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SETEMBRO nº 245

Revista do Centro Lusitano de Zurique

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Directora: Sandra Ferreira | Sub-director: Armindo Alves | Ano: XXIV | Número <strong>245</strong> | Setembro 2018 | Preço: Grátis | Periodicidade: Mensal<br />

Todos os Emigrantes que<br />

regressarem em 2019 e 2020<br />

SÓ<br />

PAGAM<br />

50%<br />

DO IRS<br />

Desconto de 50% no IRS,<br />

dedução de custos de instalação,<br />

viagem de regresso e<br />

despesas com habitação”,<br />

para todos os que saíram do<br />

© rotonara<br />

país até 2015 e regressem em<br />

2019 ou 2020.<br />

Pág. 03<br />

EDITORIAL DIREITO COMUNIDADES<br />

Lembraram-se dos emigrantes portugueses<br />

e vêm com um “bombom” mal<br />

Educação de crianças e direito<br />

03 16 15<br />

penal...<br />

embrulhado, oferecer descontos...<br />

A partir de 2019 renovação do visto<br />

de residência na Suíça depende<br />

da integração do estrangeiro...


É já em Maio que terá lugar uma<br />

das maiores peregrinações religiosas<br />

na Suíça,<br />

Dever de controlo dos pais sobre<br />

menores...<br />

A febre amarela é uma doença<br />

de natureza infecciosa, transmitida<br />

pelo mosquito...<br />

LUSITANO de Zurique<br />

2 Publicidade<br />

Centro Lusitano de Zurique<br />

Birmensdorferstr, 48<br />

8004 Zürich<br />

www.cldz.ch - info@cldz.ch<br />

Bufete, reserva de refeições 077 403 72 55<br />

Cursos de alemão 076 332 08 34<br />

Direcção<br />

Futebol<br />

InCentro<br />

044 241 52 60 / info@cldz.ch<br />

079 531 48 60 / gualterpereira84outlook.pt<br />

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076 344 40 91 / rancho@cldz.ch<br />

Vamos contar uma história 079 647 01 46<br />

Consulado Geral de Portugal em Zurique<br />

Zeltweg 13 - 8032 Zurique<br />

Tel. Geral: 044 200 30 40<br />

Serviços de ensino: 044 200 30 55<br />

Serviços sociais: 044 261 33 32<br />

Abertura de segunda a sexta-feira das<br />

08:30 às 14:30 horas<br />

Embaixada de Portugal<br />

Weitpoststr. 20 - 3000 Bern 15<br />

Secção consular: 031 351 17 73<br />

Serviçoa sociais: 031 351 17 42<br />

Serviços de ensino: 031 352 73 49<br />

Serviços municipais de informação para<br />

imigrantes - Zurique (Welcome Desk)<br />

Stadthausquai 17 - Postfach 8022 Zurique<br />

Tel.: 044 412 37 37<br />

Polícia 117<br />

Bombeiros 118<br />

Ambulância 144<br />

Intoxicações 145<br />

Rega 1414<br />

Edição anterior<br />

Directora: Sandra Ferreira | Sub-director: Armindo Alves | Ano: XXIV | Número 241 | Maio 2018 | Preço: Grátis | Periodicidade: Mensal<br />

SECHSELÄUTEN<br />

Centro Lusitano de Zurique<br />

esteve presente<br />

EDITORIAL DIREITO SAÚDE<br />

03 07 19<br />

“Sechseläuten”<br />

Tradição que já vem do<br />

século 16, onde os conselheiros<br />

das diversas<br />

confrarias decidiam<br />

que nos meses de<br />

Verão o horário de<br />

saída do trabalho seria<br />

uma hora mais tarde<br />

do que no horário<br />

de Inverno.<br />

Missão Católica de Língua Portuguesa – ZH<br />

Katholische Mission der Portugiesischsprechenden<br />

Fellenbergstrasse 291, Postfach 217 - 8047 Zürich<br />

Tel.: 044 242 06 40 7 044 242 06 45 - Email: mclp.zh@gmail.com<br />

Horário de atendimento:<br />

- segunda a sexta-feira das 8h às 13h00 e das 13h30 às 17h<br />

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Editorial<br />

Setembro 2018 3<br />

Sandra Ferreira<br />

Directora<br />

Cartão <strong>nº</strong> 12 A - CCPJ<br />

Editorial<br />

Já se prepara 2019<br />

Passados os meses de Férias, de descanso e de renovação de<br />

forças são muitos aqueles que começam já agora a fazer planos<br />

e a organizar-se para o ano que se aproxima. Isso acontece<br />

exactamente agora com o Estado português que se tem<br />

debatido, ora acima ora a baixo, com o Orçamento de Estado<br />

para 2019.<br />

E agora parece que repentinamente lembraram-se dos emigrantes<br />

portugueses e vêm com um “bombom” mal embrulhado,<br />

oferecer descontos na habitação e no IRS, para aqueles<br />

que pretendam nos próximos dois anos voltar a Portugal.<br />

Um incentivo ao retorno dos portugueses ao seu país, dizem<br />

eles. Contudo, esquecem-se que a emigração que nos últimos<br />

anos saiu de Portugal, não foi de portugueses mal formados<br />

ou analfabetos, mas sim de jovens cheios de garra, ambição<br />

e muitos com formações profissionais que no estrangeiro são<br />

reconhecidas e bem remuneradas, e esses não se deixam enganar<br />

com simples “bombom“.<br />

Ou será esta proposta mais uma manobra de distracção, para<br />

calar as inúmeras queixas vindas da pasta da emigração, sobre<br />

medidas que em muito tem prejudicado a emigração portuguesa?<br />

Nunca o saberemos… e veremos quantos emigrantes esta<br />

medida trará de volta!<br />

Enquanto do lado de lá se tenta abrir portas à emigração, do<br />

lado de cá as coisas tornam-se mais complicadas para os<br />

emigrantes em 2019, que agora para verem o seu visto de<br />

residência renovado precisaram de mostrar, ou fazer provar a<br />

sua integração na Suíça assim como cumprir critérios de bom<br />

comportamento. Medidas estas que entrarão em vigor em Janeiro<br />

do próximo ano, e que poderão trazer consequências<br />

para quem não as cumprir.<br />

EQUIPA EDITORIAL<br />

Directora<br />

Sandra Ferreira - <strong>nº</strong> CC 12 A<br />

lusitanozurique@gmail.com<br />

Sub-director<br />

Armindo Alves - <strong>nº</strong>CC 15 A<br />

armindo.alves@garage-mutschellen.ch<br />

Colaboração<br />

4 Cristina Fernandes Alves <strong>nº</strong> CC 16 A<br />

4 Maria José Bernardo <strong>nº</strong> CC 13 A<br />

4 Pedro Nabais <strong>nº</strong> CC 14 A<br />

4 Joana Araújo <strong>nº</strong> CC 11 A<br />

4 Jorge Rodrigues <strong>nº</strong> CC 17 A<br />

4 Jorge Macieira <strong>nº</strong> CC 28 A<br />

4 Maria dos Santos <strong>nº</strong> CC 27 A<br />

4 Daniel Bohren<br />

4 Zuila Messmer<br />

4 Domingos Pereira<br />

4 Carmindo de Carvalho<br />

4 Euclides Cavaco<br />

4 Carlos Matos Gomes<br />

4 Amílcar Malhó<br />

4 Cândido Abreu<br />

4 Costa Guimarães - Jornalista<br />

Nota: Os artigos assinados re fle ctem tão-somente<br />

a opinião dos seus autores e não vinculam necessariamente<br />

a Direcção desta Revista<br />

Publicidade:<br />

armindo.alves@garage-mutschellen.ch<br />

Tel.: 079 222 09 14<br />

Edição, composição<br />

e paginação<br />

Manuel Araújo -Jornalista 3000 A<br />

Braga – Portugal<br />

araujo@manuelaraujo.org<br />

Tel.:(+351) 912 410 333<br />

Impressão: DM Braga<br />

Tiragem: 2000 exemplares<br />

Periodicidade: Mensal<br />

Distribuição gratuita<br />

Apoios:<br />

Esta publicação não<br />

adopta nem respeita o<br />

(des)Acordo Ortográfico<br />

Propriedade<br />

& administração:<br />

Centro Lusitano de Zurique<br />

Birmensdorferstrasse 48<br />

8004 Zürich<br />

Tel.: 044 241 52 60<br />

Fax: 044 241 53 59<br />

Web: www.cldz.ch<br />

E-mail: info@cldz.eu


4<br />

LUSITANO de Zurique<br />

Comunidade<br />

Grupo Desportivo Cultural<br />

Português de Lenzburg<br />

tem nova direcção, nova cozinha e Bar<br />

Como é do conhecimento geral, são cada vez mais as Associação,<br />

que por falta de meios financeiros e humanos, fecham as suas portas<br />

após anos e anos de luta associativa.Não podemos dizer que o legado<br />

que nos deixaram é pobre. Muito pelo contrário. Dar seguimento ao<br />

verdadeiro voluntariado associativo é, nos dias de hoje, impensável.<br />

Porém, no dia 20 de Janeiro, surgiu<br />

Duarte Manuel Santos, decidido<br />

MARIA DOS SANTOS<br />

a renovar e fazer renascer o movimento<br />

associativo, de uma das mais<br />

velhas Associações em terras Helvéticas.<br />

O G.D.C.P.L. conheceu os seus melhor anos e desafios nos<br />

anos oitenta e nos últimos 10 anos foi um degradar associativo,<br />

estando a ponto de fechar portas.<br />

Estava formada a equipa que junto ao Presidente Manuel Santos<br />

que desde 2009, sempre ocupou cargos da gerência, decidiu por<br />

vontade própria, contribuir com trabalho, empenho, criatividade,<br />

transparênci a e confiança, criar uma nova direcção.<br />

Sérgio Correia, um membro da nova geração, abraçou o projecto<br />

de Vice-Presidente e Custódia Meyer, encarregou-se de aceitar<br />

ser a Tesoureira. Para explorar a cozinha existiam 3 propostas<br />

e depois de algumas reuniões, decidiram que se teria que fazer<br />

algo radical, inovador, para reconquistar a confiança dos sócios<br />

e não sócios. Como sabemos o espaço físico deste grupo cultural<br />

é excelente, já que tem capacidade para mais ou menos<br />

quatrocentas pessoa.<br />

O passo é dado e aceitam a proposta vinda do Sr. Filipe Fonseca.<br />

Um cagaréu que chegou á Suíça em 2006, formado em<br />

hotelaria e com experiência profissional em cozinhas de Itália,<br />

América do Sul, América Central, e também Portugal. Filho de<br />

emigrantes portugueses em França, aceita vir trabalhar para um<br />

restaurante na Suíça e opta, em paralelo, candidatar-se á exploração<br />

do Bar e Cozinha. O seu plano encantou a direcção e<br />

dão-lhe a oportunidade de começar a mostrar o que pretende<br />

fazer e a sua forma de cozinhar. Com Filipe Fonseca embarcam<br />

neste projecto gastronómico, um cozinheiro Italiano, Francesco<br />

Calapetza, um cozinheiro português Rafael Oliveira, e no serviço<br />

de mesas, temos Miguel Batista que coordena o serviço com<br />

o apoio de Maria Silva.<br />

Estão convictos em recuperar alguns pratos tradicionais da nos-


Comunidade<br />

Setembro 2018 5<br />

sa gastronomia, como a feijoada , cozido á Portuguesa, com<br />

os enchidos vindo directamente de Portugal, nomeadamente<br />

a morcela, chouriça, alheira, entre outros. Em paralelo<br />

a cozinha que também nos agrada e de que somos fãs<br />

absolutos: Pizza, Lasanha e varias “pastas“ á Italiana. Hoje<br />

temos uma oferta diversificada, que abrange todos os paladares<br />

com uma inovação total que chega todos os gostos<br />

do „ Saber Comer com Qualidade”. De acrescentar que a<br />

apresentação dos pratos é requintada. Porque antes de se<br />

provar, os olhos têm que dizer sim, agrada-me e afirmo que<br />

o triunfo já chegou.<br />

Filipe Fonseca, espera da sua equipa, consenso, troca de<br />

informação e transparência total, para que entre ambas as<br />

parte possa existir um trabalho de equipa, pois da união<br />

nasce a força. Esta equipa esta aberta a sugestões, que<br />

possam no futuro melhorar os serviços prestados á Comunidade<br />

Portuguesa. As instalações são excelentes, pelo<br />

que esperam pelo apoio de todos, contem com a nossa<br />

surpreendente dedicação e excepcional serviço.<br />

Da minha parte, faço votos para que o vosso esforço seja<br />

reconhecido, que prosperem e que possamos em conjunto<br />

brindar a uma nova era do G.D.C.P. Lenzburg.<br />

Lá estarei para registar este momento tão merecedor, de<br />

uma equipa que trabalha com conhecimento de causa e<br />

amor em tudo o que faz!<br />

Emigrantes<br />

que regressem<br />

a Portugal<br />

só pagam<br />

metade do IRS<br />

Manuel Araújo<br />

Segundo uma medida prevista no Orçamento<br />

de Estado para 2019, os emigrantes<br />

que regressarem a Portugal, só vão pagar<br />

metade do IRS e deduzirão despesas com<br />

viagens e habitação. Esta será uma das<br />

medidas do Orçamento do Estado para<br />

2019 para atraír jovens qualificados para<br />

voltarem ao país.<br />

À data do fecho desta edição, a imprensa<br />

revela, que a proposta passa por "conceder<br />

um desconto de 50% no IRS e permitir<br />

a dedução de custos de instalação, como a<br />

viagem de regresso e as despesas com habitação”,<br />

mas não é exclusiva para jovens,<br />

pois abrange todos os que saíram do país<br />

até 2015 e regressem em 2019 ou 2020.<br />

Residentes no Estrangeiro<br />

QUAL É O BANCO QUE<br />

O LIGA A PORTUGAL?<br />

A Caixa, com certeza. Um Banco com 140 anos de história<br />

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A Caixa Geral de Depósitos S.A. é autorizada pelo Banco de Portugal.


