Newslab 151
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Norte<br />
Artigos que tinham somente o rastreamento do câncer do colo do útero.<br />
Após essa etapa realizou-se uma leitura cuidadosa dos artigos encontrados, onde os<br />
mesmos que se enquadravam nos critérios de inclusão foram separados e salvos, e os artigos<br />
que não se encaixavam nesses critérios foram excluídos. Os artigos selecionados na etapa<br />
anterior foram incluídos na constituição deste trabalho. Os resultados foram organizados por<br />
autores e seus achados conforme o ano de publicação em ordem temporal.<br />
Imagem Ilustrativa<br />
RESULTADOS E DISCUSSÃO<br />
CÂNCER<br />
Diversos estudos mostram a prevalência de lesões precursoras para o câncer DE de COLO colo DE<br />
ÚTERO<br />
do útero no Brasil. Porém no período estabelecido no presente estudo, foram selecionados<br />
nove artigos que se enquadram nos critérios estabelecidos sobre o assunto (QUADRO 1).<br />
AUTORES:<br />
ANNA MARIA RIBEIRO DAL VESCO1,<br />
BRUNA COCCO PILAR2,<br />
VINÍCIUS TEJADA NUNES2,<br />
VANUSA MANFREDINI2*<br />
Autores<br />
Achados<br />
Rodrigues e Marques, 2005 [15]<br />
Porto Velho, Rondônia<br />
Total de 55 mulheres indígenas: 1 com<br />
artigo 3<br />
Nobre e Neto, 2009 [12]<br />
Fonseca et al., 2010 [6]<br />
Costa et al., 2011 [1]<br />
Sousa et al., 2011 [17]<br />
Prado et al., 2012 [14]<br />
Fonseca et al., 2014 [4]<br />
Fonseca et al., 2014 [3]<br />
Fonseca, 2015[5]<br />
carcinoma invasor; 1 de alterações celulares de<br />
significado incerto em células escamosas e<br />
glandulares (Ascus e Agus); 5 com NIC I; 1<br />
com NIC II; 1 com NIC III; 44 casos de<br />
doença inflamatória do colo do útero; e 2<br />
Normais.<br />
Amazonas<br />
Resultados normais foram de 1,86% em 2001<br />
e 2,23% em 2005; as atipias variaram entre<br />
5,13% e 1,00%. A razão entre as lesões<br />
precursoras de baixo grau (LBGs) e as lesões<br />
precursoras de alto grau (LAGs) foi de 8,17 e<br />
6,83.<br />
Roraima<br />
Total de 90 casos: 54 com carcinoma<br />
invasor; 6 carcinoma in situ; 20 com neoplasi<br />
intra epitelial de alto grau ( NIC III); e 10<br />
normais.<br />
Estado do Pará, comunidades ribeirinhas<br />
Total de 104 mulheres: 23 normais; 65<br />
inflamatórios; 10 com células escamosas<br />
atípicas (ASC); e 6 com lesão escamosa<br />
intraepitelial (SIL).<br />
Estado do Pará, LACEN<br />
Total de 26.203 exames: 25.143 dentro dos<br />
limites da normalidade; 1060 apresentaram<br />
algum tipo de alteração citológica, sendo 236<br />
lesões intraepiteliais de alto grau e<br />
microinvasivas e 25 de câncer invasor; 381<br />
com presença de células atípicas de<br />
significado indeterminado.<br />
Rio Branco, Acre<br />
Total de 48.729 exames: 846 apresentaram<br />
resultados como ASCUS/AGC, LSIL e<br />
HSIL, onde 154 apresentaram lesão<br />
intraepitelial de baixo grau (LSIL), 112 lesão<br />
intraepitelial de alto grau (HSIL), 563 atipias<br />
de significado indeterminado (ASCUS/AGC)<br />
e 17 tinham câncer.<br />
Estado de Roraima<br />
Total de 100 mulheres: 78 considerados<br />
normais; 10 com ASC-US; 6 com LSIL; 5<br />
com HSIL; e 1 com carcinoma invasor,<br />
segundo o LAPER.<br />
Extremo Norte da Região Amazônica<br />
Brasileira (Roraima)<br />
2.701 mulheres indígenas: 83 mulheres<br />
apresentaram LSIL (3,0%) e 125 mulheres<br />
HSIL (4,6%). 31 mulheres foram rastreadas<br />
com citologia sugestiva de câncer invasivo<br />
(1,1%). A prevalência de ASC-US na<br />
população total foi de 40 mulheres (1,4%).<br />
Extremo Norte da Amazônia Brasileira<br />
661 mulheres indígenas: 607 amostras<br />
satisfatórias, onde 10 casos de ASC-US<br />
(1,6%), 7 casos de LSIL (1,15%), 2 casos de<br />
HSIL (0,33%) e 1 caso de carcinoma<br />
invasivo (0,17%).<br />
(AGUS), as atipias celulares escamosas de significado<br />
indeterminado (ASCUS), as alterações<br />
citológicas compatíveis com HPV e as neoplasias<br />
intraepiteliais grau I (NIC I) e as LAGs que<br />
são as neoplasias intraepiteliais grau II (NIC<br />
II) e as neoplasias intraepiteliais grau III (NIC<br />
III) são crescentes por causa dos programas<br />
de rastreamento que acabam funcionando<br />
de forma eficaz indicando que as lesões precursoras<br />
são localizadas precocemente, o que<br />
possibilita também levantar a prevalência das<br />
mesmas.<br />
De acordo com Fonseca et al. (2010) [6],<br />
há uma grande morbidade por câncer do<br />
colo do útero no Estado de Roraima, devido<br />
a ineficácia de programas preventivos<br />
em atingir e informar as mulheres para essa<br />
doença. A população indígena e as pessoas<br />
que apresentam pouca escolaridade e um<br />
perfil de exclusão social são as mais afetadas.<br />
Para Fonseca et al. (2014) [4] a maioria<br />
dos casos de câncer do colo do útero é diagnosticado<br />
em estágio já avançado no Estado<br />
de Roraima, por causa das mulheres que<br />
são portadoras de lesão intraepitelial cervical<br />
receberem resultados citológicos falsos<br />
negativos que acabam impossibilitando-as<br />
de acompanhamento especializado quando<br />
ainda são assintomáticas e/ou com doença<br />
inicial. E complementando Rodrigues e Marques<br />
(2005) [15], demonstram que em fase<br />
inicial as lesões precursoras, assim como o<br />
câncer do colo do útero são regularmente assintomáticos.<br />
E para Prado et al. (2012) [14],<br />
a mesma situação ocorre no Estado do Acre,<br />
onde o tratamento das mulheres acreanas<br />
com lesões cervicais estão sendo adiados por<br />
causa dos resultados citológicos que estão<br />
sendo diagnosticados de modo errado.<br />
Fonseca (2015) [5] afirma que as comunidades<br />
indígenas sofrem consequências com<br />
mudanças ambientais e socioculturais sobre<br />
a saúde da mulher, elevando a incidência de<br />
doenças crônicas e degenerativas por causa<br />
do relacionamento com a vida ocidental. Já<br />
038<br />
Estudos a respeito do estado do Amapá e Tocantins sobre a prevalência do câncer de<br />
colo do útero não foram localizados. Dos nove artigos encontrados: quatro são do Estado de<br />
Roraima, dois do estado do Pará, um do estado do Acre, um do estado do Amazonas e um do<br />
estado de Rondônia.<br />
Revista NewsLab | Dez/Jan 2019