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principal<br />
O PASSO A PASSO DA CONSULTORIA<br />
HUMANIZADA<br />
A primeira etapa do trabalho de um consultor é<br />
determinar a tipologia física do cliente. “Existem vários<br />
tipos de corpos. É arriscado comprar a roupa certa se<br />
ela não for feita para seu tipo de corpo”, orienta. Neste<br />
primeiro momento, algo muito importante acontece: o<br />
sonho da silhueta perfeita, das pernas finas e do porte<br />
ideal começa a desaparecer, dando lugar a aceitação<br />
pessoal.<br />
O segundo passo, mas não menos importante, é o<br />
teste de coloração. “Cada pessoa tem uma paleta que<br />
combina perfeitamente com o seu tom de pele. Sabe<br />
quando se veste uma peça que todo mundo para e<br />
elogia? Provavelmente isso acontece porque você acertou<br />
nas cores!”, explica Marcia. Isso não significa que<br />
deva abandonar aquela camiseta laranja favorita, ou<br />
despachar o vestido rosa. A paleta é só uma base para<br />
quando quiser sair das compras parando o trânsito!<br />
Depois, com muita conversa e lição de casa (sim,<br />
são passadas atividades e exercícios fashion), chega o<br />
momento de descobrir o estilo da cliente. Essa é a fase<br />
mais especial da consultoria, uma vez que é ela quem<br />
determina a marca visual da pessoa.<br />
“Ser fiel ao seu estilo é muito mais importante do<br />
que seguir a moda. É preciso lembrar que nós usamos<br />
ela e não o contrário”, argumenta a profissional, que<br />
critica diariamente a indústria do fast fashion e da produção<br />
de roupas socialmente irresponsável.<br />
DIVERSIDADE<br />
O público que procurava a consultoria de imagem<br />
há alguns anos era exclusivamente feminino. Hoje, com<br />
o mercado de trabalho acirrado e a curva da estética<br />
cada vez mais crescente, os homens também recorrem<br />
ao melhoramento da imagem pessoal.<br />
O profissional e discípulo de Marcia, Tiago Thewis,<br />
especializou-se nesse público e conta que as transições<br />
de cargo e novas contratações são as maiores razões de<br />
quem o procura. “O meu objetivo, a partir do momento<br />
que começo o trabalho, é entender o ser humano<br />
que há por detrás daquela roupa”, conta. Ele também<br />
revela que cada veste transmite uma intenção, portanto,<br />
é essencial um momento de personal shopper para<br />
analisar o que faz ou não sentido no guarda-roupa, de<br />
acordo com o momento de vida do cliente.<br />
Tiago conta que os homens que já atendeu se<br />
mostraram mais receptivos às mudanças do que as<br />
próprias mulheres. “Eles vêm muito curiosos, abertos a<br />
novidade. Questionam no começo, mas depois respeitam<br />
a opinião, porque nunca tiveram muitos conceitos<br />
e padrões fechados em relação à moda, como acontece<br />
com as mulheres.”<br />
Em contrapartida, o mesmo motivo faz com que o<br />
público chegue mais perdido. “Na maioria das vezes<br />
não entendem o próprio estilo, caem na falácia do homem<br />
ser proibido de ter autocuidado, e só aos poucos<br />
vão desconstruindo isso. Aí eles entendem que está<br />
tudo bem em procurar ajuda”.<br />
Foto: Ana Gabriella Amorim<br />
Marcia Caldas<br />
Consultora de imagem, professora e especialista<br />
em etiqueta pessoal. Atua na área da moda por<br />
meio da consultoria humanizada<br />
O autoconhecimento<br />
é um processo lento,<br />
que exige cuidado e<br />
atenção”<br />
Marcia Caldas<br />
34<br />
junho 2019<br />
revistavoi.com.br