21.05.2019 Views

*Maio / 2019 - Referência Florestal 207

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

ESPECIAL Condições ruins das estradas na região norte diminuem competitividade do setor florestal<br />

ON TARGET<br />

GETTING TO KNOW YOUR TARGET IS<br />

THE PATH TO BETTER PROTECTION<br />

IN FOREST DEVELOPMENT<br />

NA MIRA<br />

CONHECER O ALVO É O CAMINHO<br />

PARA MELHOR PROTEÇÃO<br />

DA CULTURA FLORESTAL<br />

Maio <strong>2019</strong><br />

9 77235 9 465 0 52 0 0 2 0 7<br />

1


Desde 1898<br />

CARGA SEGURA<br />

NÓS INVENTAMOS O CONCEITO<br />

• Tecnologia exclusiva de solda, o<br />

item mais importante do<br />

equipamento<br />

• Fueiros produzidos no Brasil<br />

com toda experiência e know<br />

how ExTe<br />

• Qualidade comprovada por<br />

quem concede um ano de<br />

garantia<br />

REPRESENTANTE EXCLUSIVA EXTE NO BRASIL<br />

WWW.EMEXBRASIL.COM.BR<br />

+55 (19) 3935.1970 / (19) 3935.2031<br />

emex@emexbrasil.com.br


SUMÁRIO<br />

36<br />

DECIFRANDO<br />

O INIMIGO<br />

MAIO <strong>2019</strong><br />

08 Editorial<br />

10 Cartas<br />

12 Bastidores<br />

14 Coluna Ivan Tomaselli<br />

16 Notas<br />

24 Biomassa<br />

25 Frases<br />

26 Entrevista<br />

36 Principal<br />

42 Especial<br />

48 Ilpf<br />

52 Silvicultura<br />

56 Madeira Nativa<br />

60 Academia e Pesquisa<br />

64 Agenda<br />

66 Espaço Aberto<br />

42<br />

56<br />

ANUNCIANTES DA EDIÇÃO<br />

07 Agroceres<br />

34 Agroceres<br />

21 Ambipar<br />

29 Bracell<br />

09 Carrocerias Bachiega<br />

65 D’Antonio Equipamentos<br />

68 Denis Cimaf<br />

02 Dinagro<br />

04 Emex<br />

19 Engeforest<br />

11 Envimat<br />

47 J de Souza<br />

33 Lignum Brasil<br />

45 Log Max<br />

65 Master Brasil<br />

59 Mill Indústrias<br />

63 Mill Indústrias<br />

31 Nordtech<br />

55 Potenza<br />

23 Rotary-Ax<br />

51 Rotor Equipamentos<br />

15 Sergomel<br />

67 TMO<br />

13 Unibrás<br />

61 Valfer Ferramentas<br />

06 www.referenciaflorestal.com.br


0 0 2 0<br />

EDITORIAL<br />

Buraco na pista<br />

Na reportagem especial desta edição abordamos as condições<br />

das estradas brasileiras. Quem viaja sabe que elas não são lá estas<br />

coisas. Mas também depende muito do trecho que se percorre. As<br />

pedagiadas levam vantagem, normalmente. Para as indústrias que<br />

escoam a produção do norte do país o caso é pior. Muitos locais são<br />

intransitáveis no período de chuvas e mesmo durante a seca, quando<br />

a terra está dura (veja que escrevi terra e não asfalto), os buracos<br />

se multiplicam. Rodovias estaduais e federais usadas pelo setor<br />

florestal em Santa Catarina, Paraná e Rio Grande do sul, também<br />

apresentam graves problemas, são perigosas, cheias de curvas com<br />

pistas simples e sofrem com tráfego intenso. É preciso investir seriamente<br />

em logística e ampliar as opções de modais. O custo do<br />

transporte e a morte nas estradas têm que diminuir. Acompanhe<br />

também a pesquisa que explica o comportamento das formigas<br />

cortadeiras e as melhores técnicas para o manejo da praga. Tenha<br />

uma excelente leitura.<br />

2<br />

A segurança que o seu desafio<br />

será cumprido e produtivo.<br />

Para quem quer colocar a cabeça no travesseiro e dormir bem.<br />

A alta tecnologia, produtividade, confiabilidade e baixa manutenção,<br />

fazendo o seu investimento render muito mais!<br />

Ligue para 19 3802.2742 e agende uma Demonstração!<br />

Agende uma demonstração<br />

19 3802.2742<br />

DENISCIMAF.com<br />

1<br />

Assertividade no combate às<br />

formigas cortadeiras com o<br />

manejo adequado é o destaque<br />

da capa desta edição, que leva<br />

o selo da marca Atta-Kill<br />

A Revista da Indústria <strong>Florestal</strong> / The Magazine for the Forest Product<br />

www.referenciaflorestal.com.br<br />

Ano XXI • N°<strong>207</strong> • Maio <strong>2019</strong><br />

ESPECIAL Condições ruins das estradas na região norte diminuem competitividade do setor florestal<br />

ON TARGET<br />

GETTING TO KNOW YOUR TARGET IS<br />

THE PATH TO BETTER PROTECTION<br />

IN FOREST DEVELOPMENT<br />

NA MIRA<br />

CONHECER O ALVO É O CAMINHO<br />

PARA MELHOR PROTEÇÃO<br />

DA CULTURA FLORESTAL<br />

9 7 7 2 35 9 4 65 0 5 2 7<br />

HIGHWAY POTHOLES<br />

In the special story in this issue, we discuss Brazilian road conditions.<br />

Those that travel them know that they are not as they should<br />

be. But they also rely heavily on the stretches that they travel. Usually,<br />

the toll roads have an advantage. For companies that deliver<br />

their output in the North of the Country, the case is worse. Many<br />

places are impassable in the rainy season, and even sometimes during<br />

the dry season, when the dirt is hard, potholes multiply (note I<br />

wrote dirt and not asphalt). State and Federal highways used by<br />

the Forest Sector in the States of Santa Catarina, Paraná, and Rio<br />

Grande do Sul, also present serious problems; they are dangerous,<br />

full of one lane curves with no shoulder, and suffer from heavy<br />

traffic. It has become imperative to invest seriously in logistics and<br />

amplify modal options. The shipping costs and deaths on the road<br />

have to decrease. Also, read about the research that explains the<br />

behavior of the leaf-cutting ants and the best techniques for pest<br />

control management. Have a very pleasurable read.<br />

Entrevista com<br />

Eduardo<br />

José de Mello<br />

Melhora do material<br />

genético<br />

3<br />

EXPEDIENTE<br />

ANO XXI - EDIÇÃO <strong>207</strong> - MAIO <strong>2019</strong><br />

Diretor Comercial / Commercial Director<br />

Fábio Alexandre Machado<br />

fabiomachado@revistareferencia.com.br<br />

Diretor Executivo / Executive Director<br />

Pedro Bartoski Jr<br />

bartoski@revistareferencia.com.br<br />

Redação / Writing<br />

Rafael Macedo - Editor<br />

editor@revistareferencia.com.br<br />

jornalismo@revistareferencia.com.br<br />

Colunista<br />

Ivan Tomaselli<br />

Depto. de Criação / Graphic Design<br />

Fabiana Tokarski - Supervisão<br />

Fabiano Mendes<br />

criacao@revistareferencia.com.br<br />

Tradução / Translation<br />

John Wood Moore<br />

Cartunista / Cartunist<br />

Francis Ortolan<br />

Depto. Comercial / Sales Departament<br />

Gerson Penkal, Jéssika Ferreira,<br />

Tainá Carolina Brandão<br />

comercial@revistareferencia.com.br<br />

fone: +55 (41) 3333-1023<br />

Representante Comercial<br />

Dash7 Comunicação - Joseane Cristina<br />

Knop<br />

Depto. de Assinaturas / Subscription<br />

Supervisão - Cassiele Ferreira<br />

assinatura@revistareferencia.com.br<br />

ASSINATURAS<br />

0800 600 2038<br />

Periodicidade Advertising<br />

GARANTIDA GARANTEED<br />

Veículo filiado a:<br />

A Revista REFERÊNCIA - é uma publicação mensal e independente,<br />

dirigida aos produtores e consumidores de bens e serviços em madeira,<br />

instituições de pesquisa, estudantes universitários, orgãos governamentais,<br />

ONG’s, entidades de classe e demais públicos, direta e/ou indiretamente<br />

ligados ao segmento de base florestal. A Revista REFERÊNCIA do Setor<br />

Industrial Madeireiro não se responsabiliza por conceitos emitidos em<br />

matérias, artigos ou colunas assinadas, por entender serem estes materiais<br />

de responsabilidade de seus autores. A utilização, reprodução, apropriação,<br />

armazenamento de banco de dados, sob qualquer forma ou meio, dos<br />

textos, fotos e outras criações intelectuais da Revista REFERÊNCIA são<br />

terminantemente proibidos sem autorização escrita dos titulares dos<br />

direitos autorais, exceto para fins didáticos.<br />

Revista REFERÊNCIA is a monthly and independent publication<br />

directed at the producers and consumers of the good and services of the<br />

lumberz industry, research institutions, university students, governmental<br />

agencies, NGO’s, class and other entities directly and/or indirectly linked<br />

to the forest based segment. Revista REFERÊNCIA does not hold itself<br />

responsible for the concepts contained in the material, articles or columns<br />

signed by others. These are the exclusive responsibility of the authors,<br />

themselves. The use, reproduction, appropriation and databank storage<br />

under any form or means of the texts, photographs and other intellectual<br />

property in each publication of Revista REFERÊNCIA is expressly prohibited<br />

without the written authorization of the holders of the authorial rights.<br />

08 www.referenciaflorestal.com.br


ECONOMIA<br />

AGILIDADE<br />

Tradição que você conhece.<br />

Tecnologia e inovação com<br />

a segurança que você precisa<br />

Somos hoje a mais experiente montadora de piso móvel da marca<br />

HYVA ® , desenvolvendo produtos cada vez mais adequados às<br />

necessidades dos clientes, mantendo sempre a qualidade e<br />

resistência dos nossos produtos - reconhecidos nacionalmente.<br />

SEGURANÇA<br />

www.carroceriasbachiega.com.br<br />

Fone: (19) 3496-1555<br />

PISO MÓVEL


Agende uma demonstração<br />

DENISCIMAF.com<br />

0 0 2 0<br />

CARTAS<br />

ESPECIAL Cabeçote Harvester - a importância de manter o equipamento em dia sem perder produtividade<br />

A segurança que o seu desafio<br />

será cumprido e produtivo.<br />

Para quem quer colocar a cabeça no travesseiro e dormir bem.<br />

A alta tecnologia, produtividade, confiabilidade e baixa manutenção,<br />

fazendo o seu investimento render muito mais!<br />

Ligue para 19 3802.2742 e agende uma Demonstração!<br />

A Revista da Indústria <strong>Florestal</strong> / The Magazine for the Forest Product<br />

LIMPEZA PROFUNDA<br />

EMPRESA BRASILEIRA LANÇA SUPER TRITURADOR<br />

THOROUGH CLEARING<br />

BRAZILIAN COMPANY LAUNCHES SUPER MULCHER<br />

Capa da Edição 206 da<br />

Revista REFERÊNCIA FLORESTAL,<br />

mês de abril de <strong>2019</strong><br />

www.referenciaflorestal.com.br<br />

9 7 7 2 35 9 4 65 0 4 5 6<br />

19 3802.2742<br />

Ano XXI • N°206 • Abril <strong>2019</strong><br />

SILVICULTURA<br />

Por Cristiano Nascimento dos Santos - Lages (SC)<br />

As pesquisas na área do plantio florestal seguem avançando. Gosto de<br />

saber as novidades desse setor, principalmente, porque trabalho na área.<br />

PARABÉNS<br />

Por Edson Carvalho - Valinhos (SP)<br />

Gostaria de parabenizar toda a equipe da <strong>Referência</strong> FLORESTAL<br />

pelo trabalho desenvolvido. É muito gratificante termos uma<br />

Revista que fale do setor e com o setor florestal. Continuem assim.<br />

TÉCNICO<br />

Por Júlio Silva - Curitiba (PR)<br />

Legais as dicas sobre manutenção de cabeçote. Sempre que possível<br />

publiquem mais matérias sobre como manter os equipamentos<br />

funcionando e produtivos.<br />

E-mails, críticas e<br />

sugestões podem ser<br />

enviados para redação<br />

revistareferencia@revistareferencia.com.br<br />

Mande sua opinião sobre a Revista<br />

REFERÊNCIA FLORESTAL ou a<br />

respeito de reportagem produzida<br />

pelo veículo.<br />

CURTA NOSSA PÁGINA<br />

CONTEÚDO<br />

Por Janaina de Castro -<br />

Umuarama (PR)<br />

Gostei dos pontos de vista apresentados<br />

por Diogo Carlos Leuck, presidente<br />

da Ageflor (Associação Gaúcha de<br />

Empresas Florestais), entrevistado<br />

pela Revista. Precisamos fortalecer<br />

a atividade e mostrar os benefícios<br />

para a sociedade.<br />

referenciamadeira<br />

NATIVA<br />

Por Jurandir de Castro - Belém (PA)<br />

O manejo florestal precisa de mais atenção do governo. Tem muita<br />

lei, cobrança, fiscalização e pouco incentivo.<br />

Foto: REFERÊNCIA Foto: REFERÊNCIA Foto: divulgação<br />

10 www.referenciaflorestal.com.br


Rua Guaratinguetá, 234<br />

São Paulo | SP | BRASIL | CEP: 03112-080<br />

(11) 2796-8196 | envimat@envimat.com.br<br />

www.envimat.com.br


BASTIDORES<br />

Charge<br />

Charge: Francis Ortolan<br />

Revista<br />

PÉ NA ESTRADA<br />

A equipe da REFERÊNCIA FLORESTAL colocou o pé na estrada para trazer novidades aos leitores da Revista. Acompanhe<br />

o making off da produção da capa da edição de abril que estampa o triturador florestal da Himev. Também visitamos a<br />