6<br />

LUSITANO de Zurique<br />

Direito<br />

Educação de crianças e<br />

direito penal<br />

Barafustar, ameaçar, bater, fechar no quarto, prisão domiciliária…:<br />

tudo isto são actos puníveis, dos quais muitos pais fizeram uso para<br />

educar os menores a seu cargo. Encontram-se por isso os pais sempre<br />

com um pé na prisão?<br />

V Daniel Bohren<br />

[Advogado]<br />

Fechar no quarto e prisão domiciliária<br />

representam uma privação da<br />

liberdade punível com uma pena privativa<br />

da liberdade que pode ir até 5<br />

anos (Art. 183 do Código penal suíço<br />

– StGB). Insultos são proibidos (Art.<br />

177 do StGB), assim como ameaças (Art. 180 StGB), quando<br />

estas causam medo à pessoa ameaçada, ou coação (Art. 181<br />

StGB), quando se impõe a alguém com ameaças um determinado<br />

comportamento. Abusos corporais, que levam a ferimentos,<br />

são naturalmente penalizados (Art. 123 StGB). Apertar com<br />

força ou beliscar ou uma ação que leve a vermelhidão da pele<br />

são actos puníveis (Art. 126 StGB), bem como o corte de cabelo<br />

contra a vontade do afetado.<br />

Em contrapartida, não é punível quando alguém comete um acto<br />

punível no desempe nho de uma obrigação legal. A Polícia<br />

pode assim, por exemplo, usar violência no quadro da lei. Os<br />

pais têm, por lei, face aos seus filhos menores o dever e a obrigação<br />

de os educar, o que lhes dá alguma margem de acção, de<br />

actuar em prol da educação das crianças e intervir a sua integridade<br />

física e psíquica. Sim, eles podem mesmo ser punidos por<br />

negligência da obrigação de educação, se não o fizerem (Art.<br />

218 StGB). O direito à educação não significa, no entanto, que<br />

os pais podem fazer tudo o que querem para educar a criança. A<br />

forma como se dá educação é limitada: as medidas educativas<br />

têm sempre de se reger pelo bem da criança, a competência de<br />

julgar e a capacidade jurídica da criança têm de ser respeitadas.<br />

A competência de julgar e a capacidade jurídica da criança<br />

dependem da idade e da maturidade da criança menor. Para o<br />

julgamento do que corresponde ao bem da criança é basicamente<br />

válido o “critério suíço” e não o critério do país de origem dos<br />

pais.<br />

O que é então permitido na<br />

educação?<br />

Prisão domiciliária e fechar – privação da liberdade: privação<br />

da liberdade só é proibida, se decorrer de modo injusto. Uma vez


Direito<br />

Setembro 2018 7<br />

que os pais têm o direito de determinar o local de permanência<br />

da criança menor, prisão domiciliária ou fechar num quarto não<br />

constituem acto punível. A intervenção na liberdade da criança<br />

e a medida de educação têm de ser adequadas e orientar-se<br />

pelo bem-estar da criança. Quem fecha uma criança durante<br />

dias no quarto ou a fecha num curto espaço de tempo no armário<br />

terá de contar com uma punição.<br />

Bater – ferimentos corporais: bater, que leve a ferimentos, contusões,<br />

derrames apreciáveis ou ferimentos afins, é punível e<br />

não é abrangido pelo direito à educação. Tais ferimentos corporais<br />

simples infligidos às crianças, que vivem à guarda do<br />

agressor, são oficiosamente puníveis, quer dizer, não necessitam<br />

de queixa do ferido.<br />

Agressão física: se bofetadas, beliscar, arrancar cabelos ou<br />

pressionar dolorosamente partes do corpo se encontram cobertos<br />

pelo direito à educação, tais práticas não são unânimes,<br />

mesmo para os juristas. Alguns acham que tais acções são<br />

na educação um tabu absoluto, outros são da opinião de que<br />

são autorizados num âmbito determinado. Tem de se distinguir,<br />

basicamente, se alguém age enfurecido ou se age com<br />

a cabeça fria no sentido de aplicar uma medida de educação.<br />

Só seria permitido o que ocorre como medida de educação.<br />

Nem se pode bater no seu vizinho nem na sua criança por enfurecimento<br />

ou devido a stress. Actos individuais só são investigados<br />

e penalizados se houver queixa da criança, pelo<br />

que, regra geral, muito raramente há investigações penais por<br />

agressão física contra crianças pequenas por elas não apresentarem<br />

queixa. Quem, no entanto, dá uma bofetada ao seu<br />

filho pubertário provocador tem de contar com uma punição, se<br />

este apresentar uma queixa. Agressões físicas que se repetem<br />

são, porém, oficiosamente puníveis, quer isto dizer que não<br />

necessitam de queixa. Por exemplo: o Tribunal Federal puniu<br />

um pai que deu a uma criança menor, durante 3 anos, cerca de<br />

uma dúzia de bofetadas e pontapés.<br />

Ameaças e coação: a tentativa de levar uma criança menor<br />

com ameaças e outras ações de pressão a ter um determinado<br />

comportamento (fazer os trabalhos de casa, arrumar o quarto,<br />

ir para a cama, etc…) faz parte, na Suíça, das medidas de<br />

educação mais comuns. Mas mesmo estas medidas têm limites<br />

relacionados com a liberdade e capacidade de exercício da<br />

criança. Quem provoca medo e pavor numa criança e a ameaça,<br />

por exemplo, de a levar para a floresta e de aí a torturar,<br />

torna--se naturalmente passível de pena.<br />

Insultos: estes só são puníveis com queixa e não oficiosamente.<br />

Se o insultado reage também com insultos e acções<br />

agressivas, o juiz pode abster-se de punir. Como os insultos<br />

não são, regra geral, uma medida de educação, sendo feitos<br />

num estado de fúria, teriam de ser punidos se for apresentada<br />

uma queixa.<br />

A educação é um campo de<br />

minas punível para pais?<br />

Para tal não é simples encontrar resposta: crianças menores<br />

vão raramente à polícia, de modo que medidas de educação, à<br />

exceção de casos graves, raramente têm de ser julgadas pelas<br />

instituições. Também não há por isso muitas decisões de tribunal<br />

relativas à educação de crianças. Em relações tensas com<br />

jovens na puberdade ou em separações de matrimónio e de<br />

uniões de facto, tais perguntas chegam de vez em quando às<br />

instituições penais e, nesses casos, tem de se contar que um<br />

insulto, uma ameaça ou uma bofetada sejam punidos. Todavia,<br />

as instituições penais podem prescindir de uma pena, se a<br />

culpa e as consequências de um delito forem diminutas. Deve,<br />

por isso, esperar-se das instituições penais que no julgamento<br />

de culpa e consequências de ações seja contemplado que os<br />

pais se encontram sujeitos a sobrecargas múltiplas (trabalho,<br />

relação com o parceiro, educação das crianças, assegurar a<br />

sobrevivência, etc…) e também que estão expostos a provocações<br />

dos seus menores e que nem toda a intervenção põe em<br />

perigo o bem-estar da criança. As crianças têm uma tolerância<br />

de frustração sólida face aos seus pais, se estes zelarem pela<br />

sua tutela e se, para além de punição, também demonstrarem<br />

afeto e reconhecimento.<br />

Tem perguntas que digam respeito ao direito?<br />

Envie a sua pergunta com a indicação “Lusitano” a:<br />

Bohren Rechtsanwalt,<br />

Postfach 229,<br />

8024 Zürich<br />

ou para: mail@dbohren.ch<br />

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LUSITANO de Zurique<br />

8 Entrevista<br />

António<br />

Filipe<br />

“A atitude que tomamos em relação<br />

a este Governo, permitiu melhorar as<br />

condições de vida dos portugueses“<br />

SANDRA FERREIRA<br />

António Filipe, deputado na assembleia da República pelo PCP, esteve no<br />

passado mês de Maio de visita à Suíça para participar numa actividade<br />

realizada pelo grupo de Comunistas na Suíça, onde aproveitou o momento<br />

para passar por Zurique e estar junto da comunidade e dos temas que mais<br />

inquietam os emigrantes. Nesta passagem rápida o Lusitano de Zurique<br />

teve a oportunidade de fazer uma entrevista onde colocou várias questões<br />

nesse sentido.<br />

Lusitano Zurique - Visto que está de visita<br />

à comunidade portuguesa na Suíça,<br />

pergunto qual é o tema relativamente à<br />

emigração portuguesa com que se tem<br />

debatido nos últimos tempos?<br />

António Filipe - De facto vim cá a convite<br />

do PCP para participar numa festa e tem<br />

sido um convívio muito agradável. Embora<br />

eu não seja mesmo da comissão que mais<br />

frequentemente se ocupa dos problemas<br />

da emigração, que é a comissão de negócios<br />

estrangeiros e comunidades portuguesas,<br />

há uma matéria que tem me ocupado<br />

bastante, que tem a ver com as alterações<br />

que estão a ser tomadas relativamente ao<br />

recenseamento eleitoral e à própria lei eleitoral.<br />

É um processo legislativo que está<br />

em curso desde alguns meses, com várias<br />

iniciativas em discussão e que está numa<br />

fase muito adiantada. Certamente que até<br />

ao fim desta sessão legislativa que se vai<br />

concluir na Assembleia da República, a<br />

18 de Julho, certamente que até lá há um<br />

desfecho com alterações que eu creio que<br />

serão fundamentalmente do agrado dos<br />

cidadãos que vivem no estrangeiro, que<br />

visa alargar o universo eleitoral através<br />

da indexação do recenseamento eleitoral<br />

ao cartão do cidadão. E portanto essa é<br />

a matéria que nos últimos tempos me tem<br />

ocupado.<br />

L.Z. - Acha então que é positivo o recenseamento<br />

automático?<br />

A.F. - Sim eu creio que se está num bom<br />

caminho, ou seja, houve um problema com<br />

que nos deparamos, um problema constitucional,<br />

mas que esta em vias de ser resolvido,<br />

que é o seguinte: houve uma proposta,<br />

que o governo achou uma boa proposta,<br />

que diz que quem tem o cartaz de cidadão<br />

português e que tenha a residência no<br />

estrangeiro, fica automaticamente recenseado<br />

no estrangeiro. Colocava-se aqui o<br />

problema constitucional que era: quando<br />

se atribuiu aos portugueses residentes<br />

no estrangeiro, durante as eleições presidenciais,<br />

a constituição estabeleceu uma<br />

condição que era a de que só teria o direito<br />

de voto os cidadãos que mostrassem um<br />

vínculo de ligação à comunidade nacional<br />

e o que se considerou, logo aí, foi que esse<br />

vínculo se expiraria por via do recenseamento<br />

automático, pois o cidadão não teria<br />

de fazer o recenseamento que de certa forma<br />

mostrava esse vínculo à comunidade.<br />

E depois havia outro problema que poderia<br />

surgir, que era o exercício de direitos políticos<br />

no país de acolhimento depende do<br />

exercício de direitos políticos no país de<br />

nacionalidade e isso poderia criar problema<br />

com alguns países. Então como é que<br />

isso se resolveu, ou melhor, esta em vias<br />

de resolução, ou seja, quando o cidadão<br />

pede o cartão de cidadão e é residente no<br />

estrangeiro é lhe perguntado se quer ser<br />

recenseado automaticamente ou se tendo<br />

ainda a morada nacional se a quer manter


Setembro 2018 9<br />

para efeitos de recenseamento, e assim resolvemos<br />

o problema.<br />

L.Z. - Uma questão que se coloca muitas<br />

vezes quando são s eleições é porque é<br />

que as pessoas que estão numa mesa<br />

de voto em Portugal são remuneradas<br />

e por exemplo aqui na Suíça eu sei que<br />

não são. Não estão a exercer o mesmo<br />

direito?<br />

A.F. - Pois é verdade, não estão. De facto<br />

deviam, sem dúvida. Essa medida foi adoptada<br />

em Portugal há alguns anos porque<br />

começou a ser difícil arranjar pessoas que<br />

se dispusessem a estar numa mesa de votos.<br />

Quem faz esse pagamento é o ministério<br />

de administração interna, mas é claro<br />

que é uma situação de desigualdade e<br />

portanto seria desejável que essas pessoas<br />

tivessem a mesma indemnização.<br />

L.Z. - Segundo o que sei, com o recenseamento<br />

automático, a emigração vai<br />

ser o terceiro maior ciclo eleitoral, no<br />

qual apenas temos quatro deputados<br />

que nos representam. Não deve ser feito<br />

