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20 TRABALHADORES<br />

31 -3-201 6<br />

Psicólogos<br />

A redução do número<br />

de psicólogos nas escolas<br />

surge como «uma nota<br />

muito triste» no estudo<br />

que a direcção-geral de<br />

Estatísticas da Educação e<br />

Ciência divulgou, a<br />

propósito da Educação<br />

Especial, e que revela um<br />

corte de 88 profissionais<br />

em apenas um ano (de<br />

489 para 401) –<br />

comentou o Sindicato<br />

Nacional dos Psicólogos.<br />

A opacidade quanto a<br />

números, a<br />

indisponibilidade para<br />

discutir justas<br />

reivindicações, por parte<br />

do Ministério da<br />

Educação, e a<br />

necessidade de promover<br />

a estabilização dos<br />

profissionais foram<br />

colocadas pelo SNP, em<br />

Janeiro, aos grupos<br />

parlamentares. Na nota de<br />

imprensa que publicou dia<br />

23, o sindicato reafirma<br />

que «há trabalho a fazer<br />

para que o ano lectivo de<br />

2016-2017 possa ser,<br />

definitivamente, o ano da<br />

mudança no que concerne<br />

à psicologia escolar e da<br />

educação» e interroga se<br />

«existe vontade política».<br />

Professores<br />

A negociação<br />

obrigatória com os<br />

sindicatos não está a ser<br />

respeitada em diversos<br />

processos legislativos e<br />

decisórios, protestou a<br />

Federação Nacional dos<br />

Professores, que no dia<br />

23 reiterou a urgência de<br />

realizar a reunião pedida<br />

ao ministro da Educação.<br />

«Em tempos que se dizem<br />

novos, há procedimentos<br />

que, por serem de outros<br />

tempos, deverão,<br />

obrigatoriamente, ser<br />

alterados», reclama-se<br />

numa nota do<br />

Secretariado Nacional da<br />

Fenprof, que critica a<br />

«moda» de realizar<br />

consultas públicas, mesmo<br />

quando a negociação é<br />

obrigatória. São apontados<br />

alguns casos de<br />

incumprimento da<br />

negociação: o início de um<br />

Plano Nacional de<br />

Formação Contínua, a<br />

mobilidade dos<br />

professores por doença, a<br />

organização dos horários<br />

dos docentes e o conteúdo<br />

funcional das<br />

componentes lectiva e não<br />

lectiva, a contratação de<br />

professores, e mesmo o<br />

Orçamento do Estado,<br />

estando por realizar uma<br />

reunião para esclarecer<br />

como será possível, em<br />

ano de reposição integral<br />

dos salários, reduzir em<br />

mais de 300 milhões de<br />

euros a verba prevista<br />

para recursos humanos<br />

nos ensinos básico e<br />

secundário.<br />

Observações sindicais sobre o Dia Mundial da Água<br />

Água pública e emprego<br />

No dia 22 de Março, a CGTP-IN e o STAL<br />

lembraram que no Mundo e em Portugal está<br />

muito por fazer, para ir ao encontro do lema<br />

deste ano do Dia Mundial da Água e conseguir<br />

«melhor água, melhor emprego».<br />

A data é assinalada desde<br />

a Conferência das Nações<br />

Unidas sobre Desenvolvimento<br />

e Ambiente (Rio<br />

de Janeiro, 1992), destacando<br />

em cada ano um tema.<br />

Água e trabalho, em foco<br />

nas comemorações de<br />

2016, constituem «dois direitos<br />

humanos fundamentais,<br />

suportes da vida, dos<br />

direitos sociais e da construção<br />

de uma sociedade<br />

justa e solidária». Numa<br />

nota publicada pelo Sindicato<br />

Nacional dos Trabalhadores<br />

da Administração<br />

Local e Regional, Empresas<br />

Públicas, Concessionárias<br />

e Afins, começa-se por<br />

registar que «quer a água,<br />

quer o trabalho, continuam<br />

inacessíveis para milhões<br />

de seres humanos,<br />

num mundo em que a concentração<br />

e centralização<br />

da riqueza é cada vez mais<br />

chocante», acompanhada<br />

por «mercantilização e predação<br />

da natureza e dos<br />

recursos naturais».<br />

O STAL/CGTP-IN recorda<br />

que, nos Objectivos do<br />

Desenvolvimento Sustentável<br />

que os estados-membros<br />

da ONU aprovaram<br />

em Setembro de 2015,<br />

consta um capítulo (Objectivo<br />

6) designado «Água<br />

potável e saneamento», a<br />

exigir que os governos assegurem<br />

até 2030 o acesso<br />

universal a água potável<br />

segura e acessível, e a serviços<br />