equipe responsável pela comercialização dos cabeçotes Log Max no Brasil.<br />

Momento em que o triturador<br />

florestal da Himev era preparado<br />

para uso em campo<br />

Foto: Fabiano Mendes<br />

Rodrigo Contesini, gerente geral da Log<br />

Max do Brasil e Joseane Cristina Knop,<br />

diretora comercial DASH7 Comunicação,<br />

comemorando a parceria com a<br />

REFERÊNCIA FLORESTAL<br />

Foto: REFERÊNCIA<br />

12 www.referenciaflorestal.com.br


Não permita que as<br />

formigas cortem seu<br />

lucro e produtividade<br />

www.unibras.com.br<br />

O controle está em suas mãos!<br />

0800 18 3000


COLUNA<br />

PELLETS: MERCADO<br />

INTERNACIONAL EM<br />

CRESCIMENTO<br />

Rejeito que era queimado e passou a valer<br />

dinheiro como combustível limpo<br />

Ivan Tomaselli<br />

Diretor-presidente da Stcp<br />

Engenharia de Projetos Ltda<br />

Contato: itomaselli@stcp.com.br<br />

Foto: divulgação<br />

Em 2018, o<br />

comércio<br />

mundial de<br />

pellets atingiu<br />

20 milhões de t<br />

(toneladas), um<br />

crescimento<br />

de 18% em<br />

relação a 2017<br />

N<br />

o início dos anos 1980 estudamos<br />

o negócio pellets. Naquela época<br />

a produção de pellets era uma alternativa<br />

praticamente desconhecida,<br />

mas as análises indicavam<br />

que poderia ser uma opção para dar um uso<br />

econômico a serragem e maravalha.<br />

Esses resíduos já secos eram, na época, produzidos<br />

em grande quantidade pela indústria<br />

moveleira da região de São Bento do Sul (SC), e<br />

não tinham um mercado. Eles eram simplesmente<br />

queimados, afetando a qualidade do ar da região,<br />

e ainda havia uma preocupação dos órgãos<br />

ambientais com relação a poluição ambiental, ou<br />

seja, tratados como dejetos.<br />

Passados quase 40 anos, a produção de pellets<br />

no Brasil está se tornando um negócio atrativo,<br />

especialmente quando existem resíduos secos<br />

disponíveis. Embora os volumes ainda sejam<br />

relativamente limitados, a produção encontra-se<br />

em crescimento. A maioria das unidades produtoras<br />

de pellets no Brasil são de pequeno porte,<br />

e praticamente toda produção é exportada.<br />

Em outros países, no entanto, a indústria<br />

de pellets já é um grande negócio, e o comércio<br />

internacional tem crescido. O pellet tem sido<br />

uma alternativa para a substituição de combustíveis<br />

fósseis, e diversos países têm adotado essa<br />

alternativa como parte da política ambiental,<br />

para reduzir a emissão de combustíveis fósseis,<br />

responsáveis pelo efeito estufa.<br />

Em 2018, o comércio mundial de pellets,<br />

segundo a Wood Resource Quarterly, atingiu 20<br />

IMPORTADORES<br />

Mil toneladas<br />

2017 2018<br />

milhões de t (toneladas), um crescimento de<br />

18% em relação a 2017. Os cinco maiores exportadores<br />

responsáveis por 65% das exportações<br />

globais, são os EUA (Estados Unidos da América),<br />

Canadá, Latvia, Rússia e Estônia. Outros grandes<br />

exportadores são Áustria, Malásia, Alemanha,<br />

Dinamarca e Portugal.<br />

Os maiores importadores mundiais de<br />

pellets são apresentados na tabela abaixo. Em<br />

2018, os quatro maiores foram responsáveis por<br />

87% do total das importações mundiais. Trata-se<br />

portanto de um mercado bastante concentrado.<br />

Um fato relevante é o crescimento das importações<br />

dos quatro maiores, todos com taxas<br />

muito elevadas. A Coreia do Sul, por exemplo,<br />

aumentou em 40% as importações de pellets, e<br />

a Itália 30%.<br />

Os preços variam dependendo do mercado,<br />

mas vêm crescendo. Na Europa (Áustria, Alemanha<br />

e Suécia), no início da década passada os<br />

pellets de uso residencial eram comercializados<br />

em média por cerca de EUR200/t. Os preços<br />

cresceram ao longo do tempo e atualmente encontram-se<br />

em torno de EUR250/ton.<br />

O Japão também está se tornando um grande<br />

importador de pellets, e em 2018 importou<br />

1,3 milhão de t, tendo como origem principal o<br />

Canadá. O preço CIF médio dos pellets certificados<br />

(FSC/SFI) importados pelo Japão, no final de<br />

2018, era US$182/t. Já a Coreia tem importado<br />

pellets principalmente da Malásia e Vietnam, e<br />

os preços são mais baixos, em torno de US$150/<br />

ton.<br />

VARIAÇÃO<br />

%<br />

Reino Unido<br />

6.885<br />

7.990<br />

+ 16<br />

Dinamarca<br />

3.086<br />

3.801<br />

+ 23<br />

Coreia do Sul<br />

2.431<br />

3.444<br />

+ 42<br />

Itália<br />

1.792<br />

2.328<br />

+ 30<br />

14 www.referenciaflorestal.com.br


A combinação bruta<br />

do desempenho<br />

e tecnologia.<br />

Nos acompanhe nas redes sociais:<br />

@sergomelmecanica<br />

@sergomelmecanicaindltda<br />

sergomel.com.br<br />

sergomel@sergomel.com.br<br />

+55 16 3513 2600<br />

Av. Marginal José Osvaldo Marques, 1620<br />

Setor Industrial - Sertãozinho/SP


NOTAS<br />

Gestão de custos<br />

A Apre (Associação Paranaense de<br />

Empresas de Base <strong>Florestal</strong>) promoveu,<br />

no dia 24 de abril, no salão de convenções<br />

do prédio da Remasa, em Curitiba<br />

(PR), um curso ministrado pelo consultor<br />

e economista João Trevisan chamado:<br />

Gestão de Custos na Atividade <strong>Florestal</strong>.<br />

A capacitação foi destinada a gerentes,<br />

coordenadores, supervisores e gestores<br />

da área florestal. No evento, Trevisan<br />

apresentou conceitos teóricos como<br />

custo fixo, custo variável e ponto de<br />

equilíbrio. Também aplicou um exercício<br />

específico de custo de uma atividade no<br />

setor florestal e mostrou aos participantes<br />

uma ferramenta prática que pode ser<br />

facilmente acessada após o treinamento.<br />

Foto: REFERÊNCIA<br />

Novidade contra a<br />

vespa-da-madeira<br />

Foto: divulgação<br />

A principal forma de combate à vespa-da-madeira<br />

(Sirex noctilio), praga que atinge plantios de<br />

pinus, agora tem registro junto ao Mapa (Ministério<br />

da Agricultura, Pecuária e Abastecimento). O nematoide<br />

Deladenus siricidicola, agente de controle<br />

biológico da vespa-da-madeira, passa a atender<br />

pelo nome comercial de Nematec. A distribuição<br />

do produto, já com o registro, começou a ser feita<br />

em março e 46 empresas florestais já receberam o<br />

Nematec, totalizando 915 doses do produto. A estimativa<br />

é que, até agosto deste ano, cerca de 6 mil<br />

doses sejam distribuídas. Além do nematoide, os<br />

usuários recebem uma bula do produto e a explicação<br />

de seu uso. O processo de registro realizado<br />

pela Embrapa levou seis anos e passou por diversas<br />

fases de análise.<br />

16 www.referenciaflorestal.com.br


Monitoramento de<br />

queimadas no Cerrado<br />

Foto: divulgação<br />

Um estudo conduzido por cientistas do<br />

Brasil, EUA (Estados Unidos da América)<br />

e Portugal investigou a acurácia e a consistência<br />

de diferentes coleções de dados<br />

obtidos por satélites relativos à localização<br />

e à extensão das áreas queimadas<br />

no cerrado. Os resultados, divulgados no<br />

International Journal of Applied Earth Observation<br />

and Geoinformation, devem contribuir<br />

para a melhoria dos produtos gerados<br />

no âmbito do Programa Queimadas<br />

do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas<br />

Espaciais ), dedicado ao monitoramento<br />

de focos de queimadas e de incêndios florestais<br />

detectados por satélites, ao cálculo<br />

e à previsão do risco de fogo da vegetação.<br />

“Em nosso estudo, calculamos os erros e<br />

as incertezas dos dados fornecidos por imagens de satélites – algo que não tínhamos antes para o cerrado. Também verificamos<br />

que os dados são mais confiáveis no norte do que no sul do cerrado. Isso porque as propriedades no sul do bioma<br />

são bem menores, o que faz com que o uso do fogo ocorra em áreas relativamente pequenas e não em grandes extensões.<br />

No norte, em regiões como a Ilha do Bananal, houve anos em que medimos queimadas quase contínuas em áreas da ordem<br />

de 10 mil quilômetros quadrados. Isso não acontece em trechos do norte do Estado de São Paulo ou do sul de Minas Gerais,<br />

onde o padrão de ocupação do solo é bem diferente. Este é um resultado importante, pois mostrou que não se pode ter um<br />

algoritmo uniforme para todo o bioma”, explicou Alberto Setzer, pesquisador do Inpe e coautor do artigo.<br />

Paraná terá escola de<br />

operação florestal<br />

O Paraná terá a primeira escola<br />

técnica de operação florestal do Brasil. A<br />

criação do Centro Estadual de Educação<br />

Profissional <strong>Florestal</strong> e Agrícola de<br />

Ortigueira, nos Campos Gerais, é uma<br />

parceria entre o Governo do Estado,<br />

Klabin e a prefeitura do município, e terá<br />

capacidade de receber até 800 alunos. A<br />

previsão é que o espaço seja inaugurado<br />

no ano que vem, inicialmente com três<br />

cursos: técnico em Operações Florestais,<br />

técnico em Manutenção de Máquinas<br />

Pesadas e técnico em Agronegócio.<br />

Foto: divulgação<br />

Maio <strong>2019</strong><br />

17


NOTAS<br />

Foto: divulgação<br />

Porto de Paranaguá terá<br />

nova área para operação<br />

de celulose<br />

A Secretaria Nacional de Portos divulgou<br />

que o Porto de Paranaguá terá uma<br />

nova área de aproximadamente 27,5 mil<br />

m² (metros quadrados), na faixa primária,<br />

designada para a operação de celulose. O<br />

novo espaço, que será localizado na extremidade<br />

oeste do cais comercial, contará<br />

com um armazém de celulose, instalações<br />

de apoio, portaria de controle de acesso,<br />

edifício administrativo de apoio e três linhas<br />

férreas para descarga e manobras de<br />

encoste de vagões. Atualmente, a celulose<br />

é o terceiro produto na pauta de exportações<br />

do Paraná.<br />

Equidade de gênero<br />

Uma parceria entre a Rede Mulher <strong>Florestal</strong>, organização<br />

não governamental, e a SR4 Soluções em Certificação<br />

<strong>Florestal</strong> viabilizou a inclusão de um módulo<br />

sobre equidade de gênero em todos os cursos oferecidos<br />

pela empresa em <strong>2019</strong>. O objetivo é difundir os<br />

conceitos e informações sobre gênero visando promover<br />

a igualdade no setor florestal. Os treinamentos,<br />

que acontecem em cidades como Piracicaba (SP),<br />

Curitiba (PR), Florianópolis (SC), Três Lagoas (MS),<br />

Goiânia (GO) e São Luís (MA), irão abordar temas<br />

como serviços ecossistêmicos, certificação FSC (Forest<br />

Stewardship Council) para pequenos produtores,<br />

cadeia de custódia, engajamento das partes, madeira<br />

controlada, mapeamento e certificação para a cadeia<br />

de valor do babaçu. Com duração de dois dias, os<br />

cursos são voltados para profissionais e estudantes.<br />

Para informações sobre os cursos: (19) 9 9952-4586<br />

ou pelo e-mail cursos@sr4solucoes.com.br.<br />

Foto: divulgação<br />

18 www.referenciaflorestal.com.br


NOTAS<br />

Contra mudança no<br />

Código <strong>Florestal</strong><br />

A Coalizão Brasil Clima Florestas e Agricultura se<br />

posicionou contra qualquer alteração do Código <strong>Florestal</strong>:<br />

“Entre os mais de 190 membros da Coalizão Brasil Clima,<br />

Florestas e Agricultura, que reúne representantes do agronegócio,<br />

do setor florestal, das entidades de defesa do<br />

meio ambiente e da Academia, há um claro consenso: a<br />

implementação do Código <strong>Florestal</strong>, em sua atual configuração,<br />

é o primeiro passo para fortalecer a produção agropecuária<br />

e, ao mesmo tempo, a conservação ambiental no<br />

país. Esse momento chegou e não pode mais ser adiado.”<br />

A entidade destaca que uma série de Projetos de Lei e<br />

Medidas Provisórias tem sido apresentada no Congresso,<br />

visando alterar dispositivos essenciais para a implementação<br />

do Código <strong>Florestal</strong>. “Essas iniciativas mantêm o<br />

clima de insegurança jurídica e prejudicam os esforços de<br />

implementação da lei.”<br />

Paraná defende Código <strong>Florestal</strong><br />

A Apre (Associação Paranaense de Empresas<br />

de Base <strong>Florestal</strong>), que representa empresas<br />

com plantios florestais no Estado, tem se<br />

posicionado contra uma possível mudança no<br />

Código <strong>Florestal</strong> Brasileiro, que reduziria as<br />

áreas de reserva legal de propriedades rurais. O<br />

texto, aprovado em 2012, determina que esse<br />

tipo de área, cujo percentual varia de 20% a<br />

80%, não pode ser desmatado. A proposta não<br />

mudaria nas áreas de preservação permanente,<br />

como encostas de morros e nascentes de<br />

água. Na avaliação da entidade, ainda é preciso<br />

avançar na implementação de uma série de<br />

mecanismos do Código <strong>Florestal</strong>, amplamente<br />

discutido pela sociedade. “É preciso colocar em<br />

prática o Código e não mudá-lo agora, quando<br />

grande parte dos produtores rurais, inclusive,<br />

já aderiu a questões como Cadastro Ambiental<br />

Rural”, ressalva o presidente da Apre, Álvaro<br />

Scheffer Junior.<br />

Foto: divulgação Foto: divulgação<br />

20 www.referenciaflorestal.com.br


NOTAS<br />

Regeneração florestal<br />

Foto: divulgação<br />

Ao contrário do que se pensava, florestas<br />

que sofreram intenso desmatamento<br />

têm capacidade regenerativa. Um estudo<br />

publicado na revista Nature Ecology and<br />

Evolution concluiu que as florestas nativas<br />

podem se regenerar se as atividades realizadas<br />

nelas cessarem. Isso se deve a um<br />

processo de regeneração chamado de sucessão,<br />

no qual a vegetação cresce gradualmente<br />

levando a mudanças nas condições<br />

ambientais dentro da floresta. Os pesquisadores<br />

do estudo analisaram 50 regiões<br />

da América Latina para entender como a<br />

regeneração funciona, pois, segundo eles,<br />

isso é crucial para melhorar as práticas de<br />

restauração de florestas e escolher as espécies<br />

mais adequadas.<br />

ALTA<br />

EXPORTAÇÕES DO AGRO MINEIRO<br />

CRESCEM<br />

As exportações do agronegócio mineiro alcançam US$<br />

1,75 bilhão no primeiro trimestre do ano (janeiro até<br />

março) e registram crescimento de 1,6% em relação ao<br />

mesmo período do ano passado. Em relação ao total<br />

de exportações do Estado, o agronegócio respondeu<br />

por 30,4% de toda a pauta mineira comercializada. Os<br />

produtos florestais somaram US$ 204 milhões, com a<br />

comercialização de 342 mil toneladas.<br />

MAIO <strong>2019</strong><br />

DESMATAMENTO ILEGAL<br />

O Ministério Público Federal instaurou 1.410 ações<br />

civis públicas contra desmatamentos com 60 hectares<br />

ou mais registrados na Amazônia entre 2016 e 2017.<br />

Ao todo, 1.831 pessoas ou empresas vão responder<br />

na Justiça pela remoção ilegal de mais de 156 mil hectares<br />

de floresta. As indenizações pedidas pelo MPF<br />

para reparar os danos causados pelo desmatamento<br />

chegam a R$ 2,515 bilhões.<br />

BAIXA<br />

22 www.referenciaflorestal.com.br


BIOMASSA<br />

Comitê de<br />

BIOMASSA E PELLETS<br />

Foto: REFERÊNCIA<br />

Foto: VisualHunt<br />

AAbimci (Associação Brasileira da Indústria de Madeira Processada Mecanicamente) acaba de criar o Comitê<br />

de Pellets e Biomassa dentro da sua estrutura organizacional. O anúncio foi feito durante o encontro promovido<br />

pela entidade, que reuniu empresas produtoras de pellets, de diferentes partes do país. O objetivo foi<br />

apresentar as ações desenvolvidas pela associação, o papel representativo e um cenário macro das oportunidades<br />

para os fabricantes. A associação já conta com indústrias desse produto no seu quadro de empresas<br />

associadas. Entre os principais gargalos apresentados pelas empresas estão questões como a representação setorial e a<br />

necessidade de desenvolvimento de uma norma técnica específica para o segmento. Hoje, o principal mercado de pellets<br />

é o agronegócio, em especial, a avicultura. Mas, de acordo com os empresários, haveria espaço para o produto em outros<br />

mercados como alimentação e indústrias de forma geral. De acordo com dados apresentados pela Abimci e levantados<br />

com a FAO (Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação), o Brasil produziu em 2017 pouco mais de 470<br />

mil toneladas de pellets, dos quais a maior parte voltada para a exportação. Os principais destinos são Reino Unido, Itália,<br />