mais neste sentido?<br />

A.F. - Essa questão não está neste momento<br />

em debate, ou seja, é verdade que<br />

essa maior expressão eleitoral se sentirá<br />

nas presidenciais, em que obviamente há<br />

um ciclo único e todos os votos contam e<br />

haverá, assim se espera, mais cidadãos<br />

portugueses a exercer o seu direito de voto<br />

e terão um peso maior sobre a decisão do<br />

presidente da República. A alteração dos<br />

ciclos eleitorais para a presidência da República<br />

é uma coisa mais complexa porque<br />

há um número de deputados constitucionalmente<br />

fixados. Existem já no território<br />

nacional círculos eleitorais só com apenas<br />

dois deputados, o que é o limite da proporcionalidade,<br />

ou seja, menos que isso não<br />

era possível constitucionalmente. A Constituição<br />

impõem o limite máximo de 230<br />

deputados que é o que existe actualmente<br />

e portanto qualquer alteração dos ciclos<br />

iria criar uma situação de desequilíbrio que<br />

neste momento não era suportável pelo sistema,<br />

na medida que ou se aumentava o<br />

número de deputados, que implicaria uma<br />

alteração constitucional, ou então ficávamos<br />

com uma situação insolúvel que é era<br />

depois como é que resolvíamos o problema<br />

do número de deputados por Portalegre ou<br />

Bragança que já só elegem dois. Portanto<br />

eu diria que essa medida não está neste<br />

momento a ser equacionada.<br />

L.Z. - Relativamente ao ensino do Português,<br />

pergunto como é que o PCP, sendo<br />

um defensor da Constituição, porque<br />

não fez algo para que os portugueses no<br />

estrangeiro tenham o mesmo direito ao<br />

ensino gratuito como em Portugal?<br />

A.F. - O PCP apresentou uma proposta da<br />

Assembleia da República, já mais que uma<br />

vez, que alias até repôs o tema no orçamento<br />

de estado para este ano, para a eliminação<br />

das propinas do ensino de português<br />

no estrangeiro, porque de facto parece-nos<br />

que não faz sentido. Havendo para os portugueses<br />

escolaridade obrigatória e gratuita,<br />

haver no estrangeiro portugueses que<br />

tenham de pagar propinas para o ensino do<br />

português para os seus filhos. E portanto<br />

nós apresentamos essa proposta que infelizmente<br />

foi rejeitada, o PS, PSD e CDS<br />

rejeitaram essa proposta, e para além disso<br />

tem havido propostas por parte do PCP<br />

para o reforço da rede de ensino no estrangeiro<br />

como inclusivamente a distribuição<br />

de manuais escolares, porque também no<br />

território nacional conseguiu-se isso. A proposta<br />

do PCP nesse sentido foi aprovada,<br />

havendo uma distribuição gratuita de manuais<br />

escolares para o ensino básico, com<br />

alargamento para os mais ciclos da escolaridade<br />

obrigatória e é um caminho que se<br />

tem vindo a fazer e portanto para nós também<br />

faz todo o sentido que esse direito seja<br />

extensivo a quem estude português no estrangeiro,<br />

não apenas no território nacional.<br />

L.Z. - Para além destas propostas, que<br />

políticas de emigração tem o PCP?<br />

A.F. - Ora como disse não sou experiente<br />

nessa matéria, pois essa matéria é debatida<br />

na comissão de orçamentos e comunidades<br />

portuguesas, da qual não faço parte.<br />

Agora quem faz parte dessa comissão e é<br />

uma deputada que tem contacto muito regular<br />

com as comunidades portuguesas e<br />

que tem levado à Assembleia da República<br />

muitas propostas que lhe chegam dos<br />

contactos que faz , que é a deputada Carla<br />

Cruz, e naturalmente acompanho como é<br />

meu dever embora não tenha conhecimento<br />

muito aprofundado de todas as propostas<br />

que o PCP tem vindo a fazer, mas creio que<br />

tem havido da parte do grupo parlamentar,<br />

claro dentro dos possíveis, pois nem sempre<br />

é fácil, designadamente ter um contacto<br />

presencial. (..) E portanto é essa a preocupação<br />

que temos tido, e que se traduz em<br />

propostas em vários domínios, como esse<br />

da educação, que há pouco falamos, o alargamento<br />

da rede consular, é outro tema que<br />

nos preocupa, designadamente, sabendo<br />

que neste anos de crise que fustigaram o<br />

país, que houve restrições muito penosas<br />

nessa matéria, e portanto pensamos que o<br />

estado português não deve faltar aos portugueses<br />

que vivem no estrangeiro, através<br />

de uma rede consular que possa corresponder<br />

às necessidades existentes e que<br />

possa dar aos portugueses o apoio de que<br />

eles precisam nos países onde estão, para<br />

que não se sintam abandonados pelo estado<br />

português, e essa é uma preocupação<br />

que temos sempre que ter.<br />

L.Z. - Tendo o PCP aceite fazer parte da<br />

coligação, não foi um erro não terem<br />

aceite terem um Ministro?<br />

A.F. - Não, vamos lá ver… o que há em<br />

Portugal neste momento é um governo de<br />

Partido Socialista que é um governo minoritário,<br />

como já houve noutros momentos, por<br />

exemplo o António Guterres liderou dois governos<br />

socialistas que eram governos minoritários<br />

com este governo é. O que sucedeu<br />

nas actuais circunstâncias foi que a coligação<br />

de direita que estava no poder (o PSD e<br />

CDS) perderam a maioria absoluta e tendo<br />

perdido a maioria absoluta, colocou-se a<br />

questão “o que vamos fazer?“, ou seja, vai<br />

ficar um governo minoritário do PSD e CDS<br />

e a resposta que o PCP disse foi que “não,<br />

não aceitamos isso“, porque a experiência<br />

que tivemos do Governo de direita foi desastrosa<br />

a todos os níveis e foram eles os<br />

responsáveis pelo primeiro retrocesso em<br />

Portugal, com uma brutalidade sem antecedentes,<br />

com cortes de pensões, cortes<br />

de salários, cortes de feriados, bem com<br />

cortes de uma violência social que fez gritar<br />

a pobreza no país. E portanto achamos<br />

que havendo a possibilidade de interromper<br />

essa governação que isso devia ser feito. E<br />

aí dissemos que o Partido Socialista teria<br />

a possibilidade de formar governo desde<br />

que estivesse disposto a aceitar uma série<br />

de condições que iriam reverter as piores<br />

medidas que foram tomadas pelo Governo<br />

anterior. Isso ficou muito claro e portanto o<br />

Partido Socialista aceitou isso através de<br />

um acordo com vários partidos e isso permitiu<br />

tornar possível esta solução governativa,<br />

mas nem o PCP deixou de ser o PCP,<br />

nem o PS deixou de ser o PS, e as divergências<br />

que existiam entre ambos partido<br />

mantêm-se, e são serias em determinados<br />

aspectos, designadamente na matéria laboral,<br />

o PS tem-se recusado a alterar aquilo<br />

que de pior foi feito pelos governos do PSD<br />

e CDS e que muito temos contestado. Mas<br />

não deixamos de apresentar as nossa propostas.<br />

Claro que os partidos do PSD e<br />

CDS, sempre que o PCP apresenta uma<br />

proposta que o PS recusa, aí o PSD E CDS<br />

votam com o PS, fazendo assim uma pequena<br />

provocação do tipo “se vocês fazem<br />

proposta e o PS não aceita porque é que<br />

vocês não derrubam o governo?“. E nos poderíamos<br />

perguntar “e se nós derrubarmos<br />

o governo, nós resolvíamos o problema?“.<br />

E portanto nós sabemos as limitações desta<br />

solução política, sabemos as diferenças<br />

que temos em relação ao Partido Socialista,<br />

mas também temos consciência de uma<br />

coisa, é que a atitude que tomamos em relação<br />

a este governo, permitiu melhorar as<br />

condições de vida dos portugueses e isso<br />

para nós é que é essencial.<br />

L.Z. - Para terminar pergunto: Como está<br />

o PCP de saúde?<br />

A.F. - O PCP está bem de saúde e recomenda-se<br />

(risos). Evidentemente que não<br />

temos uma visão triunfalista, sabemos das<br />

dificuldades pelas quais os portugueses<br />

ainda passam, e portanto isto é uma luta difícil<br />

que travamos. Há muitas batalhas que<br />

travamos e que o sucesso não está à vista.<br />

L.Z. - Mas não está a surgir uma camada<br />

jovem neste sentido?<br />

A.F. - Sim, sim e o PCP é um dos grupos<br />

com uma camada mais jovem da Assembleia<br />

da República. Temos tido uma renovação<br />

no nosso grupo parlamentar ao ponto<br />

de eu ser um dos mais velhos. Um grupo<br />

que corresponde também ao rejuvenescimento<br />

que o partido tem vindo a ter e isso<br />

traduz-se numa vivacidade na intervenção<br />

política, que é necessária e pensável. Portanto<br />

se o partido não se renovar e não rejuvenescer<br />

acaba por definhar e não é isso<br />

que nós queremos. E estamos convictos<br />

que a influência que o PCP tem é determinante<br />

para que as coisas possam melhorar<br />

no país e é esse o nosso objectivo l


10<br />

LUSITANO de Zurique<br />

Desporto<br />

Final do Tour de Suisse<br />

em Bellinzona<br />

com a Europcar de Carlos Sardinha<br />

Foi um fim de semana recheado de emoções, no seguimento do generoso convite<br />

do director-geral da Europcar, Carlos Sardinha, que foi acompanhado também pelo<br />

Armindo Alves e Jorge Rodrigues do Centro Lusitano de Zurique. O final do Tour da<br />

Suíça em bicicleta, teve o seu epílogo na bonita cidade de Bellinzona no Ticino.<br />

A. Sá<br />

Desta vez o popular corredor Rui Costa não participou no Tour<br />

de Suisse, vencedor por três vezes desta prova, mas contou<br />

com Nelson Oliveira e José Gonçalves.<br />

Carlos Sardinha tem 57 anos de idade, natural de Sintra, chegou<br />

à Suíça no dia 17 de Julho de 1971, para a Vila de Chatel<br />

St Denis, onde mais tarde tirou a sua licenciatura em Gestão<br />

e Marketing. É director-geral da empresa desde o ano de 1993<br />

e dá trabalho a 450 pessoas, entre as quais cerca de 120 portugueses.<br />

Carlos Sardinha, entre outras actividades de relevo,<br />

é ainda o administrador do Centro de Congressos em<br />

Montreux. Mas, na verdade, os dias 20 e 21 de Maio ficaram<br />

marcados pela emoção desta comitiva em poder acompanhar<br />

bem de perto as actividades dos ciclistas e todo o seu staff,<br />

uma azáfama que emociona pelo empenho de todos os seus<br />

elementos, como a direcção do próprio Tour. Nada pode falhar,<br />

desde a segurança dos ciclistas aos milhares de pessoas que<br />

assistem a todo o espectáculo que a caravana proporcionou<br />

na passagem pelas ruas do Ticino.<br />

Carlos Sardinha confidenciou-nos que a Europcar acaba de<br />

assinar mais um contrato com o Tour para os próximos três<br />

anos, marcando, assim, uma presença de relevo nesta importante<br />

competição que, segundo o nosso guia, Daniel Schnider,<br />

também ele antigo ciclista profissional, diz ser a 4.ª mais importante<br />

prova ciclista no mundo, depois do Tour de França,


Comunidade<br />

Setembro 2018 11<br />

o Giro de Itália e a Vuelta de Espanha. Também nos disse<br />

que o Tour de Suisse é muito importante para as estrelas do<br />

ciclismo mundial actual, dado ser uma excelente plataforma<br />

de treino para a mais importante prova ciclista no mundo; o<br />

Tour de France, que se inicia dentro de dias. Assim, Carlos<br />

Sardinha teve praticamente o fecho do Tour nas suas mãos,<br />

ao atribuir o último prémio no pódio de Bellinzona, ao entregar<br />

a malha do ciclista “Bester Jungprofi Europcar”, que é nada<br />

mais do que menos do que o mais jovem ciclista profissional, e<br />

o vencedor foi o Mas Nicolau Enric. Uma nota para o excelente<br />

contra-relógio do nosso Nelson Oliveira, que se classificou no<br />

quarto lugar da prova, o que augura coisas boas para o Tour<br />

de France. Também uma boa prestação foi do José Gonçalves<br />

que vai participar na Vuelta a Espanha.<br />

Uma palavra de agradecimento ao Carlos Sardinha pelo excelente<br />

fim-de-semana que foi na verdade uma experiência<br />

única e inesquecível. O vencedor do Tour da Suisse este ano<br />

foi o australiano Porte Richie.


