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14 TRABALHADORES<br />

31-3-2016<br />

Enfermeiros<br />

Um abaixo-assinado<br />

contra a contratação com<br />

vínculos precários no<br />

Centro Hospitalar Lisboa<br />

Central foi posto a circular<br />

pelo Sindicato dos<br />

Enfermeiros Portugueses.<br />

No documento, recorda-se<br />

que a carência de<br />

enfermeiros no CHLC<br />

«há muito é denunciada e<br />

combatida», destacando-se<br />

a greve de 26 de Agosto<br />

de 2014, pela admissão<br />

de mais profissionais e por<br />

horários dignos. A falta de<br />

pessoal de Enfermagem<br />

«provocou a redução do<br />

número de enfermeiros<br />

por turno, a realização<br />

de trabalho extraordinário<br />

programado, centenas<br />

de feriados não gozados,<br />

redução de folgas, o<br />

aumento de ritmos de<br />

trabalho, aumento do<br />

absentismo associado<br />

a acidentes de trabalho,<br />

“burnout”». Perante uma<br />

necessidade permanente,<br />

os postos de trabalho<br />

devem ser ocupados por<br />

enfermeiros com vínculos<br />

efectivos. Reivindica-se<br />

que acabem os contratos<br />

a prazo e que se tornem<br />

efectivos os actuais<br />

vínculos precários.<br />

Sem direito<br />

No mesmo CHLC,<br />

o SEP/CGTP-IN exigiu<br />

anteontem a clarificação<br />

de uma medida de<br />

limitação do direito<br />

à parentalidade. Desde<br />

finais do ano passado,<br />

tem sido usada uma nota<br />

informativa dirigida<br />

às chefias, para negar<br />

o horário flexível a<br />

enfermeiros com filhos até<br />

12 anos de idade. A nota<br />

«não circula livremente<br />

pelos serviços, sendo<br />

apresentada aos visados e<br />

posteriormente recolhida»,<br />

e nela alega-se que o<br />

exercício desse direito<br />

agrava o défice de<br />

funcionamento à tarde, à<br />

noite e ao fim-de-semana.<br />

Alguns enfermeiros,<br />

«sentindo-se pressionados,<br />

acabaram por “aceitar”<br />

o retorno ao horário de<br />

turnos», protestou a<br />

direcção regional de<br />

Lisboa do SEP, que voltou<br />

a defender a contratação<br />

de pessoal.<br />

Sem plano<br />

O pagamento<br />

fraccionado da dívida<br />

aos enfermeiros por horas<br />

de «qualidade» começou<br />

a ser feito pela<br />

administração do CH<br />

Lisboa Ocidental, mas sem<br />

o plano de pagamentos<br />

que esta se comprometeu<br />

há dois anos a apresentar<br />

e que o SEP exige discutir,<br />

para atenuar a penalização<br />

em IRS.<br />

Hoje à tarde, em Lisboa, por emprego com direitos<br />

Juventude sai em luta<br />

Promovida pela CGTP-IN e pela Interjovem, sua<br />

organização autónoma, tem hoje lugar uma manifestação<br />

nacional da juventude trabalhadora, da<br />

Praça Luís de Camões para a Assembleia da República.<br />

A Juventude Comunista<br />

Portuguesa apelou à participação<br />

dos jovens trabalhadores<br />

nesta manifestação,<br />

«exigindo um combate firme<br />

à precariedade, estabilidade<br />

no emprego e aumentos salariais,<br />

