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Revista Apólice #242

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Com uma baixa de 1,3 milhão em<br />

veículos novos vendidos no ano<br />

passado frente aos tempos áureos<br />

da indústria automobilística no<br />

Brasil – ainda que o setor tenha conseguido<br />

crescer, o mercado de seguros procura novos<br />

combustíveis para tentar voltar ao patamar<br />

de expansão do passado, no qual avançar<br />

dois dígitos era a regra, não a exceção. As<br />

expectativas de que esse cenário se concretizasse<br />

no ano passado foram por água abaixo.<br />

Apesar de o mercado ter reagido, somente<br />

algumas poucas companhias conseguiram<br />

emplacar o feito em meio à postura ainda<br />

seletiva de players consolidados do setor.<br />

Como consequência, a carteira de seguro<br />

de automóvel, que no ano passado perdeu<br />

o posto de líder do mercado brasileiro para<br />

o segmento de pessoas – considerando o<br />

seguro obrigatório (DPVAT), cresceu 5,89%<br />

na comparação com 2017, movimentando<br />

quase R$ 36 bilhões em prêmios. Embora<br />

tenha sido o segundo exercício consecutivo<br />

de expansão, refletindo a contínua melhora<br />

da indústria automobilística, em 2018 o<br />

mercado iniciou o ano todo esperançoso<br />

de recuperar o crescimento de dois dígitos,<br />

o que não se concretizou. Além disso, boa<br />

parte da expansão entregue ainda refletiu o<br />

reajuste nos prêmios – não necessariamente<br />

contratos novos – e ainda os segmentos de<br />

frotas e de locadoras de veículos. “O mercado<br />

de seguro de automóvel tem muitos<br />

desafios. O setor perdeu quase 2 milhões de<br />

veículos nos últimos anos (no auge da crise).<br />

Para retomar o crescimento de dois dígitos<br />

das últimas décadas, só em 2024”, avalia<br />

o vice-presidente de produtos da Liberty,<br />

Paulo Umeki.<br />

Pesam, sobretudo, na opinião do executivo,<br />

além da crise que o País vive e que pegou<br />

em cheio setores pujantes da economia como,<br />

por exemplo, a indústria automobilística,<br />

as mudanças culturais dos consumidores,<br />

que já impactam a frota segurada. Uma das<br />

constatações coloca em xeque, inclusive, a<br />

paixão do brasileiro pelo carro. Além de<br />

adiarem a retirada da habilitação quando<br />

completam 18 anos, muitos não querem<br />

sequer o aval para dirigir. Segundo Umeki,<br />

pesquisas mostram que entre 30% e 35%<br />

dos jovens brasileiros não desejam obter a<br />

carta de motorista. Como consequência, a<br />

emissão do documento entre condutores de<br />

18 a 21 anos diminuiu 20,61% em três anos,<br />

❙❙Paulo Umeki, da Liberty<br />

de acordo com levantamento da empresa de<br />

pesquisas Ipsos, com base nos dados do Departamento<br />

Nacional de Trânsito (Denatran).<br />

Ao contrário, os jovens preferem investir o<br />

dinheiro da carteira de motorista em um<br />

celular. É pelo aparelho que eles viabilizam<br />

o que antes era buscado com a habilitação:<br />

mobilidade. Isso porque com poucos cliques<br />

conseguem acionar aplicativos de mobilidade<br />

e chegar a qualquer canto sem trabalho e<br />

com custos atrativos. “O mercado de venda<br />

de carros 0 km está reagindo lentamente,<br />

o que já é um grande problema, mas o que<br />

tem impactado a demanda por seguro, e<br />

tende a pesar ainda mais, são as mudanças<br />

no perfil dos consumidores, que cada vez<br />

mais se interessam por utilizar aplicativos<br />

no Brasil e no mundo”, raciocina o superintendente<br />

de Produto Auto da Porto Seguro,<br />

Vicente Lapenta.<br />

❙❙Vicente Lapenta, da Porto Seguro<br />

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