12<br />

LUSITANO de Zurique<br />

Agenda Cultural<br />

AGENDA CULTURAL<br />

2.9.2018<br />

DIA DOS CINEMAS<br />

Hoje, em muitos cinemas da<br />

Suíça, a entrada custa CHF 5.-.<br />

Haverá filmes em diversas línguas.<br />

Você obtêm uma visão<br />

geral dos cinemas e da programação<br />

dos filmes no site:<br />

www.allianz-tagdeskinos.ch.<br />

2.9.2018<br />

DANÇAS E PEÇAS<br />

DE TEATRO PARA<br />

CRIANÇAS<br />

No "Zürcher Theaterspektakel"<br />

as crianças dançam diversos<br />

estilos musicais como "Macarena"<br />

e fazem diversas brincadeiras<br />

sobre o tema do teatro.<br />

15:00-18:00. Participação possível<br />

em qualquer momento e<br />

sem inscrições. Participação<br />

gratuita.<br />

Landiwiese, beim Spielort "Süd".<br />

S8/S24 oder Tram 7 bis "Bahnhof<br />

Wollishofen" oder Bus<br />

161/165 bis "Landiwiese".<br />

http://www.theaterspektakel.ch<br />

7.9.2018<br />

FESTA DE BAIRRO<br />

NO ESTÚDIO DA<br />

RÁDIO (07.09.-08.09.)<br />

A "Musikwelle Guggach" é uma<br />

festa de bairro para grandes<br />

e pequenos com concertos e<br />

barraquinhas de comidas. Sexta-feira:<br />

concertos a partir de<br />

18:00, sábado: programação<br />

para crianças e concertos a<br />

partir de 14:30. Sexta e sábado:<br />

discoteca silenciosa a partir de<br />

23:00. Entrada livre.<br />

Brache Guggach. Wehntalerstr. 109.<br />

Tram 11 oder Bus 32/40 bis "Radiostudio".<br />

http://www.musikwelle-guggach.ch<br />

7.9.2018<br />

FESTA NO JOSE-<br />

FWIESE<br />

Esta noite, nas arcadas do "Viadukt"<br />

no Josefwiese haverá<br />

uma festa com concertos gratuitos.<br />

Algumas lojas apresentam<br />

seus produtos artesanais.<br />

17:00-02:00.<br />

Viaduktstrasse.<br />

Tram 4/13/17 bis "Dammweg"<br />

oder Bus 33/72 oder S-Bahn bis<br />

"Bahnhof Hardbrücke".<br />

http://www.im-viadukt.ch<br />

8.9.2018<br />

CIRCO PARA<br />

CRIANÇAS (08.09.-09.09.)<br />

Neste fim de semana, o circo<br />

infantil "Robinson" faz apresentações<br />

sobre o tema do cinema.<br />

Um grupo de crianças descobre<br />

um velho cinema que as inspira<br />

em uma nova vida. O escritório<br />

da MAPS sorteia 5×2 entradas<br />

para a apresentação do dia<br />

08.09. às 11:00 ou para a apresentação<br />

do dia 09.09. às 15:00. É só<br />

ligar para: 044 415 65 89 ou escrever<br />

um e-mail para: maps@aoz.ch.<br />

Brache Guggach. Wehntalerstr.<br />

109.<br />

Tram 11 oder Bus 32/40 bis "Radiostudio".<br />

http://www.musikwelle-guggach.ch<br />

8.9.2018<br />

GRANDE FESTA DO<br />

OUTONO (08.09.-10.09.)<br />

A "Knabenschiessen" é a festa<br />

popular mais antiga da cidade<br />

de Zurique com muitas atrações<br />

como montanhas-russas,<br />

roda-gigante e barraquinhas de<br />

comidas. Sáb 10:00-01:30, dom<br />

11:00-00:30, seg 11:00-23:00. A<br />

entrada na área da festa é gratuita.<br />

Na seg, de 11:00 às 11:30,<br />

pode-se andar gratuitamente<br />

nos brinquedos. Uma tradição<br />

nesta festa é o concurso de tiros<br />

para os jovens. Informações<br />

sobe o concurso de tiros: www.<br />

knabenschiessen.ch.<br />

Albisgütli.<br />

Tram 13/17 oder Bus 32/89 bis<br />

"Strassenverkehrsamt".<br />

9.9.2018<br />

CINEMA AO AR LI-<br />

VRE (07.09.-24.09.)<br />

Durante dezoito dias, o cinema<br />

ao ar livre "Bloom" no "Landesmuseum"<br />

apresenta filmes do<br />

mundo todo. Hoje, às 20:15,<br />

haverá o filme "Don't Worry, He<br />

Won't Get Far on Foot". O filme<br />

é um retrato engraçado, porém<br />

trágico sobre um desenhista de<br />

história em quadrinhos paraplégico.<br />

O escritório da MAPS<br />

sorteia 3×2 entradas. É só ligar<br />

para: 044 415 65 89 ou escrever<br />

um e-mail para: maps@aoz.ch.<br />

Landesmuseum Zürich, Gartenhof.<br />

Museumsstr. 2.<br />

Tram 4/11/13/17 oder Bus 46 bis<br />

"Bahnhofquai/HB" oder Tram 3/6/10<br />

oder Bus 31 bis "Bahnhofplatz".<br />

http://www.bloomkino.ch<br />

12.9.2018<br />

CIRCO PARA TODA<br />

A FAMÍLIA (12.09., 14.09., 15.09.)<br />

O circo "Chnopf" apresenta o<br />

seu novo espectáculo "GUGUS"<br />

a céu aberto com acrobacias,<br />

dança e música. Recomenda-<br />

-se chegar cedo. 16:30. Também<br />

a 14.09. e 15.09. às 19:30.<br />

Entrada livre, contribuição espontânea.<br />

Zirkusquartier. Flurstr. 85.<br />

Tram 2 oder Bus 83/89 bis<br />

"Kappeli".<br />

http://www.chnopf.ch<br />

15.9.2018<br />

ARTE DA EUROPA<br />

DE LESTE (15.09.-28.10.)<br />

A exposição "Poetry & Performance.<br />

The Eastern European<br />

Perspective" mostra obras de<br />

artistas e autores da Europa de<br />

Leste sobre os actuais desafios<br />

nestes países outrora socialistas.<br />

Inauguração hoje às 18:00.<br />

Ter-sex 14:00-18:00, sáb-dom<br />

12:00-18:00. Entrada livre, contribuição<br />

espontânea.<br />

Shedhalle. Seestr. 395.<br />

Bus 161/165 bis "Rote Fabrik".<br />

http://www.shedhalle.ch<br />

16.9.2018<br />

FESTA NA NATUREZA<br />

A tradicional festa de Outono no<br />

"Wildnispark" oferece um diversificado<br />

programa para crianças<br />

e adultos com uma peça de<br />

teatro, um espectáculo de magia<br />

e visitas guiadas ao parque.<br />

10:00-17:00. Entrada livre.<br />

Wildnispark Zürich, Langenberg<br />

und Sihlwald (Shuttelbus zwischen<br />

den beiden Orten).<br />

S4 bis "Sihlwald".<br />

http://www.wildnispark.ch<br />

19.9.2018<br />

FESTA PARA<br />

CRIANÇAS<br />

Na zona histórica junto da igreja<br />

"St. Peter" decorre hoje uma<br />

festa para crianças com interessantes<br />

e divertidos jogos.<br />

Há um pequeno aperitivo para<br />

quem tiver fome. Em caso de<br />

mau tempo, as crianças jogam<br />

na "Lavaterhaus" em frente à<br />

igreja. 14:00-17:00. Participação<br />

gratuita.<br />

Hof bei Kirche St. Peter oder im<br />

Lavaterhaus. St. Peterhofstatt 6.<br />

Tram 4 bis "Rathaus" oder Tram<br />

6/7/11/13/17 bis "Rennweg".<br />

http://www.altstadthaus.ch<br />

27.9.2018<br />

APRESENTAÇÃO SO-<br />

BRE METEORITOS<br />

No museu "focusTerra" há uma série<br />

de apresentações sobre a exposição<br />

"Expedition Sonnensystem".<br />

Até meados de Dezembro<br />

às quintas-feiras descubra coisas<br />

novas sobre o nosso sistema solar.<br />

Hoje será sobre os meteoritos<br />

e o tempo em que a Terra e os outros<br />

planetas se formaram. 18:15.<br />

Participação gratuita.<br />

focusTerra. Sonneggstr. 5.<br />

Tram 6/9/10 bis "ETH/Universitätsspital".<br />

http://www.focusterra.ethz.ch<br />

27.9.2018<br />

DANÇAR TANGO<br />

Hoje dance tango na "Altstadthaus".<br />

O curso fornece as bases<br />

da dança. No final, pode<br />

refrescar-se no bar. Atenção:<br />

inscrições até 25.09.: betrieb@<br />

altstadthaus.ch. 19:30-20:30.<br />

Participação gratuita, contribuição<br />

espontânea.<br />

Altstadthaus. Obmannamtsgasse<br />

15.<br />

Tram 3/11 oder Bus 31 bis "Neumarkt".<br />

http://www.altstadthaus.ch<br />

29.9.2018<br />

IOGA E O RISO<br />

Hoje há uma variedade especial<br />

de ioga para os adultos experimentarem.<br />

Com "Lachyoga" o<br />

riso é combinado com respiração<br />

consciente. Os exercícios<br />

são lúdicos e simples. Atenção:<br />

inscrições até 26.09.: betrieb@<br />

altstadthaus.ch. 09:00-09:45.<br />

Participação gratuita, contribuição<br />

espontânea.<br />

Altstadthaus. Obmannamtsgasse<br />

15.<br />

Tram 3/11 oder Bus 31 bis "Neumarkt".<br />

http://www.altstadthaus.ch


Setembro 2018 13


LUSITANO de Zurique<br />

Saúde<br />

14V<br />

Zuila Messmer<br />

Onicofagia<br />

o hábito de roer as unhas.<br />

Porquê isso acontece?<br />

A denominação oficial do ato de roer as<br />

unhas chama-se Onicofagia.<br />

Estudos afirmam que esse hábito atinge<br />

cerca de 20 a 30% da população no<br />

mundo e que o problema tende a iniciar<br />

na infância, chegando ao pico na adolescência,<br />

e depois regride de forma<br />

lenta ou abrupta. O processo de envelhecimento<br />

fisiológico também influência<br />

na redução do hábito.<br />

Segundo as pesquisas, ainda não se<br />

sabe exactamente o que leva a onicofagia, porém existem alguns<br />

factores já comprovados, tais como, a herança genética,<br />

facto esse que, um terço das pessoas que apresentam essa<br />

síndrome, possuem familiares com o mesmo costume, e que é<br />

muito comum entre gémeos. Outro aspecto relevante do vício é<br />

o efeito relaxante que ele proporciona nessas pessoas, aliviando<br />

a ansiedade, o tédio, as tensões, o medo, a insegurança,<br />

o nervosismo, as frustrações e até a fome, o que faz leva a<br />

crer, haver também uma conotação emocional influenciando o<br />

problema.<br />

A onicofagia pode levar à comprometimentos psicossociais<br />

significativos e ter um impacto negativo na qualidade de vida<br />

das pessoas. Além disso, pode ocasionar problemas no leito<br />

ungueal das unhas e na cavidade bucal. Nas unhas, havendo<br />

até por vezes à necessidade de uma intervenção cirúrgica para<br />

tratar a complicação.<br />

Com o vício de roer unhas se leva inúmeras bactérias e microorganismos<br />

para o organismo, como salmonelas, entamoeba<br />

coli (ameba), gerando doenças de pele, verminoses, infecções,<br />

deformações e desgastes dentários.<br />

Como parar com a Onicofagia<br />

Conforme os estudiosos, o problema é complexo, consequentemente<br />

difícil, mas não impossível de ser tratado. Necessita<br />

das orientações de uma equipe multidisciplinar, formada por<br />

um dermatologista, pediatra, dentista, psicólogo, os quais juntos,<br />

somam conhecimentos e estabelecem medidas que tratam<br />

o distúrbio.<br />

A maioria das pessoas que fazem o tratamento, raramente conseguem<br />

bom êxito na primeira tentativa, daí a necessidade dos<br />

diversos profissionais engajados, a fim de ajudar ao portador<br />

da síndrome, a se conscientizar e determinar-se no objectivo<br />

para alcançar a cura.<br />

Felizmente há diferentes meios de se recorrer para solucionar o<br />

problema, entre eles estão métodos domésticos, à atenção dos<br />

pais e familiares, uso de substâncias com sabores desagradáveis<br />

nos dedos, terapias e até dispositivos, como pulseiras, que<br />

dão choques eléctricos para tentar corrigir o vício.<br />

Uma das opções eficazes para eliminar esse mau hábito, está<br />

em tentar identificar o que leva ao hábito, anotando o que fazia,<br />

como se sentia e onde estava ao iniciar roer as unhas. A táctica<br />

visa reconhecer a causa e o momento em que vai iniciar o processo<br />

(o roer das unhas), evitando-o.<br />

Outro recurso é enrolar ou fazer um curativo no dedo, ou dedos,<br />

que são alvos do vício. Outro seria manter as unhas cortadas<br />

bem curtas, ou pintadas, ou passar alguma substância ou creme<br />

de cheiro forte, ou sabor desagradável, como o vinagre,<br />

pimenta ou algo amargo.<br />

Manter a mente e as mãos ocupadas com algum trabalho manual,<br />

ajuda bastante a debelar o vício.<br />

Recomenda-se uma terapia comportamental, de liberação<br />

emocional e inversão de hábitos.<br />

Fazer desporto: yoga, jogos, caminhadas, bicicletas, nadar, etc.<br />

Uma dieta saudável e equilibrada influem na saúde das unhas.<br />

Alimentos integrais fornecem ao corpo quantidades adequadas<br />

de elementos que o organismo precisa. Caso seja insuficiente,<br />

existe a possibilidade de desencadear doenças crónicas, comprometimento<br />

da saúde dos cabelos, pele e unhas.<br />

As substâncias antioxidantes, vitaminas - A, C e D, biotina e<br />

minerais como o zinco, encontrado em legumes, folhas verdes,<br />

algas, assim como as proteínas, são elementos essenciais na<br />

saúde das unhas, sendo algumas das grandes fontes o leite<br />

e seus derivados, ovos, frangos, carnes, peixes, quinoa, lentilhas,<br />

feijão e outros.<br />

O corpo precisa da Vitamina B7 - a biotina, para metabolizar<br />

gorduras, carboidratos e aminoácidos, embora seja mais conhecida<br />

por seu papel no fortalecimento dos cabelos e unhas.<br />

A biotina desempenha ainda mais funções importante, como na<br />

criação da queratina que compõe as unhas. As gemas de ovos<br />

orgânicos (galinhas criadas livres, no campo) são uma das melhores<br />

fontes dessa vitamina.<br />

Ómegas são outros componentes vitais à saúde, primordiais<br />

na formação das membranas celulares e manutenção do equilíbrio<br />

das funções orgânicas - estruturais e funcionais. Possuem<br />

efeito anti-inflamatório, combatem a osteoporose, diminuem<br />

os riscos de artrite, retardam o envelhecimento precoce<br />

da pele, prevenindo rugas, flexibilidade e elasticidade da pele,<br />

diminuem os efeitos negativos dos raios Ultra Violetas. Evitam<br />

os desconfortos da tensão pré-menstrual, previnem contra<br />

doenças no olhos, Alzheimer, diabetes, hiperatividade, pressão<br />

alta, distúrbios de deficit de atenção e depressão.<br />

Unhas frágeis ou maleáveis são sinais comuns de que está havendo<br />

uma proporção inadequada entre as substâncias ómega<br />

3, 6 e 9, encontrados em mariscos, peixes, salmão, sardinha,<br />

anchovas, nozes, amêndoas, linhaça, semente de chia, brócolos<br />

e demais alimentos.<br />

Finalmente, ao perceber algum sintoma não comum ou incómodo<br />

nas unhas, resista ao desejo de simplesmente ocultar com<br />

unhas artificiais ou esmaltes, procure as causas. Se alguém<br />

é portador da síndrome de onicofagia (roer as unhas), faça o<br />

tratamento, evitando transtornos futuros na saúde!


Comunidade<br />

Setembro 2018 15<br />

O visto “C” é um dos mais cobiçado pelos migrantes na Suíça: ele dá todos os direitos de residência, trabalho e circulação, menos o de votar. (Keystone)<br />

Renovação do visto de residência<br />

na Suíça depende da<br />

integração do estrangeiro<br />

O governo federal acaba de adotar novos regulamentos relacionados a estrangeiros e<br />

sua permanência na Suíça: a partir do início de 2019, o migrante só terá o visto renovado<br />

se cumprir critérios de bom comportamento e integração adotados.<br />

Swissinfo (*)<br />

O Conselho Federal, corpo de sete ministros que governam o<br />

país, adotaram as novas regras na quarta-feira como parte da<br />

revisão da Lei de estrangeiros. Elas entram em vigor a partir de<br />

1o de janeiro de 2019.<br />

Vários tipos de vistos podem ser renovados diretamente se o<br />

migrante pode comprovar sua boa integração na sociedade. No<br />

entanto, problemas de integração podem causar problemas às<br />

suas condições de residência.<br />

As autoridades só prolongam os vistos se alguns critérios forem<br />

atendidos. A lei refere a parâmetros como respeito à segurança<br />

pública, ordem e valores constitucionais, participação ativa na<br />

economia (ter trabalho) ou o bom domínio de algum dos idiomas<br />

nacionais.<br />

O nível de domínio do idioma pode ser comprovado se o estrangeiro<br />

já o tem como idioma materno (como é o caso de alemães,<br />

franceses ou italianos, dentre outros), assim como os que<br />

completaram pelo menos três anos da escola obrigatória. Um<br />

período transitório de um ano também foi adicionado ao prazo<br />

para adquirir os níveis exigidos.<br />

Quantos mais direitos são garantidos ao migrante, maior são<br />

os níveis exigidos de domínio dos idiomas. A concessão de um<br />

visto de residência ou de permanência, que permite, dentre outros,<br />

a reunificação familiar, agora também exige o domínio dos<br />

idiomas. O não cumprimento dessa exigência pode ser solucionado<br />

através da comprovação que o estrangeiro fez cursos de<br />

idiomas.<br />

Penas<br />

Os estrangeiros que não demonstrarem vontade de se integrar<br />

podem ser obrigados a assinar um acordo de integração mencionando<br />

as expectativas que precisam ser atendidas. No entanto,<br />

os cantões (estados) não serão forçados a concluir tais<br />

acordos.<br />

O não cumprimento de tal acordo poderá afetar a renovação<br />

da autorização de residência. Por exemplo, alguém com uma<br />

autorização de residência permanente (visto "C") que não atenda<br />

aos critérios de integração pode ser relegado ao status de<br />

residente temporário (titular do visto "B").<br />

(*) escreve em português do Brasil


16<br />

LUSITANO de Zurique<br />

Desporto<br />

“Estamos a fazer um plantel, acredito<br />

sempre em quem trabalha comigo”<br />

O novo treinador da equipa sénior do Centro Lusitano de Zurique, com 43 anos, Alberto<br />

Fernandes, natural de Sobradelo da Goma (Póvoa de Lanhoso), distrito de Braga a viver<br />

há 29 anos na Suíça com passagem por várias equipas portuguesas e suíças.<br />

Alberto<br />

Fernandes<br />

JORGE MACIEIRA<br />

VA<br />

L.Z. - Como surgiu o convite para treinar<br />

o Centro Lusitano de Zurique? O que sentiu<br />

quando recebeu esse convite?<br />

Alberto Fernandes - O convite surgiu o ano<br />

passado. Nessa altura estava no Fc Kemptthal<br />

e por isso não pode aceitar, mas depois<br />

de saber que o meu futuro não passava por o<br />

Kempttal escrevi ao Gualter a dizer que se eles<br />

estivessem á procura de um treinador estaria<br />

disponível. Nessa altura o centro lusitano tinha<br />

um treinador e as palavras do Gualter foram<br />

que contavam com o treinador actual, passado<br />

algumas semanas recebi um telefonema do<br />

Gualter com o convite de ser o próximo treinador<br />

do centro lusitano, depois do convite senti<br />

orgulho por poder representar um clube como<br />

o centro lusitano.<br />

L.Z. - Se me permite, todos nós gostaríamos<br />

de conhecer um pouco da sua carreira<br />

pessoal.<br />

A.F. - A minha carreira no futebol começou ainda<br />

eu era criança, foi iniciado no Braga. Na Suíça,<br />

onde cheguei com 14 anos, representei 2<br />

clubes portugueses: o estrelas de Portugal e o<br />

Sporting de Zürich. Depois estive em vários clubes<br />

Suíços: FC Witikon, FC Spreitenbach, FC<br />

Schwamendingen, FC United Zürich, FC Zürich<br />

Affoltern, SV Höngge e FC Glattbrugg.<br />

L.Z. - O futebol, como todos sabemos, não<br />

se resume a jogar à bola. Tem sempre algo<br />

mais a oferecer e algo mais a descobrir.<br />

Como vê o futebol, dentro e fora das quatro<br />

linhas?<br />

A.F. - Tanto dentro como fora do terreno de jogo<br />

eu vejo o futebol como a essência da vida. Temos<br />

de respeitar para ser respeitados, temos<br />

de saber perder e ganhar, temos de saber que<br />

nesta vida, como no futebol, sem a nossa equipa<br />

não somos nada.<br />

L.Z. - O trabalho de um treinador é muito extenso,<br />

mas pode ser orientado com base em<br />

filosofias e ideias. No seu ponto de vista e<br />

de forma geral, quais filosofias deve seguir?<br />

A.F. - Eu sigo a filosofia da paixão. Acho que<br />

o futebol, entre regras tácticas e físicas entre<br />

sacrifícios e empenho, é um desporto onde a<br />

paixão fala mais alto, a filosofia e quando entramos<br />

no terreno de jogo desfrutar ao máximo. O<br />

futebol tem que ser alegria.<br />

L.Z. - E quais são os aspectos que considera<br />

mais importantes para formar a base de<br />

uma boa organização?<br />

A.F. - Principalmente o respeito, a humildade e<br />

o empenho.<br />

L.Z. - Muitos treinadores acreditam que<br />

deve ser mantida uma certa distância entre<br />

treinador e jogador, outros acreditam que<br />

deve existir um equilíbrio, onde a ideia do<br />

jogador é fundamental. Em que ficamos?<br />

A.F. - Acho que um bom treinador tem que ter<br />

as 2 coisas; há situações que temos de ser mais<br />

sérios mas também existem situações onde<br />

uma brincadeira também é essencial mas claro<br />

tudo dentro da regra principal que é o respeito.<br />

L.Z. - Como treinador, de certeza que concorda<br />

que se deve apostar no futebol juvenil.<br />

Na sua opinião, compensa no futebol<br />

actual? Acredita que o CLZ terá resultados<br />

com as camadas jovens num futuro próximo?<br />

A.F. - Sim acho que os jovens são o futuro<br />

quanto aos resultados no CLZ ainda é muito<br />

cedo para dizer algo porque não conheço os jogadores<br />

mas acho que é importante ter treinador<br />

com qualidade para preparar os jovens para<br />

que um dia possam jogar na equipa principal.<br />

L.Z. - E quais são os objectivos para o futuro?<br />

Quais os prognósticos para a época que<br />

esta aí a porta?<br />

A.F. - O objectivo principal é moldar uma equipa<br />

á minha imagem. Quando cheguei encontrei<br />

uma equipa destroçada com vários jogadores<br />

a irem embora, mas iremos fazer de tudo para<br />

que o CLZ volte a ser uma equipa forte para<br />

discutir a subida à 3ª liga .<br />

L.Z. - Considera que tem o plantel certo para<br />

fazer uma época sem sobressaltos? Confia<br />

neste plantel?<br />

A.F. - Neste momento estamos a fazer um plantel:<br />

acredito sempre em quem trabalha comigo .<br />

L.Z. - Gostaria de deixar alguma mensagem<br />

aos associados e simpatizantes do Centro<br />

Lusitano de Zurique e leitores?<br />

A.F. - A mensagem que quero deixar a toda a<br />

gente é que vamos fazer do centro lusitano um<br />

clube único onde todos teremos de seguir na<br />

mesma direcção. Juntos somos mais fortes!


