicia dentro de dias. Assim, Carlos<br />
Sardinha teve praticamente o fecho do Tour nas suas mãos,<br />
ao atribuir o último prémio no pódio de Bellinzona, ao entregar<br />
a malha do ciclista “Bester Jungprofi Europcar”, que é nada<br />
mais do que menos do que o mais jovem ciclista profissional, e<br />
o vencedor foi o Mas Nicolau Enric. Uma nota para o excelente<br />
contra-relógio do nosso Nelson Oliveira, que se classificou no<br />
quarto lugar da prova, o que augura coisas boas para o Tour<br />
de France. Também uma boa prestação foi do José Gonçalves<br />
que vai participar na Vuelta a Espanha.<br />
Uma palavra de agradecimento ao Carlos Sardinha pelo excelente<br />
fim-de-semana que foi na verdade uma experiência<br />
única e inesquecível. O vencedor do Tour da Suisse este ano<br />
foi o australiano Porte Richie.
12<br />
LUSITANO de Zurique<br />
Agenda Cultural<br />
AGENDA CULTURAL<br />
2.9.2018<br />
DIA DOS CINEMAS<br />
Hoje, em muitos cinemas da<br />
Suíça, a entrada custa CHF 5.-.<br />
Haverá filmes em diversas línguas.<br />
Você obtêm uma visão<br />
geral dos cinemas e da programação<br />
dos filmes no site:<br />
www.allianz-tagdeskinos.ch.<br />
2.9.2018<br />
DANÇAS E PEÇAS<br />
DE TEATRO PARA<br />
CRIANÇAS<br />
No "Zürcher Theaterspektakel"<br />
as crianças dançam diversos<br />
estilos musicais como "Macarena"<br />
e fazem diversas brincadeiras<br />
sobre o tema do teatro.<br />
15:00-18:00. Participação possível<br />
em qualquer momento e<br />
sem inscrições. Participação<br />
gratuita.<br />
Landiwiese, beim Spielort "Süd".<br />
S8/S24 oder Tram 7 bis "Bahnhof<br />
Wollishofen" oder Bus<br />
161/165 bis "Landiwiese".<br />
http://www.theaterspektakel.ch<br />
7.9.2018<br />
FESTA DE BAIRRO<br />
NO ESTÚDIO DA<br />
RÁDIO (07.09.-08.09.)<br />
A "Musikwelle Guggach" é uma<br />
festa de bairro para grandes<br />
e pequenos com concertos e<br />
barraquinhas de comidas. Sexta-feira:<br />
concertos a partir de<br />
18:00, sábado: programação<br />
para crianças e concertos a<br />
partir de 14:30. Sexta e sábado:<br />
discoteca silenciosa a partir de<br />
23:00. Entrada livre.<br />
Brache Guggach. Wehntalerstr. 109.<br />
Tram 11 oder Bus 32/40 bis "Radiostudio".<br />
http://www.musikwelle-guggach.ch<br />
7.9.2018<br />
FESTA NO JOSE-<br />
FWIESE<br />
Esta noite, nas arcadas do "Viadukt"<br />
no Josefwiese haverá<br />
uma festa com concertos gratuitos.<br />
Algumas lojas apresentam<br />
seus produtos artesanais.<br />
17:00-02:00.<br />
Viaduktstrasse.<br />
Tram 4/13/17 bis "Dammweg"<br />
oder Bus 33/72 oder S-Bahn bis<br />
"Bahnhof Hardbrücke".<br />
http://www.im-viadukt.ch<br />
8.9.2018<br />
CIRCO PARA<br />
CRIANÇAS (08.09.-09.09.)<br />
Neste fim de semana, o circo<br />
infantil "Robinson" faz apresentações<br />
sobre o tema do cinema.<br />
Um grupo de crianças descobre<br />
um velho cinema que as inspira<br />
em uma nova vida. O escritório<br />
da MAPS sorteia 5×2 entradas<br />
para a apresentação do dia<br />
08.09. às 11:00 ou para a apresentação<br />
do dia 09.09. às 15:00. É só<br />
ligar para: 044 415 65 89 ou escrever<br />
um e-mail para: maps@aoz.ch.<br />
Brache Guggach. Wehntalerstr.<br />
109.<br />
Tram 11 oder Bus 32/40 bis "Radiostudio".<br />
http://www.musikwelle-guggach.ch<br />
8.9.2018<br />
GRANDE FESTA DO<br />
OUTONO (08.09.-10.09.)<br />
A "Knabenschiessen" é a festa<br />
popular mais antiga da cidade<br />
de Zurique com muitas atrações<br />
como montanhas-russas,<br />
roda-gigante e barraquinhas de<br />
comidas. Sáb 10:00-01:30, dom<br />
11:00-00:30, seg 11:00-23:00. A<br />
entrada na área da festa é gratuita.<br />
Na seg, de 11:00 às 11:30,<br />
pode-se andar gratuitamente<br />
nos brinquedos. Uma tradição<br />
nesta festa é o concurso de tiros<br />
para os jovens. Informações<br />
sobe o concurso de tiros: www.<br />
knabenschiessen.ch.<br />
Albisgütli.<br />
Tram 13/17 oder Bus 32/89 bis<br />
"Strassenverkehrsamt".<br />
9.9.2018<br />
CINEMA AO AR LI-<br />
VRE (07.09.-24.09.)<br />
Durante dezoito dias, o cinema<br />
ao ar livre "Bloom" no "Landesmuseum"<br />
apresenta filmes do<br />
mundo todo. Hoje, às 20:15,<br />
haverá o filme "Don't Worry, He<br />
Won't Get Far on Foot". O filme<br />
é um retrato engraçado, porém<br />
trágico sobre um desenhista de<br />
história em quadrinhos paraplégico.<br />
O escritório da MAPS<br />
sorteia 3×2 entradas. É só ligar<br />
para: 044 415 65 89 ou escrever<br />
um e-mail para: maps@aoz.ch.<br />
Landesmuseum Zürich, Gartenhof.<br />
Museumsstr. 2.<br />
Tram 4/11/13/17 oder Bus 46 bis<br />
"Bahnhofquai/HB" oder Tram 3/6/10<br />
oder Bus 31 bis "Bahnhofplatz".<br />
http://www.bloomkino.ch<br />
12.9.2018<br />
CIRCO PARA TODA<br />
A FAMÍLIA (12.09., 14.09., 15.09.)<br />
O circo "Chnopf" apresenta o<br />
seu novo espectáculo "GUGUS"<br />
a céu aberto com acrobacias,<br />
dança e música. Recomenda-<br />
-se chegar cedo. 16:30. Também<br />
a 14.09. e 15.09. às 19:30.<br />
Entrada livre, contribuição espontânea.<br />
Zirkusquartier. Flurstr. 85.<br />
Tram 2 oder Bus 83/89 bis<br />
"Kappeli".<br />
http://www.chnopf.ch<br />
15.9.2018<br />
ARTE DA EUROPA<br />
DE LESTE (15.09.-28.10.)<br />
A exposição "Poetry & Performance.<br />
The Eastern European<br />
Perspective" mostra obras de<br />
artistas e autores da Europa de<br />
Leste sobre os actuais desafios<br />
nestes países outrora socialistas.<br />
Inauguração hoje às 18:00.<br />
Ter-sex 14:00-18:00, sáb-dom<br />
12:00-18:00. Entrada livre, contribuição<br />
espontânea.<br />
Shedhalle. Seestr. 395.<br />
Bus 161/165 bis "Rote Fabrik".<br />
http://www.shedhalle.ch<br />
16.9.2018<br />
FESTA NA NATUREZA<br />
A tradicional festa de Outono no<br />
"Wildnispark" oferece um diversificado<br />
programa para crianças<br />
e adultos com uma peça de<br />
teatro, um espectáculo de magia<br />
e visitas guiadas ao parque.<br />
10:00-17:00. Entrada livre.<br />
Wildnispark Zürich, Langenberg<br />
und Sihlwald (Shuttelbus zwischen<br />
den beiden Orten).<br />
S4 bis "Sihlwald".<br />
http://www.wildnispark.ch<br />
19.9.2018<br />
FESTA PARA<br />
CRIANÇAS<br />
Na zona histórica junto da igreja<br />
"St. Peter" decorre hoje uma<br />
festa para crianças com interessantes<br />
e divertidos jogos.<br />
Há um pequeno aperitivo para<br />
quem tiver fome. Em caso de<br />
mau tempo, as crianças jogam<br />
na "Lavaterhaus" em frente à<br />
igreja. 14:00-17:00. Participação<br />
gratuita.<br />
Hof bei Kirche St. Peter oder im<br />
Lavaterhaus. St. Peterhofstatt 6.<br />
Tram 4 bis "Rathaus" oder Tram<br />
6/7/11/13/17 bis "Rennweg".<br />
http://www.altstadthaus.ch<br />
27.9.2018<br />
APRESENTAÇÃO SO-<br />
BRE METEORITOS<br />
No museu "focusTerra" há uma série<br />
de apresentações sobre a exposição<br />
"Expedition Sonnensystem".<br />
Até meados de Dezembro<br />
às quintas-feiras descubra coisas<br />
novas sobre o nosso sistema solar.<br />
Hoje será sobre os meteoritos<br />
e o tempo em que a Terra e os outros<br />
planetas se formaram. 18:15.<br />
Participação gratuita.<br />
focusTerra. Sonneggstr. 5.<br />
Tram 6/9/10 bis "ETH/Universitätsspital".<br />
http://www.focusterra.ethz.ch<br />
27.9.2018<br />
DANÇAR TANGO<br />
Hoje dance tango na "Altstadthaus".<br />
O curso fornece as bases<br />
da dança. No final, pode<br />
refrescar-se no bar. Atenção:<br />
inscrições até 25.09.: betrieb@<br />
altstadthaus.ch. 19:30-20:30.<br />
Participação gratuita, contribuição<br />
espontânea.<br />
Altstadthaus. Obmannamtsgasse<br />
15.<br />
Tram 3/11 oder Bus 31 bis "Neumarkt".<br />
http://www.altstadthaus.ch<br />
29.9.2018<br />
IOGA E O RISO<br />
Hoje há uma variedade especial<br />
de ioga para os adultos experimentarem.<br />
Com "Lachyoga" o<br />
riso é combinado com respiração<br />
consciente. Os exercícios<br />
são lúdicos e simples. Atenção:<br />
inscrições até 26.09.: betrieb@<br />
altstadthaus.ch. 09:00-09:45.<br />
Participação gratuita, contribuição<br />
espontânea.<br />
Altstadthaus. Obmannamtsgasse<br />
15.<br />
Tram 3/11 oder Bus 31 bis "Neumarkt".<br />
http://www.altstadthaus.ch
Setembro 2018 13
LUSITANO de Zurique<br />
Saúde<br />
14V<br />
Zuila Messmer<br />
Onicofagia<br />
o hábito de roer as unhas.<br />
Porquê isso acontece?<br />
A denominação oficial do ato de roer as<br />
unhas chama-se Onicofagia.<br />
Estudos afirmam que esse hábito atinge<br />
cerca de 20 a 30% da população no<br />
mundo e que o problema tende a iniciar<br />
na infância, chegando ao pico na adolescência,<br />
e depois regride de forma<br />
lenta ou abrupta. O processo de envelhecimento<br />
fisiológico também influência<br />
na redução do hábito.<br />
Segundo as pesquisas, ainda não se<br />
sabe exactamente o que leva a onicofagia, porém existem alguns<br />
factores já comprovados, tais como, a herança genética,<br />
facto esse que, um terço das pessoas que apresentam essa<br />
síndrome, possuem familiares com o mesmo costume, e que é<br />
muito comum entre gémeos. Outro aspecto relevante do vício é<br />
o efeito relaxante que ele proporciona nessas pessoas, aliviando<br />
a ansiedade, o tédio, as tensões, o medo, a insegurança,<br />
o nervosismo, as frustrações e até a fome, o que faz leva a<br />
crer, haver também uma conotação emocional influenciando o<br />
problema.<br />
A onicofagia pode levar à comprometimentos psicossociais<br />
significativos e ter um impacto negativo na qualidade de vida<br />
das pessoas. Além disso, pode ocasionar problemas no leito<br />
ungueal das unhas e na cavidade bucal. Nas unhas, havendo<br />
até por vezes à necessidade de uma intervenção cirúrgica para<br />
tratar a complicação.<br />
Com o vício de roer unhas se leva inúmeras bactérias e microorganismos<br />
para o organismo, como salmonelas, entamoeba<br />
coli (ameba), gerando doenças de pele, verminoses, infecções,<br />
deformações e desgastes dentários.<br />
Como parar com a Onicofagia<br />
Conforme os estudiosos, o problema é complexo, consequentemente<br />
difícil, mas não impossível de ser tratado. Necessita<br />
das orientações de uma equipe multidisciplinar, formada por<br />
um dermatologista, pediatra, dentista, psicólogo, os quais juntos,<br />
somam conhecimentos e estabelecem medidas que tratam<br />
o distúrbio.<br />
A maioria das pessoas que fazem o tratamento, raramente conseguem<br />
bom êxito na primeira tentativa, daí a necessidade dos<br />
diversos profissionais engajados, a fim de ajudar ao portador<br />
da síndrome, a se conscientizar e determinar-se no objectivo<br />
para alcançar a cura.<br />
Felizmente há diferentes meios de se recorrer para solucionar o<br />
problema, entre eles estão métodos domésticos, à atenção dos<br />
pais e familiares, uso de substâncias com sabores desagradáveis<br />
nos dedos, terapias e até dispositivos, como pulseiras, que<br />
