SETEMBRO-2019
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www.cldz.eu | LUSITANO DE ZURIQUE | <strong>SETEMBRO</strong> <strong>2019</strong> | 23<br />
ENTREVISTA<br />
António Fernandes<br />
Um rancho só sobrevive, se houver<br />
interesse e vontade de colaborar<br />
MARIA DOS SANTOS<br />
António Fernandes, conhecido<br />
como « Tonecas » no<br />
meio associativo, é natural<br />
de Várzeas Sobradelo, concelho<br />
de Póvoa de Lanhoso,<br />
e desde muito jovem que se<br />
tornou membro e sócio de<br />
Centro Lusitano de Zurique.<br />
Chegou à Confederação<br />
Helvética, com apenas<br />
17 anos. Casado e pai de<br />
dois filhos, soube ao longo<br />
dos anos manter a sua<br />
família unida e, sobretudo,<br />
entrelaçar a vida familiar,<br />
profissional e associativa,<br />
levando atrás de si a componente<br />
parental.<br />
Todos muito enraizados<br />
com o mundo cultural, ele<br />
é o actual responsável do<br />
Rancho Folclórico do Centro<br />
Lusitano de Zurique.<br />
Integrado por completo na<br />
cultura Suíça, tem vindo a<br />
dar, ao longo deste anos,<br />
um contributo riquíssimo<br />
para a nossa cultura popular.<br />
A três semanas do grandioso<br />
festival folclórico,<br />
que celebra 30 anos de<br />
existência e uma história<br />
excecional, vamos conhecer<br />
um pouco mais deste<br />
consciencioso António Fernandes.<br />
Lusitano Zurique - Tonecas,<br />
em que ano chegastes<br />
ao C.L.Z.?<br />
António Fernandes - Cheguei<br />
ao rancho no ano mil<br />
novecentos e noventa e oito,<br />
movido pela cultural folclórica<br />
que sempre fez parte das minha<br />
raízes.<br />
L.Z. - Quantas pessoas fazem<br />
parte do R.F.C.L.Z.?<br />
A.F. - Actualmente o nosso<br />
grupo conta com 75 elementos,<br />
dos quais me orgulho<br />
muito.<br />
L.Z. - Os teus primeiros<br />
passos em prol da cultura<br />
popular, aconteceram<br />
quando?<br />
A.F. - Cheguei no ano que entrei<br />
para o rancho do C.L.Z.<br />
Não perdi a oportunidade<br />
desta porta aberta, porque o<br />
folclore sai-me da alma.<br />
L.Z. - Passaram já muitos<br />
anos, e tens conseguido<br />
manter-te sempre disponível<br />
para com este grupo,<br />
que te viu crescer. Qual o<br />
segredo?<br />
A.F. - Não posso falar de segredos<br />
porque não existem.<br />
Existe sim uma forma de colaborar,<br />
um desejo de manter<br />
a tradição e sobretudo,<br />
tentar ser um exemplo para<br />
os meus filhos, elementos do<br />
nosso grupo e um respeito<br />
pela comunidade portuguesa.<br />
Um rancho só sobrevive<br />
se houver interesse e vontade<br />
de colaborar.<br />
L.Z. - O Centro Lusitano de<br />
Zurique tem sido uma associação<br />
que consegue uma<br />
integração paralela com a<br />
cultura Suíça. Nomeadamente<br />
o Rancho, tem participado<br />
em inúmeras festas<br />
helvéticas. Sentes-te orgulhoso<br />
desta paridade entre<br />
culturas?<br />
A.F. - Sinto um brio muito forte,<br />
claro que sim. O C.L.Z. fez,<br />
faz e fará sempre tudo para<br />
que esta paridade seja cada<br />
vez mais forte. Há um laço<br />
muito potente entre as culturas<br />
e outro exemplo disso é<br />
que vamos estar em Setembro<br />
a desfilar em Schlieren,<br />
para comemorar os cem anos<br />
da cidade.<br />
L.Z. - Como actual responsável<br />
do rancho, terás sonhos<br />
que gostarias de realizar.<br />
Podes revelar alguns?<br />
A.F. - Sonhos existem sempre.<br />
Um homem não pode<br />
deixar de sonhar. Mas posso<br />
dizer que ter estado como<br />
responsável do rancho nas<br />
comemorações do vigésimo<br />
quinto aniversário e agora no<br />
trigésimo, me deixa de alma<br />
cheia e sinto-me muito grato<br />
por assim ser. O que se irá<br />
desenrolar a seguir na realização<br />
dos meus sonhos, não<br />
depende só de mim, mas da<br />
vontade de todos os elementos.<br />
L.Z. - Nem sempre é fácil lidar<br />
com tantos elementos,<br />
pois cada um tem uma forma<br />
diferente de analisar os<br />
objectivos. Como consegues<br />
a união entre todos?<br />
A.F. - Como todos sabemos<br />
não é fácil gerir 75 forma diferente<br />
de pensar. No entanto,<br />
conseguimos levar o barco<br />
a bom porto, porque todos<br />
nós nos completamos. Há um<br />
enorme trabalho de equipa<br />
que faz com que cada festival,<br />
cada actuação, sejamos<br />
como uma família dedicada<br />
ao folclore e muito respeitadora<br />
dele.<br />
L.Z. - Que projectos tens<br />
para com este grupo de folclore,<br />
que gostavas de ver<br />
realizados?<br />
A.F. - De imediato o que quero<br />
que seja realizado é um trigésimo<br />
aniversário que fique<br />
na recordação de todos. Os<br />
novos projectos terão que ser<br />
estudados e aceites por todos<br />
os nossos elementos. Só<br />
o tempo terá uma resposta.<br />
L.Z. - Estamos a algumas<br />
semanas dos festejos de 30<br />
anos de cultura. Que esperas<br />
deste festival, agendado<br />
para 21 de Setembro?<br />
A.F. - Espero deste festival<br />
uma casa cheia, muita<br />
alegria, cumplicidade, que<br />
outros ranchos marquem<br />
presença, que os amigos se<br />
deixem ver e que juntos possamos<br />
proporcionar um serão<br />
inesquecível.<br />
L.Z. - Queres deixar uma<br />
mensagem registada na<br />
revista do C.L.Z, para mais<br />
tarde recordar?<br />
A.F. - A primeira mensagem<br />
vai para o meu braço direito,<br />
Hélder Azevedo. Um profundo<br />
obrigado pelo apoio incondicional<br />
que me tem dados<br />
ao longo destes anos. É um<br />
homem que sabe trabalhar<br />
em equipa. Depois dizer que<br />
estou totalmente reconhecido<br />
a todos os elementos do grupo.<br />
Por fim terei sempre que<br />
tirar o chapéu ao apoio que<br />
encontrei na minha família.