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uma função é algo tão bonito, se é tão esplêndida a força<br />
quando colocada a serviço da majestade, não haverá outros<br />
seres nos quais eu possa considerar, para nutrimento<br />
de minha alma, maior majestade, maior força, maior santidade?<br />
Minha alma já se extasia vendo esses atributos<br />
simbolizados no leão, mas eu quisera ver mais.<br />
Vem, então, a conclusão: no homem precisa haver<br />
mais majestade. Devem existir homens que me deem essa<br />
ideia de um modo mais perfeito do que o leão. Que<br />
homens terão sido?<br />
A pessoa passará, então, a estudar os homens que foram<br />
majestosos na Terra como, por exemplo, Carlos<br />
Magno, São Luís IX. E, de majestade em majestade, chegará<br />
Àquele que a Escritura qualificou de Leão de Judá:<br />
Nosso Senhor Jesus Cristo.<br />
Contempla o Santo Sudário de Turim e diz: “Nenhuma<br />
majestade realizada por um filho de homem atingiu a<br />
daquele infortúnio, daquela dor, daquela certeza, daquela<br />
esperança e daquela recusa. Aquela é a majestade das<br />
majestades, a mais alta das majestades que a face humana<br />
possa exprimir!”<br />
Então, na sua peregrinação pelas majestades, essa<br />
pessoa vai estudar a figura de Nosso Senhor Jesus Cristo<br />
no Evangelho. E, após ter considerado a própria humanidade<br />
do Redentor, dirá: “Nosso Senhor Jesus Cristo,<br />
na sua humanidade, é Corpo e Alma. Entretanto, eu<br />
vejo apenas os reflexos da Alma no Corpo, não vejo a Alma.<br />
Que feliz seria eu se contemplasse a Alma d’Ele diretamente!<br />
Como veria melhor a majestade e a santidade<br />
d’Ele se eu pudesse ver a Alma d’Ele, e não apenas a<br />
sua face divina!”<br />
E depois dirá mais ainda: “A Alma d’Ele é humana, e<br />
tudo quanto é humano é limitado. Deve haver algo infinitamente<br />
maior do que a Alma humana d’Ele, e que<br />
tem uma majestade, uma santidade e uma força que, estas<br />
sim, concebidas em último grau, enchem completamente<br />
a minha alma. Para contemplá-las eu serei capaz<br />
de todos os esforços, todas as renúncias, todos os sacrifícios.<br />
É a natureza divina d’Ele. Porque Deus é infinito,<br />
supremo, perfeito, Ele tem tudo. Há, portanto, um Ser<br />
incriado que foi o ponto de partida de todas as coisas,<br />
e que possui num grau infinito aquilo que eu comecei a<br />
considerar no leão de um modo finito.”<br />
Père Igor (CC3.0)<br />
Meditação com seu périplo total<br />
Neste ponto os olhos se voltam novamente para o leão<br />
e a pessoa passa a ver nele, em todos os seus movimentos,<br />
em toda a sua sublimidade, reflexos criados da natureza<br />
divina; um espelho de perfeições inexcogitáveis e infinitas<br />
de Deus das quais, entretanto, a cada movimento<br />
do leão pode-se ter uma certa ideia. Porque, ao contem-<br />
Imperador Carlos Magno - Igreja<br />
Saint-Géraud, Cantal, França<br />
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