Desporto<br />

Setembro 2018 17<br />

Juniores A eliminados<br />

na taça<br />

JORGE MACIEIRA<br />

VA<br />

O habitual jogo da primeira ronda da taça<br />

regional de juniores A abriu, mais uma vez<br />

oficialmente a época dos juniores A do<br />

Centro Lusitano de Zurique, no passado<br />

dia 19 de Agosto, em casa contra o FC<br />

Rüti da Promotion.<br />

O juniores do Lusitano a entrar em campo<br />

ainda um pouco desfalcado com os jogadores<br />

ainda a regressarem de fériasa chegaram<br />

ao intervalo com o resultado de três<br />

bolas a zero para a equipa visitante.<br />

Uma entrada forte do Lusitano, na segunda<br />

parte, onde reduziram por Fábio e<br />

Júlio, para três bolas a duas, onde foram<br />

à procura do golo do empate e onde<br />

tiveram oportunidades que não conseguiram<br />

concretizar.<br />

Acabando por sofrer o quatro a dois<br />

já perto do minuto noventa onde fez<br />

o resultado final da partida como FC<br />

Rüti a passar para a próxima ronda da<br />

taça.<br />

Próximas actuações<br />

do Rancho do<br />

Centro Lusitano de<br />

Zurique<br />

Volkswagen Zubehör.<br />

100 % Volkswagen.<br />

Garage Mutschellen AG<br />

Bernstrasse 4<br />

8965 Berikon<br />

Tel. 056 633 15 79<br />

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18<br />

LUSITANO de Zurique<br />

Serviço de Diárias de Segunda a Sexta-Feira - 18 Frs tudo incluído - Aguardámos a sua visita


Recantos Helvéticos<br />

Setembro 2018 19<br />

Nax<br />

MARIA DOS SANTOS<br />

O calor convidou-me a um repouso<br />

sobre a minha cadeira<br />

baloiço, estrategicamente colocada<br />

na varanda do terceiro andar<br />

onde habito, onde em noites<br />

como esta me deixo embalar. O<br />

sono rapidamente espreitou. As<br />

estrelas começavam a surgir e<br />

adormeci contemplando o seu<br />

brilho fascinante.<br />

Acordei de repente, com a sensação de uma carícia no meu rosto.<br />

Leve, suave e plena de carinho. Olho em meu redor, o pátio está<br />

vazio. Aparentemente, estou só. Inspiro profundamente e mergulho<br />

em recordações. Na minha mente surge o meu saudoso Pai,<br />

talvez fosse ele que me tivesse vindo acordar, como só ele sabia.<br />

Sorrio por sentir a sua presença e fui para a cama desejando estar<br />

novamente em Nax.<br />

Nax é uma vila situada no coração do Vallais. Com mil duzentos oitenta<br />

e seis metros de altitude esta região vive as tradições de<br />

uma forma profunda e sentida.<br />

O desafio prometia: escalar uma montanha. Iria assim desafiar o<br />

meu equilibro, força, destreza, confiança, flexibilidade, habilidade<br />

e confiança em mim própria. Não esquecendo a agilidade mental,<br />

para encontrar um solução rápida, caso a dificuldade e falta de<br />

confiança se apoderassem de mim.<br />

Respirei fundo, vesti o equipamento * Salva Vidas* e toca a grimpar.<br />

Passo a passo, agarrada as argolas cravadas na pedra montanhosa,<br />

fui subindo, sem grandes dificuldades.<br />

A meio do percurso, parei para curiosamente observar o meu entorno,<br />

nomeadamente a bela cidade, que com os seus dois castelos<br />

se impõe sobre Sion. Debaixo dos meus pés um vazio total que<br />

me provocou um calafrio na coluna. Sem conseguir dominar-me,<br />

as minhas pernas tremeram sem parar uma fracção de segundos.<br />

Dei-me conta que o medo se impunha agora à coragem. Podemos<br />

preparar a mente para as dificuldades, mas vivenciá-las é o maior<br />

desafio. Voltar para trás era impossível, por isso, activei o plano<br />

B. Respirar. Estabilizar as pernas. Respirar. Aceitar a presença do<br />

medo mas ir em frente mesmo assim. Foi uma experiência singular.<br />

Não iria permitir que uma vertigem me abalasse e fizesse dizer<br />

adeus à vida que tanto amo. Fiquei impressionada como, numa<br />

questão de segundos, o nosso instinto de sobrevivência surge e<br />

encontra uma solução. Somos capazes. Queremos continuar, temos<br />

de conseguir, e isso vale por tudo.<br />

Cheguei ao final do percurso, depois de quase duas horas. Deitada<br />

sobre a rocha que me levaria a terras planas, ergui um braço,<br />

enquanto o resto do corpo se colava a rocha, gritando…cheguei!<br />

E acabo de realizar mais um louca aventura.<br />

Feliz, abracei os meus companheiros de aventura. Quando entrei<br />

no meu carro, para iniciar a viagem de regresso a casa, cantei<br />

em voz bem alta, uma música de Paulo Gonzo e India martines;<br />

Vencer o Amor.<br />

Será que alguém é capaz de vencer o amor?<br />

Em todo o caso, eu consegui vencer o medo.


20<br />

LUSITANO de Zurique<br />

Comunidades<br />

Suíça nega cidadania a casal<br />

que recusou apertar a mão<br />

A cidade suíça de Lausanne negou<br />

a cidadania suíça (permisso<br />

C) a um casal muçulmano por<br />

este ter recusado apertar a mão<br />

a pessoas do sexo oposto.<br />

Manuel Araújo<br />

Gregoire Junod presidente do município<br />

de Lausanne disse que recusaram a concessão<br />

de pedido de cidadania ao casal<br />

devido à “falta de respeito pela igualdade<br />

de género”.<br />

O autarca recusou-se a divulgar a nacionalidade<br />

do casal ou qualquer outro detalhe<br />

de identificação, referindo apenas que<br />

eles “não apertam a mão a pessoas do<br />

sexo oposto” e que tiveram grande dificuldade<br />

em responder a perguntas feitas por<br />

“pessoas do sexo oposto”, depreendendo-se<br />

por isso, serem islâmicos.<br />

Mesmo não sendo públicos todos os detalhes,<br />

alguns muçulmanos vieram em sua<br />

defesa dizendo que “o islão não permite<br />

o contacto físico com pessoas do sexo<br />

oposto”, com a exceção de “alguns membros<br />

da família”.<br />

Junod referiu que a liberdade de crença<br />

e de religião está consagrada e assegurada<br />

nas leis do Cantão e “a igualdade<br />

entre homens e mulheres está garantida<br />

na Constituição helvética que prevalece<br />

sobre a intolerância”.<br />

O casal tem 30 dias para recorrer da decisão.


Comunidades Setembro 2018 21<br />

Breves<br />

Você ainda paga para<br />

fazer transferências<br />

bancárias?<br />

Há forma de fazer transferências bancárias<br />

ilimitadas, sem gastar um cêntimo<br />

e ainda poupar nas outras comissões e<br />

mensalidades cobradas pelo banco.<br />

Certamente está a par de notícias recentes<br />

que dão conta de aumentos dos encargos<br />

para os clientes com as operações<br />

financeiras. Há bancos que estão a optar<br />

por aumentar os custos relacionados com<br />

as transferências bancárias.<br />

Em alguns casos, esta operação passa a<br />

custar mais 33%. As transferências permanentes,<br />

realizadas ao balcão e ao telefone,<br />

passam a custar 1,144 euros (incluindo<br />

imposto do selo) face aos actuais<br />

1,04 euros. Ou seja, trata-se de uma subida<br />

de 10%.<br />

Outras entidades bancárias passaram<br />

a cobrar pelas transferências realizadas<br />

através dos canais digitais, uma operação<br />

que até então era isenta de custos. Uma<br />

transferência online para contas noutras<br />

instituições financeiras pode custar hoje<br />

1,04 euros.<br />

Numa altura em que a tendência são os<br />

aumentos dos encargos para os clientes,<br />

há pelo menos um banco a fazer o caminho<br />

oposto.<br />

A Caixa Económica Montepio-Geral está<br />

a oferecer transferências ilimitadas – sem<br />

custos – quando efectuadas nos canais<br />

automáticos. Ou seja, através do Net24<br />

(Particulares), da App M24, do serviço<br />

Netmóvel24, do Phone24 (sem recurso a<br />

operador) e SMS24. Estão incluídas as<br />

transferências internas, nacionais e espaço<br />

SEPA não urgentes.<br />

Emigrantes portugueses<br />

consomem mais<br />

carne que os suíços<br />

Porque esse consumo é considerado<br />

um símbolo de riqueza.<br />

A comunidade portuguesa na Suíça consome<br />

mais carne que os suíços, segundo<br />

um estudo (que analisou os dados de<br />

4.000 pessoas) sobre a alimentação da<br />

população do país, publicado recentemente<br />

pelo professor Pedro Marques-Vidal,<br />

médico e investigador no Centro Hospitalar<br />

Universitário de Lausanne.<br />

"Os portugueses comem como em Portugal.<br />

Muito peixe, muita fruta e bastantes<br />

legumes. Mas o que nos intrigou é que os<br />

portugueses na Suíça comem muito mais<br />

carne", disse em entrevista à Lusa o professor<br />

Pedro Marques-Vidal, responsável<br />

pelo estudo.<br />

De acordo com o especialista em nutrição,<br />

a conclusão indica que os emigrantes portugueses<br />

mantêm os hábitos alimentares<br />

de Portugal, mas adquirem novos hábitos<br />

quando chegam à Suíça.<br />

Para o académico, os portugueses que<br />

alcançaram um melhor nível de vida na<br />

Suíça tendem a comer mais carne, porque<br />

esse consumo é considerado um símbolo<br />

de riqueza.<br />

O último no lectivo do<br />

português no estrangeiro<br />

confirmou o interesse<br />

crescente pela língua<br />

portuguesa<br />

No ano lectivo de 2017-2018, o ensino da<br />

língua portuguesa foi ministrado a 13.500<br />

alunos, no ensino básico e secundário, e<br />

a perto de 5.000 no ensino superior, em<br />

França. Na Alemanha, chegou a 2.805<br />

alunos, no básico e secundário e a 1.449<br />

no superior.<br />

Já na Suíça, o ano lectivo saldou-se (com<br />

uma perda de mais de 1000) por um total<br />

de 9.687 alunos nos níveis básico e secundário.<br />

E em Espanha e Andorra, a língua<br />

portuguesa ultrapassou a fasquia dos<br />

50 mil alunos, nos três níveis.<br />

O recenseamento eleitoral<br />

passa a ser automático<br />

também para os<br />

portugueses no estrangeiro<br />

Na quinta-feira 18 de Julho de 2018 a Assembleia<br />

da República aprovou as alterações<br />

às leis eleitorais relativas aos portugueses<br />

que vivem no estrangeiro.<br />

O recenseamento eleitoral passa a ser<br />

automático também para os portugueses<br />

no estrangeiro, e ninguém será de futuro<br />

privado do seu direito de cidadão apenas<br />

pelo facto de procurar uma vida melhor<br />

noutro país. 1 milhão de portugueses com<br />

o cartão de cidadão válido e morada no<br />

estrangeiro passarão a ser eleitores, somando-se<br />

aos quatrocentos mil já registados.<br />

Receberão dentro de meses uma<br />

carta das autoridades portuguesas nesse<br />

sentido. O voto postal para a Assembleia<br />

da República passa a ser gratuito, sendo<br />

as despesas de correio suportadas pelo<br />

estado. Quem quiser pode ir votar a um<br />

consulado ou outros locais de voto adicionais<br />

que irão ser criados em todo o mundo.<br />

Alemanha não aceita<br />

Cartão de Cidadão Português<br />

como documento<br />

de identificação de<br />

emigrantes portugueses<br />

Documento não é considerado válido para<br />

polícia, bancos, correios e outras instituições.<br />

Ausência da data de emissão é uma<br />

das razões.<br />

Os conselheiros das comunidades portuguesas<br />

estão a receber queixas de emigrantes<br />

portugueses na Alemanha a quem<br />

foi recusado o Cartão de Cidadão. Em<br />

causa estão "centenas de casos" em que<br />

o documento não é aceite nem reconhecido<br />

uma vez que faltam dados importantes<br />

e que não estão visíveis, como a morada e<br />

a data de emissão.<br />

O problema já era antigo e do conhecimento<br />

do governo português e da representação<br />

diplomática portuguesa (embaixada<br />

e consulados portugueses), mas que<br />

nada fora feito para o resolver.<br />

As dificuldades, para quem vive na Alemanha,<br />

são várias, uma vez que o documento<br />

não é aceite por "polícia, bancos, correios,<br />

agências de viagens, entre muitas outras",<br />

o que obriga os emigrantes portugueses<br />

a custos elevados na obtenção de documentos<br />

adicionais.<br />

"Para nossa tristeza e lamento, até ao<br />

dia de hoje (…) só obtivemos resposta<br />

do Consulado de Düsseldorf. Não nos<br />

foi dada qualquer resposta, por parte de<br />

todas as outras entidades, nem mesmo<br />

a acusar a recepção da nossa missiva e<br />

preocupação", revelaram, acrescentando<br />

que "a ausência de qualquer resposta<br />

denota desprezo, falta de respeito e consideração<br />

pelos conselheiros das comunidades<br />

portuguesas".


22<br />

LUSITANO de Zurique<br />

Opinião<br />

Abolição de Schengen<br />

desintegrará a Europa<br />

V COSTA GUIMARÃES<br />

[jornalista] (*)<br />

ex-director do Jornal<br />

Correio do Minho<br />

A imigração ilegal coloca<br />

em risco a livre circulação<br />

de pessoas e mercadorias<br />

alcançada com<br />

o Acordo de Schengen<br />

mas a abolição deste pacto<br />

– com a reintrodução<br />

de fiscalização nas fronteiras<br />

internas da Europa<br />

teria grave impacto na sua<br />

economia.<br />

A reintrodução de controlos fronteiriços<br />

permanentes e abrangentes dentro do<br />

Espaço Schengen resulta numa redução<br />

da produtividade económica total<br />

no valor de 77 biliões a 235 biliões de<br />

euros ao longo do período entre 2017<br />

e 2025 – revela um estudo do Instituto<br />

Bertelsmann.<br />

Em junho de 1985, um acordo para formar<br />

na Europa uma zona sem controlos<br />

de fronteira foi assinado na pequena<br />

cidade de Schengen, em Luxemburgo.<br />

Na época, o acordo incluía apenas a<br />

Alemanha, a França e os três países do<br />

Benelux: Bélgica, Holanda e Luxemburgo.<br />

Desde então, o chamado Espaço<br />

Schengen se expandiu, a ponto de hoje<br />

abranger 22 dos 28 países da União<br />

Europeia (UE), além de Liechtenstein,<br />

Noruega, Islândia e Suíça.<br />

O Acordo de Schengen é uma das principais<br />

conquistas da integração europeia<br />

pois permitiu que pessoas e bens<br />

circulassem livremente através das<br />

fronteiras dentro da Europa, sem ter<br />

que parar para verificações de passaporte<br />

ou controlos de outro tipo.<br />

Isso tem sido especialmente útil para<br />

empresas de camiões que transportam<br />

mercadorias pela Europa. Antes<br />

do Acordo de Schengen, os motoristas<br />

às vezes ficavam na fila longas horas,<br />

aguardando inspeções de carga. Isso<br />

causava atrito, atrasos e incertezas<br />

para as cadeias de abastecimento europeias,<br />

em bens que vão desde frutas<br />

frescas sendo transferidas a partir do<br />

sul da Europa até partes de automóveis<br />

e outros bens industriais.