de saneamento e higiene.<br />

Contudo, «os governos<br />

continuam a apostar<br />

no sector privado para o financiamento<br />

dos Objectivos<br />

de desenvolvimento»,<br />

enquanto «as multinacionais,<br />

com a conivência de<br />

vários governos e, no caso<br />

da Europa, da própria Comissão<br />

Europeia, estão<br />

mais perto de controlarem<br />

os serviços públicos, incluindo<br />

a água e o saneamento,<br />

cujo potencial de<br />

lucro é enorme, através dos<br />

tratados ditos de “livre comércio”».<br />

Em Portugal, a política<br />

seguida nos últimos anos<br />

teve efeitos «devastadores»<br />

no direito à água e no estado<br />

deste sector: quebras<br />

severas nas funções públicas<br />

de protecção e fiscalização<br />

da qualidade da<br />

água; estrangulamento financeiro<br />

das autarquias e<br />

Os governos<br />

devem assegurar<br />

até 2030 o<br />

acesso universal<br />

a água potável<br />

destruição do emprego público<br />

local; cortes impostos<br />

às empresas públicas.<br />

Tudo isto contribuiu para<br />

degradar a qualidade da<br />

prestação dos serviços públicos<br />

de água e saneamento<br />

Ȯs trabalhadores sofreram<br />

duros golpes nos seus<br />

rendimentos. No Grupo<br />

Águas de Portugal, os custos<br />

laborais caíram de<br />

28 900 euros, por ano e<br />

por trabalhador, em 2007,<br />

para 23 700 euros, em<br />

2012 (dados da ERSAR,<br />

de 2014). Também na distribuição<br />

de água «em baixa»,<br />

estes custos laborais<br />

desceram de 19 800 euros<br />

para 17 200 euros.<br />

O STAL considera que<br />

o resultado das últimas<br />

eleições legislativas «constituiu<br />

uma derrota da estratégia<br />

privatizadora e<br />

abriu perspectivas de uma<br />

mudança de políticas».<br />

Reafirmando o seu «empenho<br />

em defesa do Projecto<br />

de Lei “Pelos direitos<br />

individuais e comuns à<br />

água”, apresentado pela<br />

campanha “Água é de todos”<br />

na passada legislatura»<br />

o sindicato vai prosseguir<br />

o combate pelo reforço<br />

e valorização do papel das<br />

autarquias na prestação dos<br />

serviços de águas; pela reversão<br />

das fusões das empresas<br />

multimunicipais; pelo<br />

reforço do investimento<br />

nos serviços públicos, criando<br />

emprego e valorizando<br />

os trabalhadores.<br />

Por fim, o STAL manifesta<br />

o seu apoio à «Iniciativa<br />

de Cidadania Europeia<br />

“A água é um direito<br />

humano”», promovida pela<br />

Federação Sindical Europeia<br />

de Serviços Públicos,<br />

e «solidariza-se com<br />

as lutas dos povos e dos<br />

trabalhadores de todo o<br />

mundo, na luta pelo direito<br />

à água, contra a privatização<br />

deste bem essencial<br />

à vida».<br />

Força para mudar<br />

Com serviços públicos é melhor assegurada a defesa dos<br />

interesses dos trabalhadores e da população<br />

De novo feriados<br />

A CGTP-IN, numa nota<br />

do seu departamento para<br />

o Desenvolvimento Sustentável,<br />

assinala que, em<br />

apoio àquela iniciativa de<br />

cidadania europeia, foram<br />

recolhidas mais de um milhão<br />

e 800 mil assinaturas,<br />

«exigindo que a água seja<br />

reconhecida como um direito<br />

humano, um bem público<br />

e não uma mercadoria».<br />

Se o Parlamento<br />

Europeu «apoiou o pedido»,<br />

já a Comissão Europeia<br />

«continua parada e<br />

ainda não propôs uma nova<br />

legislação».<br />

Em Portugal, a Intersindical<br />

«não pode deixar de<br />

apoiar as iniciativas legislativas<br />

actualmente em discussão<br />

no Parlamento, que<br />

visam a não privatização<br />

da água, a não mercantilização<br />

do abastecimento público<br />

da água, do saneamento<br />

de águas residuais<br />

e da gestão de resíduos urbanos»,<br />

notando que ainda<br />

está a recolher apoios a<br />

petição «Em defesa dos<br />

serviços públicos de água,<br />

saneamento e resíduos».<br />

A CGTP-IN declara-se<br />

«particularmente atenta à<br />

defesa da água como recurso<br />

público e universal»<br />

e «defende os serviços públicos<br />

de água, saneamento<br />

e resíduos, a salvaguarda<br />

do bem-estar das<br />

populações, os direitos laborais<br />