dão choques eléctricos para tentar corrigir o vício.<br />
Uma das opções eficazes para eliminar esse mau hábito, está<br />
em tentar identificar o que leva ao hábito, anotando o que fazia,<br />
como se sentia e onde estava ao iniciar roer as unhas. A táctica<br />
visa reconhecer a causa e o momento em que vai iniciar o processo<br />
(o roer das unhas), evitando-o.<br />
Outro recurso é enrolar ou fazer um curativo no dedo, ou dedos,<br />
que são alvos do vício. Outro seria manter as unhas cortadas<br />
bem curtas, ou pintadas, ou passar alguma substância ou creme<br />
de cheiro forte, ou sabor desagradável, como o vinagre,<br />
pimenta ou algo amargo.<br />
Manter a mente e as mãos ocupadas com algum trabalho manual,<br />
ajuda bastante a debelar o vício.<br />
Recomenda-se uma terapia comportamental, de liberação<br />
emocional e inversão de hábitos.<br />
Fazer desporto: yoga, jogos, caminhadas, bicicletas, nadar, etc.<br />
Uma dieta saudável e equilibrada influem na saúde das unhas.<br />
Alimentos integrais fornecem ao corpo quantidades adequadas<br />
de elementos que o organismo precisa. Caso seja insuficiente,<br />
existe a possibilidade de desencadear doenças crónicas, comprometimento<br />
da saúde dos cabelos, pele e unhas.<br />
As substâncias antioxidantes, vitaminas - A, C e D, biotina e<br />
minerais como o zinco, encontrado em legumes, folhas verdes,<br />
algas, assim como as proteínas, são elementos essenciais na<br />
saúde das unhas, sendo algumas das grandes fontes o leite<br />
e seus derivados, ovos, frangos, carnes, peixes, quinoa, lentilhas,<br />
feijão e outros.<br />
O corpo precisa da Vitamina B7 - a biotina, para metabolizar<br />
gorduras, carboidratos e aminoácidos, embora seja mais conhecida<br />
por seu papel no fortalecimento dos cabelos e unhas.<br />
A biotina desempenha ainda mais funções importante, como na<br />
criação da queratina que compõe as unhas. As gemas de ovos<br />
orgânicos (galinhas criadas livres, no campo) são uma das melhores<br />
fontes dessa vitamina.<br />
Ómegas são outros componentes vitais à saúde, primordiais<br />
na formação das membranas celulares e manutenção do equilíbrio<br />
das funções orgânicas - estruturais e funcionais. Possuem<br />
efeito anti-inflamatório, combatem a osteoporose, diminuem<br />
os riscos de artrite, retardam o envelhecimento precoce<br />
da pele, prevenindo rugas, flexibilidade e elasticidade da pele,<br />
diminuem os efeitos negativos dos raios Ultra Violetas. Evitam<br />
os desconfortos da tensão pré-menstrual, previnem contra<br />
doenças no olhos, Alzheimer, diabetes, hiperatividade, pressão<br />
alta, distúrbios de deficit de atenção e depressão.<br />
Unhas frágeis ou maleáveis são sinais comuns de que está havendo<br />
uma proporção inadequada entre as substâncias ómega<br />
3, 6 e 9, encontrados em mariscos, peixes, salmão, sardinha,<br />
anchovas, nozes, amêndoas, linhaça, semente de chia, brócolos<br />
e demais alimentos.<br />
Finalmente, ao perceber algum sintoma não comum ou incómodo<br />
nas unhas, resista ao desejo de simplesmente ocultar com<br />
unhas artificiais ou esmaltes, procure as causas. Se alguém<br />
é portador da síndrome de onicofagia (roer as unhas), faça o<br />
tratamento, evitando transtornos futuros na saúde!
Comunidade<br />
Setembro 2018 15<br />
O visto “C” é um dos mais cobiçado pelos migrantes na Suíça: ele dá todos os direitos de residência, trabalho e circulação, menos o de votar. (Keystone)<br />
Renovação do visto de residência<br />
na Suíça depende da<br />
integração do estrangeiro<br />
O governo federal acaba de adotar novos regulamentos relacionados a estrangeiros e<br />
sua permanência na Suíça: a partir do início de 2019, o migrante só terá o visto renovado<br />
se cumprir critérios de bom comportamento e integração adotados.<br />
Swissinfo (*)<br />
O Conselho Federal, corpo de sete ministros que governam o<br />
país, adotaram as novas regras na quarta-feira como parte da<br />
revisão da Lei de estrangeiros. Elas entram em vigor a partir de<br />
1o de janeiro de 2019.<br />
Vários tipos de vistos podem ser renovados diretamente se o<br />
migrante pode comprovar sua boa integração na sociedade. No<br />
entanto, problemas de integração podem causar problemas às<br />
suas condições de residência.<br />
As autoridades só prolongam os vistos se alguns critérios forem<br />
atendidos. A lei refere a parâmetros como respeito à segurança<br />
pública, ordem e valores constitucionais, participação ativa na<br />
economia (ter trabalho) ou o bom domínio de algum dos idiomas<br />
nacionais.<br />
O nível de domínio do idioma pode ser comprovado se o estrangeiro<br />
já o tem como idioma materno (como é o caso de alemães,<br />
franceses ou italianos, dentre outros), assim como os que<br />
completaram pelo menos três anos da escola obrigatória. Um<br />
período transitório de um ano também foi adicionado ao prazo<br />
para adquirir os níveis exigidos.<br />
Quantos mais direitos são garantidos ao migrante, maior são<br />
os níveis exigidos de domínio dos idiomas. A concessão de um<br />
visto de residência ou de permanência, que permite, dentre outros,<br />
a reunificação familiar, agora também exige o domínio dos<br />
idiomas. O não cumprimento dessa exigência pode ser solucionado<br />
através da comprovação que o estrangeiro fez cursos de<br />
idiomas.<br />
Penas<br />
Os estrangeiros que não demonstrarem vontade de se integrar<br />
podem ser obrigados a assinar um acordo de integração mencionando<br />
as expectativas que precisam ser atendidas. No entanto,<br />
os cantões (estados) não serão forçados a concluir tais<br />
acordos.<br />
O não cumprimento de tal acordo poderá afetar a renovação<br />
da autorização de residência. Por exemplo, alguém com uma<br />
autorização de residência permanente (visto "C") que não atenda<br />
aos critérios de integração pode ser relegado ao status de<br />
residente temporário (titular do visto "B").<br />
(*) escreve em português do Brasil
16<br />
LUSITANO de Zurique<br />
Desporto<br />
“Estamos a fazer um plantel, acredito<br />
sempre em quem trabalha comigo”<br />
O novo treinador da equipa sénior do Centro Lusitano de Zurique, com 43 anos, Alberto<br />
Fernandes, natural de Sobradelo da Goma (Póvoa de Lanhoso), distrito de Braga a viver<br />
há 29 anos na Suíça com passagem por várias equipas portuguesas e suíças.<br />
Alberto<br />
Fernandes<br />
JORGE MACIEIRA<br />
VA<br />
L.Z. - Como surgiu o convite para treinar<br />
o Centro Lusitano de Zurique? O que sentiu<br />
quando recebeu esse convite?<br />
Alberto Fernandes - O convite surgiu o ano<br />
passado. Nessa altura estava no Fc Kemptthal<br />
e por isso não pode aceitar, mas depois<br />
de saber que o meu futuro não passava por o<br />
Kempttal escrevi ao Gualter a dizer que se eles<br />
estivessem á procura de um treinador estaria<br />
disponível. Nessa altura o centro lusitano tinha<br />
um treinador e as palavras do Gualter foram<br />
que contavam com o treinador actual, passado<br />
algumas semanas recebi um telefonema do<br />
Gualter com o convite de ser o próximo treinador<br />
do centro lusitano, depois do convite senti<br />
orgulho por poder representar um clube como<br />
o centro lusitano.<br />
L.Z. - Se me permite, todos nós gostaríamos<br />
de conhecer um pouco da sua carreira<br />
pessoal.<br />
A.F. - A minha carreira no futebol começou ainda<br />
eu era criança, foi iniciado no Braga. Na Suíça,<br />
onde cheguei com 14 anos, representei 2<br />
clubes portugueses: o estrelas de Portugal e o<br />
Sporting de Zürich. Depois estive em vários clubes<br />
Suíços: FC Witikon, FC Spreitenbach, FC<br />
Schwamendingen, FC United Zürich, FC Zürich<br />
Affoltern, SV Höngge e FC Glattbrugg.<br />
L.Z. - O futebol, como todos sabemos, não<br />
se resume a jogar à bola. Tem sempre algo<br />
mais a oferecer e algo mais a descobrir.<br />
Como vê o futebol, dentro e fora das quatro<br />
linhas?<br />
A.F. - Tanto dentro como fora do terreno de jogo<br />
eu vejo o futebol como a essência da vida. Temos<br />
de respeitar para ser respeitados, temos<br />
de saber perder e ganhar, temos de saber que<br />
nesta vida, como no futebol, sem a nossa equipa<br />
não somos nada.<br />
L.Z. - O trabalho de um treinador é muito extenso,<br />
mas pode ser orientado com base em<br />
filosofias e ideias. No seu ponto de vista e<br />
de forma geral, quais filosofias deve seguir?<br />
A.F. - Eu sigo a filosofia da paixão. Acho que<br />
o futebol, entre regras tácticas e físicas entre<br />
sacrifícios e empenho, é um desporto onde a<br />
paixão fala mais alto, a filosofia e quando entramos<br />
no terreno de jogo desfrutar ao máximo. O<br />
futebol tem que ser alegria.<br />
L.Z. - E quais são os aspectos que considera<br />
mais importantes para formar a base de<br />
uma boa organização?<br />
A.F. - Principalmente o respeito, a humildade e<br />
o empenho.<br />
L.Z. - Muitos treinadores acreditam que<br />
deve ser mantida uma certa distância entre<br />
treinador e jogador, outros acreditam que<br />
deve existir um equilíbrio, onde a ideia do<br />
jogador é fundamental. Em que ficamos?<br />
A.F. - Acho que um bom treinador tem que ter<br />
as 2 coisas; há situações que temos de ser mais<br />
sérios mas também existem situações onde<br />
uma brincadeira também é essencial mas claro<br />
tudo dentro da regra principal que é o respeito.<br />
L.Z. - Como treinador, de certeza que concorda<br />
que se deve apostar no futebol juvenil.<br />
Na sua opinião, compensa no futebol<br />
actual? Acredita que o CLZ terá resultados<br />
com as camadas jovens num futuro próximo?<br />
A.F. - Sim acho que os jovens são o futuro<br />
quanto aos resultados no CLZ ainda é muito<br />
cedo para dizer algo porque não conheço os jogadores<br />
mas acho que é importante ter treinador<br />
com qualidade para preparar os jovens para<br />
que um dia possam jogar na equipa principal.<br />
L.Z. - E quais são os objectivos para o futuro?<br />
Quais os prognósticos para a época que<br />
esta aí a porta?<br />
A.F. - O objectivo principal é moldar uma equipa<br />
á minha imagem. Quando cheguei encontrei<br />
uma equipa destroçada com vários jogadores<br />
a irem embora, mas iremos fazer de tudo para<br />
que o CLZ volte a ser uma equipa forte para<br />
discutir a subida à 3ª liga .<br />
L.Z. - Considera que tem o plantel certo para<br />
fazer uma época sem sobressaltos? Confia<br />
neste plantel?<br />
A.F. - Neste momento estamos a fazer um plantel:<br />
acredito sempre em quem trabalha comigo .<br />
L.Z. - Gostaria de deixar alguma mensagem<br />
aos associados e simpatizantes do Centro<br />
Lusitano de Zurique e leitores?<br />
A.F. - A mensagem que quero deixar a toda a<br />
gente é que vamos fazer do centro lusitano um<br />
clube único onde todos teremos de seguir na<br />
mesma direcção. Juntos somos mais fortes!