Dinamarca e França.<br />

24 www.referenciaflorestal.com.br


FRASES<br />

Foto: divulgação<br />

“O papel de uma certa ecologia<br />

radical, fundamentalista e<br />

irracional é impedir nosso<br />

desenvolvimento e abrandar a<br />

concorrência”<br />

Senador Flávio Bolsonaro, co-autor<br />

do Projeto de Lei que revoga o<br />

capítulo que trata da reserva legal<br />

no Código <strong>Florestal</strong><br />

“Queimar<br />

é crime”<br />

“Estamos há vários meses<br />

buscando soluções que<br />

promovam o desenvolvimento<br />

econômico do setor e,<br />

consequentemente, do Estado.<br />

Esperamos que agora, com a<br />

promessa do governador, os<br />

problemas se resolvam”<br />

Este é o tema da 7ª Campanha de Prevenção e Combate<br />

a Incêndios promovido pela Reflore/MS (Associação<br />

Sul-Mato-Grossense de Produtores e Consumidores de<br />

Florestas Plantadas), Famasul (Federação da Agricultura<br />

e Pecuária de MS) e Senar/MS (Serviço Nacional de<br />

Aprendizagem Rural)<br />

Frank Rogieri, um dos diretores do Cipem<br />

(Centro das Indústrias Produtoras e<br />

Exportadoras de Madeira do Estado de Mato<br />

Grosso), cobra solução de entraves fiscais e<br />

tributários que afetam o setor.<br />

“Uma certeza é que o preço vai subir, mas a estratégia<br />

para comprar eucalipto varia de companhia para<br />

companhia”<br />

Caio Zardo, diretor da Suzano<br />

sobre o aquecimento do<br />

setor que pode afetar a<br />

disponibilidade e o preço da<br />

madeira, especialmente em<br />

São Paulo<br />

Maio <strong>2019</strong><br />

25


ENTREVISTA<br />

A um passo do<br />

do eucalipto<br />

TRANSGÊNICO<br />

S<br />

One step to the<br />

transgenic eucalyptus<br />

e o Brasil já é reconhecido mundialmente pela alta pro-<br />

-<br />

-<br />

Foto: divulgação<br />

ENTREVISTA<br />

-<br />

perior a doenças e clima, melhoria na qualidade da madeira, adaptabilidade<br />

a solos mais pobres e por aí vai, as possibilidades são<br />

versamos com Eduardo José de Mello, vice-presidente de Opera-<br />

I<br />

f Brazil is already recognized worldwide for the high produc-<br />

-<br />

-<br />

and climate, improvement in the quality of the wood, adaptability<br />

is already making use of these advantages, but the Forest Sector has<br />

remained in the background. FuturaGene is at the forefront of this<br />

Tree Improvement for the Company. He believes that in 10 years the<br />

-<br />

-<br />

Eduardo<br />

José de Mello<br />

DATA E LOCAL DE NASCIMENTO<br />

Mogi Mirim (SP), 14/10/1963<br />

October 14, 1963, Mogi Mirim (SP)<br />

ATIVIDADE/ ACTIVITY:<br />

Vice-presidente de Operações e Melhoramento<br />

for FuturaGene<br />

FORMAÇÃO/ ACTIVITY:<br />

Tecidos Vegetais (UFLA) e MBA pela FGV<br />

BSc. in Forestry, University of São Paulo (USP), with studies in<br />

the Culture of Vegetable Tissues, Federal University of Lavras<br />

26 www.referenciaflorestal.com.br


A tecnologia irá contribuir<br />

para o aumento da<br />

competitividade da indústria<br />

brasileira no cenário global<br />

>> O Brasil possui excelentes níveis de produtividade, sobretudo<br />

com o eucalipto. Porém, não introduzimos ainda a<br />

transgenia. Por que isto acontece?<br />

O Brasil tornou-se referência mundial na produtividade do eucalipto<br />

graças às boas condições naturais - clima e solo - existentes<br />

no país e ao desenvolvimento científico e tecnológico<br />

obtido por meio de empresas, universidades e instituições de<br />

pesquisa. O salto de produtividade observado na agricultura<br />

nas últimas duas décadas tem como destaque o uso intensivo<br />

de cultivares GM (geneticamente modificados). As empresas<br />

passaram a se dedicar ao melhoramento genético, fazendo<br />

uso de transgenia e outras ferramentas biotecnológicas. No<br />

setor florestal, embora já haja uma variedade de eucalipto<br />

GM aprovado para uso comercial, a transgenia de forma geral<br />

está em fase de desenvolvimento e, portanto, ainda não<br />

disponível para plantio em escala comercial. Nos últimos 10<br />

anos, houve um aumento dos esforços nesse sentido: de acordo<br />

com dados da Ctnbio (Comissão Técnica Nacional de Biossegurança),<br />

há aproximadamente 100 testes de campo com<br />

eucaliptos GM, o que indica que, em breve, haverá eucalipto<br />

GM disponível para os silvicultores.<br />

>> É possível prever o incremento caso a técnica fosse aplicada<br />

nos plantios florestais?<br />

Até o momento, o eucalipto geneticamente modificado da<br />

FuturaGene, aprovado pela Ctnbio em 2015, é a única referência<br />

no mundo de tecnologia voltada para aumento de produtividade<br />

em uma espécie florestal que completou o ciclo<br />

de desenvolvimento, desde as pesquisas em laboratório até a<br />

liberação para uso comercial. Os resultados dos experimentos<br />

em campo com esta variedade de eucalipto geneticamente<br />

modificado demonstram que ele possibilita obter, aproximadamente,<br />

20% mais madeira em comparação com o cultivar<br />

convencional não GM.<br />

>> Quais são as vantagens frente aos clones utilizados atualmente?<br />

A característica de aumento de produtividade do eucalipto<br />

geneticamente modificado da FuturaGene apresenta inúmeros<br />

benefícios socioambientais e econômicos em relação ao<br />

eucalipto convencional, tais como:<br />

Brazil has achieved excellent levels in forest productivity,<br />

especially with eucalyptus. However, transgenic varieties<br />

have yet to be introduced. Why is this?<br />

Brazil became a global benchmark in eucalyptus productivity<br />

thanks to the good natural conditions in the Country - climate<br />

and soil - and scientific and technological developments<br />

obtained by companies, universities, and research institutions.<br />

The jump in productivity observed in agriculture over the past<br />

two decades has featured the intensive use of genetically<br />

modified cultivars (GM). Companies began to devote themselves<br />

to genetic improvements, making use of varieties and<br />

other biotechnological tools. In the Forestry Sector, although<br />

there is a variety of GM eucalyptus approved for commercial<br />

use, the varieties, in general, are still under development<br />

and, therefore, not yet available for planting on a commercial<br />

scale. Over the last ten years, there has been an increase in efforts:<br />

according to data from the National Biosafety Technical<br />

Commission (Ctnbio), approximately 100 field trials are being<br />

carried out using GM eucalyptus trees, which indicates that<br />

soon there will be GM eucalyptus being made available for<br />

forestry companies.<br />

Is it possible to predict the increase if this technique were to<br />

be applied in forest plantations?<br />

So far, the genetically modified eucalyptus from FuturaGene,<br />

approved by Ctnbio in 2015, is the only one in the world with<br />

technology geared to the increase of productivity in a forest<br />

species and has completed the development cycle, from the<br />

research in the laboratory to its release for commercial use.<br />

The results of field experiments with this strain of genetically<br />

modified eucalyptus demonstrate that it leads to an approximate<br />

20% increase in timber production in comparison with<br />

the conventional non-GM cultivars.<br />

What are the advantages as to the currently used clones?<br />

Productivity-enhancing features of the FuturaGene genetically<br />

modified eucalyptus presents numerous environmental<br />

and economic benefits compared to conventional eucalyptus<br />

clones such as:<br />

From the environmental aspect, there will be a reduction in<br />

the area needed for planting; therefore, it will be possible to<br />

obtain more timber from a smaller area. These areas being<br />

made available can be directed to other uses, such as environmental<br />

conservation or food production, for example. Also,<br />

there will be less carbon release and reduction of transport,<br />

since the distances between the field and the factories can<br />

be reduced. Another positive aspect is that the increase<br />

in productivity of the trees can reduce the pressure on the<br />

logging of natural forests, besides contributing to the recovery<br />

of degraded areas, preservation of water courses, and helping<br />

in the maintenance of wild forest fauna. From the social point<br />

of view, the reflections will be in the fixation of the small<br />

producer in the country and an increase in their income, such<br />

as for Suzano’s outgrowers in the Company’s forestry incentive<br />

program, who have already benefited from the Company’s<br />

best germplasms for many years. They will have free access to<br />

the technology, without paying any royalties. In the economic<br />

Maio <strong>2019</strong><br />

27


ENTREVISTA<br />

No aspecto ambiental, haverá redução da área de plantio,<br />

considerando que será possível obter mais madeira usando<br />

menor área. Estas áreas disponíveis poderão ser direcionadas<br />

para outros usos, como conservação ambiental ou produção<br />

de alimento, por exemplo. Além disso, haverá menos liberação<br />

de carbono e redução do transporte, já que as distâncias<br />

entre o campo e as fábricas poderão ser reduzidas. Outro<br />

aspecto positivo é que o aumento da produtividade de árvores<br />

pode reduzir a pressão para a extração de madeira das<br />

florestas naturais, além de contribuir para a recuperação de<br />

áreas degradadas, preservação de cursos d’água e ajudar na<br />

manutenção da fauna florestal. Do ponto de vista social, os<br />

reflexos estarão na fixação de pequenos produtores no campo<br />

e no aumento de sua renda, já que os parceiros da Suzano<br />

no programa de fomento florestal, que já se beneficiam dos<br />

melhores germoplasmas da empresa há muitos anos, terão<br />

livre acesso à tecnologia, sem cobrança de royalties. Na esfera<br />

econômica, a tecnologia irá contribuir para o aumento da<br />

competitividade da indústria brasileira no cenário global.<br />

>> Em que fase está a pesquisa com o eucalipto modificado<br />

geneticamente, após a aprovação do primeiro indivíduo pela<br />

Ctnbio em 2015? Ele está sendo utilizado comercialmente?<br />

Após a obtenção da aprovação regulatória pela Ctnbio, a<br />

FuturaGene ampliou os testes de campo com cruzamentos<br />

desta variedade de eucalipto geneticamente modificado com<br />

o objetivo de desenvolver clones melhores adaptados às diferentes<br />

regiões onde a Suzano atua (considerando as áreas<br />

florestais da Suzano antes da fusão com a Fibria). A empresa<br />

não possui plantio deste eucalipto em escala comercial no<br />

momento. A adoção desta variedade nas áreas de plantio<br />

florestal da Suzano no futuro acontecerá de forma gradual e<br />

responsável, de acordo com as práticas de manejo florestal<br />

adotadas pela empresa na implantação de qualquer novo<br />

clone.<br />

>> Quando o mercado brasileiro terá acesso ao eucalipto<br />

transgênico? Quais etapas são necessárias para aprovação<br />

final e disponibilização para venda?<br />

O mercado brasileiro terá eucaliptos GM disponíveis para<br />

plantio comercial no início da próxima década. No Brasil, todas<br />

as atividades relacionadas ao desenvolvimento de plantas<br />

GM são reguladas, aprovadas e monitoradas pela Ctnbio. A<br />

aprovação para uso comercial passa por anos de intensa pesquisa<br />

de campo que tem como objetivo garantir que o cultivar<br />

GM é tão biosseguro quanto o cultivar convencional. Após a<br />

aprovação comercial, ainda são necessários alguns anos para<br />

que a característica introduzida por meio de transformação<br />

genética seja transferida a outras plantas por meio de cruzamentos,<br />

ou seja, utilizando-se o melhoramento genético<br />

convencional.<br />

>> Seremos os únicos a contar com esta tecnologia no mundo?<br />

Existem quatro empresas trabalhando no desenvolvimento de<br />

eucalipto GM no Brasil. Estamos na vanguarda do desenvolvi-<br />

sphere, technology will contribute to increasing the competitiveness<br />

of Brazilian industry on the global scenario.<br />

In what phase is the research on genetically modified eucalyptus,<br />

after the adoption of the first individual species by<br />

Ctnbio in 2015? Is it being used commercially?<br />

After obtaining regulatory approval from Ctnbio, FuturaGene<br />

expanded field tests with crosses of this variety of genetically<br />

modified eucalyptus to develop clones best suited to different<br />

regions where Suzano operates (considering just the Suzano’s<br />

forest areas before the merger with Fibria). At the moment,<br />

the Company does not yet have any plantations on a commercial<br />

scale using this eucalyptus. The adoption of this variety in<br />

the Suzano’s forest planting areas in the future will take place<br />

gradually and responsibly, in accord with the forest management<br />

practices adopted by the Company for the implementation<br />

of any new clone.<br />

When will the Brazilian market have access to transgenic<br />

eucalyptus? What steps are required for final approval and<br />

availability for sale?<br />

The Brazilian market will have GM eucalyptus available for<br />

commercial planting early in the next decade. In Brazil, all<br />

activities related to the development of GM plants are regulated,<br />

approved, and monitored by Ctnbio. Approval for commercial<br />

use goes through years of intense field research that<br />

aims to ensure that the growing of GM cultivars is as biosafe<br />

as that of conventional cultivars. After commercial approval<br />

a few years are still required for the feature to be introduced<br />

through genetic transformation being transferred to other<br />

plants through crosses, i.e., using genetic improvements.<br />

Will we be the only ones in the world to count on this technology?<br />

There are four companies working on developing GM eucalyptus<br />

in Brazil. We are at the forefront of eucalyptus biotechnology<br />

development. Everything indicates that Brazil will be a<br />

pioneer in the use of this technology. According to data from<br />

Ctnbio, there are approximately 100 field trials being carried<br />

out in the Country with GM eucalyptus being planted.<br />

Will FuturaGene be the only company to provide this technology?<br />

Are there regulations for breaking a monopoly in<br />

particular situations, such as occurred with generic drugs?<br />

Developers of new varieties, genetically modified or conventional,<br />

are concerned with guaranteeing the intellectual<br />

property rights of their creation, as well as the confidentiality<br />

of the information. Licensing of patents and the use of the National<br />

System of Cultivar Protection guarantees these rights.<br />

But, as occurs with medical drugs, this protection has an<br />

expiry date. About small forest producers, Suzano/FuturaGene<br />

already pledged to release the genetically modified eucalyptus<br />

to increase productivity for Suzano’s outgrowers in the<br />

forestry incentives program, who have already benefited from<br />

the best germplasms of the Company for many years, without<br />

charging royalties.<br />

28 www.referenciaflorestal.com.br


O MELHOR DA BAHIA E<br />

SÃO PAULO JUNTOS!<br />

avanticom<br />

#AGORASOMOS<br />

A Bahia Specialty Cellulose (BSC)/ Copener e a Lwarcel Celulose, duas grandes e tradicionais<br />

indústrias do setor de celulose, unem forças! Agora, somos Bracell, uma empresa com presença<br />

global que nasce para fazer história no Brasil com um ambicioso plano de expansão de sua fábrica em<br />

Lençóis Paulista (SP). Temos compromisso com o desenvolvimento sustentável e estamos prontos<br />

para alcançar a liderança mundial na produção de celulose solúvel e especial.<br />