condições que permitam<br />

aos jovens construir o<br />

seu futuro no nosso País».<br />

Numa nota divulgada pela<br />

JCP, considera-se que «é<br />

fundamental que nos dias<br />

de hoje a juventude dê continuidade<br />

à luta pelos seus direitos,<br />

seja na escola, seja no<br />

trabalho, exigindo uma vida<br />

digna e pela defesa tudo o<br />

que conquistámos com a Revolução<br />

de Abril».<br />

A propósito da manifestação<br />

comemorar o Dia Nacional<br />

da Juventude, a JCP recorda<br />

que 28 de Março de<br />

1947 foi «um dia representativo<br />

daquela que foi a luta<br />

da juventude contra o fascismo,<br />

pela liberdade, pela paz<br />

e por uma vida melhor». Naquele<br />

dia estavam «milhares<br />

de jovens a participar nos<br />

acampamentos organizados<br />

pelo MUD Juvenil, em Bela<br />

Mandil (Olhão) e em São<br />

Pedro de Moel (Marinha<br />

Grande), aos quais o regime<br />

Uma delegação da CGTP-<br />

-IN, constituída pelo Secretário-geral,<br />

Arménio Carlos,<br />

e por Ana Avoila, Ana<br />

Pires, Deolinda Machado e<br />

Fernando Gomes, membros<br />

da Comissão Executiva do<br />

Conselho Nacional, reuniu-se<br />

na segunda-feira, dia 28, no<br />

centro de trabalho do PCP na<br />

Rua Soeiro Pereira Gomes,<br />

por uma delegação do Partido,<br />

que integrou Jerónimo de<br />

Sousa, Secretário-geral, Francisco<br />

Lopes, Jorge Pires, Patrícia<br />

Machado e Paulo Raimundo,<br />

membros da Comissão<br />

Política do Comité Central.<br />

O encontro foi solicitado<br />

pela Intersindical Nacional,<br />

com o objectivo de apresentar<br />

as conclusões do seu<br />

XIII Congresso e as grandes<br />

linhas da intervenção sindical<br />

ali definidas para os próximos<br />

anos.<br />

Em declarações aos jornalistas,<br />

no final da reunião,<br />

Jerónimo de Sousa realçou<br />

que «há um sentimento de esperança,<br />

que a CGTP-IN assumiu<br />

no seu Congresso, demonstrando<br />

que vale a pena<br />

A juventude<br />

não vergou<br />

à repressão<br />

imposta<br />

pelo fascismo<br />

fascista respondeu com violência».<br />

A data «simboliza a<br />

luta da juventude pela defesa<br />

dos seus direitos» e é «um<br />

dia de luta pelo presente e<br />

pelo futuro».<br />

«Abrir caminho para o futuro»<br />

foi o motivo destacado<br />

pela Interjovem para comparecer<br />

hoje, às 14h30, na<br />

Praça Luís de Camões, «porque<br />

temos direito à habitação,<br />

à saúde e à cultura», «temos<br />

direito a ter um País que produz<br />

e se desenvolve industrialmente,<br />

que aproveita os<br />

recursos naturais para a pesca<br />

e a agricultura, que não<br />

está dependente e subjugado<br />

aos interesses externos». E<br />

também «porque temos direito<br />

a trabalhar e viver em<br />

Portugal, a construir uma<br />

vida no nosso País, com salários<br />

dignos, com estabilidade,<br />

com valorização do<br />

Encontro da CGTP-IN com o PCP<br />

O combate à precariedade de emprego foi um dos temas em discussão na reunião<br />