Desporto<br />
Setembro 2018 17<br />
Juniores A eliminados<br />
na taça<br />
JORGE MACIEIRA<br />
VA<br />
O habitual jogo da primeira ronda da taça<br />
regional de juniores A abriu, mais uma vez<br />
oficialmente a época dos juniores A do<br />
Centro Lusitano de Zurique, no passado<br />
dia 19 de Agosto, em casa contra o FC<br />
Rüti da Promotion.<br />
O juniores do Lusitano a entrar em campo<br />
ainda um pouco desfalcado com os jogadores<br />
ainda a regressarem de fériasa chegaram<br />
ao intervalo com o resultado de três<br />
bolas a zero para a equipa visitante.<br />
Uma entrada forte do Lusitano, na segunda<br />
parte, onde reduziram por Fábio e<br />
Júlio, para três bolas a duas, onde foram<br />
à procura do golo do empate e onde<br />
tiveram oportunidades que não conseguiram<br />
concretizar.<br />
Acabando por sofrer o quatro a dois<br />
já perto do minuto noventa onde fez<br />
o resultado final da partida como FC<br />
Rüti a passar para a próxima ronda da<br />
taça.<br />
Próximas actuações<br />
do Rancho do<br />
Centro Lusitano de<br />
Zurique<br />
Volkswagen Zubehör.<br />
100 % Volkswagen.<br />
Garage Mutschellen AG<br />
Bernstrasse 4<br />
8965 Berikon<br />
Tel. 056 633 15 79<br />
www.garage-mutschellen.ch
18<br />
LUSITANO de Zurique<br />
Serviço de Diárias de Segunda a Sexta-Feira - 18 Frs tudo incluído - Aguardámos a sua visita
Recantos Helvéticos<br />
Setembro 2018 19<br />
Nax<br />
MARIA DOS SANTOS<br />
O calor convidou-me a um repouso<br />
sobre a minha cadeira<br />
baloiço, estrategicamente colocada<br />
na varanda do terceiro andar<br />
onde habito, onde em noites<br />
como esta me deixo embalar. O<br />
sono rapidamente espreitou. As<br />
estrelas começavam a surgir e<br />
adormeci contemplando o seu<br />
brilho fascinante.<br />
Acordei de repente, com a sensação de uma carícia no meu rosto.<br />
Leve, suave e plena de carinho. Olho em meu redor, o pátio está<br />
vazio. Aparentemente, estou só. Inspiro profundamente e mergulho<br />
em recordações. Na minha mente surge o meu saudoso Pai,<br />
talvez fosse ele que me tivesse vindo acordar, como só ele sabia.<br />
Sorrio por sentir a sua presença e fui para a cama desejando estar<br />
novamente em Nax.<br />
Nax é uma vila situada no coração do Vallais. Com mil duzentos oitenta<br />
e seis metros de altitude esta região vive as tradições de<br />
uma forma profunda e sentida.<br />
O desafio prometia: escalar uma montanha. Iria assim desafiar o<br />
meu equilibro, força, destreza, confiança, flexibilidade, habilidade<br />
e confiança em mim própria. Não esquecendo a agilidade mental,<br />
para encontrar um solução rápida, caso a dificuldade e falta de<br />
confiança se apoderassem de mim.<br />
Respirei fundo, vesti o equipamento * Salva Vidas* e toca a grimpar.<br />
Passo a passo, agarrada as argolas cravadas na pedra montanhosa,<br />
fui subindo, sem grandes dificuldades.<br />
A meio do percurso, parei para curiosamente observar o meu entorno,<br />
nomeadamente a bela cidade, que com os seus dois castelos<br />
se impõe sobre Sion. Debaixo dos meus pés um vazio total que<br />
me provocou um calafrio na coluna. Sem conseguir dominar-me,<br />
as minhas pernas tremeram sem parar uma fracção de segundos.<br />
Dei-me conta que o medo se impunha agora à coragem. Podemos<br />
preparar a mente para as dificuldades, mas vivenciá-las é o maior<br />
desafio. Voltar para trás era impossível, por isso, activei o plano<br />
B. Respirar. Estabilizar as pernas. Respirar. Aceitar a presença do<br />
medo mas ir em frente mesmo assim. Foi uma experiência singular.<br />
Não iria permitir que uma vertigem me abalasse e fizesse dizer<br />
adeus à vida que tanto amo. Fiquei impressionada como, numa<br />
questão de segundos, o nosso instinto de sobrevivência surge e<br />
encontra uma solução. Somos capazes. Queremos continuar, temos<br />
de conseguir, e isso vale por tudo.<br />
Cheguei ao final do percurso, depois de quase duas horas. Deitada<br />
sobre a rocha que me levaria a terras planas, ergui um braço,<br />
enquanto o resto do corpo se colava a rocha, gritando…cheguei!<br />
E acabo de realizar mais um louca aventura.<br />
Feliz, abracei os meus companheiros de aventura. Quando entrei<br />
no meu carro, para iniciar a viagem de regresso a casa, cantei<br />
em voz bem alta, uma música de Paulo Gonzo e India martines;<br />
Vencer o Amor.<br />
Será que alguém é capaz de vencer o amor?<br />
Em todo o caso, eu consegui vencer o medo.
20<br />
LUSITANO de Zurique<br />
Comunidades<br />
Suíça nega cidadania a casal<br />
que recusou apertar a mão<br />
A cidade suíça de Lausanne negou<br />
a cidadania suíça (permisso<br />
C) a um casal muçulmano por<br />
este ter recusado apertar a mão<br />
a pessoas do sexo oposto.<br />
Manuel Araújo<br />
Gregoire Junod presidente do município<br />
de Lausanne disse que recusaram a concessão<br />
de pedido de cidadania ao casal<br />
devido à “falta de respeito pela igualdade<br />
de género”.<br />
O autarca recusou-se a divulgar a nacionalidade<br />
do casal ou qualquer outro detalhe<br />
de identificação, referindo apenas que<br />
eles “não apertam a mão a pessoas do<br />
sexo oposto” e que tiveram grande dificuldade<br />
em responder a perguntas feitas por<br />
“pessoas do sexo oposto”, depreendendo-se<br />
por isso, serem islâmicos.<br />
Mesmo não sendo públicos todos os detalhes,<br />
alguns muçulmanos vieram em sua<br />
defesa dizendo que “o islão não permite<br />
o contacto físico com pessoas do sexo<br />
oposto”, com a exceção de “alguns membros<br />
da família”.<br />
Junod referiu que a liberdade de crença<br />
e de religião está consagrada e assegurada<br />
nas leis do Cantão e “a igualdade<br />
entre homens e mulheres está garantida<br />
na Constituição helvética que prevalece<br />
sobre a intolerância”.<br />
O casal tem 30 dias para recorrer da decisão.