Siga nossos perfis nas mídias sociais:<br />

facebook.com/SomosBracell<br />

twitter.com/SomosBracell<br />

linkedin.com/company/bracell/<br />

instagram.com/somosbracell<br />

Conheça mais sobre nossa nova jornada em www.bracell.com


ENTREVISTA<br />

How long would it take to achieve the same success as for<br />

eucalyptus with these other species?<br />

Numerous factors influence the development time of genetic<br />

modification, which makes it difficult to make an estimate.<br />

Amongst the factors are the biological growth cycle of each<br />

species, the company’s or research institute’s investment camento<br />

biotecnológico do eucalipto. Tudo indica que o Brasil<br />

será pioneiro na utilização desta tecnologia. De acordo com<br />

dados da Ctnbio, há aproximadamente 100 testes de campo<br />

com eucalipto GM plantados no país.<br />

>> A FuturaGene será a única empresa a fornecer? Existem<br />

regras de quebra de monopólio em determinado, como<br />

acontece com os remédios genéricos?<br />

Empresas desenvolvedoras de novos cultivares, geneticamente<br />

modificados ou convencionais, têm a preocupação de<br />

garantir a propriedade intelectual de sua criação, assim como<br />

a confidencialidade das informações. O licenciamento de patentes<br />

e o uso do Sistema Nacional de Proteção de Cultivares<br />

garantem estes direitos. Mas, a exemplo do que ocorre com<br />

os fármacos, essa proteção tem data para expirar. Em relação<br />

aos pequenos produtores florestais, a Suzano/FuturaGene já<br />

se comprometeu a disponibilizar o eucalipto geneticamente<br />

modificado com aumento de produtividade com os parceiros<br />

da Suzano no programa de fomento florestal, que já se beneficiam<br />

dos melhores germoplasmas da empresa há muitos<br />

anos, sem cobrança de royalties.<br />

>> Entre as vantagens, já comentou que a resistência à herbicidas<br />

está entre os destaques. Os silvicultores encontram<br />

muitos problemas com erros na aplicação? As fabricantes de<br />

defensivos concordam que os clones resistentes, modificados<br />

geneticamente, também ampliam a efetividade e segurança<br />

de seus produtos para a floresta?<br />

A exemplo das tecnologias tolerantes a herbicidas existentes<br />

na agricultura, acreditamos, sim, que o eucalipto GM<br />

tolerante ao herbicida irá aumentar significativamente a<br />

efetividade do produto, já que permitirá adotar um modelo<br />

de aplicação do herbicida muito mais preciso. Em um cultivo<br />

de eucalipto convencional, o herbicida é aplicado de forma<br />

a atingir as ervas-daninhas e, ao mesmo tempo, proteger as<br />

mudas plantadas, utilizando-se o sistema de jato dirigido.<br />

Isto pode ser realizado de forma mecânica (com trator ou<br />

pulverizadores mecanizados) ou manual, em que se usam bicos<br />

de pulverização especiais e anteparos para a proteção do<br />

eucalipto. Embora o foco da aplicação seja combater as ervas<br />

daninhas, nesse modelo o eucalipto também é afetado, tendo<br />

seu desenvolvimento prejudicado, e podendo até morrer. No<br />

eucalipto GM tolerante ao herbicida, a aplicação poderá ser<br />

Amongst the advantages, you have already mentioned,<br />

herbicide resistance is amongst the most notable. Have<br />

forest companies encountered many problems as to errors in<br />

herbicide application? Do the pesticide manufacturers agree<br />

that resistant clones, genetically modified, also extend the<br />

effectiveness and safety of their products for the forest?<br />

About the example of herbicide-tolerant technologies in agriculture,<br />

yes, we believe that GM herbicide-tolerant eucalyptus<br />

will significantly increase the effectiveness of the product<br />

since it will allow you to adopt a much more accurate model<br />

of herbicide application. In conventional eucalyptus cultivation,<br />

the herbicide is applied to attack weeds and, at the same<br />

time, protect the planted seedlings, using the spray directed<br />

system. This can be done mechanically (with a tractor or<br />

mechanized sprayers) or manually, using special spray nozzles<br />

and screens for the protection of the eucalyptus seedling. Although<br />

the focus of the application is to combat weeds, in this<br />

model the eucalyptus is also affected, leading to its development<br />

being hindered, and maybe even death.<br />

About herbicide-tolerant GM eucalyptus, the application may<br />

be made over the total area, i.e., with the use of mechanized<br />

equipment, without the need to avoid contact of the product<br />

with the eucalyptus seedlings. This technique allows for the<br />

control of invasive plants without affecting the productivity of<br />

the eucalyptus trees. We hope that, in this way, we can reduce<br />

the amount of herbicide use and protect the trees from the<br />

impact caused by the chemical. As well as FuturaGene, other<br />

companies are researching herbicide-tolerant eucalyptus, but<br />

there is still no variety of genetically modified eucalyptus to<br />

this end approved for commercial use. In this way, it is still not<br />

possible to have a manufacturers’ view about this product.<br />

Are there studies aimed at other species, like pine, for example?<br />

What about the native species?<br />

In Ctnbio, there are no projects focusing on the development<br />

of genetically modified pine or native trees.<br />

Até o momento, o eucalipto geneticamente<br />

modificado da FuturaGene, aprovado pela Ctnbio<br />

em 2015, é a única referência no mundo de<br />

tecnologia voltada para aumento de produtividade<br />

em uma espécie florestal que completou o ciclo de<br />

desenvolvimento<br />

30 www.referenciaflorestal.com.br


ENTREVISTA<br />

feita em área total, ou seja, com a utilização de equipamentos<br />

mecanizados, sem a necessidade de evitar o contato do produto<br />

com o eucalipto. Esta técnica permite obter o controle<br />

das plantas invasoras sem afetar a produtividade das árvores<br />

de eucalipto. Esperamos que, desta forma, possamos reduzir<br />

a quantidade de uso do herbicida e proteger as árvores do<br />

impacto causado pelo químico. Assim como a FuturaGene,<br />

outras empresas estão desenvolvendo pesquisas com eucalipto<br />

tolerante a herbicida, mas ainda não há uma variedade de<br />

eucalipto geneticamente modificado para este fim aprovado<br />

para uso comercial. Dessa forma, ainda não é possível ter a<br />

visão dos fabricantes sobre o produto.<br />

>> Existem estudos voltados para outras espécies, como o<br />

pinus, por exemplo? E quanto às nativas?<br />

Na Ctnbio, não há projeto com foco no desenvolvimento de<br />

pinus ou árvores nativas geneticamente modificadas.<br />

>> Quanto tempo seria necessário para alcançar o mesmo<br />

êxito do eucalipto com estas outras espécies?<br />

Inúmeros fatores influenciam o tempo de desenvolvimento<br />

da modificação genética, o que dificulta estimar uma média.<br />

Entre estes fatores estão a biologia, o ciclo de crescimento de<br />

cada espécie, a capacidade de investimento da empresa ou<br />

instituto de pesquisa que está desenvolvendo a variedade e o<br />

processo regulatório do país em que a tecnologia será submetida<br />

para liberação comercial. Para ilustrarmos com um exemplo,<br />

o eucalipto geneticamente modificado com aumento de<br />

produtividade da FuturaGene levou quase 15 anos para ser<br />

desenvolvido. As pesquisas no laboratório tiveram início em<br />

2001, os plantios experimentais foram plantados em campo<br />

em 2006, e a aprovação regulatória para plantio comercial foi<br />

obtida em 2015. Nossa expectativa é que a experiência que<br />

acumulamos com o primeiro produto e o aumento de nossos<br />

recursos nos possibilitem reduzir este ciclo.<br />

>> Acredita que o futuro da silvicultura está na modificação<br />

genética?<br />

A modificação genética é uma ferramenta que dará importante<br />

contribuição ao setor de base florestal. No futuro, podemos<br />

vislumbrar o eucalipto carregando alguma tecnologia<br />

inserida por transformação genética, mas outras ferramentas<br />

biotecnológicas também terão espaço, como, por exemplo, a<br />

edição gênica. Em um conceito mais amplo, outras tecnologias<br />

também irão contribuir para o desenvolvimento da nossa<br />

silvicultura, como, por exemplo, o uso de drones, big data,<br />

mecanização e robotização, genômica, entre outras.<br />

>> Qual a capacidade de produção das mudas geneticamente<br />

modificadas? Qual seria a demanda prevista? Seria possível<br />

atendê-la?<br />

Como ainda não há plantios comerciais de eucaliptos GM,<br />

também não há viveiros ofertando este produto. A demanda<br />

brasileira por mudas de eucalipto gira em torno de 800 a 900<br />

milhões de mudas. Os cultivares GM devem ocupar uma parcela<br />

deste mercado no futuro.<br />

pacity that is developing the variety, and the regulatory process<br />

of the Country in which the technology will be submitted<br />

for commercial release. To illustrate with an example, genetically<br />

modified eucalyptus from FuturaGene to increase productivity<br />

took almost 15 years to be developed. The research<br />

in the laboratory began in 2001, the experimental plantations<br />

were planted in the field in 2006, and the regulatory approval<br />

for commercial planting was obtained in 2015. We expect that<br />

the experience gained with the first product and increasing<br />

our resources will allow us to reduce this cycle.<br />

Do you believe that the future of forestry is in genetic modification?<br />

Genetic modification is a tool that will make an important<br />

contribution to the Forest-based Sector. In the future, we can<br />

see eucalyptus forests using not only technology transferred<br />

from the genetic transformation, but also other biotechnological<br />

tools will have space, such as, for example, gene editing.<br />

In a broader concept, other technologies will also contribute<br />

to the development of Brazilian Forestry, such as the use of<br />

drones, big data, mechanization and robotization, and genomics,<br />

amongst others.<br />

What is the production capacity of GM seedlings? What is<br />

the expected demand? Is it possible to meet this demand?<br />

As yet, there are no commercial plantings of GM eucalyptus<br />

trees. Also, there are no nurseries offering this product.<br />

Brazilian demand for eucalyptus seedlings is about 800 to 900<br />

million seedlings. In the future, GM varieties should occupy a<br />

portion of this market.<br />

Os resultados dos experimentos<br />

em campo com esta variedade<br />

de eucalipto geneticamente<br />

modificado demonstram<br />

que ele possibilita obter,<br />

aproximadamente, 20% mais<br />

madeira em comparação com a<br />

cultivar convencional não GM<br />

32 www.referenciaflorestal.com.br


1 1 - 1 3 D E S E T E M B R O D E 2 0 1 9<br />

E X P O B A R I G U I - C U R I T I B A ( P R )<br />

LIGNUM LATIN AMERICA THE MOST IN-DEPTH EVENT IN<br />

THE TIMBER PRODUCTION CHAIN<br />

September 11 th to 13 th , <strong>2019</strong>, Expo Barigui (Curitiba - PR - Brazil)<br />

ORGANIZAÇÃO | ORGANIZER:


O PROGRAMA RESULT É UM<br />

NOVO CAPÍTULO NA GESTÃO<br />

OPERACIONAL DE CONTROLE EM<br />

ÁREAS DE REFLORESTAMENTO.<br />

CUSTOMIZADO PARA<br />

AS SUAS NECESSIDADES<br />

RESULT ENTREGA EXATAMENTE<br />

O QUE VOCÊ PRECISA.<br />

Reduz custos<br />

operacionais<br />

por hectare<br />

R<br />

ATENÇÃO<br />

Este produto é perigoso à saúde humana, animal e ao meio-ambiente.<br />

Leia atentamente e siga rigorosamente as instruções contidas no<br />

rótulo, na bula e receita. Utilize sempre os equipamentos de proteção<br />

individual. Nunca permita a utilização do produto por menores de idade.<br />

Leia e siga as instruções do rótulo. Consulte<br />

sempre um engenheiro agrônomo. Venda sob<br />

receituário agronômico.


SOLUÇÃO DE VALOR<br />

É um programa de suporte ao uso de MIREX-S, que otimiza recursos e contribui com<br />

soluções personalizadas e maior eficácia operacional para o manejo das formigas<br />

cortadeiras. Com equipe altamente capacitada, parcerias técnicas e ferramentas exclusivas,<br />

para assegurar os melhores padrões de proteção, eficiência operacional e custos.<br />

g<br />

g<br />

g<br />

g<br />

g<br />

g<br />

INTELIGÊNCIA E PRECISÃO<br />

Aplicativos específicos para diagnóstico<br />

Ferramenta exclusiva para recomendações<br />

Alta precisão de planejamento<br />

Otimização de recursos operacionais<br />

Gestão intensiva das operações de controle<br />

Capacitação de mão de obra<br />

g<br />

g<br />

g<br />

g<br />

g<br />

g<br />

TUDO SOB MEDIDA<br />

ÚNICO EM RESULTADOS<br />

Ações técnicas e de gestão operacional sempre alinhadas com as<br />

exigências específicas de cada cliente.<br />

Análise de infestações<br />

Recomendações de manejo adequado<br />

Plano customizado de controle<br />

Monitoramento de operações<br />

Avaliação contínua de resultados<br />

Identificação de oportunidades de melhoria<br />

Result vai muito além do manejo eficaz das cortadeiras, pois agrega valor nas três<br />

dimensões estratégicas para melhor gestão das infestações: na tecnologia<br />

embarcada, no capital humano e na expertise gerencial das operações de controle.


