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28 ARGUMENTOS<br />

3 1 -3 -2 01 6<br />

TEATRO<br />

• José Carlos Faria<br />

ODia Mundial do Teatro, que se celebra<br />

a 27 de Março, foi criado<br />

em 1961 pelo Instituto Internacional<br />

do Teatro, um organismo da UNESCO. O<br />

propósito era naturalmente consagrar a importância,<br />

a visibilidade e o «direito de cidade», político<br />

e social, de que esta forma de expressão artística<br />

O teatro pode dizer-nos tudo<br />

PALAVRAS CRUZADAS<br />

beneficiara logo na sua origem, apesar de, posteriormente,<br />

em determinados períodos históricos,<br />

tal lhe ter sido sonegado. Na Grécia da Antiguidade<br />

Clássica, theatron significava «o sítio de onde<br />

se vê», monumento urbano, portanto, cujo nome<br />

se tornou extensível à designação das formas<br />

que acolhia. A condição imprescindível da presença<br />

do Teatro no coração da Polis está também<br />

patente, por exemplo, no Tratado de Arquitectura<br />

do romano Vitrúvio quando preconizava que<br />

«depois de escolhido o local para o Forum, há<br />

que escolher o local para o Teatro».<br />

O Teatro «feito da mesma matéria com que são<br />

feitos os sonhos», é um simulacro (engendrado<br />

pelo real), uma mentira que fala verdade, projecção<br />

potenciada de alegrias, angústias, prazeres e<br />

anseios que preenchem a vida da gente, atento a<br />

tudo o que o rodeia («o Mundo é um palco» dizia<br />

Shakespeare), premonitório, persuasivo e daí, ao<br />

divertir e ensinar, pela sua capacidade de sedução<br />

e mobilização, alvo das pulsões de censura<br />

por parte da grande Ordem instituída.<br />

Num tempo marcado por dualidades e oposições<br />

– Estado/mercado; público/privado; global/local;<br />

individual/colectivo; inclusão/exclusão<br />

– e com crescente precariedade e insegurança, o<br />

Teatro, ainda e sempre, é capaz de assumir uma<br />

dimensão revolucionária enquanto ruptura transgressora<br />

que destrói as convenções existentes,<br />

promovendo uma transformação profunda apta a<br />

congregar as consciências. O Teatro afirma-se assim<br />

como espaço democrático de Liberdade onde<br />

ela é estrangulada pela «democracia» mediática<br />

de massas. A lei do dinheiro tenta colonizar e<br />

capturar as acções dos homens e o capitalismo a<br />

isso chama-lhe liberdade. Porém, qualquer sociedade<br />

incapaz de reconhecer outro valor senão o<br />

dinheiro divinizado, torna-se um empreendimento<br />

sem cultura, ou seja uma empresa de bárbaros.<br />

O Teatro é pois um meio precioso para que<br />

o desenvolvimento não seja apenas avaliado em<br />

termos abstratos de números gerados pelos negócios<br />

mas sim através do contributo humano, concreto<br />

e sensível, expresso por uma visão autónoma<br />

do mundo.<br />

Perante um poder supranacional cujos instrumentos<br />

são a finança, o controlo das tecnologias<br />

e da produção de informações e conhecimentos,<br />

poder supremo no qual a solidariedade se esvai e<br />

se favorece o impulso para um individualismo feroz<br />

e sem escrúpulos que pode até resvalar para<br />

a ilegalidade, o Teatro contrapõe tendencialmente<br />

uma comunidade de iguais, apetrechados com<br />

as armas duma progressiva capacidade crítica. A<br />

igualdade vai então a par com o conhecimento.<br />

Não esse confinado à elite, mas o direito inalienável<br />

de aceder a um conjunto de bens públicos<br />

fundamentais que são justamente o conhecimento,<br />

a educação e a cultura. Porque o monopólio<br />

do conhecimento pela classe dominante denota<br />

afinal a capacidade de impor uma visão totalizante<br />

e por essa via controlar e submeter os gestos<br />

dos cidadãos. A injustiça criada face ao que<br />

sabe perante o que não sabe, entre aquele que<br />

vê e o que não pode ver, não é menor nem menos<br />

grave do que aquela estabelecida entre o que<br />