Comunidades Setembro 2018 21<br />
Breves<br />
Você ainda paga para<br />
fazer transferências<br />
bancárias?<br />
Há forma de fazer transferências bancárias<br />
ilimitadas, sem gastar um cêntimo<br />
e ainda poupar nas outras comissões e<br />
mensalidades cobradas pelo banco.<br />
Certamente está a par de notícias recentes<br />
que dão conta de aumentos dos encargos<br />
para os clientes com as operações<br />
financeiras. Há bancos que estão a optar<br />
por aumentar os custos relacionados com<br />
as transferências bancárias.<br />
Em alguns casos, esta operação passa a<br />
custar mais 33%. As transferências permanentes,<br />
realizadas ao balcão e ao telefone,<br />
passam a custar 1,144 euros (incluindo<br />
imposto do selo) face aos actuais<br />
1,04 euros. Ou seja, trata-se de uma subida<br />
de 10%.<br />
Outras entidades bancárias passaram<br />
a cobrar pelas transferências realizadas<br />
através dos canais digitais, uma operação<br />
que até então era isenta de custos. Uma<br />
transferência online para contas noutras<br />
instituições financeiras pode custar hoje<br />
1,04 euros.<br />
Numa altura em que a tendência são os<br />
aumentos dos encargos para os clientes,<br />
há pelo menos um banco a fazer o caminho<br />
oposto.<br />
A Caixa Económica Montepio-Geral está<br />
a oferecer transferências ilimitadas – sem<br />
custos – quando efectuadas nos canais<br />
automáticos. Ou seja, através do Net24<br />
(Particulares), da App M24, do serviço<br />
Netmóvel24, do Phone24 (sem recurso a<br />
operador) e SMS24. Estão incluídas as<br />
transferências internas, nacionais e espaço<br />
SEPA não urgentes.<br />
Emigrantes portugueses<br />
consomem mais<br />
carne que os suíços<br />
Porque esse consumo é considerado<br />
um símbolo de riqueza.<br />
A comunidade portuguesa na Suíça consome<br />
mais carne que os suíços, segundo<br />
um estudo (que analisou os dados de<br />
4.000 pessoas) sobre a alimentação da<br />
população do país, publicado recentemente<br />
pelo professor Pedro Marques-Vidal,<br />
médico e investigador no Centro Hospitalar<br />
Universitário de Lausanne.<br />
"Os portugueses comem como em Portugal.<br />
Muito peixe, muita fruta e bastantes<br />
legumes. Mas o que nos intrigou é que os<br />
portugueses na Suíça comem muito mais<br />
carne", disse em entrevista à Lusa o professor<br />
Pedro Marques-Vidal, responsável<br />
pelo estudo.<br />
De acordo com o especialista em nutrição,<br />
a conclusão indica que os emigrantes portugueses<br />
mantêm os hábitos alimentares<br />
de Portugal, mas adquirem novos hábitos<br />
quando chegam à Suíça.<br />
Para o académico, os portugueses que<br />
alcançaram um melhor nível de vida na<br />
Suíça tendem a comer mais carne, porque<br />
esse consumo é considerado um símbolo<br />
de riqueza.<br />
O último no lectivo do<br />
português no estrangeiro<br />
confirmou o interesse<br />
crescente pela língua<br />
portuguesa<br />
No ano lectivo de 2017-2018, o ensino da<br />
língua portuguesa foi ministrado a 13.500<br />
alunos, no ensino básico e secundário, e<br />
a perto de 5.000 no ensino superior, em<br />
França. Na Alemanha, chegou a 2.805<br />
alunos, no básico e secundário e a 1.449<br />
no superior.<br />
Já na Suíça, o ano lectivo saldou-se (com<br />
uma perda de mais de 1000) por um total<br />
de 9.687 alunos nos níveis básico e secundário.<br />
E em Espanha e Andorra, a língua<br />
portuguesa ultrapassou a fasquia dos<br />
50 mil alunos, nos três níveis.<br />
O recenseamento eleitoral<br />
passa a ser automático<br />
também para os<br />
portugueses no estrangeiro<br />
Na quinta-feira 18 de Julho de 2018 a Assembleia<br />
da República aprovou as alterações<br />
às leis eleitorais relativas aos portugueses<br />
que vivem no estrangeiro.<br />
O recenseamento eleitoral passa a ser<br />
automático também para os portugueses<br />
no estrangeiro, e ninguém será de futuro<br />
privado do seu direito de cidadão apenas<br />
pelo facto de procurar uma vida melhor<br />
noutro país. 1 milhão de portugueses com<br />
o cartão de cidadão válido e morada no<br />
estrangeiro passarão a ser eleitores, somando-se<br />
aos quatrocentos mil já registados.<br />
Receberão dentro de meses uma<br />
carta das autoridades portuguesas nesse<br />
sentido. O voto postal para a Assembleia<br />
da República passa a ser gratuito, sendo<br />
as despesas de correio suportadas pelo<br />
estado. Quem quiser pode ir votar a um<br />
consulado ou outros locais de voto adicionais<br />
que irão ser criados em todo o mundo.<br />
Alemanha não aceita<br />
Cartão de Cidadão Português<br />
como documento<br />
de identificação de<br />
emigrantes portugueses<br />
Documento não é considerado válido para<br />
polícia, bancos, correios e outras instituições.<br />
Ausência da data de emissão é uma<br />
das razões.<br />
Os conselheiros das comunidades portuguesas<br />
estão a receber queixas de emigrantes<br />
portugueses na Alemanha a quem<br />
foi recusado o Cartão de Cidadão. Em<br />
causa estão "centenas de casos" em que<br />
o documento não é aceite nem reconhecido<br />
uma vez que faltam dados importantes<br />
e que não estão visíveis, como a morada e<br />
a data de emissão.<br />
O problema já era antigo e do conhecimento<br />
do governo português e da representação<br />
diplomática portuguesa (embaixada<br />
e consulados portugueses), mas que<br />
nada fora feito para o resolver.<br />
As dificuldades, para quem vive na Alemanha,<br />
são várias, uma vez que o documento<br />
não é aceite por "polícia, bancos, correios,<br />
agências de viagens, entre muitas outras",<br />
o que obriga os emigrantes portugueses<br />
a custos elevados na obtenção de documentos<br />
adicionais.<br />
"Para nossa tristeza e lamento, até ao<br />
dia de hoje (…) só obtivemos resposta<br />
do Consulado de Düsseldorf. Não nos<br />
foi dada qualquer resposta, por parte de<br />
todas as outras entidades, nem mesmo<br />
a acusar a recepção da nossa missiva e<br />
preocupação", revelaram, acrescentando<br />
que "a ausência de qualquer resposta<br />
denota desprezo, falta de respeito e consideração<br />
pelos conselheiros das comunidades<br />
portuguesas".
22<br />
LUSITANO de Zurique<br />
Opinião<br />
Abolição de Schengen<br />
desintegrará a Europa<br />
V COSTA GUIMARÃES<br />
[jornalista] (*)<br />
ex-director do Jornal<br />
Correio do Minho<br />
A imigração ilegal coloca<br />
em risco a livre circulação<br />
de pessoas e mercadorias<br />
alcançada com<br />
o Acordo de Schengen<br />
mas a abolição deste pacto<br />
– com a reintrodução<br />
de fiscalização nas fronteiras<br />
internas da Europa<br />
teria grave impacto na sua<br />
economia.<br />
A reintrodução de controlos fronteiriços<br />
permanentes e abrangentes dentro do<br />
Espaço Schengen resulta numa redução<br />
da produtividade económica total<br />
no valor de 77 biliões a 235 biliões de<br />
euros ao longo do período entre 2017<br />
e 2025 – revela um estudo do Instituto<br />
Bertelsmann.<br />
Em junho de 1985, um acordo para formar<br />
na Europa uma zona sem controlos<br />
de fronteira foi assinado na pequena<br />
cidade de Schengen, em Luxemburgo.<br />
Na época, o acordo incluía apenas a<br />
Alemanha, a França e os três países do<br />
Benelux: Bélgica, Holanda e Luxemburgo.<br />
Desde então, o chamado Espaço<br />
Schengen se expandiu, a ponto de hoje<br />
abranger 22 dos 28 países da União<br />
Europeia (UE), além de Liechtenstein,<br />
Noruega, Islândia e Suíça.<br />
O Acordo de Schengen é uma das principais<br />
conquistas da integração europeia<br />
pois permitiu que pessoas e bens<br />
circulassem livremente através das<br />
fronteiras dentro da Europa, sem ter<br />
que parar para verificações de passaporte<br />
ou controlos de outro tipo.<br />
Isso tem sido especialmente útil para<br />
empresas de camiões que transportam<br />
mercadorias pela Europa. Antes<br />
do Acordo de Schengen, os motoristas<br />
às vezes ficavam na fila longas horas,<br />
aguardando inspeções de carga. Isso<br />
causava atrito, atrasos e incertezas<br />
para as cadeias de abastecimento europeias,<br />
em bens que vão desde frutas<br />
frescas sendo transferidas a partir do<br />
sul da Europa até partes de automóveis<br />
e outros bens industriais.
Comunidades<br />
Setembro 2018 23<br />
Nos últimos três anos, no entanto, o Espaço<br />
Schengen tem sido colocado em<br />
questão porque a livre circulação de pessoas,<br />
bens e serviços sem controlos nas<br />
fronteiras significa a livre circulação de migrantes<br />
ilegais, bem como de criminosos e<br />
terroristas. Vários países chegaram a introduzir<br />
controlos temporários de fronteira<br />
– entre Áustria e Alemanha, por exemplo.<br />
Como disse a Comissão Europeia em<br />
2016: "O conflito e a crise na Síria e noutros<br />
locais da região [Oriente Médio] provocaram<br />
um número recorde de refugiados e<br />
migrantes chegando à União Europeia, o<br />
que, por sua vez, revelou sérias deficiências<br />
em partes das fronteiras externas da<br />
União e resultou numa abordagem de portas<br />
abertas aplicada por alguns Estados-<br />
-membros."<br />
"Isso levou à criação de uma rota através<br />
dos Balcãs Ocidentais, que permite que<br />
os migrantes se desloquem rapidamente<br />
em direção ao norte. Em reação, vários<br />
Estados-membros reintroduziram controlos<br />
temporários nas fronteiras internas,<br />
ameaçando o bom funcionamento do Espaço<br />
Schengen e os seus benefícios para<br />
os cidadãos europeus e para a economia<br />
europeia", prosseguiu o texto.<br />
A reação da Comissão foi tentar evitar a<br />
reintrodução dos controlos fronteiriços por<br />
parte dos governos nacionais. "A restauração<br />
do Espaço Schengen, sem controles<br />
nas fronteiras internas, é de importância<br />
fundamental para a União Europeia como<br />
um todo", afirmou a Comissão.<br />
Mas com governos populistas eleitos em<br />
grande parte da Europa, motivados pela<br />
hostilidade à imigração descontrolada do<br />
Oriente Médio e da África, a Comissão Europeia<br />
está a perder a luta contra a reintrodução<br />
de controlos de fronteira nos pontos<br />
de fiscalização fronteiriça nacionais dentro<br />
da Europa. Isso terá efeitos económicos<br />
significativos – embora a magnitude não<br />
possa ser já conhecida com precisão.<br />
Sabe-se que as inspeções fronteiriças significam<br />
filas, filas geram atrasos, e atrasos<br />
custam dinheiro. Não há dúvida de que a<br />
reintrodução de controlos sistemáticos de<br />
fronteira, com camiões parados ao longo<br />
de vários quilómetros à medida que inspetores<br />
os examinam em operações de combate<br />
ao contrabando de pessoas, tem um<br />
impacto negativo na economia europeia.<br />
Atrasos na fronteira podem levar ao apodrecimento<br />
de frutas e verduras em camiões,<br />
resultando em desperdício de comida<br />
e dinheiro. Mas a deterioração de<br />
alimentos não é o único problema que<br />
podia surgir se o Acordo de Schengen<br />
morrer. Produtos não perecíveis também<br />
podem ser afetados.<br />
Jürgen Pinter, vice-gerente de uma fábrica<br />
que produz, entre outras coisas, uma variedade<br />
de ventiladores para uso em aparelhos<br />
de ar condicionado e outros equipamentos,<br />
disse à Deutesche Welle que<br />
a reintrodução de controles de fronteira<br />
podia resultar em um atraso de um a dois<br />
dias na cadeia de abastecimento. Isso,<br />
por sua vez, podia custar à sua empresa<br />
cerca de 2,5 milhões de euros, por forçá-<br />
-la a construir um armazém para guardar<br />
peças.<br />
Atualmente, a empresa conta com um modelo<br />
de produção just in time. Ela importa<br />
peças de uma subsidiária na Hungria,<br />
onde os salários são relativamente baixos,<br />
para sua fábrica de montagem no estado<br />
de Baden-Württemberg, no sudoeste da<br />
Alemanha.<br />
Este é apenas um exemplo. E quanto às<br />
estimativas dos impactos económicos<br />
agregados que podiam ser gerados pelo<br />
fim do Acordo de Schengen e uma reintrodução<br />
de fiscalizações abrangentes<br />
de fronteira na Europa? É uma pergunta<br />
que ainda não tem resposta clara e credível<br />
mas um estudo de 2016 da Prognos<br />
AG, do Instituto Bertelsmann, estima que<br />
a reintrodução de controlos fronteiriços<br />
permanentes e abrangentes dentro do Espaço<br />
Schengen resulta numa redução da<br />
produtividade económica total no valor de<br />
77 biliões a 235 biliões de euros ao longo<br />
do período entre 2017 e 2025. Trata-se de<br />
uma faixa bastante ampla, que reflete o<br />
alto grau de incerteza em qualquer modelo<br />
económico.<br />
Uma perspectiva diferente foi oferecida<br />
por Viktor Heese, analista financeiro com<br />
laços estreitos com o partido populista de<br />
direita e anti-imigração Alternativa para a<br />
Alemanha da Alemanha (AfD). Heese disse<br />
que a reintrodução de verificações sistemáticas<br />
de fronteira seria cara, custando<br />
talvez 8 biliões de euros por ano, mas é<br />
mais barata que os custos anuais de um<br />
grande número de requerentes de refúgio,<br />
que ele estima serem de 30 biliões a 50<br />
biliões de euros por ano.<br />
DESINTEGRAÇÃO DA<br />
EUROPA?<br />
Num outro estudo, citado pela Deutsche<br />
Welle, um trio de economistas liderado<br />
por Gabriel Felbermayr, do instituto ifo, em<br />
Munique, estimou que o Acordo de Schengen<br />
impulsionou o comércio dentro da Europa<br />
em cerca de 2,8%.<br />
No entanto, o estudo observou que Schengen<br />
era apenas um elemento da regulamentação<br />
do mercado comum da União<br />
Europeia, que inclui fatores como a eliminação<br />
de tarifas e padrões técnicos pan-<br />
-europeus, e disse que "outros aspectos<br />
da integração da UE são muito mais importantes<br />
para o comércio".<br />
Para Felbermayr, "embora os efeitos do<br />
acordo de Schengen em termos de promoção<br />
do comércio pareçam relativamente<br />
pequenos em comparação com outras<br />
medidas de integração, a abolição do Espaço<br />
Schengen implica arcar com custos<br />
adicionais que não são facilmente quantificáveis".<br />
"A livre circulação de pessoas pode ser<br />
considerada um clímax no processo de<br />
integração europeia em curso que, se<br />
cancelado, pode comprometer a ideia europeia<br />
e muitas das suas realizações políticas",<br />
afirmam.<br />
Os economistas temem que o verdadeiro<br />
custo da reintrodução do controle de fronteiras<br />
dentro da Europa seja o de colocar<br />
a União Europeia no caminho da desintegração.