PRINCIPAL<br />

Decifrando<br />

O INIMIGO<br />

Fotos: divulgação<br />

Pesquisa mostra comportamento de<br />

formigas cortadeiras na região sul e indica<br />

práticas para combatê-las<br />

36 www.referenciaflorestal.com.br


As formigas cortadeiras são as principais pragas<br />

de plantios de pinus e eucaliptos, em especial na<br />

região sul. A grande maioria dos silvicultores têm<br />

consciência da importância do combate desses<br />

insetos. O problema é que este manejo é realizado,<br />

muitas vezes, de forma generalista, sem entender exatamente o<br />

comportamento das formigas, o que diminui a eficácia e aumenta<br />

os custos. Um trabalho produzido por pesquisadores aponta os<br />

estragos que a praga é capaz de fazer, detalha como as formigas<br />

atuam nas regiões estudadas e indicam procedimentos para o<br />

combate correto.<br />

Por haver poucas informações sobre o comportamento<br />

das espécies de formigas cortadeiras, até pouco tempo atrás o<br />

combate era realizado de maneira padronizada, não levando em<br />

consideração as particularidades de cada local. Ao compreender<br />

mais detalhes, o manejo das formigas cortadeiras se torna mais<br />

eficaz. Este foi o objetivo dos pesquisadores da Embrapa Florestas,<br />

Epagri (Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de<br />

Santa Catarina), Ufpr (universidade Federal do Paraná) e Funcema<br />

(Fundo Nacional de Controle de Pragas Florestais).<br />

“Na região sul do Brasil há o predomínio de Acromyrmex nos<br />

plantios florestais e descobrimos que os maiores prejuízos dessas<br />

formigas em plantios de pinus e eucalyptus ocorrem nos primeiros<br />

30 dias após o plantio nessa região”, destaca a pesquisadora<br />

Mariane Nickele, que produziu o trabalho ao lado de Wilson Reis<br />

Filho, Susete Penteado e Elisiane Queiroz. Além disso, há a influência<br />

do manejo de plantas daninhas nos plantios de pinus, ou seja,<br />

se não for feito uso de herbicidas, o combate às formigas pode<br />

estender-se até, no máximo, aos seis meses de idade do plantio.<br />

“Com a utilização de herbicidas pode-se ter ataques severos de<br />

formigas cortadeiras em plantios de pinus com até 3 a 4 anos de<br />

idade; a densidade de ninhos de quenquéns cai a praticamente<br />

zero em áreas de pinus sem poda e sem desbaste quando o<br />

plantio atinge a idade próxima a 6 anos, devido ao fechamento do<br />

dossel e ao consequente sombreamento no interior da floresta”,<br />

explicam os pesquisadores.<br />

Em plantios de eucalipto em que há a ocorrência apenas<br />

de Acromyrmex (quenquéns), não há a necessidade de realizar<br />

o combate das formigas durante todo o ciclo florestal, como é<br />

recomendado nos plantios que há a ocorrência de Atta (saúvas).<br />

Em plantios de pinus, a influência do manejo florestal no ataque<br />

de formigas cortadeiras é bastante evidente, intervindo no seu<br />

controle. Assim, foram propostas recomendações para o controle<br />

de formigas cortadeiras específicas para as diferentes situações<br />

de plantio de pinus e eucalipto. Seguindo as recomendações, o<br />

controle de formigas pode ser realizado de maneira mais racional,<br />

reduzindo-se o uso de iscas formicidas em algumas situações e,<br />

consequentemente, reduzindo-se os custos e também os efeitos<br />

indesejáveis do uso de inseticidas ao ambiente.<br />

Baseado nas informações coletadas nos estudos realizados<br />

foi proposto o Comunicado Técnico 354 da Embrapa Florestas,<br />

que apresenta as recomendações para o controle de formigas<br />

cortadeiras em plantios de eucalyptus e pinus, levando em<br />

consideração os gêneros de formigas cortadeiras e as diferentes<br />

formas de manejo florestal. Além disso, um software está em fase<br />

de validação e em breve será publicado.<br />

Deciphering<br />

the enemy<br />

Research study shows the behavior of leafcutting<br />

ants in the Southern Region of Brazil<br />

and indicates practices to combat them<br />

L<br />

eaf-cutting ants are the main pests found in pine and<br />

eucalyptus plantations, particularly in the Southern<br />

Region of Brazil. The vast majority of forest companies<br />

are aware of the importance in the combat of<br />

these insects. The problem is that this control management<br />

is often performed in a universal way, without exactly<br />

understanding the ant’s behavior, which decreases efficiency<br />

and increases costs. Work carried out by scientists points to the<br />

damage that the pest is capable of, details how the ants act in<br />

the regions studied, and indicates the correct combat procedures.<br />

Because there is little information about the behavior of<br />

the leaf-cutting ant species, until recently combatting them was<br />

carried out in a standardized way, not taking into account the<br />

particularities of each location. In better understanding more<br />

details, the control of leaf-cutting ants becomes more effective.<br />

This was the goal of scientists from Embrapa Florestas, the State<br />

of Santa Catarina Agricultural Research and Rural Extension<br />

Company (Epagri), the Federal University of Paraná (Ufpr), and<br />

the National Fund of Forest Pest Control (Funcema).<br />

“In Southern Brazil, there is a predominance of Acromyrmex<br />

in forest plantations, and in this region, we found that the greatest<br />

losses caused by these ants in pine and eucalyptus planted<br />

forests occur within the first 30 days after planting,” says Scientist<br />

Mariane Nickele, who carried out the research studies along with<br />

Wilson Reis Filho, Susete Penteado and Elisiane Queiroz. Also,<br />

there is the influence of weed management in pine plantations,<br />

i.e., if herbicides are not made use of, combating ants can extend<br />

up to a maximum of six months after planting. “With the use of<br />

herbicides severe attacks of leaf-cutting ants can occur in pine<br />

plantations up to 3 to 4 years of age; the density of quenquéns<br />

ant nests falls to virtually zero in pine areas without pruning and<br />

without thinning and the plantation reaches six years of age, due<br />

to the closing of the canopy and the consequent shading inside<br />

the forest,” explain the Scientists.<br />

In eucalyptus planted forests where there is the only occurrence<br />

of Acromyrmex (quenquéns), there is no need to carry out<br />

the ant control throughout the forest cycle, as is recommended<br />

for plantations where there is the occurrence of Atta (fire ants).<br />

In pine plantations, the influence of forest management on leaf-<br />

-cutting ant attacks is quite obvious, intervening in their control.<br />

So, recommendations for leaf-cutting ant control are proposed<br />

specifically to the different situations of pine and eucalyptus<br />

planted forests. Following the recommendations, the ant control<br />

can be accomplished more rationally, reducing the use of ant<br />

baits in some situations and, consequently, reducing costs and<br />

Maio <strong>2019</strong><br />

37


PRINCIPAL<br />

PESQUISA<br />

Durante a realização da pesquisa, foram encontradas sete<br />

espécies de Acromyrmex associadas aos plantios florestais localizados<br />

na região sul do Brasil, sendo que Acromyrmex crassispinus<br />

é a mais frequente. A densidade de ninhos de Acromyrmex crassispinus<br />

aumenta gradualmente ao longo do tempo em plantios<br />

de pinus e eucalipto, mas diminui drasticamente quando o dossel<br />

da floresta se fecha. Os ataques de Acromyrmex em plantas de<br />

pinus e eucalipto ocorrem principalmente nos primeiros meses<br />

após o plantio, e é influenciado pelo manejo de plantas daninhas<br />

em plantios de pinus. Assim, o combate às formigas cortadeiras<br />

do gênero Acromyrmex em plantios de pinus e eucalipto localizados<br />

na região sul do Brasil, depende da espécie plantada e do<br />

manejo florestal. Mas, de maneira geral, deve ser direcionado<br />

para o período mais vulnerável dos plantios, que são os primeiros<br />

meses de idade do plantio, o que pode representar uma grande<br />

economia de insumos e mão de obra.<br />

As formigas cortadeiras podem causar a desfolha total, tanto<br />

de mudas como de plantas adultas. No entanto, a idade das plantas<br />

pode influenciar na vulnerabilidade aos prejuízos causados<br />

por formigas. Os danos são maiores em plantas jovens, sendo<br />

que na fase inicial do plantio, as perdas por esses insetos podem<br />

ser irreversíveis, pela fragilidade das mudas.<br />

undesirable effects of insecticide use on the environment.<br />

Based on the information collected in the studies, Embrapa<br />

Technical Release 354 was proposed, which presents recommendations<br />

for the control of leaf-cutting ants in Eucalyptus and Pinus<br />

planed forests, taking into consideration the genres of leaf-cutting<br />

ants and different forms of forest management. Also, software is<br />

in the validation phase and will soon be made available.<br />

RESEARCH<br />

During the research studies, seven species of Acromyrmex<br />

were found associated with planted forests located in the Southern<br />

Region of Brazil and the most frequent is Acromyrmex<br />

crassispinus. The density of A. crassispinus nests gradually increases<br />

over time in pine and eucalyptus plantations but decreases<br />

dramatically when the forest canopy closes. Acromyrmex attacks<br />

on pine and eucalyptus plants mainly occur in the first few months<br />

after planting and are influenced by the weed management<br />

undertaken in pine plantations. So, the combat of leaf-cutting<br />

ants of the Acromyrmex genus in pine and eucalyptus planted<br />

forests located in Southern Brazil depends on the species planted<br />

and the forest management. But, in general, should be directed<br />

to the most vulnerable period of the plantation, which is the first<br />

months of planting, which can represent a great saving in raw<br />

materials and labor use.<br />

The leaf-cutting ants can cause total defoliation, both to seedlings<br />

as well as adult plants. However, plant age can influence<br />

the vulnerability to losses caused by ants. The damage is greatest<br />

in young plants, and in the early stages of planting, the losses<br />

due to these insects may be irreversible due to the fragility of<br />

the seedlings.<br />

Augusto Tarozzo<br />

GERENTE COMERCIAL E MARKETING ATTA-KILL,<br />

EMPRESA DO GRUPO AGROCERES<br />

Desafios e uma visão no manejo de<br />

Formigas Cortadeiras:<br />

como aprimorar a gestão<br />

Quando se pensa em áreas reflorestadas contínuas com<br />

centenas ou milhares de hectares, como é comum em nosso<br />

setor florestal, quais os principais desafios para controle das<br />

formigas cortadeiras? Para comentar essa questão, a Revista<br />

REFERÊNCIA conversou com o Engenheiro Agrônomo Augusto<br />

Tarozzo, Gerente Comercial e Marketing da Atta-Kill, empresa<br />

do Grupo Agroceres.<br />

Challenges and a vision in leafcutting<br />

ant management: how to<br />

improve management<br />

When one thinks of continuous reforested areas with hundreds<br />

or thousands of hectares, as is common in our Forest Sector, what<br />

are the main challenges for leaf-cutting ant control? To comment<br />

on this issue, Revista REFERÊNCIA talked with Agricultural Engineer<br />

Augusto Tarozzo, Sales and Marketing Manager for Atta-Kill, an<br />

Agroceres Group company.<br />

IN LARGE SCALE PRODUCTIVE FOREST SYSTEMS, HOW<br />

CAN YOU RECONCILE TECHNICAL PRECISION WITH HIGH-EF-<br />

FICIENCY LEAF-CUTTING ANT CONTROL?<br />

In the field in general, the scientific and technical foundations<br />

38 www.referenciaflorestal.com.br


Os experimentos foram realizados em plantios de pinus localizados<br />

em seis municípios paranaenses e quatro de Santa Catarina<br />

no período de 2006 a 2018. “Nos chamou a atenção o fato de cada<br />

região do Brasil ter sua particularidade quanto as espécies mais<br />

frequentes em florestas plantadas, chegando a existir áreas em<br />

que não ocorrem saúvas, ocorrendo somente quenquéns. E mais,<br />

encontramos áreas, como a da Fazenda Rio Feio em Rio Negrinho<br />

(SC), pertencente à empresa Battistela <strong>Florestal</strong>, onde não há<br />