dos que trabalham<br />

nestas áreas e as atribuições<br />

e competências das<br />

autarquias». É feito um<br />

alerta quanto às consequências<br />

da política de privatização<br />

do governo PSD/<br />

/CDS, particularmente quanto<br />

ao poder atribuído à entidade<br />

reguladora (ERSAR)<br />

para definir as tarifas, à revelia<br />

das autarquias e visando<br />

a «recuperação total<br />

dos custos», o que levará<br />

a um aumento generalizado<br />

dos preços.<br />

No dia 28, segunda-feira, depois de o<br />

primeiro-ministro ter assinado a referenda<br />

(último acto antes de se iniciar a execução<br />

de um diploma legal) da lei da Assembleia<br />

da República que repõe os quatro<br />

feriados eliminados em 2013, promulgada<br />

no dia 18 pelo PR, a CGTP-IN reafirmou<br />

que esta reposição «constitui uma medida<br />

de justiça social e é o resultado prático<br />

da luta desenvolvida pelos trabalhadores<br />

e trabalhadoras nos últimos anos» e «vem<br />

mostrar, mais uma vez, que não há inevitabilidades<br />

e que vale a pena continuar a<br />

lutar pela valorização do trabalho e a dignificação<br />

dos trabalhadores, indissociáveis<br />

de uma efectiva mudança de política».<br />

Na mesma nota em que valoriza a devolução<br />

dos feriados (Corpo de Deus, Implantação<br />

da República, Todos-os-Santos<br />

e Restauração da Independência), a CGTP-<br />

-IN chamou a atenção para a restituição<br />

dos 25 dias de férias e a revogação das<br />

alterações da legislação laboral que «eliminaram<br />

ou enfraqueceram direitos individuais<br />

e colectivos dos trabalhadores»,<br />

entendendo que «a correcção dessas injustiças<br />

se impõe com igual força e quanto<br />

antes».<br />

Novo Banco<br />

O plano de rescisões<br />

«por mútuo acordo»,<br />

desencadeado no Grupo<br />

Novo Banco, foi tratado<br />

pelo Sindicato dos<br />

Trabalhadores da<br />

Actividade Financeira<br />

numa reunião com a<br />

Autoridade para as<br />

Condições do Trabalho. O<br />

Sintaf/CGTP-IN reafirmou<br />

na ACT «denúncias de<br />

práticas ilegais» a que<br />

ainda não obteve resposta<br />

e salientou que os<br />

trabalhadores vivem «num<br />

clima de absoluta<br />

intimidação e pressão<br />

inaceitáveis», com<br />

«reuniões à americana»<br />

para pressionar a<br />

aceitação das rescisões,<br />

«inclusivamente<br />

transmitindo informações<br />

que contrariam a lei». Na<br />

nota de imprensa que no<br />

dia 23 foi divulgada pela<br />

comissão sindical naquele<br />

grupo financeiro, alerta-se<br />

para situações como a<br />

«dispensa de trabalho» e<br />

para o facto de a rescisão<br />

não dar direito a subsídio<br />

de desemprego, pois<br />

nenhuma das empresas foi<br />

declarada em<br />

reestruturação. O Sintaf<br />

afirma que «não é certo<br />

que o Grupo Novo Banco<br />

possa recorrer a um<br />

despedimento colectivo»,<br />

apela à solidariedade<br />

entre os trabalhadores,<br />

que se deve expressar no<br />

cumprimento escrupuloso<br />

do horário de trabalho.<br />

Portway<br />

«É possível travar o<br />

caminho de crescente<br />

exploração dos<br />

trabalhadores do<br />

handling», «travar o<br />

despedimento colectivo na<br />

Portway» e «impor à<br />

Ryanair que respeite as<br />

leis da República», afirma<br />

o Sector dos Transportes<br />

da Organização Regional<br />

de Lisboa do PCP, num<br />

comunicado em que<br />

informa os trabalhadores<br />

do sector sobre o projecto<br />

de resolução que o<br />

Partido apresentou na AR<br />

e que irá a plenário nas<br />

próximas semanas. No<br />

documento, datado de 21<br />

de Março, apela-se à<br />

«indispensável luta para<br />

impor ao patronato do<br />

sector uma contratação<br />

colectiva» e «exigir do<br />

Estado português que<br />

adopte outra postura»,<br />

dando «exemplos<br />

concretos do que pode e<br />

deve ser feito<br />

rapidamente» e<br />

recordando as respostas<br />

que deveriam ter sido<br />

dadas, pela ANAC e pelos<br />

governos central e<br />

regional, quando a<br />

Ryanair avançou com o<br />

fraudulento e ilegal self-<br />

-handling nos Açores.

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