LUSITANO de Zurique<br />
24 Publicidade<br />
https://www.facebook.com/transportes.fernandes
Breves<br />
Setembro 2018 25<br />
Embaixada tem novo<br />
Horário<br />
A Embaixada de Portugal em Berna informa que desde o dia 6 de<br />
Agosto de 2018 mudou o seu horário de atendimento ao público<br />
na secção consular de Berna. Assim a Embaixada estará agora<br />
aberta, durante a semana, das 8h30 às 14h30.<br />
Ainda não encontrou<br />
“Lehrstelle“?<br />
Na próxima quinta-feira , dia 13 de Setembro pelas 13h30 até as 15<br />
horas tem lugar no “Laufbahnzentrum“ da cidade de Zurique e no<br />
BIZ em User, o evento “Last Call“, dirigido a todos aqueles jovens<br />
que ainda não encontraram um Lehrstelle até agora. O evento é<br />
gratuito e não necessita de inscrição e é dirigido a todos aqueles<br />
jovens que precisem de uma orientação profissional , mas também<br />
a jovens desempregados sem formação profissional que estejam à<br />
procura de uma oportunidade.<br />
Sessões de Informação<br />
aos pais na Arca de Regendosrf<br />
No próximo dia 30 de Setembro, pelas 15 horas, ter lugar mais uma<br />
sessão de informação aos pais portugueses da cidade de Zurique,<br />
desta vez na Arca de Regensdorf. A sessão de informação é uma<br />
iniciativa da Associação S.E.S.J. ( Starke Eltern Starke Jugend),<br />
que dá apoio gratuito aos pais e jovens que estejam a entrar agora<br />
no mundo do trabalho ou tinham dificuldades na escolha profissional,<br />
e da Associação Arca de Regendorf que disponibilizou o seu<br />
espaço para este evento. A todos os que queiram participar pede-<br />
-se que reservem lugar junto da direcção da Arca de Regensdorf.
26<br />
LUSITANO de Zurique<br />
VERGONHOSO!<br />
Oitocentos e sessenta casos por dia!<br />
Cultura<br />
Portugal está nos cinco<br />
países da Europa que pior<br />
trata os idosos - diz um estudo<br />
da Organização Mundial<br />
de Saúde.<br />
V A médica e vice-presidente da Comissão<br />
NELSON LIMA (*)<br />
de Protecção ao Idoso, Antonieta Dias,<br />
diz que "neste momento somos o país<br />
que tem piores condições para cuidar dos idosos, porque falta<br />
fazer o investimento credível e acompanhado do idoso".<br />
E eu acrescento: falta respeito e amor pelos mais idosos, tanto<br />
mais que a maioria dos agressores são os filhos! Uma vergonha<br />
num país que prega aos quatro ventos que é dos mais apetecíveis<br />
do Mundo para se viver! Demonstrem-me isso!<br />
Os 314 mil casos conhecidos representam 39% da população<br />
idosa portuguesa.<br />
(*) Coordenador (2018/2019) do Projecto Quid Amar (Cuidar é Amar) patrocinado<br />
pela União Europeia.
Setembro 2018 27<br />
Unterstützt durch das Kantonale Integrationsprogramm<br />
und die Integrationsförderung der Stadt Zürich.<br />
Centro Lusitano de Zurique<br />
<strong>SETEMBRO</strong> 2018<br />
CURSO BÁSICO<br />
de ALEMÃO<br />
Oferecemos: Professor que fala a língua portuguesa<br />
Turmas pequenas (10 alunos)<br />
76 horas de aula pelo melhor preço<br />
Para residentes na cidade de Zurique CHF 5.00 por aula<br />
(Total CHF 380 por meio ano de curso)<br />
Para residentes fora da cidade CHF 7.50 por aula<br />
(Total CHF 570 por meio ano de curso)<br />
Dias de aula: 2 as e 4 as -feiras, de 10.09.2018 a 06.02.2019<br />
3 as e 5 as -feiras, de 11.09.2018 a 07.02.2019<br />
(Com férias escolares de Zurique)<br />
Horário de 19:00 às 20:45 horas<br />
Informação e inscrição:<br />
Local do curso:<br />
Prof. Ronaldo Wyler 076 332 08 34<br />
Centro Lusitano de Zurique<br />
Zuila Messmer 079 560 85 09 Birmensdorferstrasse 48 *<br />
8004 Zürich<br />
*) Atrás do „CARITAS“ - Tram 9 ou 14 até Bahnhof Wiedikon
LUSITANO de Zurique<br />
28<br />
Crónica<br />
A Memória apagada<br />
Alice Vieira (*)<br />
HOJE, pela primeira vez na<br />
minha vida, sinto-me velha.<br />
Tenho o telemóvel na mão e estou há<br />
horas a olhar para ele sem saber o que<br />
fazer. Acabo por largá-lo, aqueles para<br />
quem eu queria ligar já não me vão atender<br />
– e, para além deles, já não há mais<br />
ninguém capaz de entender a minha<br />
não sei se fúria, não sei se raiva, não<br />
sei se impotência. A minha — isso sei —<br />
grande tristeza.<br />
Dói-me esta perda de memória que vai<br />
atacando a nossa sociedade a um ritmo<br />
cada vez mais vertiginoso.<br />
Acabo de chegar da Escola Francisco<br />
Arruda, onde acho que já não entrava<br />
há mais de 40 anos. Ótimas instalações,<br />
tudo a cheirar a novo.<br />
A escola Francisco Arruda foi o “sonho”<br />
de um homem chamado Calvet de Magalhães,<br />
um dos maiores pedagogos<br />
deste país que, nesses anos 50 da sua<br />
fundação, a transformou num oásis de<br />
educação e de cultura. Pioneiro de muitas<br />
causas (a integração de alunos deficientes<br />
foi uma das suas grandes lutas),<br />
foi sobretudo um animador cultural num<br />
tempo onde o desânimo imperava. A<br />
escola estava então rodeada de bairros<br />
de lata e, todos os sábados, ele abria<br />
as portas a toda a comunidade. E havia<br />
exibição de filmes, palestras, ateliers de<br />
olaria, histórias contadas aos miúdos,<br />
etc. Era uma maravilha ver aquela escola<br />
cheia de gente, que a considerava<br />
sua.<br />
Hoje isso pode parecer habitual, naquele<br />
tempo não era.<br />
O Prof.Calvet foi ainda fundador da<br />
Associação Portuguesa para a Educação<br />
pela Arte, que durante anos manteve<br />
uma atividade regular, destacando-se<br />
a publicação de uma coleção de<br />
histórias infantis, sempre ilustradas<br />
pelos meninos da Francisco Arruda. E<br />
aí se integrava a organização de um<br />
concurso, a nível nacional, chamado<br />
“O Natal Visto pelas Crianças”, a que<br />
o Diário de Lisboa se associava.<br />
É aí que eu entro — a fazer a ligação<br />
entre as reuniões do júri, e a publicação<br />
dos textos nas páginas do jornal.<br />
É difícil entender hoje a importância<br />
desse concurso. Para já, o júri era de<br />
peso: para além do Prof. Calvet, como<br />
organizador, José Gomes Ferreira, Matilde<br />
Rosa Araújo, Maria Lúcia Namorado, Alice<br />
Gomes, Rocha de Sousa, António Domingues.<br />
E eu, na verdura dos meus 18 anos,<br />
a ouvi-los, a aprender com eles, a rir muito<br />
com eles. Vinham caixotes de textos do<br />
país inteiro, as reuniões eram prolongadíssimas<br />
e duravam muitos dias — mas eram<br />
sempre uma festa. Lia-se cada texto como<br />
se fosse candidato ao Prémio Nobel — e<br />
quando se chegava àquela altura dramática<br />
dos 11 anos, em que os meninos já estão<br />
formatados pela escola e dizem todos<br />
os mesmos lugares- comuns e era difícil<br />
encontrar um melhor que outro, a voz do Zé<br />
Gomes:”ó Matilde, leia lá em voz alta que,<br />
na sua voz, tudo é uma maraviha!”<br />
Depois um dia, de repente, o prof. Calvet<br />
de Magalhães diz-me:”no sábado vais ler<br />
histórias aos miúdos lá na minha escola.”<br />
Pensei que estava a brincar comigo, eu<br />
nunca tinha escrito uma história na minha<br />
vida, nem me lembrava de alguma vez ter<br />
contado histórias fosse a quem fosse. Ri-<br />
-me, fiz-me desentendida, mas ele: ”sábado<br />
de manhã, não faltes!”<br />
E lá fui. Sei que escrevi uma história mas<br />
não me lembro de mais nada, a não ser de<br />
me ver diante de um ginásio a transbordar<br />
de gente, e eu num palco, em frente de um<br />
microfone a tentar ler o que levava escrito<br />
numas folhas de papel.<br />
Lembro-me que levava um vestido cor de<br />
laranja. Lembro-me de ter ouvido muitas<br />
palmas. E lembro-me do Prof. Calvet a dizer:<br />
”para a semana cá te espero”.<br />
Foram as primeiras histórias que escrevi,<br />
para muitos daqueles sábados de festa,<br />
que se prolongaram por muitos anos.<br />
O Prof. Calvet foi diretor da Francisco Arruda<br />
até à sua morte: na turbulência da<br />
revolução, quando começou de repente a<br />
ver a “sua” escola transformada, e no ar a<br />
ameaça de deixar de ser seu diretor, não<br />
aguentou e suicidou-se.<br />
O Pror. Calvet de Magalhães faria em Março<br />
cem anos.<br />
E eu sempre pensei que, no seu centenário,<br />
o país lhe fizesse a homenagem que<br />
ele merece. Mas Março passou — e nada<br />
aconteceu.<br />
Então pensei que possivelmente a Escola<br />
se teria encarregado disso.<br />
Mas a Escola nem sequer tem uma placa<br />
com o seu nome em lado algum. Nem o seu<br />
nome foi dado, como seria de toda a justiça,<br />
à biblioteca. Entra-se ali e é como se<br />
ele nunca tivesse existido.<br />
E eu chego a casa a pensar nesta falta de<br />
memória coletiva — e pego no telemóvel<br />
para dizer à Matilde, ao Zé Gomes, à Maria<br />
Lúcia, à Natércia Rocha, ao Mário, à Maria<br />
do Sameiro, “vocês já viram que ninguém<br />
se lembrou do centenário do Prof. Calvet?”,<br />
mas não digo, porque já todos morreram,<br />
e eu fico, entre as paredes da minha sala,<br />
sem saber com quem partilhar raivas e<br />
mágoas. E sem saber o que fazer no meio<br />
deste silêncio vergonhoso.<br />
(*) Jornalista e escritora, escreve<br />
segundo o novo AO
Crónica<br />
Setembro 2018 29<br />
Agosto é…<br />
Agosto é, reflicto, uma<br />
espécie de reflexo minimal<br />
da vida.<br />
PEDRO BARROSO<br />