formigas cortadeiras”, descrevem os pesquisadores.<br />

O estrago causado pelas formigas varia de acordo com a região<br />

e intensidade. “Já vimos áreas como a que citamos em Rio<br />

Negrinho, onde não ocorrem formigas cortadeiras, mas também já<br />

vimos áreas cujo ataque foi superior a 70% das mudas de eucalyptus<br />

quando o plantio foi realizado onde era pastagem”, destacam.<br />

Em áreas de reforma de pinus, quando não é realizado o<br />

combate às formigas, os pesquisadores observam uma porcentagem<br />

de mortalidade de mudas de, em média, 10%. “Como já<br />

constatamos que mudas de pinus que sofrem a perda de mais<br />

de 75% do volume da copa apresentam diferenças significativas<br />

no incremento em metros cúbicos nos anos subsequentes, isso<br />

pode elevar a próximo de 20% de perdas de mudas se não for<br />

efetuado o combate”, alertam.<br />

Experiments were realized in pine planted forests located in<br />

six municipalities in the State of Paraná and four in the State of<br />

Santa Catarina from 2006 to 2018. “We draw attention to the<br />

fact that each region of Brazil has its particularities as to the<br />

most frequently grown species in the planted forests, and there<br />

are areas where there occur no fire ants, only quenquéns. And<br />

moreover, we found areas like Fazenda Rio Feio in Rio Negrinho<br />

(SC), belonging to the Battistela Floresta, where there are no<br />

leaf-cutting ants,” state the Scientists.<br />

The damage caused by the ants varies according to the region<br />

and intensity. “We’ve seen areas like that in Rio Negrinho, where<br />

there are no leaf-cutting ants, but we’ve also seen areas where<br />

the attack included more than 70% of the Eucalyptus seedlings<br />

when planting was carried out near a pasture,” they note.<br />

In new pine areas where no ant control is carried out, the<br />

scientists observed a mortality percentage of 10%, on average.<br />

“We have found that where the pine seedlings suffer the loss of<br />

more than 75% of the crown volume, there is a significant difference<br />

in the growth increment in cubic meters in subsequent<br />

years, this can increase to around 20% of seedling loss if no control<br />

is carried out,” warn the Scientists.<br />

EM SISTEMAS PRODUTIVOS FLORESTAIS DE PORTE,<br />

COMO CONCILIAR GRANDE ESCALA DE CULTIVO COM<br />

PRECISÃO TÉCNICA E ALTA EFICIÊNCIA DE CONTROLE DAS<br />

CORTADEIRAS?<br />

No campo em geral, os fundamentos científicos e técnicos<br />

de controle são sempre os mesmos. Mas, no setor florestal, o<br />

manejo das infestações é muito mais complexo e multidimensional,<br />

trazendo exigências de gestão operacional particularmente<br />

desafiadoras, pois são várias coisas impactando ao mesmo tempo<br />

a eficiência e a sustentabilidade do controle. E para cada uma das<br />

situações é preciso ter a resposta adequada. No entanto, com<br />

um programa de gestão operacional inteligente, integrado, bem<br />

planejado e devidamente monitorado, se consegue alcançar índices<br />

de alta eficácia de controle, com diminuição progressiva das<br />

infestações de formigas cortadeiras, menor uso de produtos por<br />

área controlada e redução de custos operacionais de controle. Ou<br />

seja, o grande desafio está na capacidade de gestão operacional.<br />

E COMO DESENVOLVER OU REUNIR ESSA CAPACITAÇÃO<br />

GERENCIAL PARA CUIDAR DAS OPERAÇÕES DE MANEJO, DO<br />

MELHOR MODO POSSÍVEL?<br />

Tudo começa pelo fator humano. É preciso ter uma proposta<br />

de trabalho que conte com equipe de profissionais especializados<br />

of control are always the same. But, in the Forestry Sector, management<br />

of infestations is much more complex and multidimensional,<br />

leading to particularly challenging operating management<br />

requirements, because there are a lot of things which at the same<br />

time impact control efficiency and sustainability. And for each of<br />

these situations, it is necessary to have the appropriate response.<br />

However, with an intelligent operating management program,<br />

integrated, well-planned, and properly monitored, high rates of<br />

control effectiveness can be achieved, resulting in the progressive<br />

reduction of leaf-cutting ant infestations, less product use in the<br />

controlled areas, and a reduction of control operating costs. In<br />

other words, the big challenge is in the capacity of operating<br />

management.<br />

AND HOW DO YOU DEVELOP OR FIND THIS MANAGE-<br />

MENT CAPACITY TO MEET THE OPERATING MANAGEMENT<br />

NEEDS IN THE BEST POSSIBLE WAY?<br />

It all starts with the human factor. You must offer a job that<br />

counts on a team of professionals specialized in high-quality<br />

forest production. In addition to the excellence of the team, it is<br />

essential to have technologies and methods that respond with<br />

high effectiveness of control and line up with a sustainability<br />

perspective and certification viability. With this, the team will take<br />

Maio <strong>2019</strong><br />

39


PRINCIPAL<br />

Na região sul do Brasil há o<br />

predomínio de Acromyrmex<br />

nos plantios florestais<br />

e descobrimos que os<br />

maiores prejuízos dessas<br />

formigas em plantios de<br />

pinus e eucalyptus ocorrem<br />

nos primeiros 30 dias após<br />

o plantio nessa região<br />

em produção florestal de alta tecnologia. Além da excelência da<br />

equipe, será fundamental dispor de tecnologias e métodos que<br />

respondam com alta eficácia de controle e se alinhem a uma<br />

perspectiva de sustentabilidade e viabilidade de certificações.<br />

Com isso, a equipe vai cuidar do planejamento, implantação,<br />

execução e avaliação contínua dos programas de controle. Tudo<br />

de um modo integrado entre si e – mais importante ainda -- em<br />

perfeita integração com os diferentes profissionais dos clientes,<br />

envolvidos no sistema de produção florestal. Só assim teremos<br />

soluções personalizadas para cada situação – e dentro dos padrões<br />

científicos de controle desenvolvidos pela pesquisa.<br />

O QUE ASSEGURA QUE TUDO VAI DAR CERTO, NOS MÍ-<br />

NIMOS DETALHES, DEPOIS DE UMA MOBILIZAÇÃO AMPLA<br />

COMO ESSA QUE DESCREVEU?<br />

Vamos lembrar dos recursos de inteligência hoje oferecidos<br />

pela tecnologia da informação, como ferramentas avançadas para<br />

diagnóstico de infestações, planejamento preciso de controle,<br />

alocação eficiente de recursos operacionais, gestão das atividades<br />

de controle e mensuração detalhada de resultados no campo.<br />

Tudo feito com o apoio de ferramentas específicas, desenvolvidas<br />

para esse tipo de tarefa. Vou dar um exemplo: hoje temos<br />

equipamentos de georreferenciamento para dar máxima precisão<br />

care of the planning, implementation, execution, and ongoing<br />

evaluation of the control programs. All in an integrated manner<br />

with each other and, even more importantly, in perfect sync with<br />

the different customer professionals, who are involved in the forest<br />

production system. Only then will we have customized solutions<br />

for every situation and within the scientific control standards<br />

developed through research.<br />

WHAT ENSURES THAT EVERYTHING WILL TURN OUT COR-<br />

RECTLY, DOWN TO THE SMALLEST DETAILS, AFTER A BROAD<br />

MOBILIZATION LIKE THE ONE YOU DESCRIBED?<br />

Let us remember the intelligence capabilities offered today<br />

by information technology, such as advanced tools to diagnose<br />

infestations, precision control planning, efficient resource allocation,<br />

operating management of the control activities, and detailed<br />

result measurement in the field. All done with the support of<br />

specific tools developed for this type of task. Let me give you an<br />

example: today we have georeferencing equipment to give maximum<br />

precision in ant bait application protocols that meet the<br />

specific needs of each infested area, improving procedures, improving<br />

results, and eliminating waste. And with this, we have the<br />

three essential pillars of this type of operating management: high<br />

degree of knowledge, precision, and customization of solutions.<br />

40 www.referenciaflorestal.com.br


NÃO ERRE O ALVO<br />

Na fase que antecede o plantio (pré-plantio), é comum realizar<br />

o controle sistemático, aplicando-se doses de iscas formicidas<br />

granuladas (a granel ou micro-porta-iscas) em locais equidistantes,<br />

de maneira a cobrir toda a área a ser plantada. Após essa aplicação<br />

é necessário aguardar um período mínimo de 7 a 15 dias para<br />

realizar o preparo de solo e/ou plantio. Esse período muitas vezes<br />

não é respeitado, e é necessário para que as formigas carreguem<br />

as iscas e o controle seja eficiente.<br />

Outra prática comum é a aplicação de iscas de maneira sistemática<br />

após o plantio. Se mesmo após o controle de formigas<br />

na fase pré-plantio ainda houver a presença de formigas cortadeiras,<br />

as mudas atacadas indicarão onde estão as colônias de<br />

formigas, caso não seja possível localizar os seus ninhos. Assim,<br />

a aplicação de iscas após o plantio deve ser realizada de maneira<br />

localizada, apenas nos locais onde for encontrado os ninhos ou<br />

plantas atacadas.<br />

Para o controle de quenquéns que fazem ninhos de monte<br />

de ciscos, uma única dose de iscas de 5 a 8 gramas é suficiente<br />

para o seu controle, pois o ninho possui apenas uma câmara.<br />

Mas já observamos produtores aplicando várias doses no mesmo<br />

ninho, só por prevenção ou por garantia de que o controle será<br />

mesmo eficiente.<br />

Outra situação comumente observada é a abertura de<br />

micro-porta-isca no controle localizado. O micro-porta-isca foi<br />

idealizado para proteger a isca granulada da chuva e umidade e<br />

é cortado pelas próprias formigas para o carregamento das iscas.<br />

No entanto, o produtor na tentativa de facilitar o carregamento<br />

das iscas pelas formigas acaba abrindo a embalagem, desconsiderando<br />

a tecnologia envolvida no produto.<br />

DON’T MISS THE TARGET<br />

In the stage before planting (pre-planting preparation), it is<br />

common to perform systematic control, applying doses of granular<br />

ant baits (in bulk or micro-baits) at equidistant locations<br />

to cover the entire area to be planted. After this application,<br />

a minimum of 7 to 15 days is required before performing soil<br />

preparation and planting. Many times, this waiting period is not<br />

respected, but it is necessary so that the ants carry the bait and<br />

the control is efficient.<br />

Another common practice is the use of ant baits in a systematic<br />

way after planting. If even after the ant control in the<br />

pre-planting phase there is still the presence of leaf-cutting ants<br />

and it is not possible to locate their nests, the seedlings attacked<br />

will indicate the location of the ant colonies. Thus, the application<br />

of bait after planting should be carried out in a localized manner,<br />

just where nests or attacked plants are found.<br />

For the control of quenquéns, whose nests are dirt hills, a<br />

single 5 to 8-gram dose of ant bait is enough for control, because<br />

the nest has only one chamber. However, we are seeing producers<br />

applying multiple doses to the same nest, just for prevention or<br />

for assurance that the control will be even more efficient.<br />

Another situation commonly observed is the cutting open of<br />

micro-bait capsule used in the local control. The micro-bait was<br />

designed to protect the bait granules from rain and moisture and<br />

is cut open by the ants to get the bait and carry it back to the nest.<br />

However, the producer in an attempt to facilitate the carrying of<br />

the bait by the ants ends up cutting open the package, regardless<br />

of the technology involved in the product.<br />

aos protocolos de aplicação das iscas formicidas, o que vai de<br />

encontro às necessidades específicas de cada área infestada, aprimorando<br />

procedimentos, melhorando resultados e eliminando<br />

desperdícios. E com isso chegamos a três pilares essenciais desse<br />

tipo de gestão operacional: alto grau de conhecimento, precisão<br />

e personalização das soluções.<br />

MUITAS VEZES, O EXECUTIVO DA REFLORESTADORA FICA<br />

COM RECEIO DE INVESTIR EM MUDANÇAS, EM INOVAÇÕES.<br />

QUE MENSAGEM PODE PASSAR SOBRE ISSO?<br />

O objetivo estratégico dessa proposta de gestão operacional<br />

é meritório em si: promover melhorias operacionais de controle<br />

ponto a ponto, desenvolvendo soluções sob medida por unidade<br />

de área, para superar déficits de eficiência existentes na reflorestadora.<br />

Isso, por si só, já tem um enorme valor para a empresa,<br />

pois é uma melhoria estrutural e cultural que fica. Também há<br />

retorno imediato, pois reduz custos operacionais de uma atividade<br />

que representa em média o maior dispêndio de proteção<br />

fitossanitária. Sem contar que é uma atividade de complexidade<br />

crescente, em razão da própria evolução do setor, e cada vez mais<br />

requer dedicação, muita informação, especialização e dinamismo<br />

de gestão.<br />

OFTEN, REFORESTING COMPANY EXECUTIVES ARE<br />

AFRAID OF INVESTING IN CHANGES AND INNOVATIONS.<br />

WHAT IS YOUR MESSAGE TO THEM?<br />

The strategic objective of this proposal for operating management<br />

has merit in itself: promoting operating improvements of<br />

point-to-point control, developing customized solutions per unit<br />

area, and overcoming deficits in existing efficiencies in reforesting<br />

companies. That, in itself, already has a tremendous value to the<br />

company, since it is a structural and cultural improvement.<br />

There is also an immediate return by reducing the operating<br />

costs of an activity that represents, on average, the largest expenditure<br />

in phytosanitary protection. Not to mention that it is<br />

an activity of increasing complexity, due to the evolution of the<br />

Sector, and increasingly requires dedication, much information,<br />

expertise, and dynamism.<br />

Maio <strong>2019</strong><br />

41


ESPECIAL<br />

Estradas<br />

ruins afetam<br />

indústrias<br />

no norte<br />

42 www.referenciaflorestal.com.br


De acordo com a Confederação Nacional do<br />

Transporte, 75% das rodovias da região são<br />

classificadas como regulares, ruins ou péssimas<br />

Fotos: divulgação<br />

Maio <strong>2019</strong><br />

43


ESPECIAL<br />

E<br />

stradas precárias e falta de manutenção nas<br />

rodovias estaduais e federais são a realidade<br />

na região norte do Brasil. Levantamento feito<br />

pela CNT (Confederação Nacional do Transporte)<br />

aponta que a região concentra as estradas<br />

em piores condições no país.<br />

A entidade classificou 75% das rodovias da Região Norte<br />

como regulares, ruins ou péssimas. A situação se agrava<br />

em alguns estados: no Acre, 63% das estradas estão em<br />

condições ruins ou péssimas; 60% das estradas do Pará estão<br />

nestas condições e 44% no Amazonas.<br />

Em Roraima, as condições das estradas colocam municípios<br />

em risco de ficarem isolados. Em Uiramutã, o trecho da<br />

rodovia RR-171 que dá acesso ao município sofre com buracos,<br />

pontes quebradas, cascalho solto e outros riscos para<br />

os veículos que circulam no trecho de 87 quilômetros.<br />

Na via de acesso ao município, que é um atrativo turístico,<br />

uma ponte de madeira está interditada. Devido a isso,<br />

o acesso é feito por uma estrada de terra que atravessa o<br />

curso d’água do Igarapé, que só é possível em período de<br />

estiagem - durante o inverno, o nível de água do Igarapé<br />

sobe e pode isolar o trecho.<br />

“No nosso município de Uiramutã é muito difícil de falar<br />

sobre estradas porque nós somos castigados pelas fortes<br />

chuvas”, justifica o prefeito Manoel Araújo, em entrevista<br />

ao Jornal de Roraima. “Temos levado às autoridades pedidos<br />

de apoio, pedidos de socorro para melhorar as nossas<br />

estradas.”<br />

ENTRAVES E PREJUÍZOS<br />

Segundo Patrícia Schipitoski Monteiro, mestre em Engenharia<br />

de Construção Civil e professora da UP (Universidade<br />

Positivo), as regiões com maior produção (em especial sul-<br />

-sudeste) já possuem uma demanda bem estabelecida, e o<br />

impacto da falta de investimentos é de curto prazo. No caso<br />

do norte e do nordeste, porém, essa precarização é mais<br />

visível. “Regiões com menor desenvolvimento econômico<br />

sofrem com a falta de investimentos porque a produção<br />

não é estimulada, aumentando a desigualdade (ou seja, é<br />

um problema de médio-longo prazo). Aqui, a força política<br />

e do setor produtivo é muito relevante. Em particular, o aumento<br />

do custo operacional do transporte das nossas mercadorias.<br />

Mesmo com sistemas produtivos bem eficientes,<br />

acabamos perdendo vantagem competitiva no preço final,<br />

porque o custo logístico está embutido nele”, realça.<br />

De acordo com Monteiro, vários são os entraves para o<br />

desenvolvimento das rodovias brasileiras. “O principal deles<br />

é o volume precário de investimentos. No ano passado, foram<br />

na ordem de 0,8% do PIB investidos em infraestrutura<br />

de transportes. Estima-se que para adequar o nosso sistema<br />

de transportes seria necessário R$ 1,7 trilhão, algo na<br />

ordem de 20%. Desse valor, precisaríamos de algo na faixa<br />

de 500 bilhões só para o sistema rodoviário. Para compatibilizar<br />

isso, há uma série de medidas, mas essencialmente,<br />

uma política de transportes bem clara e definida, com planejamento<br />

adequado”, analisa.<br />

No cenário atual, vários são os prejuízos para o país.<br />

44 www.referenciaflorestal.com.br


“Em particular, o aumento do custo operacional do transporte<br />

das nossas mercadorias. Mesmo com sistemas<br />

produtivos bem eficientes, acabamos perdendo vantagem<br />

