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A Mulher no Mundo Hípico Homens e mulheres, infelizmente, não desfrutam das mesmas oportunidades, direitos e obrigações em todos os campos da vida, como educação, trabalho, saúde, poder e influência. Mas, por isso, existe a luta por igualdade de gênero, para que seja alcançada essa compatibilidade das pessoas, independente do sexo. O hipismo é uma modalidade esportista em que homens, mulheres, jovens e atletas mais experientes disputem provas individuais e por equipe sob as mesmas condições. O hipismo é dividido em três modalidades: Adestramento, Concurso Completo de Equitação (CCE) e Saltos. É o único esporte dos Jogos Olímpicos em que homens e mulheres competem em igualdade. Nas quatro profissões principais deste esporte envolvendo o cavalo atleta (o médico veterinário, o tratador, o ferrador, e o instrutor), o lugar da mulher ainda é uma luta e um desfio. A ferradora é mais difícil encontar por ser um trabalho muito braçal e necessitar de muita força para forjar as ferraduras. As mulheres tratadoras são bem vistas na Europa pelas habilidades femininas nos cuidados no manejo e no bem-estar em geral do animal e, devido ao instinto materno, são ditas como mais zelosas. Assim acontece nas profissões da médica veterinária e da monitora. No entanto, mesmo ainda sendo o hipismo um esporte de igualdade de gênero, a mulher ainda luta com o machismo e a falta de credibilidade perante o mundo hípico em relação aos profissionais que rodeiam este esporte. Muita coisa ainda deve ser feita. A médica veterinária nem sempre é respeitada pelo tratador, ou o proprietário. A tratadora é mais vista como ‘baáa’ do animal. A monitora, se não for bem rígida, não é considerada eficaz por seu aluno. Ainda há muito a mudar na mentalidade que abrange este esporte. Mas o hipismo continua um pioneiro sobre a igualdade de gênero no esporte, o que já é um grande avanço no mundo olímpico. Para este trabalho, realizado no curso de Fotografia da Unicap, procurei dedicar as imagens ao cavalo atleta e aos profissionais que o rodeiam. Desenvolvi ensaios fotográficos: Eu e Ele -volume I e O Guia Silencioso -volume II (na graduação e na pós-graduação) e por último um documentário: Por Trás Das Rédeas (em pós-graduação). Os ensaios revelaram a relação individual e única do atleta hípico com o seu parceiro, o cavalo, por trás dos treinos. Esta parceria é chamada na linguagem hípica de Conjunto. A medida em que o meu amadurecimento fotográfico e o meu lado poético visual foram se revelando, outros temas e problemáticas surgiram ao ponto de concluírem em um documentário sobre os profissionais que mantêm o bem-estar do conjunto e o lugar da mulher entre estas profissões. Todos estes trabalhos foram reveladores não só na técnica, e na ousadia do uso do equipamento celular, mas também o prazer de ver esta relação entre Homem e Animal em um conjunto formando uma “Poesia da Vida”. Ao longo destes trabalhos, a escolha do registro foi inteiramente no celular por muitas razões entre elas, a praticidade. Encontrei muitas dificuldades como por exemplo, filmar com o celular pertíssimo de um forno de 1.500Cº, ou arriscar um coice em pleno rosto ou mesmo a perda do material. Muitas vezes senti que, como o hipismo, o que fazemos nada mais é, que um esporte radical, literalmente. A trajetória dos projetos dentro deste percurso acadêmico foi lapidada graças a incrível grande equipe de graduação e pós-graduação em fotografia e audiovisual da UNICAP liderada pela coordenadora e professora Renata Victor e seus colegas. 63