tem e o que não tem.<br />

O Teatro é um factor de emancipação<br />

Como lembra o encenador russo Anatoli Vassiliev,<br />

na mensagem deste ano, «o Teatro pode dizer-nos<br />

tudo. (…) Entre todas as artes públicas só<br />

o teatro nos dá aquela palavra que passa de boca<br />

em boca, o gesto que vai de mão em mão, de<br />

corpo para corpo, o olhar nos olhos. O Teatro<br />

não precisa de intermediários para funcionar entre<br />

os seres humanos. O Teatro constitui a parte<br />

mais transparente da luz, (…) ele é a essência da<br />

própria luz brilhando nos quatro cantos do mundo<br />

Ḋo que sem dúvida não necessitamos é de um<br />

teatro do terror quotidiano – seja individual ou<br />

colectivo, do que não necessitamos é o teatro de<br />

cadáveres e sangue nas ruas e praças, nas capitais<br />

e províncias, um teatro falso de choques entre<br />

religiões e grupos étnicos»…<br />

HORIZONTAIS: 1 - O bicho da seda; arrancar, com o sacho, as ervas daninhas. 2 -<br />

2<br />

Combinar; homem que faz ou vende doces. 3 - Sétima nota da escala musical; fruto da<br />

3<br />

cidreira; auroque. 4 - Primeira mulher, mãe da humanidade (Bíbl.); a lama, a camada de<br />

lodo depositada pelas cheias nas margens do rio; fileira. 5 - Elegante; camada gordurosa do<br />

4<br />

leite; o espaço aéreo. 6 - Concede; vir a pertencer. 7 - Aquele; fluido aeriforme; mulher<br />

5<br />

que cria criança alheia; palavra havaiana que designa lavas ásperas e escoriáceas. 8 - Falar<br />

muito baixo; pessoa importante, influente. 9 - Indica lugar, tempo, modo, causa, fim e 6<br />

outras relações; duro; óculo. 10 - O bagaço de que se faz a água-pé; antigamente; contr. da<br />

7<br />

prep. a com o art. def. os. 11 - Bebida alcoólica, proveniente da destilação do melaço;<br />

coisa roubada; graceja. 12 - Asilo ou hospital de leprosos; extremidade aguçada. 13 - 8<br />

Examinar a exactidão de; apregoar ou vender em leilão.<br />

9<br />

VERTICAIS: 1 - Apoio; hospedaria grande e luxuosa; caminhava para lá. 2 - Azeitona;<br />

desaparecer. 3 - Forma antiga de mim; escudeiro; apogeu. 4 - Caixa de madeira, revestida 1 0<br />

de couro cru e com tampa convexa; soltar a voz (o leão); imensidade (fig.). 5 - Irídio (s.q.);<br />

1 1<br />

escrivão público, tabelião; 21.ª letra do alfabeto grego. 6 - Acontecimentos; prestar<br />

juramento. 7 - Aquele que edita; força motriz. 8 - Composição poética de assunto elevado 1 2<br />

e destinada ao canto; antiga possessão portuguesa na costa da Índia; nome próprio<br />

1 3<br />

masculino. 9 - Pêlo comprido do pescoço e da cauda do cavalo, bem como de outros<br />

animais; considerado no conjunto ou em globo. 10 - Campo de cereais; destituído de<br />

cauda. 11 - Lamento; espécie de sofá mais largo do que os vulgares e sem costas; letra grega correspondente a p. 12 - Que não está cozido; abatimento;<br />

conjunto de coisas descritas e enumeradas. 13 - Tempo; fruto da ateira; noroeste (abrev.). 14 - Árvore leguminosa cesalpinácea; grande artéria que<br />

nasce no ventrículo esquerdo do coração e a partir da qual o sangue arterial é conduzido a todo o corpo. 15 - A segunda nota da escala natural;<br />

penhor; fechar (as asas) para descer mais rapidamente.<br />

HORIZONTAIS: 1 - Bombice; sachar. 2 - Aliar; doceiro. 3 - Si; cidra; uro. 4 - Eva; nateiro; ala. 5 - Airoso; nata; ar. 6 - Outorga; obvir. 7 - Os; gás;<br />

ama; aa. 8 - Tugir; magnata. 9 - Em; rijo; luneta. 10 - Lia; outrora; aos. 11 - Rum; roubo; ri. 12 - Gafaria; ponta. 13 - Aferir; leiloar.<br />

VERTICAIS: 1 - Base; hotel; ia. 2 - Oliva; sumir. 3 - Mi; aio; auge. 4 - Baú; rugir; mar. 5 - Ir; notário; fi. 6 - Casos; jurar. 7 - Editor; motor. 8 - Ode;<br />

Goa; Rui. 9 - Crina; global. 10 - Seara; anuro. 11 - Ai; otomana; pi. 12 - Cru; abate; rol. 13 - Hora; ata; NO. 14 - Olaia; aorta. 15 - Ré; arras; siar.<br />

1<br />

1 2 3 4 5 6 7 8 9 1 0 1 1 1 2 1 3 1 4 1 5<br />

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