You also want an ePaper? Increase the reach of your titles
YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.
52 | · JULHO/AGOSTO <strong>2019</strong><br />
A Feira chega à sua 13ª edição<br />
como o mais importante<br />
evento dedicado ao trabalho<br />
fotográfico no Brasil<br />
Em meio ao ambiente de promoção da fotografia<br />
criado pela Feira, convidamos especialistas<br />
internacionais para se aproximarem da<br />
produção nacional. Neste ano, Barbara Tennenbaum,<br />
curadora de fotografia do Museu de<br />
Arte de Cleveland; Margot Norton, curadora<br />
de fotografia do New Museum (Nova York);<br />
Julieta González, diretora artística do museu<br />
Jumex (Cidade do México); e Sophie Hackett,<br />
curadora de fotografia da Art Gallery of Ontario<br />
(Toronto), vêm à SP-Foto pela primeira<br />
vez. Já Simon Baker, ex-Tate Gallery (Londres)<br />
e atual diretor da Maison Européenne de la<br />
Photographie (Paris), retorna a São Paulo na<br />
ocasião do evento para acompanhar as tendências<br />
da fotografia local.<br />
<strong>FHOX</strong> - Acredita que ainda há espaço para<br />
crescimento dentro da fotografia autoral?<br />
Feitosa - A fotografia autoral brasileira, desde<br />
o período modernista, se destaca como referência<br />
no mundo. Nos anos 1940, integrantes<br />
do Foto Cine Clube Bandeirante como Thomaz<br />
Farkas, Gaspar Gasparian e Geraldo de<br />
Barros iniciaram uma pesquisa formal que<br />
explorava planos, texturas, ângulos, sombras<br />
e experimentações técnicas. Na contemporaneidade,<br />
a riqueza da fotografia permanece<br />
e vem ganhando ainda mais destaque.<br />
Neste ano, a brasileira Bárbara Wagner, que trabalha<br />
principalmente com fotografia e videoarte,<br />
está em destaque na 58ª Bienal de Veneza, junto<br />
com sua dupla Benjamin de Burca. Desde os<br />
modernistas até os contemporâneos, todos estarão<br />
na 13ª SP-Foto que abarca aproximadamente<br />
cem anos de história da fotografia brasileira.<br />
<strong>FHOX</strong> - Pode falar de números de mercado?<br />
Quanto representa a fotografia nessa parte autoral<br />
para o mercado?<br />
Feitosa - Como a fotografia não pode ser dissociada<br />
do mercado de arte, não há dados exclusivos.<br />
De uma forma em geral, podemos dizer<br />
que a fotografia brasileira vem crescendo, tanto<br />
no Brasil como no exterior, e está cada vez<br />
mais presente em acervos de instituições, assim<br />
como em leilões e galerias comerciais. O MoMa,<br />
de Nova York, por exemplo, já adquiriu mais de<br />
100 obras de autoria de fotógrafos brasileiros.<br />
Instituições com o Museu de Fine Arts de Houston,<br />
o Metropolitan Museum (Nova Iorque), Museu<br />
Stedelijk (Amsterdã) e Centro Pompidou<br />
(Paris) também possuem nomes nacionais em<br />
seus acervos de fotografia a exemplo de Claudia<br />
Andujar, Miguel Rio Branco e Sebastião Salgado.<br />
A tendência é que a visibilidade da fotografia<br />
brasileira no exterior influencie o valor<br />
das obras e fomente ainda mais o crescimento<br />
do mercado.<br />
<strong>FHOX</strong> - A fotografia é um bom negócio?<br />
Feitosa - Nós não olhamos para fotografia e<br />
arte por um viés comercial, mas como uma<br />
oportunidade de fomentar a cultura no Brasil.<br />
Com a SP-Arte e a SP-Foto, oferecemos a aproximadamente<br />
55 mil pessoas a oportunidade<br />
de se aproximar de obras de arte, raramente<br />
expostas em instituições públicas. Além disso,<br />
facilitamos um canal para as galerias gerarem<br />
negócios. Os números demonstram que ambas<br />
a SP-Arte como a SP-Foto têm sido lucrativas<br />
para os expositores.