Comunidades<br />

Setembro 2018 23<br />

Nos últimos três anos, no entanto, o Espaço<br />

Schengen tem sido colocado em<br />

questão porque a livre circulação de pessoas,<br />

bens e serviços sem controlos nas<br />

fronteiras significa a livre circulação de migrantes<br />

ilegais, bem como de criminosos e<br />

terroristas. Vários países chegaram a introduzir<br />

controlos temporários de fronteira<br />

– entre Áustria e Alemanha, por exemplo.<br />

Como disse a Comissão Europeia em<br />

2016: "O conflito e a crise na Síria e noutros<br />

locais da região [Oriente Médio] provocaram<br />

um número recorde de refugiados e<br />

migrantes chegando à União Europeia, o<br />

que, por sua vez, revelou sérias deficiências<br />

em partes das fronteiras externas da<br />

União e resultou numa abordagem de portas<br />

abertas aplicada por alguns Estados-<br />

-membros."<br />

"Isso levou à criação de uma rota através<br />

dos Balcãs Ocidentais, que permite que<br />

os migrantes se desloquem rapidamente<br />

em direção ao norte. Em reação, vários<br />

Estados-membros reintroduziram controlos<br />

temporários nas fronteiras internas,<br />

ameaçando o bom funcionamento do Espaço<br />

Schengen e os seus benefícios para<br />

os cidadãos europeus e para a economia<br />

europeia", prosseguiu o texto.<br />

A reação da Comissão foi tentar evitar a<br />

reintrodução dos controlos fronteiriços por<br />

parte dos governos nacionais. "A restauração<br />

do Espaço Schengen, sem controles<br />

nas fronteiras internas, é de importância<br />

fundamental para a União Europeia como<br />

um todo", afirmou a Comissão.<br />

Mas com governos populistas eleitos em<br />

grande parte da Europa, motivados pela<br />

hostilidade à imigração descontrolada do<br />

Oriente Médio e da África, a Comissão Europeia<br />

está a perder a luta contra a reintrodução<br />

de controlos de fronteira nos pontos<br />

de fiscalização fronteiriça nacionais dentro<br />

da Europa. Isso terá efeitos económicos<br />

significativos – embora a magnitude não<br />

possa ser já conhecida com precisão.<br />

Sabe-se que as inspeções fronteiriças significam<br />

filas, filas geram atrasos, e atrasos<br />

custam dinheiro. Não há dúvida de que a<br />

reintrodução de controlos sistemáticos de<br />

fronteira, com camiões parados ao longo<br />

de vários quilómetros à medida que inspetores<br />

os examinam em operações de combate<br />

ao contrabando de pessoas, tem um<br />

impacto negativo na economia europeia.<br />

Atrasos na fronteira podem levar ao apodrecimento<br />

de frutas e verduras em camiões,<br />

resultando em desperdício de comida<br />

e dinheiro. Mas a deterioração de<br />

alimentos não é o único problema que<br />

podia surgir se o Acordo de Schengen<br />

morrer. Produtos não perecíveis também<br />

podem ser afetados.<br />

Jürgen Pinter, vice-gerente de uma fábrica<br />

que produz, entre outras coisas, uma variedade<br />

de ventiladores para uso em aparelhos<br />

de ar condicionado e outros equipamentos,<br />

disse à Deutesche Welle que<br />

a reintrodução de controles de fronteira<br />

podia resultar em um atraso de um a dois<br />

dias na cadeia de abastecimento. Isso,<br />

por sua vez, podia custar à sua empresa<br />

cerca de 2,5 milhões de euros, por forçá-<br />

-la a construir um armazém para guardar<br />

peças.<br />

Atualmente, a empresa conta com um modelo<br />

de produção just in time. Ela importa<br />

peças de uma subsidiária na Hungria,<br />

onde os salários são relativamente baixos,<br />

para sua fábrica de montagem no estado<br />

de Baden-Württemberg, no sudoeste da<br />

Alemanha.<br />

Este é apenas um exemplo. E quanto às<br />

estimativas dos impactos económicos<br />

agregados que podiam ser gerados pelo<br />

fim do Acordo de Schengen e uma reintrodução<br />

de fiscalizações abrangentes<br />

de fronteira na Europa? É uma pergunta<br />

que ainda não tem resposta clara e credível<br />

mas um estudo de 2016 da Prognos<br />

AG, do Instituto Bertelsmann, estima que<br />

a reintrodução de controlos fronteiriços<br />

permanentes e abrangentes dentro do Espaço<br />

Schengen resulta numa redução da<br />

produtividade económica total no valor de<br />

77 biliões a 235 biliões de euros ao longo<br />

do período entre 2017 e 2025. Trata-se de<br />

uma faixa bastante ampla, que reflete o<br />

alto grau de incerteza em qualquer modelo<br />

económico.<br />

Uma perspectiva diferente foi oferecida<br />

por Viktor Heese, analista financeiro com<br />

laços estreitos com o partido populista de<br />

direita e anti-imigração Alternativa para a<br />

Alemanha da Alemanha (AfD). Heese disse<br />

que a reintrodução de verificações sistemáticas<br />

de fronteira seria cara, custando<br />

talvez 8 biliões de euros por ano, mas é<br />

mais barata que os custos anuais de um<br />

grande número de requerentes de refúgio,<br />

que ele estima serem de 30 biliões a 50<br />

biliões de euros por ano.<br />

DESINTEGRAÇÃO DA<br />

EUROPA?<br />

Num outro estudo, citado pela Deutsche<br />

Welle, um trio de economistas liderado<br />

por Gabriel Felbermayr, do instituto ifo, em<br />

Munique, estimou que o Acordo de Schengen<br />

impulsionou o comércio dentro da Europa<br />

em cerca de 2,8%.<br />

No entanto, o estudo observou que Schengen<br />

era apenas um elemento da regulamentação<br />

do mercado comum da União<br />

Europeia, que inclui fatores como a eliminação<br />

de tarifas e padrões técnicos pan-<br />

-europeus, e disse que "outros aspectos<br />

da integração da UE são muito mais importantes<br />

para o comércio".<br />

Para Felbermayr, "embora os efeitos do<br />

acordo de Schengen em termos de promoção<br />

do comércio pareçam relativamente<br />

pequenos em comparação com outras<br />

medidas de integração, a abolição do Espaço<br />

Schengen implica arcar com custos<br />

adicionais que não são facilmente quantificáveis".<br />

"A livre circulação de pessoas pode ser<br />

considerada um clímax no processo de<br />

integração europeia em curso que, se<br />

cancelado, pode comprometer a ideia europeia<br />

e muitas das suas realizações políticas",<br />

afirmam.<br />

Os economistas temem que o verdadeiro<br />

custo da reintrodução do controle de fronteiras<br />

dentro da Europa seja o de colocar<br />

a União Europeia no caminho da desintegração.


LUSITANO de Zurique<br />

24 Publicidade<br />

https://www.facebook.com/transportes.fernandes


Breves<br />

Setembro 2018 25<br />

Embaixada tem novo<br />

Horário<br />

A Embaixada de Portugal em Berna informa que desde o dia 6 de<br />

Agosto de 2018 mudou o seu horário de atendimento ao público<br />

na secção consular de Berna. Assim a Embaixada estará agora<br />

aberta, durante a semana, das 8h30 às 14h30.<br />

Ainda não encontrou<br />

“Lehrstelle“?<br />

Na próxima quinta-feira , dia 13 de Setembro pelas 13h30 até as 15<br />

horas tem lugar no “Laufbahnzentrum“ da cidade de Zurique e no<br />

BIZ em User, o evento “Last Call“, dirigido a todos aqueles jovens<br />

que ainda não encontraram um Lehrstelle até agora. O evento é<br />

gratuito e não necessita de inscrição e é dirigido a todos aqueles<br />

jovens que precisem de uma orientação profissional , mas também<br />

a jovens desempregados sem formação profissional que estejam à<br />

procura de uma oportunidade.<br />

Sessões de Informação<br />

aos pais na Arca de Regendosrf<br />

No próximo dia 30 de Setembro, pelas 15 horas, ter lugar mais uma<br />

sessão de informação aos pais portugueses da cidade de Zurique,<br />

desta vez na Arca de Regensdorf. A sessão de informação é uma<br />

iniciativa da Associação S.E.S.J. ( Starke Eltern Starke Jugend),<br />

que dá apoio gratuito aos pais e jovens que estejam a entrar agora<br />

no mundo do trabalho ou tinham dificuldades na escolha profissional,<br />

e da Associação Arca de Regendorf que disponibilizou o seu<br />

espaço para este evento. A todos os que queiram participar pede-<br />

-se que reservem lugar junto da direcção da Arca de Regensdorf.


26<br />

LUSITANO de Zurique<br />

VERGONHOSO!<br />

Oitocentos e sessenta casos por dia!<br />

Cultura<br />

Portugal está nos cinco<br />

países da Europa que pior<br />

trata os idosos - diz um estudo<br />

da Organização Mundial<br />

de Saúde.<br />

V A médica e vice-presidente da Comissão<br />

NELSON LIMA (*)<br />

de Protecção ao Idoso, Antonieta Dias,<br />

diz que "neste momento somos o país<br />

que tem piores condições para cuidar dos idosos, porque falta<br />

fazer o investimento credível e acompanhado do idoso".<br />

E eu acrescento: falta respeito e amor pelos mais idosos, tanto<br />

mais que a maioria dos agressores são os filhos! Uma vergonha<br />

num país que prega aos quatro ventos que é dos mais apetecíveis<br />

do Mundo para se viver! Demonstrem-me isso!<br />

Os 314 mil casos conhecidos representam 39% da população<br />

idosa portuguesa.<br />

(*) Coordenador (2018/2019) do Projecto Quid Amar (Cuidar é Amar) patrocinado<br />

pela União Europeia.