Ora incendiário e quente; ora ventoso<br />
e cheio de neblina. Desesperamos<br />
tanto por ele. Esfusiantes<br />
vivemo-lo a início, dispersando-nos<br />
em viagens, procuras de novidade,<br />
aventuras e escapadelas. Férias.<br />
Que bom.<br />
PARA QUEM VERDADEIRAMENTE<br />
AMA O SEU CARRO, SO A MELHOR<br />
COBERTURA CONTA.<br />
Zurich,<br />
Generalagentur<br />
Marcel Strangis<br />
Manessestrasse 87<br />
8045 Zürich<br />
Tiago Costa<br />
044 405 54 90<br />
078 719 64 81<br />
tiago.costa@zurich.ch<br />
Fingimos a felicidade possível. Lamentamos<br />
a confusão em toda a<br />
parte. Impomo-nos deveres e lazeres<br />
porque "pertencem" e todos os<br />
têm de superar.<br />
Aturamos filas intermináveis em<br />
todo o lado. Para tudo. Comer, comprar,<br />
respirar, chegar.Sim. Agosto é<br />
cruel. A Vida é complicada. Esgotante,<br />
confessemos. Agosto é uma<br />
amostra sintética do que vivemos.<br />
Cansamo-nos de viagens inusitadas,<br />
amores e amizades improváveis<br />
e alguns entusiasmos passageiros.<br />
Festejamos intensamente,<br />
em grandes caldeiradas e alegras<br />
foguetórios, no auge de tal celebração.<br />
As pessoas visitam-se, cobrem distâncias<br />
anormais. Tentam visitar a<br />
terrinha; os avós; o país onde nunca<br />
foram. Fazer um pouco de praia<br />
para ter cor e parecer bem. Levar<br />
talvez os miúdos a ver um museu.<br />
Por vezes permitimo-nos uma indulgência;<br />
um gelado, um gasto maior,<br />
um susto, uma escalada ao alto do<br />
improviso. <br />
É a vida dizemos, complacentes.<br />
Sim. Também é.Mas ele não pára.<br />
Breve, esse Agosto/Vida nos escapa<br />
e cilindra. O fim aproxima-se,<br />
cruel; e é então que, apesar de tanta<br />
confusão e tanto cansaço que nos<br />
provoca, queríamos sempre tanto<br />
que se prolongasse só mais um pouco.As<br />
cidades ficam mais tranquilas<br />
e habitáveis. Valha-nos isso. Mas<br />
logo vem Setembro. O poético mas<br />
terrível regresso à vida na sua realidade.<br />
Há que ganhá-la. Na sua<br />
eterna insegurança.E o ciclo, dizem<br />
eles, completou-se. Outros virão celebrar<br />
a vida em nosso lugar.<br />
SEGUROS DA ZURICH.<br />
PARA TODOS QUE AMAM VERDADEIRAMENTE.<br />
Em qualquer parte do planeta, há<br />
sempre alguém, cheio de Agosto -<br />
isto é, energia... - a começar aquele<br />
que em nós mesmos acabámos.Aleluia.<br />
E que nós saibamos partir com<br />
o donaire possível e a elegância de<br />
tão breve encantamento.
30<br />
LUSITANO de Zurique<br />
Culinária<br />
Cabrito no forno<br />
(à moda da D. Deolinda)<br />
Jornal dos Sabores<br />
O cabrito é um dos pratos mais tradicionais da Páscoa na Beira Baixa, embora hoje<br />
seja consumido ao longo de todo o ano. Nesta região são criados em pastoreio<br />
extensivo ou livremente em pequenas propriedades, em pastos de grande riqueza e<br />
diversidade, o que lhes confere um excepcional sabor.<br />
Para este prato limpa-se e parte-se um cabrito com 5 a 6 Kg, que<br />
fica mais ou menos 12 horas a marinar em vinho branco, cebola,<br />
alho, louro, colorau, pimenta, azeite, serpão, noz moscada, erva<br />
de Provença e sal.<br />
Vai ao forno cerca de 2 horas e serve-se com batata assada no<br />
forno e grelos salteados ou esparregado.<br />
O prato apresentado foi confeccionado no Restaurante «As Thermas»<br />
em Unhais da Serra, no âmbito da ‘Carta Gastronómica Estrela<br />
Sul’ editada pela ADERES – Associação de Desenvolvimento Rural<br />
Estrela – Sul.<br />
Unhais da Serra<br />
Unhais da Serra é uma freguesia portuguesa do concelho da Covilhã, com 29,93 km² de área e 1<br />
398 habitantes (2011). A sua densidade populacional é de 46,7 hab/km².<br />
Sobre o restaurante As Thermas<br />
Gastronomia serrana no Parque Natural da Serra da<br />
Estrela<br />
Restaurante situado em Unhais da Serra, As<br />
Thermas inclui duas salas preparadas para receber<br />
os convidados com todo o conforto, para apreciar<br />
a verdadeira cozinha serrana.<br />
Na decoração predomina o granito, madeira e<br />
muita luz natural, atribuindo à ementa caseira<br />
entradas como Alheira Frita, Morcela Assada<br />
e Queijo da Serra com Doce de Abóbora.<br />
Das especialidades da casa destacam-se<br />
o Cabrito à Moda da Deolinda, Açorda de<br />
Marisco ou Camarão Tigre Grelhado.<br />
Em Pleno Parque Natural da Serra da<br />
Estrela, torna-se o local ideal para<br />
relaxar e usufruir da gastronomia<br />
regional serrana.<br />
Colaboração:<br />
Amílcar Malhó
Horóscopo<br />
Setembro 2018 31<br />
Carneiro<br />
Boa fase para aprender coisas novas sobre sua carreira e<br />
crescer. Se tiver compromisso, faça menos cobranças ao par.<br />
Capriche no visual se quiser conquistar alguém. Melhor não<br />
misturar amizade com dinheiro.<br />
Balança<br />
O seu jeito responsável vai destacar a sua imagem no trabalho:<br />
aproveite para promover mudanças. Pode se apaixonar à<br />
primeira vista ou dar chance a um ex-amor. Ouça conselhos<br />
de parente sobre a sua saúde.<br />
Touro<br />
Não leve assunto de casa para o trabalho. Fazer contacto<br />
com gente de fora será positivo para a sua profissão. Período<br />
favorável para o romance. Vale a pena renovar seu visual.<br />
Gémeos<br />
Actividade em equipa deve render. Agarre a chance profissional<br />
que surgir! Talvez haja confusão na vida amorosa. Use a<br />
sua intuição para seleccionar melhor os seus amigos. Desfrute<br />
mais a companhia dos seus familiares.<br />
Caranguejo<br />
Para chegar mais longe no emprego, junte-se a quem pensa<br />
como você. É possível que o ciúme complique o romance. Se<br />
estiver só, vai querer envolvimento sério. Fase excelente para<br />
começar um curso.<br />
Leão<br />
Encare as tarefas com seriedade para colher os frutos mais<br />
tarde. É bom evitar a rotina e a cobrança em excesso na relação<br />
afectiva. No jogo da sedução, a sua boa comunicação<br />
deve emplacar. A saúde vai inspirar cuidados!<br />
Virgem<br />
Espere boa notícia ligada à carreira. Contacto com clientes ou<br />
colegas estará abençoado pelas estrelas. Namoro pode ficar<br />
mais sério. Espante de vez o ciúme! Modere os gastos nos<br />
momentos de lazer.<br />
Escorpião<br />
Espere sucesso se lida com clientes ou público. Pode comprar<br />
algo para casa, mas não gaste além da conta. Tudo azul<br />
no romance desde que vigie o seu ciúme. Óptima fase para<br />
conhecer gente nova.<br />
Sagitário<br />
Com a ajuda da família, pode encontrar um jeito novo de facturar.<br />
A vida amorosa ganha estabilidade. Dê chance a um<br />
romance recente. É melhor separar bem amizade e dinheiro.<br />
Que tal cuidar da saúde com carinho?<br />
Capricórnio<br />
Se tem um projecto a longo prazo, reveja as suas contas e<br />
tente poupar. Caberá a si surpreender quem ama, seja no romance<br />
ou na conquista. Seja mais paciente com o pessoal<br />
de casa.<br />
Aquário<br />
Pode receber dinheiro inesperado, mas não comente a respeito.<br />
A vida a dois segue em paz. Talvez se encante por uma<br />
pessoa comprometida. Boa hora para cuidar de assunto ligado<br />
à sua saúde.<br />
Peixes<br />
Amplie interesses na profissão e não se abra tanto com os<br />
colegas, pois há risco de traição. Amigos podem dar uma força<br />
no romance. Se tiver alguém, reforce os laços de afecto.<br />
Chegou a hora de se exercitar.<br />
Curiosidade sobre<br />
o signo deste mês<br />
Virgem<br />
Virgem, você é um grande trabalhador, analítico<br />
e com grande senso prático – e você sabe<br />
disso melhor do que ninguém. Desse modo,<br />
um facto curioso sobre Virgem não pode ser<br />
tanta surpresa mas, como Donna Stellhorn diz,<br />
você e seus companheiros Virginianos sempre<br />
foram os mais bem colocados na escola. Desde<br />
que você deu início aos seus estudos (e<br />
sempre estudou com muito empenho), esteve<br />
quase sempre no topo da sua classe ou de seu<br />
meio académico.<br />
RECOLHA: JOANA ARAÚJO
LUSITANO de Zurique<br />
32 Tecnologia<br />
V JOANA ARAÚJO (*)<br />
Prémio<br />
de melhor<br />
smartphone<br />
do ano vai<br />
para…<br />
O Huawei P20 Pro foi eleito<br />
o melhor smartphone do ano<br />
pela EISA, a Associação Europeia<br />
de Imagem e Som. O topo<br />
China já tem<br />
(imagens do) rover<br />
que vai explorar<br />
o “lado<br />
negro” da Lua<br />
O veículo de exploração com que a China<br />
espera chegar ao lado oculto da Lua<br />
ainda não tem nome, mas foi mostrado<br />
em imagens.<br />
Atenção:<br />
contas de Instagram<br />
estão a ser<br />
roubadas<br />
Diversos utilizadores com milhares de<br />
seguidores referem que as suas contas<br />
do Instagram foram alvo de hacking.<br />
de gama da fabricante<br />
chinesa mereceu o prémio<br />
pela quantidade de<br />
recursos que exploram<br />
a Inteligência Artificial e<br />
por apresentar uma qualidade<br />
fotográfica acima<br />
da concorrência.<br />
Relativamente aos smartphones,<br />
houve ainda<br />
distinções para o Nokia 7 Plus,<br />
na área do consumo, para o<br />
Noa Element N10, como melhor<br />
compra, e para o Honor 10,<br />
como melhor smartphone lifestyle.<br />
MBWay, a app<br />
que quer ser o<br />
Multibanco no telemóvel,<br />
já soma<br />
mais de 800 mil<br />
utilizadores<br />
Mais precisamente, neste momento são<br />
