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14 | · JULHO/AGOSTO <strong>2019</strong><br />
Autorretrato<br />
na nuvem. Já os fotógrafos entusiastas e profissionais<br />
estão em caminhos distintos. De um lado,<br />
fotógrafos cedendo a clientes que querem só<br />
arquivos digitais. Cedem para poder cobrar menos<br />
e para não perder a venda. Esse parece ser<br />
um consumo avulso de oportunidade. Algo que<br />
quebra um elo importante e que vai impactar o<br />
próprio profissional. Pois, cobrando pouco, nem<br />
consegue pagar suas contas. Impacta toda a cadeia<br />
e por isso acaba com o mercado. Os entusiastas<br />
valorizam e querem imprimir. Gostam de<br />
fotografar e ver suas fotos no papel. É por isso<br />
que o fotoclubismo vai bem no Brasil.<br />
Tchô Moioli, proprietário da Fotolab<br />
Na curva de aprendizagem sobre a<br />
importância da memória impressa, em que<br />
estágio está o consumidor de fotografia<br />
no Brasil?<br />
<strong>FHOX</strong> - Nossa percepção é que está em fase<br />
de retomada de impressão. Ainda tímida se pensarmos<br />
no potencial total, já que temos mais<br />
smartphones do que habitantes. Não é uma<br />
confirmação com base em estatística. Mas, nos<br />
inúmeros contatos da <strong>FHOX</strong> em eventos e em<br />
grupos de redes sociais, a sensação geral é de<br />
que os consumidores finais estão retomando a<br />
impressão. Aqui perto da <strong>FHOX</strong> havia uma loja<br />
de foto que fechou e, por algum tempo, ficamos<br />
sem serviço na área. Hoje há uma papelaria na<br />
frente, uma ótica com quiosque e um fotógrafo<br />
que abriu loja de foto e recebe pedidos via<br />
WhatsApp. Atualmente, 80% (talvez mais) dos<br />
pedidos vem via smartphone e quase sempre via<br />
WhatsApp para 10 por 15. Uma loja de Osasco,<br />
participante da Escola de Negócios <strong>FHOX</strong>, passou<br />
a cobrar 4 reais pela 10 por 15. Isso porque o<br />
consumidor perdeu a referência de valores. Foram<br />
os lojistas que acostumaram mal os valores<br />
mínimos. Aliás, algo que agora parece assolar<br />
os labs pro na guerra de preços pelo fotógrafo.<br />
A nossa sensação é de que o estágio é de reaprendizado.<br />
Reaprendendo a imprimir. Tanto de<br />
jovens e até de famílias que estão sem espaço<br />
Tchô - Os laboratórios fotográficos já são valorizados<br />
como um serviço de relevância ou<br />
a oferta de serviços on-line em papel couchê<br />
mais barato atendem esta demanda e fragilizam<br />
este segmento?<br />
<strong>FHOX</strong> - Evoluiu, mas ainda falta muito. Os serviços<br />
on-line se posicionaram logo no começo nos portais<br />
e principais sites de varejo on-line do Brasil. Isso<br />
fez toda a diferença no posicionamento da marca<br />
no País. Contudo, os labs de várias partes do Brasil<br />
conseguiram finalmente romper essa barreira digital<br />
e estão operando muito mais conectados. Isso<br />
quer dizer: de poder enviar o serviço e acessar uma<br />
plataforma on-line. Por outro lado, uma parte dos<br />
fotógrafos prefere um lab pro ou encadernadora<br />
pelo atendimento personalista. De poder ir, visitar,<br />
conversar e conhecer. Existe espaço para os dois.<br />
E o mesmo cliente que está em um lado poderia<br />
passar para a outra ponta. Tudo vai depender do<br />
momento da carreira e perfil do profissional. Não<br />
tem um formato absoluto. O que está claro é que<br />
as encadernadoras que estavam muito offline, estão<br />
se conectando. E, na outra ponta, vemos grandes<br />
serviços on-line partindo para atendimentos e<br />
pontos de coleta físicos. Tudo é muito dinâmico. A<br />
única certeza é de que a concorrência não vai diminuir<br />
e a guerra de preços (essa sim, preocupante)<br />
vai continuar acontecendo nesse mercado. Lembrando<br />
que tínhamos 1.<strong>200</strong> encadernadoras até<br />
alguns anos atrás. Hoje são mil. As bem pequenas<br />
que muitas vezes atendem demandas internas de<br />
loja-estúdio vão seguir atuando de forma micro e<br />
super localizadas. O que parece certo é que teremos<br />
mais fusões, aquisições e enxugamento nos<br />
próximos anos.