lutar, vale a pena persistir»,<br />

depois de, particularmente<br />

nos últimos quatro anos, os<br />

trabalhadores portugueses<br />

terem sido «flagelados por<br />

uma política injusta de empobrecimento<br />

e exploração».<br />

«A nova solução política e os<br />

conteúdos do Orçamento do<br />

Estado e de algumas medidas<br />

de valorização do trabalho do<br />

trabalho e dos trabalhadores<br />

constituem um sinal de esperança<br />

para milhões de<br />

trabalho e dos trabalhadores»,<br />

como se afirma numa<br />

nota que foi divulgada no dia<br />

28.<br />

Evocando os acontecimento<br />

de 1947, a Interjovem/<br />

/CGTP-IN realçou que o dia<br />

28 de Março ficou «associado<br />

à luta da juventude, mesmo<br />

nas piores condições de<br />

repressão, por uma vida melhor<br />

dentro do nosso País».<br />

Foi a luta daqueles jovens e<br />

do povo que «levou, após<br />

anos de resistência, à Revolução<br />

de Abril e às conquistas<br />

que ela nos trouxe» e que<br />

são «demasiado valiosas para<br />

serem esquecidas». O 25 de<br />

portugueses que lutaram muito<br />

e resistiram a uma ofensiva<br />

tremenda», assinalou o Secretário-geral<br />

do PCP.<br />

Arménio Carlos reafirmou<br />

que a confederação pugna<br />

por «medidas imediatas para<br />

pôr fim à precariedade»,<br />

que «não pode ser a regra»<br />

nos vínculos laborais, e<br />

também à política de baixos<br />

salários a que ela está associada<br />

e que gera pobreza. O<br />

Secretário-geral da CGTP-IN<br />

É um dia de luta<br />

pelo presente<br />

e pelo futuro<br />

Abril «consagrou o direito à<br />

liberdade e libertou o povo e<br />

a juventude das amarras da<br />

repressão policial e da censura»,<br />

«mas foi mais longe, ao<br />

garantir o direito à greve, à<br />

habitação, à saúde, à cultura<br />

e à livre manifestação» e ao<br />

erguer «pilares fundamentais<br />

da nossa economia»,<br />

como a nacionalização de<br />

sectores estratégicos e a reforma<br />

agrária, e ao assegurar<br />

o salário mínimo nacional e<br />

proclamar o direito ao trabalho<br />

e ao trabalho com direitos,<br />

impondo a estabilidade<br />

de emprego como regra,<br />

referiu a Interjovem.<br />

defendeu que «é preciso responder<br />

aos problemas», pois<br />

a precariedade «já não se limita<br />

aos contratos a prazo» e<br />

«atingiu níveis preocupantíssimos<br />

relativamente a outro<br />

tipo de relações de trabalho».<br />

São necessárias medidas<br />

«que ponham termo a esta<br />

desregulação permanente»,<br />

salientou, lembrando que a<br />

precariedade é também «a<br />

antecâmara do desemprego».<br />

Professores<br />

Têm vínculos precários<br />

mais de 53 mil docentes,<br />

muitos deles em flagrante<br />

situação ilegal, denunciou<br />

a Fenprof, em conferência<br />

de imprensa, dia 28.<br />

A federação salientou que<br />

este problema grave<br />

«afecta docentes, escolas<br />

e qualidade do ensino»<br />

e para ele «urge um<br />

combate decidido»,<br />

citando «a fórmula que<br />

consta da lista de medidas<br />

acordadas entre o partido<br />

do Governo e os que<br />

viabilizaram a actual<br />

solução governativa».<br />

Depois de recordar<br />

«a situação gravíssima que<br />

se vive na Educação, após<br />

quatro anos de destruição<br />

de postos de trabalho e de<br />

direitos laborais e sociais»,<br />

a Fenprof encarou «com<br />

satisfação a inscrição<br />

daquela prioridade no<br />

programa do Governo, não<br />

tendo sido alheio a esse<br />

facto a posição assumida<br />

pelos partidos que lhe dão<br />

apoio parlamentar, como<br />

se confirmou pelas<br />

posições conjuntas que<br />

divulgaram». A federação<br />

decidiu realizar um<br />

levantamento das situações<br />

de precariedade que<br />

afectam os docentes,<br />

e divulgar os dados que<br />

obtiver, para<br />

«consciencializar a opinião<br />

pública para a gravidade<br />

do problema e a<br />

necessidade de ser<br />

resolvido». A Fenprof, que<br />

apelou à participação na<br />

manifestação de hoje,<br />

divulgou dez propostas<br />

concretas, dirigidas ao<br />

governo, grupos<br />

parlamentares, autarquias<br />

e entidades empregadoras<br />

privadas, propondo-se<br />

estabelecer calendários<br />

com vista à sua<br />

negociação.<br />

Artistas<br />

O fim dos recibos<br />

verdes e a sua conversão<br />

em contratos de trabalho,<br />

no âmbito de uma acção<br />

geral de combate à<br />

precariedade, destaca-se<br />

nas medidas defendidas<br />

pelos sindicatos<br />

representativos dos<br />

trabalhadores das áreas<br />

do espectáculo e do<br />

audiovisual, que<br />

divulgaram, no dia 14,<br />

um documento conjunto,<br />

ao qual expressaram<br />

apoio, sob a forma de<br />

abaixo-assinado, cerca de<br />

mil pessoas, entre as quais<br />

diversas personalidades.<br />

É defendida pelos<br />

sindicatos, STE e CENA,<br />

a criação de um regime de<br />

contratação destes<br />

profissionais, que os<br />

enquadre na lei geral do<br />

Trabalho, para criar<br />

estabilidade profissional<br />

e pessoal.

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