Hospitais Portugueses n.º1 julho-setembro 1948

A tarefa de escolher uma situação conveniente só deve ser entregue a
alguém que esteja familiarizado com a função dos hospitais, com a natureza
particular dos serviços a que se destinam e com as condições médicas gerais
da região.
É também indispensável conhecer os sentimentos da vizinhança e as ten­
. dências dos vários sectores da população.
O método ideal consiste em conseguir a colaboração tanto do arquitecto
como do consultor antes da escolha do local e utilizar desde logo os conhecimentos
de ambos.
Dão-se a seguir os pontos a considerar para a escolha do sítio de um hospital:
t. -Acesso
O acesso do local aos doentes em tratamento ambulatório e aos não ambutórios,
aos visitantes, aos funcionários superiores, ·pessoal subordinado e distribuição
dos abastecimentos tem de ser devidamente considerado.
Um hospital moderno, destinado a tratar casos agudos, deve, por um lado,
ter fácil acesso ao centro activo da comunidade, mas, por outro, deverá ser construído
num local descongestionado para que se possa evitar o problema dos ruídos
incómodos, do estacionamento e do tráfego.
No entanto, embora seja preferível situar o hospital em local de fácil acesso
às áreas industriais não o devemos aproximar muito delas.
Devem ser utilizados serviços de transporte económicos para doentes ambulatórios
até certa distância, sobretudo se se tenciona manter consultas externas.
Contudo, estes serviços não devem estar tão próximos do hospital que o seu barulho
incomode os doentes que estão de cama.
É preciso ter também em consideraç1lo as visitas e outras pessoas que vêm
ao hospital de automóvel. Estradas de primeira classe deverão ligar directamente
o estabelecimento com as artérias do tráfego local.
Uma estrada directa facilita grandemente o transporte dos abastecimentos.
2- Sea·vlços t•ilbllcos
O hospital deverá estar situado a pequena distância dos serviços de esgoto,
distribuição de água, electricidade, telefone e gaz, porque, se estes serviços ficam
afastados, a despesa de instalação de ramais de ligação será demasiadamente
onerosa.
Sempre que seja possível, o hospital deve ser servido por um sistema de
abastecimento público de água, devidamente aprovado e de calibre adequado, por
forma a fornecer a quantidade de água indispensável. É preferível conseguir água
com pressão correspondente ao máximo das necessidades de abastecimento dos
andares superiores, sem ter de recorrer a bombas de elevação, pois, de outra
forma, terá de alimentar-se constantemente um depósito que dê a quantidade e a
pressão desejadas. ·
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