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Revista Dr Plinio 252

Março de 2019

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Apóstolo do pulchrum<br />

Arquivo <strong>Revista</strong><br />

plar aquilo e perguntar-se como seria em ponto infinito,<br />

fica no fundo da alma algo de indizível, objeto de uma<br />

meditação propriamente religiosa e que lhe dá a verdadeira<br />

apetência do Céu.<br />

Esta é a fase religiosa e final da meditação. É um tipo<br />

de meditação caracteristicamente da quarta via de São<br />

Tomás de Aquino 1 que, através de um ente criado, nos<br />

eleva até o Céu, mas depois nos faz voltar aos entes criados<br />

para ir degustando-os como prelibações do Paraíso,<br />

ocasiões de sentirmos um antegozo do Céu. Assim levamos<br />

a vida cercados de coisas palpáveis e visíveis, sempre<br />

considerando as coisas impalpáveis, supremas e invisíveis<br />

que elas representam.<br />

Então eu tenho o leão, acima dele o rei, acima do<br />

rei os Anjos, acima dos Anjos Nossa Senhora, infinitamente<br />

acima de Nossa Senhora, Nosso Senhor Jesus<br />

Cristo, e em Nosso Senhor Jesus Cristo tenho o próprio<br />

Deus.<br />

Quer dizer, por esta forma eu faço todo um circuito. E<br />

compreendo perfeitamente que no Reino de Maria houvesse,<br />

por exemplo, uma igreja consagrada a Nosso Senhor<br />

Jesus Cristo, onde existisse, quiçá do lado de fora,<br />

na praça pública, um leão heráldico, escultura talvez fundida<br />

em ouro, na base da qual estivesse escrito “Imagem<br />

do Leão de Judá”. Sei que essa escultura deixaria muita<br />

gente furiosa, mas isso seria exatamente fazer uma meditação<br />

com seu périplo total.<br />

A graça de ver os imponderáveis da Criação<br />

É próprio à natureza humana desejar levar<br />

uma vida agradável sobre a Terra. Eu lhes<br />

posso garantir que nada, no sentido mais estrito<br />

da palavra, torna a vida tão agradável<br />

e interessante quanto vivê-la assim. Um<br />

homem que não vive desse modo está para<br />

quem vive pior do que um cego em relação a<br />

quem enxerga normalmente. Mas muito pior,<br />

não há comparação.<br />

Poderíamos encerrar estas considerações<br />

com a seguinte súplica a Nossa Senhora:<br />

Ó Maria, Esposa Imaculada do Espírito<br />

Santo, dai-me a graça de ver os imponderáveis<br />

da Criação, de me enlevar por eles e<br />

de ser impelido assim, por um amor desinteressado,<br />

à contemplação das perfeições que<br />

a alma humana possui pela natureza e pela<br />

graça.<br />

Fazei-me subir dessa consideração à da<br />

natureza angélica, puramente espiritual e,<br />

por fim, à de vosso Divino Filho que na sua<br />

humanidade santíssima é o ápice e a síntese<br />

de toda a Criação. Fazei-me em seguida, por<br />

um voo ainda mais possante de desinteresse<br />

e enlevo, fixar a minha mente na consideração<br />

da própria essência divina, da qual toda a<br />

Criação é imagem ou semelhança, de maneira<br />

que, analisando depois as criaturas, possa<br />

antegozar o Céu, preparando-me assim para<br />

entrar nele e lá Vos louvar por toda a eternidade.<br />

v<br />

(Extraído de conferência de 5/1/1973)<br />

<strong>Dr</strong>. <strong>Plinio</strong> em 1970<br />

1) Cf. Suma Teológica I, q. 2, a. 3.<br />

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