competitiva no preço final, porque o custo logístico está<br />

embutido nele. Além disso, a falta de investimentos tem<br />

custos indiretos associados, tais como acidentes, congestionamentos,<br />

poluição, entre outros”, relata a engenheira.<br />

ENTRAVE HISTÓRICO<br />

O problema das rodovias não é recente: um levantamento<br />

da CNT em 2007 apontou que 46,8% das rodovias<br />

da região Norte foram consideradas ruins ou péssimas. A<br />

média nacional naquele ano foi de 33,1%.<br />

A origem é ainda mais antiga: um projeto ambicioso de<br />

integração da região amazônica pelos governos militares<br />

nas décadas de 1960 e 1970 deixou obras incompletas e<br />

precariedade para as décadas seguintes. Entretanto, as<br />

condições geográficas da região amazônica dificultam a implantação<br />

de rodovias.<br />

O projeto não foi concluído conforme previsto e muitas<br />

rodovias ficaram parcial ou totalmente abandonadas. Hoje,<br />

a região norte conta com a menor malha rodoviária do<br />

Brasil: são 147.792 quilômetros do total de 1.720.607 qui-<br />

Regiões com menor<br />

desenvolvimento econômico<br />

sofrem com a falta de<br />

investimentos porque a produção<br />

não é estimulada, aumentando a<br />

desigualdade<br />

Patrícia Schipitoski Monteiro, mestre<br />

em Engenharia de Construção Civil e<br />

professora da UP<br />

Acreditando no mercado<br />

brasileiro, a Log Max<br />

OPERAÇÃO DIRETA consolida sua atuação<br />

DE FÁBRICA através das filiais do<br />

Paraná, Rio Grande do<br />

Sul e breve em<br />

Santa Catarina.<br />

Estoque local<br />

de cabeçotes<br />

novos e peças<br />

de reposição<br />

genuínas.<br />

HEADS ABOVE<br />

THE COMPETITION<br />

Equipe de assistência<br />

técnica especializada<br />

para pronto<br />

atendimento.<br />

41 2102.2881 | vendas@logmax.com<br />

www.logmax.com


ESPECIAL<br />

lômetros de rodovias no país. Entre a extensão de rodovias<br />

na região Norte, apenas 21.527 quilômetros são pavimentados.<br />

Uma delas é a rodovia BR-163 que liga Cuiabá (MT)<br />

a Santarém (PA). Criada na década de 1970, ela é uma<br />

das principais vias de escoamento da produção agrícola e<br />

madeireira da região, mas permanece com trechos sem<br />

asfalto.<br />

A situação é mais grave na BR-319, a rodovia Transamazônica,<br />

que liga os Estados do Pará e Amazonas. Inaugurada<br />

ainda inacabada em 1973, a rodovia é quase toda sem asfalto,<br />

o que ocasiona atoleiros durante os meses de chuva.<br />

FATURA PESADA<br />

A situação das estradas na região norte representa<br />

prejuízos para os setores agrícola e florestal: com estradas<br />

intrafegáveis e problemas sazonais, como alagamentos, o<br />

transporte da produção regional enfrenta desafios para<br />

escoamento. Esse quadro acaba afetando a movimentação<br />

em outras regiões do país. Em 2017, o porto de Santos, no<br />

litoral de São Paulo, já estava sobrecarregado com o escoamento<br />

de produção da agricultura e indústria florestal<br />

oriunda da região: evitando o tráfego por estradas precárias<br />

no norte e centro-oeste, os motoristas são enviados para o<br />

porto do sudeste.<br />

A situação é mais grave na BR-<br />

319, a rodovia Transamazônica,<br />

que liga os Estados do Pará e<br />

Amazonas. Inaugurada ainda<br />

inacabada em 1973, a rodovia é<br />

quase toda sem asfalto, o que<br />

ocasiona atoleiros durante os<br />

meses de chuva<br />

46 www.referenciaflorestal.com.br


Da mesma forma, estudo desenvolvido por pesquisadores<br />

da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas) aponta<br />

impactos negativos das condições precárias das estradas<br />

do Norte sobre a produção agrícola no centro-oeste. Segundo<br />

a pesquisa, o escoamento da produção do centro-oeste<br />

pelos portos da região norte tem vantagens econômicas,<br />

mas depende da melhoria das rodovias da região.<br />

“Há, ainda, vários trechos da rodovia BR 163 no norte<br />

do país com obras em execução ou, até mesmo, sem ter iniciado.<br />

São obras que demandam longo prazo para concretização<br />

e que exigem elevadas inversões de capital”, aponta<br />

a pesquisa. “Essa região não apresenta condições logísticas<br />

eficientes para o escoamento da produção. Atualmente, o<br />

cenário é de degradação e ineficiência, gerando perdas à<br />

competitividade do agronegócio e da madeira brasileira”,<br />

acrescenta.<br />

PEQUENOS PASSOS<br />

Por outro lado, a necessidade de estradas melhores<br />

chegou até o setor científico: a região recebeu no ano passado<br />

o primeiro curso de pós-graduação em Pavimentação<br />

de Estradas e Rodovias.<br />

O curso é ofertado no Instituto de Especialização do<br />

Amazonas, em Manaus, e visa preencher uma lacuna de<br />

profissionais qualificados para o desenvolvimento das estradas<br />

na região.<br />

“A região norte é muito necessitada de estradas. Nos<br />

poucos locais que possui, são rodovias em mau estado de<br />

conservação. Portanto, há um potencial grande para obras<br />

de estradas na região”, garante Cláudio Dubeux, coordenador<br />

do curso, que demonstra uma perspectiva de melhora<br />

na malha viária da região.<br />

Na opinião de Patrícia Schipitoski Monteiro, a atuação<br />

das comunidades científicas é fundamental para mudar o<br />

panorama do sistema rodoviário brasileiro.<br />

“Esse trabalho colabora na elaboração de estratégias<br />

de otimização dos sistemas de transporte de menor investimento,<br />

através do uso de tecnologias, aplicados à adequação<br />

de veículos, operação mais eficiente, redução de insumos<br />

consumidos, aumentando a capacidade de transporte<br />

sem depender exclusivamente da expansão das malhas viárias<br />

para isso (já que aí estão concentrados grandes valores<br />

de investimentos)”, ressalta Patrícia.<br />

EQUIPAMENTOS QUE SUPORTAM<br />

O RIGOR DA FLORESTA.<br />

GARRAS TRAÇADORAS<br />

A MAIOR LINHA DE GARRAS TRAÇADORAS DO MUNDO.<br />

TRITURADORES E ROÇADEIRAS<br />

DISTRIBUIDOR EXCLUSIVO NO BRASIL DE ROÇADEIRA<br />

FLORESTAL E MULCHER DE DISCO.<br />

CABEÇOTES MULTIFUNCIONAIS<br />

CABEÇOTE 3 EM 1: DERRUBADA, TRAÇAMENTO E CARREGAMENTO.<br />

MINI- SKIDDER<br />

EQUIPAMENTO PARA ARRASTE DO FEIXE DE TORAS, ACOPLADO<br />

EM TRATORES DE PEQUENO, MÉDIO E GRANDE PORTE.<br />

GARRAS<br />

COMPLETA LINHA DE GARRAS, ESCAVADEIRAS, RETROESCAVADEIRAS,<br />

CARREGADORES FLORESTAIS E TRICICLOS, ENTRE OUTROS.<br />

FELLER DE TESOURA<br />

PARA APLICAÇÃO EM ESCAVADEIRAS, CARREGADEIRAS<br />

E TRATOR TRICICLO.<br />

MATRIZ: LAGES-SC<br />

FILIAL: SETE LAGOAS-MG<br />

EM BREVE INAUGURAÇÃO DE NOVAS FILIAIS<br />

IMPERATRIZ-MA E LAGES-SC<br />

+55 (49) 3226 0511<br />

+55 (49) 3226 0722<br />

www.jdesouza.com.br<br />

Maio <strong>2019</strong><br />

47


ILPF<br />

Evento mostra força<br />

e oportunidades<br />

DA ILPF<br />

Entidade criada para estimular a prática do sistema,<br />

promoveu encontro para divulgar dados e apontar<br />

tendências da Integração Lavoura-Pecuária-Floresta<br />

Fotos: Embrapa Florestas<br />

48 www.referenciaflorestal.com.br


Maio <strong>2019</strong> 49


ILPF<br />

Acidade de Caldas Novas (GO) foi palco da<br />

reunião técnica da Associação Rede Ilpf (Integração<br />

Lavoura-Pecuária-Floresta), no mês de<br />

março. A entidade é fruto da iniciativa formada<br />

pela Embrapa e empresas, com o objetivo<br />

de impulsionar a adoção do sistema no país, integrando a<br />

cadeia produtiva, organizando dias de campo, promovendo<br />

pesquisas agronômicas e transferência de conhecimento.<br />

“Conseguimos desenvolver no Brasil uma agricultura<br />

baseada em ciência, e isso é para poucos países do mundo.<br />

Precisamos ter muito orgulho dos resultados alcançados nos<br />

últimos anos”, destacou Renato Rodrigues, pesquisador da<br />

Embrapa e presidente do Conselho Gestor da Associação<br />

Rede Ilpf. De acordo com ele, em 2018, foram registrados<br />

aproximadamente 15 mil ha (hectares) com Ilpf e o objetivo<br />

é que este número chegue a 30 mil ha até 2030. “Temos<br />

espaço e tecnologia para isso. A ideia é fazermos o uso sustentável<br />

do solo, transformando pastagens degradadas em<br />

Ilpf. Isso só nos trará benefícios. Ao compararmos áreas com<br />

Ilpf e aquelas com sistemas tradicionais, vemos um ganho<br />

mínimo de 15% de rentabilidade”, explica.<br />

Para Paulo Herrmann, presidente da John Deere Brasil a<br />

rede foi criada exatamente para que o conhecimento técnico<br />

da Embrapa pudesse chegar aos produtores rurais e é isso<br />

que o grupo tem feito. “Trabalhamos focados na expansão<br />

do sistema entre 2012 e 2018 e demos um salto significativo<br />

no número total de áreas que adotam o sistema. Hoje, já<br />

temos sete empresas que participam da iniciativa conosco<br />

e estamos em uma nova etapa, levando essas informações<br />

para outros países, pois essa tecnologia pode ser aplicada<br />

em outros ambientes também – exemplo disso é que estamos<br />

recepcionando colegas do Uruguai nesta edição”,<br />

enaltece.<br />

Sobre os próximos passos do grupo, Paulo Herrmann<br />

os divide em três frentes: “qualificar multiplicadores preparados<br />

para orientar e dar assistência sobre o processo<br />

de implantação da Ilpf, constituir uma certificadora que vai<br />

reconhecer as propriedades adeptas, com o objetivo de<br />

agregar valor ao produto que será vendido, e mostrar ao<br />

mundo o que está sendo feito no Brasil”, e completa: “Em<br />

40 anos de evolução da agricultura, nossa produtividade<br />

aumentou 250%, a produção cresceu 500%, enquanto a área<br />

só expandiu 70%. Podemos dizer que nossa tecnologia e responsabilidade<br />

ambiental economizaram 150 mil de hectares.<br />

E agora, o Ilpf é nosso grande instrumento para mostrarmos<br />

que produzir e preservar é possível.”<br />

O projeto Rural Sustentável tem meta de alcançar<br />

200 mil ha de tecnologia de baixo carbono<br />

50 www.referenciaflorestal.com.br


PROJETO RURAL SUSTENTÁVEL<br />

Durante o evento, Pedro Correa Neto, secretário adjunto<br />

da Secretaria de Inovação, Desenvolvimento Rural e Irrigação<br />

do Mapa (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento),<br />

lançou a fase 2 do Projeto Rural Sustentável, com<br />

foco no cerrado brasileiro, que hoje ocupa uma área de <strong>207</strong><br />

mil ha. A primeira fase foi promovida em 2014, com foco na<br />

Mata Atlântica e Amazônia. O objetivo da iniciativa é implantar<br />

tecnologias de produção com a finalidade de aumentar a<br />

renda do produtor, preservando a responsabilidade ambiental,<br />

sendo o Ilpf um dos carros-chefe.<br />

Com áreas de intervenção já definidas nos Estados de<br />

Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás e Minas Gerais,<br />

o projeto Rural Sustentável tem como principais metas alcançar<br />

2000 propriedades beneficiárias, com 200 mil ha de<br />

tecnologia de baixo carbono, resultando em 100 hectares<br />

de área média de tecnologia aplicada e 4 mil de tCO² e de<br />

emissões evitadas. “A defesa ao setor agropecuário brasileiro<br />

é o que vai fazer esse país continuar crescendo. Precisamos<br />

construir essa narrativa definitiva de que o agropecuarista<br />

brasileiro já tem responsabilidade ambiental e está avançando<br />

ainda mais nisso”, destaca Pedro.<br />

Conseguimos desenvolver no<br />

Brasil uma agricultura baseada<br />

em ciência, e isso é para poucos<br />

países do mundo. Precisamos<br />

ter muito orgulho dos resultados<br />

alcançados nos últimos anos<br />

Renato Rodrigues,<br />

pesquisador da Embrapa e<br />

presidente do Conselho<br />

Gestor da Associação Rede Ilpf<br />

Pioneira em<br />

mÁquinas e peças<br />

Florestais seminovas<br />

Fone: 41-3628-1583 | Cel: 41-98414-6053/ 41-98417-9271<br />

WhatsApp: 41-99168-3810/ 47-99255-0787<br />

vendas@rotorequipamentos.com.br<br />

www.rotorequipamentos.com.br<br />

Maio <strong>2019</strong><br />

51


SILVICULTURA<br />

Coleta correta é<br />

essencial para<br />

melhora do<br />

MATERIAL<br />

GENÉTICO<br />

52 www.referenciaflorestal.com.br


Ciclo para aprimoramento genético do pinus pode levar<br />

meio século, seguir procedimentos corretos assegura a<br />

integridade das amostras coletadas no campo<br />

Fotos: divulgação<br />

Maio <strong>2019</strong><br />

53


SILVICULTURA<br />

As melhorias genéticas no pinus plantado no<br />

Brasil elevaram a competitividade do negócio<br />

brasileiro frente a outros países. Foi um<br />

processo demorado, feito com técnicas em<br />

laboratório e em campo. Como muitas etapas<br />

são importantes e podem interferir no resultado final,<br />

é imprescindível seguir padrões de processos mesmo nas<br />

atividades, aparentemente, mais simples.<br />

As pesquisas com pinus começaram na década de<br />

1970 quando Brasil, África do Sul, Colômbia, Zimbábue,<br />

Índia e Honduras criaram uma rede experimental por meio<br />

de um programa de cooperação internacional. O melhoramento<br />

do pinus no Brasil foi implementado por empresas<br />

florestais, principalmente indústrias de celulose e papel e<br />

instituições de pesquisa, entre elas a Embrapa Florestas.<br />

“O principal objetivo do melhoramento é a perpetuação<br />

de exemplares mais fortes. Porém, na silvicultura já é possível<br />

atender diferentes necessidades da indústria”, aponta<br />

Ananda Virgínia de Aguiar, engenheira agrônoma e pesquisadora<br />

da Embrapa Florestas.<br />

Um ciclo completo de melhoramento genético para<br />

pinus pode levar até 25 anos. “São várias etapas”, sugere a<br />

pesquisadora. “Começa com a seleção de matrizes, passa<br />

pelo cruzamento entre os melhores exemplares, coleta de<br />

sementes e vários outros processos até o surgimento de<br />

uma nova geração”, enumera.<br />

HERANÇA GENÉTICA GARANTIDA<br />

Tão importante quanto ganhar produtividade e melhorar<br />

a qualidade da madeira, é garantir que a herança<br />

genética seja preservada. O engenheiro florestal Julio César<br />

Soznoski explica que o processo envolve um alto nível<br />

de cuidado. “Trabalhamos respeitando a integridade do<br />

material genético coletado. As empresas precisam desta<br />

segurança, da garantia de que o material que está sendo<br />

colhido não seja mal manipulado. Desta forma, o pedigree<br />

será preservado e a qualidade do programa de melhoramento<br />

não será influenciada pela mistura de materiais genéticos”,<br />

destaca Soznoski que também é diretor da Kolecti<br />

Recursos Florestais. A empresa é especializada em diversas<br />

atividades na área de melhoramento genético, entre elas a<br />

coleta de sementes de espécies coníferas.<br />

A colheita precisa ser realizada no momento certo da<br />

maturação de cada espécie e de suas respectivas matrizes.<br />

Cada uma delas deve passar por um procedimento de<br />

avaliação. “Caso essa maturação não seja respeitada, problemas<br />

com rendimento de sementes e germinação ocorrerão.<br />

Na colheita também existe um grande cuidado para<br />

não danificar a produção subsequente do próximo ano”,<br />

ressalta o engenheiro florestal.<br />

Como se trata de trabalho em altura,<br />

ele deve respeitar a legislação<br />

específica que trata das normas de<br />

seguranças<br />

Procedimento mecanizado para colheita<br />

de material em campo<br />

54 www.referenciaflorestal.com.br


PROCEDIMENTOS DE TRABALHO E SEGURANÇA<br />

O diretor da Kolecti Recursos Florestais esclarece que<br />

o procedimento de colheita pode ser realizado de forma<br />

mecanizada (com plataformas veiculares aéreas), ou manualmente,<br />

por meio de escalada com alpinistas florestais.<br />

A definição de qual forma será utilizada leva em consideração<br />

a geografia do terreno, diâmetro, altura e estrutura<br />

das árvores. Todos os envolvidos precisam ser capacitados<br />

e certificados com treinamentos rigorosos para trabalho<br />

em altura.<br />

Atualmente, estamos no período de colheita de sementes<br />

das espécies de pinus subtropicais. Entre as mais<br />

importantes economicamente estão Pinus taeda e Pinus<br />

elliottii. Praticamente todo o staff da Kolecti, mais de 40<br />

profissionais estão divididos em 15 equipes que trabalham<br />

simultaneamente com estas duas espécies no Paraná, São<br />

Paulo e Santa Catarina. “É um trabalho em altura, por isso<br />

fazemos isso respeitando todas as normas de segurança e<br />

saúde do trabalhador. Podemos nos orgulhar, pois temos<br />

índice de acidentes zero e pretendemos manter essa marca”,<br />

conclui o diretor da Kolecti.<br />

O principal objetivo<br />

do melhoramento é a<br />

perpetuação de exemplares<br />

mais fortes. Porém, na<br />

silvicultura já é possível<br />

atender diferentes<br />

necessidades da indústria<br />

Ananda Virgínia de Aguiar, engenheira<br />

agrônoma e pesquisadora da Embrapa<br />

Florestas<br />

Maio <strong>2019</strong><br />

55


MADEIRA NATIVA<br />

56 www.referenciaflorestal.com.br


Parceria vai<br />

impulsionar<br />

manejo em<br />

Mato Grosso<br />

Fotos: divulgação<br />

CIPEM e IDH uniram forças para ampliar<br />

competitividade da cadeia produtiva na<br />

indústria de madeira nativa<br />

Maio <strong>2019</strong><br />

57


MADEIRA NATIVA<br />

O<br />

setor de base florestal mato-grossense,<br />

por meio do Cipem (Centro das Indústrias<br />

Produtoras e Exportadoras de Madeira do<br />

Estado de Mato Grosso), e a IDH (Iniciativa<br />

para o Comércio Sustentável) assinam documento<br />

com objetivo de promover e valorizar o setor de<br />

base florestal de Mato Grosso.<br />

Com a parceria, serão desenvolvidas atividades para<br />

melhorar, continuamente, a cadeia de valor do setor florestal<br />

no Estado. As ações terão quatro pilares centrais:<br />

suporte técnico e financeiro para criar um Sistema de<br />

Registro de Gestão <strong>Florestal</strong> Digital; intercâmbio de conhecimento,<br />