mais de 825 mil os portugueses que<br />
usam a aplicação, para realizar cerca de<br />
dois milhões de operações por mês: três<br />
por utilizador, sendo 42 euros o valor<br />
médio por operação.<br />
Há água congelada<br />
na Lua<br />
Um relatório indica que os depósitos de<br />
gelo se encontram nas zonas mais escuras<br />
e frias, concentrando-se maioritariamente<br />
no pólo sul lunar.<br />
Um grupo de cientistas nos Estados<br />
Unidos acredita ter a primeira “prova directa<br />
e definitiva” de que existe gelo exposto<br />
na superfície das regiões polares<br />
lunares, o qual poderá ser usado para<br />
consumo humano em futuras expedições<br />
à Lua.<br />
“Estas reservas de gelo podem vir a<br />
ser utilizadas como um recurso autóctone<br />
em futuras explorações da Lua”,<br />
afirmam em um relatório divulgado esta<br />
segunda-feira.<br />
A maior parte dos depósitos de gelo foram<br />
descobertos nas zonas mais escuras<br />
e frias das regiões polares, onde as<br />
temperaturas mais quentes nunca atingem<br />
temperaturas acima de -250 graus<br />
Além da categoria Mobile Devices,<br />
a EISA distribuiu distinções<br />
nas áreas H-Fi, Home Theatre<br />
Audio, Home Theatre Display &<br />
Video, In-Car Eletronics e Photografy.<br />
Fahrenheit visto que, devido à muito<br />
pouca inclinação do eixo de rotação da<br />
Lua, a luz solar nunca atinge essas regiões.<br />
Concentradas principalmente no pólo<br />
sul, numa área em que existem várias<br />
crateras, as camadas de gelo estão distribuídas<br />
de uma forma mais ampla no<br />
pólo norte.<br />
Os investigadores utilizaram dados recolhidos<br />
pelo instrumento denominado<br />
Moon Mineralogy Mapper (M3), a bordo<br />
da nave espacial Chandrayaan-1, lançada<br />
em 2008, e projectado para confirmar<br />
a presença de gelo sólido na Lua.<br />
Para além de recolher dados que identificaram<br />
as propriedades reflexivas do<br />
gelo, o M3 também mediu a maneira<br />
como as suas moléculas absorvem a<br />
luz infravermelha. Este passo permitiu a<br />
diferenciação entre água líquida, vapor<br />
e gelo.<br />
(*) com Agências/TEKSapo
Cultura<br />
Setembro 2018 33<br />
Alice Vieira<br />
60 anos depois,<br />
regressou<br />
a Caldelas<br />
Jornalista e escritora emocionou-se<br />
ao (re)entrar no Hotel da Bela Vista<br />
VA Pedro Antunes Pereira<br />
Dos 4 aos 14 anos, Alice Vieira passou os três meses das férias de<br />
Verão, no Hotel da Bela Vista, em Caldelas, onde «se sentia livre e<br />
feliz. Os meus tios eram pessoas muito rigorosas mas quando chegavam<br />
a Caldelas, deixavam-me livre e eu sentia-me imensamente<br />
feliz porque podia fazer coisas que em Lisboa eram impensáveis».<br />
As recordações de uma das maiores escritoras portuguesas da actualidade<br />
foram desfiadas, 60 anos depois, numa sessão no parque<br />
das Termas. Com mais de 80 livros publicados, Alice Vieira escreveu<br />
“Águas de Verão” onde se inspirou em todas as aventuras vividas em<br />
Caldelas, e que esteve na base da conversa.<br />
A escritora começou a sua passagem por Amares a visitar o Mosteiro<br />
de Rendufe, onde foi sensibilizada para a causa da Associação<br />
dos Amigos do Mosteiro que passa pela recuperação do monumento.<br />
Já no Hotel da Bela Vista, Alice Vieira, com os olhos em brilho,<br />
deu uma autêntica lição de memória, localizando espaços e pessoas.<br />
Teve uma visita surpresa da colega de Faculdade e amarense,<br />
a Professora Ana Maria de Besteiros, e ainda conheceu com mais<br />
detalhe as próprias termas.<br />
Numa sessão muito concorrida, moderada por Maria José Machado<br />
e onde marcaram presença, o Vice-Presidente, Isidro Araújo, a<br />
Vereadora, Cidália Abreu e o Presidente da Junta da União de Freguesias<br />
de Caldelas, Sequeiros e Paranhos, José Manuel Almeida,<br />
coube à AFA Estudos Musicais iniciar a conversa. A escritora falou<br />
do seu percurso, dos prémios que recebeu, da escrita para adultos,<br />
sobretudo poesia e da sua colecção de presépios.
34<br />
LUSITANO de Zurique<br />
Medicina alternativa<br />
Hortelã-verde<br />
(Mentha spicata)<br />
Hortelã-verde<br />
MEDICINA alternativa<br />
A hortelã-verde (Mentha spicata), também<br />
conhecida como hortelã-de-leite, hortelã-das-cozinhas,<br />
hortelã-dos-temperos,<br />
hortelã-vulgar, hortelã-das-hortas, hortelã-comum,<br />
Levante, Alevante, elevante<br />
ou simplesmente hortelã, é uma planta<br />
herbácea perene, da família Lamiaceae<br />
(Labiadas). Existem inúmeras variedades<br />
cultivadas.<br />
Localização<br />
É uma planta originária da Ásia, mas é muito cultivada em todo<br />
o mundo, devido às essências aromáticas presentes em toda<br />
a planta, principalmente nas folhas. Tolera bem diferentes condições<br />
climáticas, desde que não falte água. Em climas frios<br />
pode perder as partes aéreas no Inverno, sobrevivendo através<br />
dos seus rizomas, que só morrem se o solo congelar completamente.<br />
Usos<br />
É utilizada como tempero em culinária, como aromatizante em<br />
certos produtos alimentares, ou para a extracção do seu óleo<br />
essencial. Por vezes, simplesmente cultivada como planta ornamental.<br />
É uma das plantas mais usadas do mundo.<br />
É também utilizada como planta medicinal, estando inscrita nas<br />
farmacopeias de muitos países da Europa. De entre as inúmeras<br />
virtudes citadas, podem destacar-se: estimulante, estomacal,<br />
carminativo. Usado nas atonias digestivas, flatulências,<br />
dispepsias nervosas, empregado nas palpitações e tremores<br />
nervosos, vómitos, cólicas uterinas, útil nos catarros brônquicos<br />
facilitando a expectoração. O chá feito de hortelã também<br />
é usado como calmante.<br />
Em geral usa-se o óleo essencial ou uma infusão das folhas e<br />
sumidades floridas.<br />
Composição<br />
Tal como é típico dos óleos essenciais do género Mentha, M.<br />
Spicata produz uma série de monoterpenos derivados do limoneno<br />
por oxidação. Nesta espécie predomina geralmente:<br />
• Carvona: em geral >60%<br />
• Mentona: 34-42%<br />
• Mentofurano: 34-30%<br />
• Pulegona: 14-22%<br />
• Acetato de mentila: 3-7%<br />
• Mentol: 5-8%<br />
ATENÇÃO:<br />
Estas informações são meramente informativas<br />
e não devem ser usadas para diagnosticar, tratar,<br />
curar ou prevenir qualquer doença e muito<br />
menos substituir cuidados médicos adequados.<br />
COOORDENAÇÃO E RECOLHA:<br />
JOANA ARAÚJO
Passatempo<br />
Humor & Lazer<br />
SodokuVery hard<br />
8 4<br />
Setembro 2018 35<br />
Pode parecer mentira, mas estas<br />
duas meninas são irmãs gémeas!<br />
7 9 8 6 1<br />
2 1 3 7<br />
2 5 8 1<br />
7 2 6 4<br />
4 7 9 1<br />
2 5 3 8 9<br />
1 7<br />
www.sudoku-puzzles.net<br />
Soluções na página do humor<br />
1 8 3 9 6 7 2 4 5<br />
5 7 9 4 8 2 6 1 3<br />
2 6 4 1 5 3 9 8 7<br />
6 4 2 5 7 8 1 3 9<br />
8 5 1 3 9 4 7 2 6<br />
3 9 7 2 1 6 4 5 8<br />
4 3 8 7 2 9 5 6 1<br />
7 2 5 6 3 1 8 9 4<br />
9 1 6 8 4 5 3 7 2<br />
Palavras cruzadas<br />
Uma inglesa deu à luz a estas gémeas em 2005, uma negra e<br />
a outra branca.<br />
www.sudoku-puzzles.net<br />
“Anti-guerra”<br />
COOORDENAÇÃO E RECOLHA:<br />
JOANA ARAÚJO<br />
Soluções<br />
7 9 8 6 1<br />
2 1 3 7<br />
www.sudoku-puzzles.net<br />
2 5 8 1<br />
7 2 6 4<br />
4 7 9 1<br />
2 5 3 8 9<br />
1 7<br />
www.sudoku-puzzles.net<br />
1 8 3 9 6 7 2 4 5<br />
5 7 9 4 8 2 6 1 3<br />
2 6 4 1 5 3 9 8 7<br />
6 4 2 5 7 8 1 3 9<br />
8 5 1 3 9 4 7 2 6<br />
3 9 7 2 1 6 4 5 8<br />
4 3 8 7 2 9 5 6 1<br />
7 2 5 6 3 1 8 9 4<br />
9 1 6 8 4 5 3 7 2<br />
Para colorir<br />
8 4<br />
Very hard<br />
22 Lusitano de Zurique - Dezembro 2006
36<br />
LUSITANO de Zurique<br />
Professora<br />
furiosa com<br />
aluno<br />
Uma manhã, a professora pergunta<br />
ao aluno:<br />
– Diz-me lá quem escreveu “Os Lusíadas”?<br />
O aluno, a gaguejar, responde:<br />
– Não sei, Sra. Professora, mas eu<br />
não fui.<br />
E começa a chorar. A professora,<br />
furiosa, diz-lhe:<br />
– Pois então, de tarde, quero falar<br />
com o teu pai.<br />
Em conversa com o pai, a professora<br />
faz queixa:<br />
– Não percebo o seu filho. Perguntei-lhe<br />
quem escreveu “Os Lusíadas”<br />
e ele respondeu-me que não<br />
sabia, que não foi ele…<br />
Diz o pai:<br />
– Bem, ele não costuma ser mentiroso,<br />
se diz que não foi ele, é porque<br />
não foi. Se fosse o irmão…<br />
Irritada com tanta ignorância, a<br />
professora resolve ir para casa e,<br />
pelo caminho passou pelo comandante<br />
da G.N.R.:<br />
– Parece que o dia não lhe correu<br />
muito bem…<br />
– Pois não, imagine que perguntei<br />
a um aluno quem escreveu “Os Lusíadas”…<br />
Respondeu-me que não<br />
sabia, que não foi ele, e começou<br />
a chorar.<br />
O comandante do posto, muito solícito,<br />
diz:<br />
– Não se preocupe. Chamamos cá<br />
o miúdo, damos-lhe um “aperto” e<br />
vai ver que ele confessa tudo!<br />
Com os cabelos em pé, a professora<br />
chega a casa e encontra o marido<br />
sentado no sofá, a ler o jornal.<br />
Pergunta-lhe este:<br />
– Então o dia correu bem?<br />
– Horrível… Hoje perguntei a um<br />
aluno quem escreveu “Os Lusíadas”.<br />
Começou a gaguejar, que<br />
não sabia, que não tinha sido ele,<br />