Setembro 2018 27<br />

Unterstützt durch das Kantonale Integrationsprogramm<br />

und die Integrationsförderung der Stadt Zürich.<br />

Centro Lusitano de Zurique<br />

<strong>SETEMBRO</strong> 2018<br />

CURSO BÁSICO<br />

de ALEMÃO<br />

Oferecemos: Professor que fala a língua portuguesa<br />

Turmas pequenas (10 alunos)<br />

76 horas de aula pelo melhor preço<br />

Para residentes na cidade de Zurique CHF 5.00 por aula<br />

(Total CHF 380 por meio ano de curso)<br />

Para residentes fora da cidade CHF 7.50 por aula<br />

(Total CHF 570 por meio ano de curso)<br />

Dias de aula: 2 as e 4 as -feiras, de 10.09.2018 a 06.02.2019<br />

3 as e 5 as -feiras, de 11.09.2018 a 07.02.2019<br />

(Com férias escolares de Zurique)<br />

Horário de 19:00 às 20:45 horas<br />

Informação e inscrição:<br />

Local do curso:<br />

Prof. Ronaldo Wyler 076 332 08 34<br />

Centro Lusitano de Zurique<br />

Zuila Messmer 079 560 85 09 Birmensdorferstrasse 48 *<br />

8004 Zürich<br />

*) Atrás do „CARITAS“ - Tram 9 ou 14 até Bahnhof Wiedikon


LUSITANO de Zurique<br />

28<br />

Crónica<br />

A Memória apagada<br />

Alice Vieira (*)<br />

HOJE, pela primeira vez na<br />

minha vida, sinto-me velha.<br />

Tenho o telemóvel na mão e estou há<br />

horas a olhar para ele sem saber o que<br />

fazer. Acabo por largá-lo, aqueles para<br />

quem eu queria ligar já não me vão atender<br />

– e, para além deles, já não há mais<br />

ninguém capaz de entender a minha<br />

não sei se fúria, não sei se raiva, não<br />

sei se impotência. A minha — isso sei —<br />

grande tristeza.<br />

Dói-me esta perda de memória que vai<br />

atacando a nossa sociedade a um ritmo<br />

cada vez mais vertiginoso.<br />

Acabo de chegar da Escola Francisco<br />

Arruda, onde acho que já não entrava<br />

há mais de 40 anos. Ótimas instalações,<br />

tudo a cheirar a novo.<br />

A escola Francisco Arruda foi o “sonho”<br />

de um homem chamado Calvet de Magalhães,<br />

um dos maiores pedagogos<br />

deste país que, nesses anos 50 da sua<br />

fundação, a transformou num oásis de<br />

educação e de cultura. Pioneiro de muitas<br />

causas (a integração de alunos deficientes<br />

foi uma das suas grandes lutas),<br />

foi sobretudo um animador cultural num<br />

tempo onde o desânimo imperava. A<br />

escola estava então rodeada de bairros<br />

de lata e, todos os sábados, ele abria<br />

as portas a toda a comunidade. E havia<br />

exibição de filmes, palestras, ateliers de<br />

olaria, histórias contadas aos miúdos,<br />

etc. Era uma maravilha ver aquela escola<br />

cheia de gente, que a considerava<br />

sua.<br />

Hoje isso pode parecer habitual, naquele<br />

tempo não era.<br />

O Prof.Calvet foi ainda fundador da<br />

Associação Portuguesa para a Educação<br />

pela Arte, que durante anos manteve<br />

uma atividade regular, destacando-se<br />

a publicação de uma coleção de<br />

histórias infantis, sempre ilustradas<br />

pelos meninos da Francisco Arruda. E<br />

aí se integrava a organização de um<br />

concurso, a nível nacional, chamado<br />

“O Natal Visto pelas Crianças”, a que<br />

o Diário de Lisboa se associava.<br />

É aí que eu entro — a fazer a ligação<br />

entre as reuniões do júri, e a publicação<br />

dos textos nas páginas do jornal.<br />

É difícil entender hoje a importância<br />

desse concurso. Para já, o júri era de<br />

peso: para além do Prof. Calvet, como<br />

organizador, José Gomes Ferreira, Matilde<br />

Rosa Araújo, Maria Lúcia Namorado, Alice<br />

Gomes, Rocha de Sousa, António Domingues.<br />

E eu, na verdura dos meus 18 anos,<br />

a ouvi-los, a aprender com eles, a rir muito<br />

com eles. Vinham caixotes de textos do<br />

país inteiro, as reuniões eram prolongadíssimas<br />

e duravam muitos dias — mas eram<br />

sempre uma festa. Lia-se cada texto como<br />

se fosse candidato ao Prémio Nobel — e<br />

quando se chegava àquela altura dramática<br />

dos 11 anos, em que os meninos já estão<br />

formatados pela escola e dizem todos<br />

os mesmos lugares- comuns e era difícil<br />

encontrar um melhor que outro, a voz do Zé<br />

Gomes:”ó Matilde, leia lá em voz alta que,<br />

na sua voz, tudo é uma maraviha!”<br />

Depois um dia, de repente, o prof. Calvet<br />

de Magalhães diz-me:”no sábado vais ler<br />

histórias aos miúdos lá na minha escola.”<br />

Pensei que estava a brincar comigo, eu<br />

nunca tinha escrito uma história na minha<br />

vida, nem me lembrava de alguma vez ter<br />

contado histórias fosse a quem fosse. Ri-<br />

-me, fiz-me desentendida, mas ele: ”sábado<br />

de manhã, não faltes!”<br />

E lá fui. Sei que escrevi uma história mas<br />

não me lembro de mais nada, a não ser de<br />

me ver diante de um ginásio a transbordar<br />

de gente, e eu num palco, em frente de um<br />

microfone a tentar ler o que levava escrito<br />

numas folhas de papel.<br />

Lembro-me que levava um vestido cor de<br />

laranja. Lembro-me de ter ouvido muitas<br />

palmas. E lembro-me do Prof. Calvet a dizer:<br />

”para a semana cá te espero”.<br />

Foram as primeiras histórias que escrevi,<br />

para muitos daqueles sábados de festa,<br />

que se prolongaram por muitos anos.<br />

O Prof. Calvet foi diretor da Francisco Arruda<br />

até à sua morte: na turbulência da<br />

revolução, quando começou de repente a<br />

ver a “sua” escola transformada, e no ar a<br />

ameaça de deixar de ser seu diretor, não<br />

aguentou e suicidou-se.<br />

O Pror. Calvet de Magalhães faria em Março<br />

cem anos.<br />

E eu sempre pensei que, no seu centenário,<br />

o país lhe fizesse a homenagem que<br />

ele merece. Mas Março passou — e nada<br />

aconteceu.<br />

Então pensei que possivelmente a Escola<br />

se teria encarregado disso.<br />

Mas a Escola nem sequer tem uma placa<br />

com o seu nome em lado algum. Nem o seu<br />

nome foi dado, como seria de toda a justiça,<br />

à biblioteca. Entra-se ali e é como se<br />

ele nunca tivesse existido.<br />

E eu chego a casa a pensar nesta falta de<br />

memória coletiva — e pego no telemóvel<br />

para dizer à Matilde, ao Zé Gomes, à Maria<br />

Lúcia, à Natércia Rocha, ao Mário, à Maria<br />

do Sameiro, “vocês já viram que ninguém<br />

se lembrou do centenário do Prof. Calvet?”,<br />

mas não digo, porque já todos morreram,<br />

e eu fico, entre as paredes da minha sala,<br />

sem saber com quem partilhar raivas e<br />

mágoas. E sem saber o que fazer no meio<br />

deste silêncio vergonhoso.<br />

(*) Jornalista e escritora, escreve<br />

segundo o novo AO


Crónica<br />

Setembro 2018 29<br />

Agosto é…<br />

Agosto é, reflicto, uma<br />

espécie de reflexo minimal<br />

da vida.<br />

PEDRO BARROSO<br />

Ora incendiário e quente; ora ventoso<br />

e cheio de neblina. Desesperamos<br />

tanto por ele. Esfusiantes<br />

vivemo-lo a início, dispersando-nos<br />

em viagens, procuras de novidade,<br />

aventuras e escapadelas. Férias.<br />

Que bom.<br />

PARA QUEM VERDADEIRAMENTE<br />

AMA O SEU CARRO, SO A MELHOR<br />

COBERTURA CONTA.<br />

Zurich,<br />

Generalagentur<br />

Marcel Strangis<br />

Manessestrasse 87<br />

8045 Zürich<br />

Tiago Costa<br />

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078 719 64 81<br />

tiago.costa@zurich.ch<br />

Fingimos a felicidade possível. Lamentamos<br />

a confusão em toda a<br />

parte. Impomo-nos deveres e lazeres<br />

porque "pertencem" e todos os<br />

têm de superar.<br />

Aturamos filas intermináveis em<br />

todo o lado. Para tudo. Comer, comprar,<br />

respirar, chegar.Sim. Agosto é<br />

cruel. A Vida é complicada. Esgotante,<br />

confessemos. Agosto é uma<br />

amostra sintética do que vivemos.<br />

Cansamo-nos de viagens inusitadas,<br />

amores e amizades improváveis<br />

e alguns entusiasmos passageiros.<br />

Festejamos intensamente,<br />

em grandes caldeiradas e alegras<br />

foguetórios, no auge de tal celebração.<br />

As pessoas visitam-se, cobrem distâncias<br />

anormais. Tentam visitar a<br />

terrinha; os avós; o país onde nunca<br />

foram. Fazer um pouco de praia<br />

para ter cor e parecer bem. Levar<br />

talvez os miúdos a ver um museu.<br />

Por vezes permitimo-nos uma indulgência;<br />

um gelado, um gasto maior,<br />

um susto, uma escalada ao alto do<br />

improviso. <br />

É a vida dizemos, complacentes.<br />

Sim. Também é.Mas ele não pára.<br />

Breve, esse Agosto/Vida nos escapa<br />

e cilindra. O fim aproxima-se,<br />

cruel; e é então que, apesar de tanta<br />

confusão e tanto cansaço que nos<br />

provoca, queríamos sempre tanto<br />

que se prolongasse só mais um pouco.As<br />

cidades ficam mais tranquilas<br />

e habitáveis. Valha-nos isso. Mas<br />

logo vem Setembro. O poético mas<br />

terrível regresso à vida na sua realidade.<br />

Há que ganhá-la. Na sua<br />

eterna insegurança.E o ciclo, dizem<br />

eles, completou-se. Outros virão celebrar<br />

a vida em nosso lugar.<br />

SEGUROS DA ZURICH.<br />

PARA TODOS QUE AMAM VERDADEIRAMENTE.<br />

Em qualquer parte do planeta, há<br />

sempre alguém, cheio de Agosto -<br />

isto é, energia... - a começar aquele<br />

que em nós mesmos acabámos.Aleluia.<br />

E que nós saibamos partir com<br />

o donaire possível e a elegância de<br />

tão breve encantamento.


30<br />

LUSITANO de Zurique<br />

Culinária<br />

Cabrito no forno<br />

(à moda da D. Deolinda)<br />

Jornal dos Sabores<br />

O cabrito é um dos pratos mais tradicionais da Páscoa na Beira Baixa, embora hoje<br />

seja consumido ao longo de todo o ano. Nesta região são criados em pastoreio<br />

extensivo ou livremente em pequenas propriedades, em pastos de grande riqueza e<br />

diversidade, o que lhes confere um excepcional sabor.<br />

Para este prato limpa-se e parte-se um cabrito com 5 a 6 Kg, que<br />

fica mais ou menos 12 horas a marinar em vinho branco, cebola,<br />

alho, louro, colorau, pimenta, azeite, serpão, noz moscada, erva<br />

de Provença e sal.<br />

Vai ao forno cerca de 2 horas e serve-se com batata assada no<br />

forno e grelos salteados ou esparregado.<br />

O prato apresentado foi confeccionado no Restaurante «As Thermas»<br />

em Unhais da Serra, no âmbito da ‘Carta Gastronómica Estrela<br />

Sul’ editada pela ADERES – Associação de Desenvolvimento Rural<br />

Estrela – Sul.<br />

Unhais da Serra<br />

Unhais da Serra é uma freguesia portuguesa do concelho da Covilhã, com 29,93 km² de área e 1<br />

398 habitantes (2011). A sua densidade populacional é de 46,7 hab/km².<br />

Sobre o restaurante As Thermas<br />

Gastronomia serrana no Parque Natural da Serra da<br />

Estrela<br />

Restaurante situado em Unhais da Serra, As<br />

Thermas inclui duas salas preparadas para receber<br />

os convidados com todo o conforto, para apreciar<br />

a verdadeira cozinha serrana.<br />

Na decoração predomina o granito, madeira e<br />

muita luz natural, atribuindo à ementa caseira<br />

entradas como Alheira Frita, Morcela Assada<br />

e Queijo da Serra com Doce de Abóbora.<br />

Das especialidades da casa destacam-se<br />

o Cabrito à Moda da Deolinda, Açorda de<br />

Marisco ou Camarão Tigre Grelhado.<br />

Em Pleno Parque Natural da Serra da<br />

Estrela, torna-se o local ideal para<br />

relaxar e usufruir da gastronomia<br />

regional serrana.<br />

Colaboração:<br />

Amílcar Malhó


Horóscopo<br />

Setembro 2018 31<br />

Carneiro<br />

Boa fase para aprender coisas novas sobre sua carreira e<br />

crescer. Se tiver compromisso, faça menos cobranças ao par.<br />

Capriche no visual se quiser conquistar alguém. Melhor não<br />

misturar amizade com dinheiro.<br />

Balança<br />

O seu jeito responsável vai destacar a sua imagem no trabalho:<br />

aproveite para promover mudanças. Pode se apaixonar à<br />

primeira vista ou dar chance a um ex-amor. Ouça conselhos<br />

de parente sobre a sua saúde.<br />

Touro<br />

Não leve assunto de casa para o trabalho. Fazer contacto<br />

com gente de fora será positivo para a sua profissão. Período<br />

favorável para o romance. Vale a pena renovar seu visual.<br />

Gémeos<br />

Actividade em equipa deve render. Agarre a chance profissional<br />

que surgir! Talvez haja confusão na vida amorosa. Use a<br />

sua intuição para seleccionar melhor os seus amigos. Desfrute<br />

mais a companhia dos seus familiares.<br />

Caranguejo<br />

Para chegar mais longe no emprego, junte-se a quem pensa<br />

como você. É possível que o ciúme complique o romance. Se<br />

estiver só, vai querer envolvimento sério. Fase excelente para<br />

começar um curso.<br />

Leão<br />

Encare as tarefas com seriedade para colher os frutos mais<br />

tarde. É bom evitar a rotina e a cobrança em excesso na relação<br />

afectiva. No jogo da sedução, a sua boa comunicação<br />

deve emplacar. A saúde vai inspirar cuidados!<br />

Virgem<br />

Espere boa notícia ligada à carreira. Contacto com clientes ou<br />

colegas estará abençoado pelas estrelas. Namoro pode ficar<br />

mais sério. Espante de vez o ciúme! Modere os gastos nos<br />

momentos de lazer.<br />

Escorpião<br />

Espere sucesso se lida com clientes ou público. Pode comprar<br />

algo para casa, mas não gaste além da conta. Tudo azul<br />

no romance desde que vigie o seu ciúme. Óptima fase para<br />

conhecer gente nova.<br />

Sagitário<br />

Com a ajuda da família, pode encontrar um jeito novo de facturar.<br />

A vida amorosa ganha estabilidade. Dê chance a um<br />

romance recente. É melhor separar bem amizade e dinheiro.<br />

Que tal cuidar da saúde com carinho?<br />

Capricórnio<br />

Se tem um projecto a longo prazo, reveja as suas contas e<br />

tente poupar. Caberá a si surpreender quem ama, seja no romance<br />

ou na conquista. Seja mais paciente com o pessoal<br />

de casa.<br />

Aquário<br />

Pode receber dinheiro inesperado, mas não comente a respeito.<br />

A vida a dois segue em paz. Talvez se encante por uma<br />

pessoa comprometida. Boa hora para cuidar de assunto ligado<br />

à sua saúde.<br />

Peixes<br />

Amplie interesses na profissão e não se abra tanto com os<br />

colegas, pois há risco de traição. Amigos podem dar uma força<br />

no romance. Se tiver alguém, reforce os laços de afecto.<br />

Chegou a hora de se exercitar.<br />

Curiosidade sobre<br />

o signo deste mês<br />

Virgem<br />

Virgem, você é um grande trabalhador, analítico<br />

e com grande senso prático – e você sabe<br />

disso melhor do que ninguém. Desse modo,<br />

um facto curioso sobre Virgem não pode ser<br />

tanta surpresa mas, como Donna Stellhorn diz,<br />

você e seus companheiros Virginianos sempre<br />

foram os mais bem colocados na escola. Desde<br />

que você deu início aos seus estudos (e<br />

sempre estudou com muito empenho), esteve<br />

quase sempre no topo da sua classe ou de seu<br />

meio académico.<br />

RECOLHA: JOANA ARAÚJO


LUSITANO de Zurique<br />

32 Tecnologia<br />

V JOANA ARAÚJO (*)<br />

Prémio<br />

de melhor<br />

smartphone<br />

do ano vai<br />

para…<br />

O Huawei P20 Pro foi eleito<br />

o melhor smartphone do ano<br />

pela EISA, a Associação Europeia<br />

de Imagem e Som. O topo<br />

China já tem<br />

(imagens do) rover<br />

que vai explorar<br />

o “lado<br />

negro” da Lua<br />

O veículo de exploração com que a China<br />

espera chegar ao lado oculto da Lua<br />

ainda não tem nome, mas foi mostrado<br />

em imagens.<br />

Atenção:<br />

contas de Instagram<br />

estão a ser<br />

roubadas<br />

Diversos utilizadores com milhares de<br />

seguidores referem que as suas contas<br />

do Instagram foram alvo de hacking.<br />

de gama da fabricante<br />

chinesa mereceu o prémio<br />

pela quantidade de<br />

recursos que exploram<br />

a Inteligência Artificial e<br />

por apresentar uma qualidade<br />

fotográfica acima<br />

da concorrência.<br />

Relativamente aos smartphones,<br />

houve ainda<br />

distinções para o Nokia 7 Plus,<br />

na área do consumo, para o<br />

Noa Element N10, como melhor<br />

compra, e para o Honor 10,<br />

como melhor smartphone lifestyle.<br />

MBWay, a app<br />

que quer ser o<br />

Multibanco no telemóvel,<br />

já soma<br />

mais de 800 mil<br />

utilizadores<br />

Mais precisamente, neste momento são<br />

mais de 825 mil os portugueses que<br />

usam a aplicação, para realizar cerca de<br />

dois milhões de operações por mês: três<br />

por utilizador, sendo 42 euros o valor<br />

médio por operação.<br />

Há água congelada<br />

na Lua<br />

Um relatório indica que os depósitos de<br />

gelo se encontram nas zonas mais escuras<br />

e frias, concentrando-se maioritariamente<br />

no pólo sul lunar.<br />

Um grupo de cientistas nos Estados<br />

Unidos acredita ter a primeira “prova directa<br />

e definitiva” de que existe gelo exposto<br />

na superfície das regiões polares<br />

lunares, o qual poderá ser usado para<br />

consumo humano em futuras expedições<br />

à Lua.<br />

“Estas reservas de gelo podem vir a<br />

ser utilizadas como um recurso autóctone<br />

em futuras explorações da Lua”,<br />

afirmam em um relatório divulgado esta<br />

segunda-feira.<br />

A maior parte dos depósitos de gelo foram<br />

descobertos nas zonas mais escuras<br />

e frias das regiões polares, onde as<br />

temperaturas mais quentes nunca atingem<br />

temperaturas acima de -250 graus<br />

Além da categoria Mobile Devices,<br />

a EISA distribuiu distinções<br />

nas áreas H-Fi, Home Theatre<br />

Audio, Home Theatre Display &<br />

Video, In-Car Eletronics e Photografy.<br />

Fahrenheit visto que, devido à muito<br />

pouca inclinação do eixo de rotação da<br />

Lua, a luz solar nunca atinge essas regiões.<br />

Concentradas principalmente no pólo<br />

sul, numa área em que existem várias<br />

crateras, as camadas de gelo estão distribuídas<br />

de uma forma mais ampla no<br />

pólo norte.<br />

Os investigadores utilizaram dados recolhidos<br />

pelo instrumento denominado<br />

Moon Mineralogy Mapper (M3), a bordo<br />

da nave espacial Chandrayaan-1, lançada<br />

em 2008, e projectado para confirmar<br />

a presença de gelo sólido na Lua.<br />

Para além de recolher dados que identificaram<br />

as propriedades reflexivas do<br />

gelo, o M3 também mediu a maneira<br />

como as suas moléculas absorvem a<br />

luz infravermelha. Este passo permitiu a<br />

diferenciação entre água líquida, vapor<br />

e gelo.<br />

(*) com Agências/TEKSapo


Cultura<br />

Setembro 2018 33<br />

Alice Vieira<br />

60 anos depois,<br />

regressou<br />

a Caldelas<br />

Jornalista e escritora emocionou-se<br />

ao (re)entrar no Hotel da Bela Vista<br />

VA Pedro Antunes Pereira<br />

Dos 4 aos 14 anos, Alice Vieira passou os três meses das férias de<br />

Verão, no Hotel da Bela Vista, em Caldelas, onde «se sentia livre e<br />

feliz. Os meus tios eram pessoas muito rigorosas mas quando chegavam<br />

a Caldelas, deixavam-me livre e eu sentia-me imensamente<br />

feliz porque podia fazer coisas que em Lisboa eram impensáveis».<br />

As recordações de uma das maiores escritoras portuguesas da actualidade<br />

foram desfiadas, 60 anos depois, numa sessão no parque<br />

das Termas. Com mais de 80 livros publicados, Alice Vieira escreveu<br />

“Águas de Verão” onde se inspirou em todas as aventuras vividas em<br />

Caldelas, e que esteve na base da conversa.<br />

A escritora começou a sua passagem por Amares a visitar o Mosteiro<br />

de Rendufe, onde foi sensibilizada para a causa da Associação<br />

dos Amigos do Mosteiro que passa pela recuperação do monumento.<br />

Já no Hotel da Bela Vista, Alice Vieira, com os olhos em brilho,<br />

deu uma autêntica lição de memória, localizando espaços e pessoas.<br />

Teve uma visita surpresa da colega de Faculdade e amarense,<br />

a Professora Ana Maria de Besteiros, e ainda conheceu com mais<br />

detalhe as próprias termas.<br />

Numa sessão muito concorrida, moderada por Maria José Machado<br />

e onde marcaram presença, o Vice-Presidente, Isidro Araújo, a<br />

Vereadora, Cidália Abreu e o Presidente da Junta da União de Freguesias<br />

de Caldelas, Sequeiros e Paranhos, José Manuel Almeida,<br />

coube à AFA Estudos Musicais iniciar a conversa. A escritora falou<br />

do seu percurso, dos prémios que recebeu, da escrita para adultos,<br />

sobretudo poesia e da sua colecção de presépios.