com visitas técnicas e eventos itinerantes;<br />

estudo de viabilidade e operacionalização de um selo de<br />

sustentabilidade que atenda a legislação brasileira e protocolos<br />

internacionais; e o desenvolvimento de estratégias<br />

de comunicação para melhorar a imagem do setor de base<br />

florestal, além do acesso a novos mercados, tanto no Brasil<br />

quanto no exterior.<br />

As ações estão em consonância com a Estratégia Estadual<br />

PCI (Produzir, Conservar e Incluir), uma coalizão territorial<br />

de longo prazo para mitigar as questões relacionadas<br />

a desmatamento e degradação florestal. Um dos objetivos<br />

da PCI é estabelecer mecanismos de transparência e governança<br />

para atrair investimentos para Mato Grosso que<br />

promovam o desenvolvimento sustentável do Estado. O<br />

compromisso da PCI para florestas nativas é chegar a 6<br />

milhões de ha (hectares) de área com manejo florestal sustentável<br />

em Mato Grosso. Atualmente, o Estado possui 3,7<br />

milhões de ha de florestas privadas manejadas.<br />

Segundo o presidente do Cipem, Rafael Mason, o propósito<br />

em participar da parceria é conseguir promover e<br />

valorizar o setor florestal de Mato Grosso. “Vemos uma<br />

oportunidade de ampliar o impacto e os resultados positivos<br />

já alcançados na produção de madeira nativa, construindo<br />

coalizões para melhorar e monitorar os critérios<br />

de sustentabilidade, inovando também a abordagem de<br />

mercado”, relata.<br />

58 www.referenciaflorestal.com.br


Com o intuito de acelerar a sustentabilidade nas<br />

cadeias de valor de múltiplos setores relacionados às<br />

commodities agrícolas até 2020, a IDH tem fomentado iniciativas<br />

com abordagem territorial. “Desenvolvemos ações<br />

sustentáveis em mais de 40 países no mundo todo e comprovamos<br />

que o desenvolvimento de coalizões envolvendo<br />

setor público, setor privado, sociedade civil, setor financeiro<br />

e centros acadêmicos geram, de fato, impacto positivo<br />

para toda a sociedade”, observa Daniela Mariuzzo, diretora<br />

executiva da IDH no Brasil.<br />

Segundo a secretária de Meio Ambiente de Mato Grosso,<br />

Mauren Lazzaretti, a união de esforços vai ao encontro<br />

do entendimento de que o manejo florestal sustentável é<br />

uma estratégia para desenvolver a economia e, ao mesmo<br />

tempo, conservar a floresta amazônica. “Estamos juntos<br />

com o Cipem e a IDH para implementar estratégias modernas<br />

e eficazes que desmistifiquem o risco associado à<br />

madeira nativa e garantam a legalidade da cadeia de valor<br />

do setor florestal no Estado”, vislumbra Lazzaretti.<br />

Vemos uma oportunidade de<br />

ampliar o impacto e os resultados<br />

positivos já alcançados na<br />

produção de madeira nativa,<br />

construindo coalizões para<br />

melhorar e monitorar os critérios<br />

de sustentabilidade, inovando<br />

também a abordagem de mercado<br />

Presidente do CIPEM,<br />

Rafael Mason


ACADEMIA E PESQUISA<br />

INCREMENTO DIAMÉTRICO<br />

PARA ÁRVORES<br />

DE ARAUCÁRIA<br />

60 www.referenciaflorestal.com.br


O objetivo do trabalho foi avaliar a eficácia<br />

do método para medição individual de<br />

árvores da espécie nativa<br />

Fotos: divulgação<br />

Há mais de 25 anos<br />

fabricando facas industriais,<br />

serras e fresas<br />

com qualidade e<br />

maior durabilidade<br />

Facas para picadores • Serras circulares<br />

Serras fita • Máquinas de Afiação • Fresas<br />

Rua Maestro Carlos Frank, 465 - Boqueirão - Curitiba/PR<br />

41 3093-9262 41 99936-0359 valferferramenta@hotmail.com<br />

www.valferferramentas.com.br<br />

Maio <strong>2019</strong><br />

61


ACADEMIA E PESQUISA<br />

Pesquisadores de duas entidades do Rio<br />

Grande do Sul formularam modelos de incremento<br />

diamétrico para árvores individuais de<br />

Araucaria angustifolia, ocorrentes na Floresta<br />

Ombrófila Mista da Floresta Nacional de São<br />

Francisco de Paula (RS). Eles concluíram que o método<br />

apresenta bom ajuste em termos de coeficiente de determinação,<br />

no entanto, os resíduos foram altos e fortemente<br />

tendenciosos, sendo a sua utilização para a predição do<br />

incremento não adequada.<br />

As florestas nativas têm como característica a complexidade<br />

em sua composição, ou seja, um grande número<br />

de espécies com as mais diferentes características silviculturais,<br />

ecológicas e tecnológicas. Estudos em florestas<br />

nativas têm sido intensificados nos últimos anos, procurando-se<br />

descrever sua composição florística e estrutura<br />

fitossociológica, bem como entender a dinâmica desses<br />

ecossistemas inequiâneos. No entanto, percebe-se a falta<br />

de informações sobre o crescimento individual das espécies<br />

dessas florestas.<br />

Uma das maneiras de se obter conhecimentos sobre o<br />

crescimento das espécies é por meio de modelos de crescimento.<br />

Esses modelos auxiliam as pesquisas e manejo<br />

das florestas de várias formas. Um dos importantes usos<br />

inclui a possibilidade da predição de produção em tempos<br />

futuros, partindo das condições atuais.<br />

Para a realização deste trabalho, foram utilizadas medições<br />

de 262 indivíduos de araucária amostrados nas parcelas<br />

permanentes do Peld - CNPq (Projeto Ecológico de Longa<br />

Duração - Conservação e Manejo Sustentável de Ecossistemas<br />

Florestais - Bioma Araucária e suas Transições).<br />

Utilizando análise de correlação, covariância e regressão,<br />

foram ajustados modelos de incremento, estratificados em<br />

função da classe de diâmetro, variável de maior correlação<br />

com o incremento em diâmetro. Foi utilizado o incremento<br />

periódico anual, calculado com base no incremento em<br />

diâmetro dos indivíduos no período analisado. Os modelos<br />

resultaram em boas estimativas do incremento, no entanto,<br />

apresentaram resíduos com forte tendência.<br />

Em florestas nativas, devido a sua complexidade em<br />

número de espécies, com as mais variadas dimensões e<br />

distribuição irregular dentro do povoamento, os estudos<br />

de crescimento não podem ser realizados com base em<br />

valores médios.<br />

Para se determinar o crescimento e incremento de<br />

espécies que compõem as florestas inequiâneas e de<br />

múltiplas espécies deve-se lançar mão de técnicas de modelagem<br />

de crescimento considerando as árvores de forma<br />

62 www.referenciaflorestal.com.br


individual, pois cada espécie apresenta um conjunto de<br />

características singulares, como: ritmo de crescimento, necessidades<br />

por nutrientes, luz e espaço para crescimento.<br />

O desenvolvimento de funções de crescimento para<br />

árvores individuais somente terá sucesso, dispondo-se de<br />

um grande número de informações e se a espécie estudada<br />

ocorrer em grande frequência na área de estudo.<br />

A maioria dos modelos adequados para florestas mistas<br />

predizem, explicitamente, o crescimento de árvores<br />

individuais, na maioria das vezes, com equações para estimar<br />

o crescimento em diâmetro a partir do diâmetro das<br />

árvores e outras variáveis. Devido à facilidade de medição,<br />

sensibilidade às mudanças ambientais e densidade do<br />

povoamento, relação com o tamanho da copa, massa da<br />

árvore ou volume do tronco, o diâmetro está diretamente<br />

relacionado com o incremento das árvores.<br />

Uma das maneiras de se<br />

obter conhecimentos sobre<br />

o crescimento das espécies<br />

é por meio de modelos de<br />

crescimento<br />

O trabalho foi conduzido pelos engenheiros florestais<br />

Tatiane Chassot, da Universidade Federal da Fronteira Sul,<br />

e Frederico Dimas Fleig, da Universidade Federal de Santa<br />

Maria. Para acessar o artigo na íntegra visite a página<br />

www.scielo.br<br />

Maio <strong>2019</strong><br />

63


AGENDA<br />

AGENDA<strong>2019</strong><br />

MAIO<br />

<strong>2019</strong><br />

Imagem: reprodução<br />

Curso: Formigas Cortadeiras para<br />

Supervisores<br />

21<br />

Colombo (PR)<br />

www.apreflorestas.com.br<br />

MAI<br />

<strong>2019</strong><br />

LIGNA <strong>2019</strong><br />

Este mês a Ligna, uma das maiores feiras do setor<br />

madeireiro na Alemanha é o grande destaque. O evento<br />

procura a cada edição ampliar o espaço para os setores<br />

florestais e biomassa. O centro de exibição em Hannover,<br />

receberá os visitantes nos dias 27 a 31 de maio.<br />

MAIO<br />

<strong>2019</strong><br />

Ligna Hannover<br />

27 a 31<br />

Hannover (Alemanha)<br />

www.ligna.de<br />

JUNHO<br />

<strong>2019</strong><br />

JUN<br />

<strong>2019</strong><br />

CIBIO<br />

Imagem: reprodução<br />

Uso de drones na silvicultura<br />

5 e 6<br />

Botucatu (SP)<br />

www.ipef.br/eventos<br />

O Congresso Internacional de Biomassa é um evento<br />

anual e a IV edição ocorrerá entre os dias 25 a 27<br />

de junho, em Curitiba (PR). O congresso tem papel<br />

fundamental nesta fase da Matriz Energética Brasileira,<br />

em que a busca por tecnologias limpas para geração de<br />

energia é urgente. Logo, tem como objetivo discutir o<br />

atual cenário do país e no mundo; apresentar soluções,<br />

tecnologias e informações que ajudem no crescimento<br />

da biomassa na matriz energética brasileira.<br />

64 www.referenciaflorestal.com.br


Disco de corte para Feller<br />

AGENDA<strong>2019</strong><br />

• Discos de corte com encaixe para<br />

utilização de até 18 ferramentas<br />

• Diâmetro externo e encaixe central<br />

de acordo com o padrão da máquina<br />

JUNHO<br />

<strong>2019</strong><br />

Detalhe de encaixe para<br />

ferramentas de 4 lados<br />

Asturforesta<br />

20 a 22<br />

Monte Armayán (Espanha)<br />

www.asturforesta.es<br />

• Discos de corte para Feller<br />

conforme modelo ou amostra<br />

• Discos especiais<br />

• Pistões hidráulicos<br />

(fabricação e reforma)<br />

• Usinagem de médio e grande porte<br />

JUNHO<br />

<strong>2019</strong><br />

Av. Marginal Francisco D’Antonio, 337<br />

Água Vermelha - Sertãozinho - SP<br />

Fone: (16) 3942-6855 Fax: (16) 3942-6650<br />

dantonio@dantonio.com.br - www.dantonio.com.br<br />

D’Antonio Equipamentos<br />

Mecânicos e Industriais Ltda<br />

Cibio<br />

25 a 27<br />

Curitiba (PR)<br />

www.congressobiomassa.com<br />

SETEMBRO<br />

<strong>2019</strong><br />

Tudo que você precisa em manutenção de equipamentos Florestais<br />

como Picadores, HARVESTERS e FORWARDERS de diversas<br />

marcas como Komatsu, John Deere, Caterpillar, Tigercat,<br />

Ponsse, Peterson Pacific e Morbark.<br />

III Lignum Latin America<br />

11 a 13<br />

Curitiba (PR)<br />

www.lignumlatinamerica.com<br />

DISTRIBUIDOR<br />

SERVIÇOS ESPECIALIZADOS<br />

mbh@mbh.com.br<br />

Maio <strong>2019</strong><br />

65


ESPAÇO ABERTO<br />

Foto: divulgação<br />

O segredo da<br />

eficiência<br />

das formigas<br />

É A OCIOSIDADE<br />

Por Javier Arevalo,<br />

Partner da Goldratt Consulting da América Latina<br />

Seguir cegamente a produção<br />

máxima no fluxo industrial<br />

pode reduzir a eficiência no<br />

final das contas<br />

R<br />

ecentemente, compartilhei meu interesse no artigo:<br />

O Segredo da Eficiência e Ociosidade; publicado no<br />

New York Times, por James Gorman, e como Eli Goldratt<br />

o apresentou como uma das principais questões<br />

a serem contestadas em - Operações no âmbito da<br />

Teoria das Restrições: Um recurso ocioso é um desperdício.<br />

Em um estudo recente sobre o comportamento das formigas,<br />

perceberam que a alta velocidade e eficiência na construção de túneis<br />

estão diretamente relacionados a uma construção irregular da<br />

carga de trabalho. Ou seja: uma parte da população do formigueiro<br />

trabalha incessantemente para construir a rede de túneis, enquanto<br />

outros estão disponíveis a maior parte do tempo. A descoberta<br />

surpreendente é que a proporção mostra que apenas 30% das formigas<br />

trabalham de modo ininterrupto e as 70% restantes permanecem<br />

sem se aproximar do local do trabalho. A questão é: o que<br />

é que as leva a se comportar dessa maneira? Faz algum sentido?<br />

Sendo como a natureza é, deve haver uma boa explicação!<br />

A resposta? Parece que essas formigas conhecem a Teoria das<br />

Restrições e os Princípios do Fluxo descritos pelo doutor Eli Goldratt,<br />

físico nascido em Israel e autor de best-sellers no mundo da<br />

gestão e administração.<br />

Se as formigas se comportassem sob os atuais paradigmas de<br />

gestão, causariam um engarrafamento no túnel e reduziriam a<br />

produtividade ao mínimo. Esses insetos sabem que a produtividade<br />

máxima é obtida com o fluxo máximo. E que o fluxo máximo<br />

depende do nível de tráfego no chão de fábrica. Esse tráfego é<br />

equivalente a veículos em uma estrada ou às tarefas de produção e<br />

as ordens abertas no chão da fábrica. Ao limitar o tráfego máximo<br />

de formigas no túnel, o movimento é rápido e progride de forma<br />

constante. Se o número de formigas for aumentado, o trabalho é<br />

interrompido e a cabeça de perfuração não pode ser alcançada<br />

facilmente.<br />

Desta forma, um dos quatro princípios fundamentais de fluxo<br />

de Henry Ford, de limitar a superprodução, é cumprido na natureza,<br />

já que há um mecanismo para evitar o excesso de formigas no<br />

túnel. Ou seja, limitar o trabalho em andamento garante o fluxo<br />

máximo. Quando essas condições de ócio para a maioria das formigas<br />

foram reproduzidas com robôs, aqueles que seguiram a lógica<br />

de ter considerado tempos ociosos produziram o melhor resultado.<br />

Além disso, quando as formigas escavam um túnel, o espaço é restrito.<br />

Por conseguinte, a população e a capacidade de encapsulamento<br />

devem ser sujeitos a restrição, com o objetivo de maximizar<br />

a taxa de transferência do sistema (velocidade do túnel escavada).<br />

Estes princípios aplicados à produção - que foram disciplinados<br />

na aplicação dos princípios de Lean Manufacturing ou outras<br />

metodologias de melhoria - podem, com a metodologia de Teoria<br />

das Restrições, produzir avanços maiores e substanciais. Pela lógica<br />

usada por Lean, os 70% de capacidade ociosa seriam claramente<br />

considerados como um desperdício e, portanto, teriam sido eliminados.<br />

Seja no universo das formigas ou no universo empresarial,<br />

a capacidade ociosa pode ser dedicada a funções e processos para<br />

ter capacidade protetiva ou excedente. É o que garante o melhor<br />

fluxo e sobrevivência ou sucesso do sistema.<br />

66 www.referenciaflorestal.com.br


Um brinde aos 5 anos de parceria TMO/Nisula no mercado<br />

brasileiro oferecendo soluções em corte e processamento de<br />

madeira para o pequeno e médio produtor florestal.<br />

Cabeçote Harvester Nisula 555H<br />

www.tmo.com.br • tmo@tmo.com.br<br />

www.facebook.com/ciaolsen<br />

Cia Olsen de Tratores Agro Industrial<br />

Caçador - SC • 49 3561-6000


A segurança que o seu desafio<br />

será cumprido e produtivo.<br />

Para quem quer colocar a cabeça no travesseiro e dormir bem.<br />

A alta tecnologia, produtividade, confiabilidade e baixa manutenção,<br />

fazendo o seu investimento render muito mais!<br />

Ligue para 19 3802.2742 e agende uma Demonstração!<br />

Agende uma demonstração<br />

19 3802.2742<br />

DENISCIMAF.com

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!