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Revista Dr Plinio 252

Março de 2019

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Perspectiva pliniana da História<br />

José Joaquim Rodrigues Primavera (CC3.0)<br />

aventuras, e o próprio caso da Marquesa<br />

de Santos, deu um certo colorido<br />

à sua vida – um colorido vivaz,<br />

mas nem sempre limpo... Trata-<br />

-se de uma pessoa cuja biografia se<br />

compreende, por exemplo, que uma<br />

revista publique porque é uma coisa<br />

interessante.<br />

No total, a recordação dos brasileiros<br />

é positiva. Vê-se, por exemplo,<br />

uma coisa curiosa em Brasília, a cidade<br />

moderna projetada por Oscar<br />

Niemeyer. Na sala do Presidente da<br />

República – que é um recinto inteiramente<br />

do estilo da cidade –, atrás<br />

da cadeira de despacho dele, colocaram<br />

um quadro representando Dom<br />

Pedro I como Imperador do Brasil,<br />

com todas as suas condecorações.<br />

Pode-se bem compreender o que<br />

isto representa no sentir de toda a<br />

Nação. Não foi um homem qualquer,<br />

mas um chefe de Estado hábil<br />

que mandou pendurar o quadro<br />

lá, por saber que causava bom efeito<br />

em todos os visitantes do exterior<br />

e do interior que ali chegassem e encontrassem<br />

a recordação daquele<br />

homem, com aquele passado.<br />

Imaginem uma arara que voasse<br />

de modo meio aloucado, ora quase<br />

caindo, ora subindo novamente,<br />

mas que durante seu voo nada bonito<br />

desse a oportunidade de se ver,<br />

em vários aspectos, suas lindas penas<br />

coloridas. Este foi o reinado de Dom<br />

Pedro I e o sulco que deixou na alma<br />

e na formação psicológica do Brasil.<br />

“Meu Imperador<br />

e meu filho!”<br />

Morte de Dom Pedro I - Biblioteca Nacional, Lisboa, Portugal<br />

culpida em marfim uma cabeça de<br />

turco, com turbante e tudo. Na espada<br />

vinham gravados os dizeres: “Viva<br />

Dona Maria I”. Era, portanto,<br />

uma arma com a qual tinha combatido<br />

algum homem graduado, provavelmente<br />

nobre – a julgar pelo tipo<br />

da espada –, a serviço de Dona Maria<br />

I. Quer dizer, a favor da causa<br />

constitucionalista.<br />

Infelizmente, quando se dividiram<br />

os bens de minha família, isso<br />

ficou com outro ramo e não sei<br />

que fim levou. Assim, não pude reter<br />

essa espada que era uma curiosidade.<br />

Como o voo aloucado<br />

de uma arara<br />

Apesar de tudo, há alguns lances<br />

brilhantes da vida de Dom Pedro<br />

I, como o casamento dele com<br />

a Princesa Leopoldina d’Áustria,<br />

a Proclamação da Independência<br />

do Brasil. Além disso, o fato de ele<br />

ser um homem cheio de repentes e<br />

Dom Pedro I tinha um ministro<br />

com quem conviveu numa amizade<br />

adversária e numa adversidade amiga:<br />

José Bonifácio de Andrada e Silva.<br />

Os três irmãos Andrada eram inteligentíssimos<br />

e tinham feito excelentes<br />

estudos em Coimbra. José Bonifácio<br />

viajou por vários países da<br />

Europa e se tornou amigo de muitos<br />

dos homens que haveriam de trabalhar<br />

depois na Revolução Francesa.<br />

Imperador Dom Pedro II e<br />

suas irmãs - Museu Imperial,<br />

Petrópolis, Brasil<br />

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