e pôs-se a chorar. O pai diz-me que<br />
ele não costuma ser mentiroso. O<br />
comandante da G.N.R. quer chamá-lo<br />
e obrigá-lo a confessar. Que<br />
hei-de eu fazer a isto?<br />
O marido, confortando-a:<br />
– Olha, esquece. Janta, dorme bem<br />
e amanhã tudo se resolve. Vais ver<br />
que se calhar foste tu e já não te<br />
lembras…!<br />
22 Lusitano de Zurique - Dezembro 2006<br />
HUMOR - quem não sabe rir, não sabe viver!<br />
Perigo dentro do<br />
avião<br />
Num voo internacional, como é habitual, o comandante<br />
do avião liga o microfone e fala aos passageiros:<br />
– Bom dia, senhores passageiros, neste exacto<br />
momento estamos a 9 mil metros de altitude, velocidade<br />
cruzeiro de 860 Km/hora e estamos a sobrevoar<br />
a cidade de…AAAAAAAHHHH……………<br />
VALHA-ME DEUS…!!!<br />
Os passageiros ouvem um barulho infernal, seguido<br />
de um grito pavoroso:<br />
– NÃÃÃÃÃÃÃÃOOOOOOO!!<br />
Depois de um silêncio sepulcral, volta a ligar o microfone<br />
e, timidamente, diz:<br />
– Peço imensa desculpa, mas esbarrei na bandeja<br />
e uma chávena de café caiu-me no colo. Imaginem<br />
lá como é que ficaram as minhas calças à frente!!!<br />
Prontamente, um dos passageiros gritou:<br />
– Palhaço… Imagina lá como é que ficaram as minhas<br />
calças atrás!!!<br />
Very hard<br />
Para colorir<br />
8 4<br />
7 9 8 6 1<br />
2 1 3 7<br />
2 5 8 1<br />
7 2 6 4<br />
4 7 9 1<br />
2 5 3 8 9<br />
1 7<br />
www.sudoku-puzzles.net<br />
1 8 3 9 6 7 2 4 5<br />
5 7 9 4 8 2 6 1 3<br />
COOORDENAÇÃO E RECOLHA: JOANA ARAÚJO<br />
2 6 4 1 5 3 9 8 7<br />
6 4 2 5 7 8 1 3 9<br />
8 5 1 3 9 4 7 2 6<br />
3 9 7 2 1 6 4 5 8<br />
4 3 8 7 2 9 5 6 1<br />
7 2 5 6 3 1 8 9 4<br />
9 1 6 8 4 5 3 7 2<br />
Soluções<br />
www.sudoku-puzzles.net<br />
“Anti-guerra”<br />
www.sudoku-puzzles.net<br />
Televisão e Informática em Português<br />
www.goutec.com<br />
desde<br />
9.90 €<br />
(mês)<br />
by GOUTEC<br />
global online technologies<br />
Ligue já!<br />
044 271 69 79<br />
Televisão<br />
Digital<br />
Terrestre<br />
desde<br />
49.90SFr.<br />
(mês)<br />
INSTALAMOS EM TODOS<br />
OS COMPUTADORES<br />
SISTEMA OPERATIVO<br />
EM PORTUGUÊS<br />
desde<br />
39.90SFr.<br />
(mês)<br />
Escolha os os canais que quer ver<br />
e e deixe o o resto connosco!<br />
desde<br />
69.90SFr.<br />
(mês)<br />
TVCABO<br />
ASSISTÊNCIA<br />
TÉCNICA<br />
Informática . Televisão<br />
GOUTEC<br />
Geibelstrasse 47, 8037 Zürich<br />
Mob: 076 388 19 95 / 079 402 51 09<br />
info@goutec.com
Juniores<br />
Setembro 2018 37<br />
Para<br />
colorir<br />
“Avistamentos de OVNIS” e “fenómenos ‘impossíveis’”<br />
Um compêndio de descrições “ao pormenor”<br />
de “encontros imediatos” com objectos<br />
voadores não identificados (OVNI) em Portugal<br />
chega hoje às bancas, assinado pelo co-fundador<br />
do Centro Transdisciplinar de Estudos da<br />
Consciência da Universidade Fernando Pessoa,<br />
Joaquim Fernandes.<br />
No livro, intitulado “Ficheiros Secretos à Portuguesa - Avistamentos de Ovnis,<br />
fenómenos ‘impossíveis’ e outros casos à espera de explicação”, Joaquim<br />
Fernandes recolhe “uma série de histórias surpreendentes e casos até hoje<br />
desconhecidos, no todo ou em parte, revelados através dos seus protagonistas<br />
e de documentação oficial inédita”.<br />
“Há ficheiros que não são do conhecimento público, mas que existem. Neles estão<br />
descritos ao pormenor ‘encontros imediatos’ no mar, no ar e em terra. Fenómenos<br />
‘impossíveis’ que continuam à espera de uma explicação”, lê-se numa<br />
nota de imprensa da Manuscrito, que edita a obra.<br />
COOORDENAÇÃO E RECOLHA:<br />
JOANA ARAÚJO
LUSITANO de Zurique<br />
38 Poesia<br />
Como saltaricos a saltaricar<br />
CARMINDO DE<br />
CARVALHO<br />
https://www.facebook.com/<br />
carmindo.carvalho<br />
Se houvesse um campeonato de saltitos<br />
Portugal teria milhões<br />
De campeões.<br />
Muitos passam horas a treinar<br />
A saltaricar<br />
De repartição<br />
Em repartição<br />
Como saltaricos<br />
A saltaricar.<br />
Décadas a passarem<br />
E eles com os neurónios a fundirem<br />
A calma a esgotar<br />
O desespero a avançar.<br />
Entra ministro<br />
Sai ministro<br />
E a tal reforma prometida<br />
Não chega.<br />
A máquina cada<br />
Vez mais emperrada<br />
Cada vez mais ferrugem<br />
Na engrenagem.<br />
Como besta pachorrenta<br />
Ovelha amodorrada<br />
E acomodada<br />
Com reumático nos artelhos<br />
Prenhe de inércia.<br />
E o Zé povo espera<br />
E desespera.<br />
Agosto, 2018<br />
V<br />
CHICO BENTO<br />
Dällikon - Suíça<br />
www.facebook.com/chico.<br />
bento.98<br />
Todas elas me queriam<br />
Queria casar ao sair da tropa<br />
Todas me queriam, ai que calafrios<br />
Eu só queria uma cachopa<br />
Deixei as outras a ver navios<br />
Não dou, pois não posso dar<br />
A mais que uma o coração<br />
Faz-me pena vê-las chorar<br />
Sem lhes poder dar a minha mão<br />
Abriram-se então tantas janelas<br />
Para eu poder escolher á vontade<br />
Mas não podia a todas elas<br />
Dar a mesma felicidade<br />
Tantos insultos que eu ouvi<br />
Tantos tantos que já nem sei<br />
Com a cachopa que eu escolhi<br />
É que eu me sentia bem<br />
Refrão<br />
Todas elas me queriam<br />
Mas eu tinha que escolher<br />
Eu calculo o que sentiam<br />
Depois do nome eu dizer<br />
Enquanto uma sorria<br />
As outras tristes ficavam<br />
E naquela igreja um dia<br />
À porta outras choravam.
Poesia<br />
Setembro 2018 39<br />
PEDRO<br />
BARROSO<br />
WWW.PEDROBARROSO.COM<br />
www.facebook.com/<br />
Maestro.Pedro.Barroso<br />
Requiem por<br />
um adereço<br />
Era útil e boa, a saudosa gravatinha<br />
Dava ares de senhor a quem os não tivesse<br />
E tempos houve, em tempos doutro<br />
tempo,ser pecado mortal, se alguém<br />
esquecesse.<br />
Obrigatória para Ministros, secretários<br />
Presidentes de junta, ou de bancada<br />
Professores, nobreza, ou empresários<br />
Chega até a ser injusto ver tal adorno<br />
Tal peça, tal enfeite, tal laçada<br />
Ser tão injustamente desprezada!<br />
Nunca usei. Lá isso, podem perguntar<br />
Mas nas modas, eu nunca fui exemplo…<br />
Apertava-me o pescoço e as ideias<br />
Não jogava comigo garrotar-me<br />
Nunca foi de meu estilo usar gravata<br />
- Sempre tive razão antes do tempo...<br />
Andar esgargalado, eu sei: - era foleiro<br />
Um uso de sujeito mal formado<br />
Mas eu, apesar de cavalheiro,<br />
Fiz sem ela a minha vida em todo o lado<br />
Mas hoje, anda tal trapo tão desprezado<br />
Que, apesar de nunca o ter usado,<br />
Por piedade - e contra as regras do mercado<br />
-<br />
Sinto saudades desse mundo engravatado<br />
Que nela via forma de ser prestigiado<br />
lembrando esses senhores importantes<br />
Luminosos, encerados e brilhantes,<br />
No seu charme de seda requintado<br />
Já não há senhores com distinção<br />
Usando lenço a condizer com a gravata<br />
Reina o caos e, a meu ver, não há respeito<br />
Não posso já conter a indignação<br />
- A moda é uma sujeita muito ingrata…-<br />
O mundo q aprendi perdeu o tino<br />
Sob o pretexto de dar ares de democrata<br />
Qqr dia um tipo vai para o casino<br />
De bermudas, tronco nu e alpergata!<br />
O mundo está perdido; que fazer?<br />
Já nem sei como ser aristocrata!<br />
...E a culpa disto tudo, a bem dizer,<br />
É de eu nunca ter usado uma gravata!<br />
<strong>SETEMBRO</strong><br />
Datas Comemorativas de 2018<br />
08 SÁB Dia Internacional da Literacia<br />
08 SÁB Dia Mundial da Fisioterapia<br />
09 DOM Dia da Grávida<br />
10 SEG Dia Mundial da Prevenção do Suicídio<br />
11 TER Dia Nacional do Bombeiro Profissional<br />
11 TER Dia Nacional das Casas do Povo<br />
12 QUA Dia das Nações Unidas para a Cooperação<br />
Sul-Sul<br />
15 SÁB Dia Internacional da Democracia<br />
15 SÁB Dia Internacional do Ponto<br />
16 DOM Dia Mundial para a Preservação da Camada<br />
do Ozono<br />
17 SEG Dia Internacional da Música Country<br />
18 TER Dia Mundial da Monitorização da Água<br />
19 QUA Dia Internacional de Falar como um Pirata<br />
21 SEX Dia Internacional da Paz<br />
21 SEX Dia Mundial da Doença de Alzheimer<br />
21 SEX Dia Mundial da Gratidão<br />
21 SEX Dia Internacional do Minigolfe<br />
21 SEX Dia Nacional da Guarda Fiscal<br />
22 SÁB Dia Europeu Sem Carros<br />
22 SÁB Signo Balança<br />
23 DOM Início do Outono<br />
23 DOM Dia da Síndrome das Pernas Inquietas<br />
25 TER Dia Internacional do Farmacêutico<br />
25 TER Dia Mundial do Sonho<br />
26 QUA Dia do Ex-Fumador<br />
26 QUA Dia Nacional do Farmacêutico<br />
26 QUA Dia Europeu das Línguas<br />
26 QUA Dia Internacional para a Eliminação Total<br />
das Armas Nucleares<br />
26 QUA Dia Mundial da Contraceção<br />
27 QUI Dia Mundial do Turismo<br />
28 SEX Dia Mundial da Raiva<br />
28 SEX Dia Internacional do Direito ao Saber<br />
28 SEX Dia de Confúcio<br />
29 SÁB Dia Mundial do Coração<br />
30 DOM Dia Internacional da Tradução<br />
30 DOM Dia da Blasfémia<br />
30 DOM Dia Internacional do Podcast<br />
COOORDENAÇÃO E RECOLHA:<br />
JOANA ARAÚJO
Residentes no estrangeiro<br />
Mais<br />
Portugal<br />
no coração<br />
Escritórios de Representação:<br />
Genebra Tel. 022 348 47 64<br />
Zurique Tel. 043 243 81 21<br />
Visite-nos<br />
AF 18.06 Imprensa RE ST-S 210x148.indd 1 18/06/2018 16:33