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edição de 8 de abril de 2019

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Mídia<br />

Grupo <strong>de</strong> Mídia do Rio <strong>de</strong> Janeiro<br />

discute privacida<strong>de</strong> no marketing<br />

Na edição <strong>de</strong>ste ano do Mix <strong>de</strong> Mídia, André Ferraz, da In Loco, fala que<br />

muitas empresas usam ferramentas que trazem riscos à vida particular<br />

Claudia Penteado<br />

Como resolver a difícil equação<br />

<strong>de</strong> prestar um bom serviço,<br />

muitas vezes atrelado à<br />

personalização, sem invadir a<br />

privacida<strong>de</strong> dos clientes? Como<br />

conseguir eficiência máxima<br />

numa campanha <strong>de</strong> marketing<br />

sem ultrapassar os limites da<br />

ética agora <strong>de</strong>vidamente estruturados<br />

na Lei Geral <strong>de</strong> Proteção<br />

<strong>de</strong> Dados que todo o mercado,<br />

pelo menos em tese, <strong>de</strong>verá<br />

respeitar a partir <strong>de</strong> agosto do<br />

ano que vem?<br />

Estas foram algumas das<br />

questões postas na mesa para<br />

discussão no Mix <strong>de</strong> Mídia,<br />

evento realizado na Casa Firjan,<br />

no Rio <strong>de</strong> Janeiro, pelo Grupo<br />

<strong>de</strong> Mídia, que teve como ponto<br />

<strong>de</strong> partida a palestra <strong>de</strong> André<br />

Ferraz, cofundador e CEO da<br />

empresa <strong>de</strong> inteligência <strong>de</strong> localização<br />

In Loco.<br />

A princípio forte candidata<br />

a vilã na discussão sobre privacida<strong>de</strong>,<br />

a In Loco se posiciona<br />

como uma plataforma que respeita<br />

a privacida<strong>de</strong> porque coleta<br />

informações <strong>de</strong> comportamento,<br />

no lugar <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong>s<br />

específicas.<br />

“Estamos expostos no mundo<br />

digital e no mundo físico.<br />

Estamos na chamada ‘surveillance<br />

economy’, on<strong>de</strong> celulares<br />

são monitorados pelo<br />

Google até quando <strong>de</strong>sligados.<br />

Muitas empresas usam ferramentas<br />

que trazem riscos à privacida<strong>de</strong>.<br />

A internet amplifica a<br />

malda<strong>de</strong> humana”, disse.<br />

Segundo ele, a solução é<br />

acompanhar o comportamento<br />

<strong>de</strong> consumo das pessoas<br />

protegendo seu anonimato. As<br />

empresas precisam ser transparentes<br />

e sempre dar ao usuário<br />

a escolha <strong>de</strong> compartilhar<br />

ou não dados, sabendo como e<br />

para quê eles serão usados.<br />

“Informações comportamentais<br />

são mais importantes<br />

do que informações i<strong>de</strong>ntificáveis.<br />

Não é preciso olhar no<br />

nível individual. Manter infor-<br />

Andre Ferraz: “Estamos expostos no mundo digital e no mundo físico. Estamos na chamada ‘surveillance economy’”<br />

“Informações<br />

comportamentaIs<br />

são maIs<br />

Importantes do<br />

que Informações<br />

I<strong>de</strong>ntIfIcáveIs. não<br />

é precIso olhar no<br />

nível IndIvIdual”<br />

Divulgação<br />

mações individuais das pessoas<br />

é perigoso porque elas po<strong>de</strong>m<br />

vazar. É mais fácil quebrar do<br />

que construir, é como uma<br />

caixa <strong>de</strong> areia”, disse Ferraz,<br />

lembrando que semanalmente<br />

gigantes como Facebook, Google,<br />

Apple, Amazon, Tencent e<br />

Alibaba são hackeadas e sofrem<br />

invasões.<br />

As consi<strong>de</strong>rações <strong>de</strong> Ferraz<br />

inspiraram o <strong>de</strong>bate do qual<br />

participaram ele, Viviane Vela,<br />

diretora <strong>de</strong> mídia da Kolab; Igor<br />

Puga, diretor <strong>de</strong> marketing e<br />

marca do Santan<strong>de</strong>r; e Antonio<br />

Jorge Pinheiro, presi<strong>de</strong>nte do<br />

Grupo <strong>de</strong> Mídia do Rio <strong>de</strong> Janeiro.<br />

Puga, do Santan<strong>de</strong>r, disse<br />

que no mercado <strong>de</strong> bancos o<br />

uso <strong>de</strong> dados é <strong>de</strong>safiador porque<br />

em gran<strong>de</strong> medida a eficiência<br />

<strong>de</strong> um serviço <strong>de</strong>pen<strong>de</strong><br />

do conhecimento mais aprofundado<br />

a respeito <strong>de</strong> cada<br />

cliente.<br />

O banco lançou, recentemente,<br />

uma campanha que divulga<br />

a abertura, para todo cliente, do<br />

volume <strong>de</strong> dados que possui.<br />

“Vivemos uma situação contraditória,<br />

não po<strong>de</strong>mos abdicar<br />

da personalização, então<br />

nos pareceu justo <strong>de</strong>volver para<br />

o usuário as informações que<br />

ele tem”, observou.<br />

Segundo Viviane Vela, do Kolab,<br />

hub <strong>de</strong> inteligência da Coca-<br />

-Cola <strong>de</strong>ntro da WMcCann, com<br />

o tempo, todo o mercado vai se<br />

capacitar para aten<strong>de</strong>r às regras<br />

<strong>de</strong> privacida<strong>de</strong>, apren<strong>de</strong>ndo a<br />

fazer todas as perguntas, captar<br />

informações, armazenar e<br />

usar. André Ferraz acredita que<br />

é preciso retroce<strong>de</strong>r na coleta<br />

<strong>de</strong> dados, repensar e “voltar algumas<br />

casinhas”, pois todos os<br />

limites já foram estourados.<br />

20 8 <strong>de</strong> <strong>abril</strong> <strong>de</strong> <strong>2019</strong> - jornal propmark

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