34<br />

LUSITANO de Zurique<br />

Medicina alternativa<br />

Hortelã-verde<br />

(Mentha spicata)<br />

Hortelã-verde<br />

MEDICINA alternativa<br />

A hortelã-verde (Mentha spicata), também<br />

conhecida como hortelã-de-leite, hortelã-das-cozinhas,<br />

hortelã-dos-temperos,<br />

hortelã-vulgar, hortelã-das-hortas, hortelã-comum,<br />

Levante, Alevante, elevante<br />

ou simplesmente hortelã, é uma planta<br />

herbácea perene, da família Lamiaceae<br />

(Labiadas). Existem inúmeras variedades<br />

cultivadas.<br />

Localização<br />

É uma planta originária da Ásia, mas é muito cultivada em todo<br />

o mundo, devido às essências aromáticas presentes em toda<br />

a planta, principalmente nas folhas. Tolera bem diferentes condições<br />

climáticas, desde que não falte água. Em climas frios<br />

pode perder as partes aéreas no Inverno, sobrevivendo através<br />

dos seus rizomas, que só morrem se o solo congelar completamente.<br />

Usos<br />

É utilizada como tempero em culinária, como aromatizante em<br />

certos produtos alimentares, ou para a extracção do seu óleo<br />

essencial. Por vezes, simplesmente cultivada como planta ornamental.<br />

É uma das plantas mais usadas do mundo.<br />

É também utilizada como planta medicinal, estando inscrita nas<br />

farmacopeias de muitos países da Europa. De entre as inúmeras<br />

virtudes citadas, podem destacar-se: estimulante, estomacal,<br />

carminativo. Usado nas atonias digestivas, flatulências,<br />

dispepsias nervosas, empregado nas palpitações e tremores<br />

nervosos, vómitos, cólicas uterinas, útil nos catarros brônquicos<br />

facilitando a expectoração. O chá feito de hortelã também<br />

é usado como calmante.<br />

Em geral usa-se o óleo essencial ou uma infusão das folhas e<br />

sumidades floridas.<br />

Composição<br />

Tal como é típico dos óleos essenciais do género Mentha, M.<br />

Spicata produz uma série de monoterpenos derivados do limoneno<br />

por oxidação. Nesta espécie predomina geralmente:<br />

• Carvona: em geral >60%<br />

• Mentona: 34-42%<br />

• Mentofurano: 34-30%<br />

• Pulegona: 14-22%<br />

• Acetato de mentila: 3-7%<br />

• Mentol: 5-8%<br />

ATENÇÃO:<br />

Estas informações são meramente informativas<br />

e não devem ser usadas para diagnosticar, tratar,<br />

curar ou prevenir qualquer doença e muito<br />

menos substituir cuidados médicos adequados.<br />

COOORDENAÇÃO E RECOLHA:<br />

JOANA ARAÚJO


Passatempo<br />

Humor & Lazer<br />

SodokuVery hard<br />

8 4<br />

Setembro 2018 35<br />

Pode parecer mentira, mas estas<br />

duas meninas são irmãs gémeas!<br />

7 9 8 6 1<br />

2 1 3 7<br />

2 5 8 1<br />

7 2 6 4<br />

4 7 9 1<br />

2 5 3 8 9<br />

1 7<br />

www.sudoku-puzzles.net<br />

Soluções na página do humor<br />

1 8 3 9 6 7 2 4 5<br />

5 7 9 4 8 2 6 1 3<br />

2 6 4 1 5 3 9 8 7<br />

6 4 2 5 7 8 1 3 9<br />

8 5 1 3 9 4 7 2 6<br />

3 9 7 2 1 6 4 5 8<br />

4 3 8 7 2 9 5 6 1<br />

7 2 5 6 3 1 8 9 4<br />

9 1 6 8 4 5 3 7 2<br />

Palavras cruzadas<br />

Uma inglesa deu à luz a estas gémeas em 2005, uma negra e<br />

a outra branca.<br />

www.sudoku-puzzles.net<br />

“Anti-guerra”<br />

COOORDENAÇÃO E RECOLHA:<br />

JOANA ARAÚJO<br />

Soluções<br />

7 9 8 6 1<br />

2 1 3 7<br />

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2 5 8 1<br />

7 2 6 4<br />

4 7 9 1<br />

2 5 3 8 9<br />

1 7<br />

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1 8 3 9 6 7 2 4 5<br />

5 7 9 4 8 2 6 1 3<br />

2 6 4 1 5 3 9 8 7<br />

6 4 2 5 7 8 1 3 9<br />

8 5 1 3 9 4 7 2 6<br />

3 9 7 2 1 6 4 5 8<br />

4 3 8 7 2 9 5 6 1<br />

7 2 5 6 3 1 8 9 4<br />

9 1 6 8 4 5 3 7 2<br />

Para colorir<br />

8 4<br />

Very hard<br />

22 Lusitano de Zurique - Dezembro 2006


36<br />

LUSITANO de Zurique<br />

Professora<br />

furiosa com<br />

aluno<br />

Uma manhã, a professora pergunta<br />

ao aluno:<br />

– Diz-me lá quem escreveu “Os Lusíadas”?<br />

O aluno, a gaguejar, responde:<br />

– Não sei, Sra. Professora, mas eu<br />

não fui.<br />

E começa a chorar. A professora,<br />

furiosa, diz-lhe:<br />

– Pois então, de tarde, quero falar<br />

com o teu pai.<br />

Em conversa com o pai, a professora<br />

faz queixa:<br />

– Não percebo o seu filho. Perguntei-lhe<br />

quem escreveu “Os Lusíadas”<br />

e ele respondeu-me que não<br />

sabia, que não foi ele…<br />

Diz o pai:<br />

– Bem, ele não costuma ser mentiroso,<br />

se diz que não foi ele, é porque<br />

não foi. Se fosse o irmão…<br />

Irritada com tanta ignorância, a<br />

professora resolve ir para casa e,<br />

pelo caminho passou pelo comandante<br />

da G.N.R.:<br />

– Parece que o dia não lhe correu<br />

muito bem…<br />

– Pois não, imagine que perguntei<br />

a um aluno quem escreveu “Os Lusíadas”…<br />

Respondeu-me que não<br />

sabia, que não foi ele, e começou<br />

a chorar.<br />

O comandante do posto, muito solícito,<br />

diz:<br />

– Não se preocupe. Chamamos cá<br />

o miúdo, damos-lhe um “aperto” e<br />

vai ver que ele confessa tudo!<br />

Com os cabelos em pé, a professora<br />

chega a casa e encontra o marido<br />

sentado no sofá, a ler o jornal.<br />

Pergunta-lhe este:<br />

– Então o dia correu bem?<br />

– Horrível… Hoje perguntei a um<br />

aluno quem escreveu “Os Lusíadas”.<br />

Começou a gaguejar, que<br />

não sabia, que não tinha sido ele,<br />

e pôs-se a chorar. O pai diz-me que<br />

ele não costuma ser mentiroso. O<br />

comandante da G.N.R. quer chamá-lo<br />

e obrigá-lo a confessar. Que<br />

hei-de eu fazer a isto?<br />

O marido, confortando-a:<br />

– Olha, esquece. Janta, dorme bem<br />

e amanhã tudo se resolve. Vais ver<br />

que se calhar foste tu e já não te<br />

lembras…!<br />

22 Lusitano de Zurique - Dezembro 2006<br />

HUMOR - quem não sabe rir, não sabe viver!<br />

Perigo dentro do<br />

avião<br />

Num voo internacional, como é habitual, o comandante<br />

do avião liga o microfone e fala aos passageiros:<br />

– Bom dia, senhores passageiros, neste exacto<br />

momento estamos a 9 mil metros de altitude, velocidade<br />

cruzeiro de 860 Km/hora e estamos a sobrevoar<br />

a cidade de…AAAAAAAHHHH……………<br />

VALHA-ME DEUS…!!!<br />

Os passageiros ouvem um barulho infernal, seguido<br />

de um grito pavoroso:<br />

– NÃÃÃÃÃÃÃÃOOOOOOO!!<br />

Depois de um silêncio sepulcral, volta a ligar o microfone<br />

e, timidamente, diz:<br />

– Peço imensa desculpa, mas esbarrei na bandeja<br />

e uma chávena de café caiu-me no colo. Imaginem<br />

lá como é que ficaram as minhas calças à frente!!!<br />

Prontamente, um dos passageiros gritou:<br />

– Palhaço… Imagina lá como é que ficaram as minhas<br />

calças atrás!!!<br />

Very hard<br />

Para colorir<br />

8 4<br />

7 9 8 6 1<br />

2 1 3 7<br />

2 5 8 1<br />

7 2 6 4<br />

4 7 9 1<br />

2 5 3 8 9<br />

1 7<br />

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1 8 3 9 6 7 2 4 5<br />

5 7 9 4 8 2 6 1 3<br />

COOORDENAÇÃO E RECOLHA: JOANA ARAÚJO<br />

2 6 4 1 5 3 9 8 7<br />

6 4 2 5 7 8 1 3 9<br />

8 5 1 3 9 4 7 2 6<br />

3 9 7 2 1 6 4 5 8<br />

4 3 8 7 2 9 5 6 1<br />

7 2 5 6 3 1 8 9 4<br />

9 1 6 8 4 5 3 7 2<br />

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Juniores<br />

Setembro 2018 37<br />

Para<br />

colorir<br />

“Avistamentos de OVNIS” e “fenómenos ‘impossíveis’”<br />

Um compêndio de descrições “ao pormenor”<br />

de “encontros imediatos” com objectos<br />

voadores não identificados (OVNI) em Portugal<br />

chega hoje às bancas, assinado pelo co-fundador<br />

do Centro Transdisciplinar de Estudos da<br />

Consciência da Universidade Fernando Pessoa,<br />

Joaquim Fernandes.<br />

No livro, intitulado “Ficheiros Secretos à Portuguesa - Avistamentos de Ovnis,<br />

fenómenos ‘impossíveis’ e outros casos à espera de explicação”, Joaquim<br />

Fernandes recolhe “uma série de histórias surpreendentes e casos até hoje<br />

desconhecidos, no todo ou em parte, revelados através dos seus protagonistas<br />

e de documentação oficial inédita”.<br />

“Há ficheiros que não são do conhecimento público, mas que existem. Neles estão<br />

descritos ao pormenor ‘encontros imediatos’ no mar, no ar e em terra. Fenómenos<br />

‘impossíveis’ que continuam à espera de uma explicação”, lê-se numa<br />

nota de imprensa da Manuscrito, que edita a obra.<br />

COOORDENAÇÃO E RECOLHA:<br />

JOANA ARAÚJO


LUSITANO de Zurique<br />

38 Poesia<br />

Como saltaricos a saltaricar<br />

CARMINDO DE<br />

CARVALHO<br />

https://www.facebook.com/<br />

carmindo.carvalho<br />

Se houvesse um campeonato de saltitos<br />

Portugal teria milhões<br />

De campeões.<br />

Muitos passam horas a treinar<br />

A saltaricar<br />

De repartição<br />

Em repartição<br />

Como saltaricos<br />

A saltaricar.<br />

Décadas a passarem<br />

E eles com os neurónios a fundirem<br />

A calma a esgotar<br />

O desespero a avançar.<br />

Entra ministro<br />

Sai ministro<br />

E a tal reforma prometida<br />

Não chega.<br />

A máquina cada<br />

Vez mais emperrada<br />

Cada vez mais ferrugem<br />

Na engrenagem.<br />

Como besta pachorrenta<br />

Ovelha amodorrada<br />

E acomodada<br />

Com reumático nos artelhos<br />

Prenhe de inércia.<br />

E o Zé povo espera<br />

E desespera.<br />

Agosto, 2018<br />

V<br />

CHICO BENTO<br />

Dällikon - Suíça<br />

www.facebook.com/chico.<br />

bento.98<br />

Todas elas me queriam<br />

Queria casar ao sair da tropa<br />

Todas me queriam, ai que calafrios<br />

Eu só queria uma cachopa<br />

Deixei as outras a ver navios<br />

Não dou, pois não posso dar<br />

A mais que uma o coração<br />

Faz-me pena vê-las chorar<br />

Sem lhes poder dar a minha mão<br />

Abriram-se então tantas janelas<br />

Para eu poder escolher á vontade<br />

Mas não podia a todas elas<br />

Dar a mesma felicidade<br />

Tantos insultos que eu ouvi<br />

Tantos tantos que já nem sei<br />

Com a cachopa que eu escolhi<br />

É que eu me sentia bem<br />

Refrão<br />

Todas elas me queriam<br />

Mas eu tinha que escolher<br />

Eu calculo o que sentiam<br />

Depois do nome eu dizer<br />

Enquanto uma sorria<br />

As outras tristes ficavam<br />

E naquela igreja um dia<br />

À porta outras choravam.


Poesia<br />

Setembro 2018 39<br />

PEDRO<br />

BARROSO<br />

WWW.PEDROBARROSO.COM<br />

www.facebook.com/<br />

Maestro.Pedro.Barroso<br />

Requiem por<br />

um adereço<br />

Era útil e boa, a saudosa gravatinha<br />

Dava ares de senhor a quem os não tivesse<br />

E tempos houve, em tempos doutro<br />

tempo,ser pecado mortal, se alguém<br />

esquecesse.<br />

Obrigatória para Ministros, secretários<br />

Presidentes de junta, ou de bancada<br />

Professores, nobreza, ou empresários<br />

Chega até a ser injusto ver tal adorno<br />

Tal peça, tal enfeite, tal laçada<br />

Ser tão injustamente desprezada!<br />

Nunca usei. Lá isso, podem perguntar<br />

Mas nas modas, eu nunca fui exemplo…<br />

Apertava-me o pescoço e as ideias<br />

Não jogava comigo garrotar-me<br />

Nunca foi de meu estilo usar gravata<br />

- Sempre tive razão antes do tempo...<br />

Andar esgargalado, eu sei: - era foleiro<br />

Um uso de sujeito mal formado<br />

Mas eu, apesar de cavalheiro,<br />

Fiz sem ela a minha vida em todo o lado<br />

Mas hoje, anda tal trapo tão desprezado<br />

Que, apesar de nunca o ter usado,<br />

Por piedade - e contra as regras do mercado<br />

-<br />

Sinto saudades desse mundo engravatado<br />

Que nela via forma de ser prestigiado<br />

lembrando esses senhores importantes<br />

Luminosos, encerados e brilhantes,<br />

No seu charme de seda requintado<br />

Já não há senhores com distinção<br />

Usando lenço a condizer com a gravata<br />

Reina o caos e, a meu ver, não há respeito<br />

Não posso já conter a indignação<br />

- A moda é uma sujeita muito ingrata…-<br />

O mundo q aprendi perdeu o tino<br />

Sob o pretexto de dar ares de democrata<br />

Qqr dia um tipo vai para o casino<br />

De bermudas, tronco nu e alpergata!<br />

O mundo está perdido; que fazer?<br />

Já nem sei como ser aristocrata!<br />

...E a culpa disto tudo, a bem dizer,<br />

É de eu nunca ter usado uma gravata!<br />

<strong>SETEMBRO</strong><br />

Datas Comemorativas de 2018<br />

08 SÁB Dia Internacional da Literacia<br />

08 SÁB Dia Mundial da Fisioterapia<br />

09 DOM Dia da Grávida<br />

10 SEG Dia Mundial da Prevenção do Suicídio<br />

11 TER Dia Nacional do Bombeiro Profissional<br />

11 TER Dia Nacional das Casas do Povo<br />

12 QUA Dia das Nações Unidas para a Cooperação<br />

Sul-Sul<br />

15 SÁB Dia Internacional da Democracia<br />

15 SÁB Dia Internacional do Ponto<br />

16 DOM Dia Mundial para a Preservação da Camada<br />

do Ozono<br />

17 SEG Dia Internacional da Música Country<br />

18 TER Dia Mundial da Monitorização da Água<br />

19 QUA Dia Internacional de Falar como um Pirata<br />

21 SEX Dia Internacional da Paz<br />

21 SEX Dia Mundial da Doença de Alzheimer<br />

21 SEX Dia Mundial da Gratidão<br />

21 SEX Dia Internacional do Minigolfe<br />

21 SEX Dia Nacional da Guarda Fiscal<br />

22 SÁB Dia Europeu Sem Carros<br />

22 SÁB Signo Balança<br />

23 DOM Início do Outono<br />

23 DOM Dia da Síndrome das Pernas Inquietas<br />

25 TER Dia Internacional do Farmacêutico<br />

25 TER Dia Mundial do Sonho<br />

26 QUA Dia do Ex-Fumador<br />

26 QUA Dia Nacional do Farmacêutico<br />

26 QUA Dia Europeu das Línguas<br />

26 QUA Dia Internacional para a Eliminação Total<br />

das Armas Nucleares<br />

26 QUA Dia Mundial da Contraceção<br />

27 QUI Dia Mundial do Turismo<br />

28 SEX Dia Mundial da Raiva<br />

28 SEX Dia Internacional do Direito ao Saber<br />

28 SEX Dia de Confúcio<br />

29 SÁB Dia Mundial do Coração<br />

30 DOM Dia Internacional da Tradução<br />

30 DOM Dia da Blasfémia<br />

30 DOM Dia Internacional do Podcast<br />

COOORDENAÇÃO E RECOLHA:<br />

JOANA ARAÚJO


Residentes no estrangeiro<br />

Mais<br />

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no coração<br />

Escritórios de Representação:<br />

Genebra Tel. 022 348 47 64<br />

Zurique Tel. 043 243 81 21<br />

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