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Mídia<br />
Grupo <strong>de</strong> Mídia do Rio <strong>de</strong> Janeiro<br />
discute privacida<strong>de</strong> no marketing<br />
Na edição <strong>de</strong>ste ano do Mix <strong>de</strong> Mídia, André Ferraz, da In Loco, fala que<br />
muitas empresas usam ferramentas que trazem riscos à vida particular<br />
Claudia Penteado<br />
Como resolver a difícil equação<br />
<strong>de</strong> prestar um bom serviço,<br />
muitas vezes atrelado à<br />
personalização, sem invadir a<br />
privacida<strong>de</strong> dos clientes? Como<br />
conseguir eficiência máxima<br />
numa campanha <strong>de</strong> marketing<br />
sem ultrapassar os limites da<br />
ética agora <strong>de</strong>vidamente estruturados<br />
na Lei Geral <strong>de</strong> Proteção<br />
<strong>de</strong> Dados que todo o mercado,<br />
pelo menos em tese, <strong>de</strong>verá<br />
respeitar a partir <strong>de</strong> agosto do<br />
ano que vem?<br />
Estas foram algumas das<br />
questões postas na mesa para<br />
discussão no Mix <strong>de</strong> Mídia,<br />
evento realizado na Casa Firjan,<br />
no Rio <strong>de</strong> Janeiro, pelo Grupo<br />
<strong>de</strong> Mídia, que teve como ponto<br />
<strong>de</strong> partida a palestra <strong>de</strong> André<br />
Ferraz, cofundador e CEO da<br />
empresa <strong>de</strong> inteligência <strong>de</strong> localização<br />
In Loco.<br />
A princípio forte candidata<br />
a vilã na discussão sobre privacida<strong>de</strong>,<br />
a In Loco se posiciona<br />
como uma plataforma que respeita<br />
a privacida<strong>de</strong> porque coleta<br />
informações <strong>de</strong> comportamento,<br />
no lugar <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong>s<br />
específicas.<br />
“Estamos expostos no mundo<br />
digital e no mundo físico.<br />
Estamos na chamada ‘surveillance<br />
economy’, on<strong>de</strong> celulares<br />
são monitorados pelo<br />
Google até quando <strong>de</strong>sligados.<br />
Muitas empresas usam ferramentas<br />
que trazem riscos à privacida<strong>de</strong>.<br />
A internet amplifica a<br />
malda<strong>de</strong> humana”, disse.<br />
Segundo ele, a solução é<br />
acompanhar o comportamento<br />
<strong>de</strong> consumo das pessoas<br />
protegendo seu anonimato. As<br />
empresas precisam ser transparentes<br />
e sempre dar ao usuário<br />
a escolha <strong>de</strong> compartilhar<br />
ou não dados, sabendo como e<br />
para quê eles serão usados.<br />
“Informações comportamentais<br />
são mais importantes<br />
do que informações i<strong>de</strong>ntificáveis.<br />
Não é preciso olhar no<br />
nível individual. Manter infor-<br />
Andre Ferraz: “Estamos expostos no mundo digital e no mundo físico. Estamos na chamada ‘surveillance economy’”<br />
“Informações<br />
comportamentaIs<br />
são maIs<br />
Importantes do<br />
que Informações<br />
I<strong>de</strong>ntIfIcáveIs. não<br />
é precIso olhar no<br />
nível IndIvIdual”<br />
Divulgação<br />
mações individuais das pessoas<br />
é perigoso porque elas po<strong>de</strong>m<br />
vazar. É mais fácil quebrar do<br />
que construir, é como uma<br />
caixa <strong>de</strong> areia”, disse Ferraz,<br />
lembrando que semanalmente<br />
gigantes como Facebook, Google,<br />
Apple, Amazon, Tencent e<br />
Alibaba são hackeadas e sofrem<br />
invasões.<br />
As consi<strong>de</strong>rações <strong>de</strong> Ferraz<br />
inspiraram o <strong>de</strong>bate do qual<br />
participaram ele, Viviane Vela,<br />
diretora <strong>de</strong> mídia da Kolab; Igor<br />
Puga, diretor <strong>de</strong> marketing e<br />
marca do Santan<strong>de</strong>r; e Antonio<br />
Jorge Pinheiro, presi<strong>de</strong>nte do<br />
Grupo <strong>de</strong> Mídia do Rio <strong>de</strong> Janeiro.<br />
Puga, do Santan<strong>de</strong>r, disse<br />
que no mercado <strong>de</strong> bancos o<br />
uso <strong>de</strong> dados é <strong>de</strong>safiador porque<br />
em gran<strong>de</strong> medida a eficiência<br />
<strong>de</strong> um serviço <strong>de</strong>pen<strong>de</strong><br />
do conhecimento mais aprofundado<br />
a respeito <strong>de</strong> cada<br />
cliente.<br />
O banco lançou, recentemente,<br />
uma campanha que divulga<br />
a abertura, para todo cliente, do<br />
volume <strong>de</strong> dados que possui.<br />
“Vivemos uma situação contraditória,<br />
não po<strong>de</strong>mos abdicar<br />
da personalização, então<br />
nos pareceu justo <strong>de</strong>volver para<br />
o usuário as informações que<br />
ele tem”, observou.<br />
Segundo Viviane Vela, do Kolab,<br />
hub <strong>de</strong> inteligência da Coca-<br />
-Cola <strong>de</strong>ntro da WMcCann, com<br />
o tempo, todo o mercado vai se<br />
capacitar para aten<strong>de</strong>r às regras<br />
<strong>de</strong> privacida<strong>de</strong>, apren<strong>de</strong>ndo a<br />
fazer todas as perguntas, captar<br />
informações, armazenar e<br />
usar. André Ferraz acredita que<br />
é preciso retroce<strong>de</strong>r na coleta<br />
<strong>de</strong> dados, repensar e “voltar algumas<br />
casinhas”, pois todos os<br />
limites já foram estourados.<br />
20 8 <strong>de</strong> <strong>abril</strong> <strong>de</strong> <strong>2019</strong> - jornal propmark