You also want an ePaper? Increase the reach of your titles
YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.
PCP<br />
8 31-3-2016<br />
Mais espaço, mais Festa.<br />
Futuro com Abril<br />
Rigor e audácia<br />
Falta um mês para terminar a<br />
campanha de fundos lançada pelo<br />
PCP para a compra da Quinta do<br />
Cabo. Ao longo dos últimos 17<br />
meses, as organizações e sectores do<br />
Partido empenharam-se no sucesso<br />
da iniciativa «Mais espaço, mais Festa<br />
– Futuro com Abril». São múltiplos<br />
os exemplos de criatividade e<br />
capacidade de trabalho.<br />
Não menos importante no<br />
cumprimento de um objectivo<br />
ambicioso como a compra de um<br />
terreno no valor de 950 mil euros é o<br />
rigor e a audácia – tanto mais notável<br />
tratando-se de um Partido Comunista<br />
que, mantendo as suas características<br />
e identidade, afirma e preserva a sua<br />
independência face ao capital<br />
também no plano financeiro. Estes<br />
foram dois aspectos salientados por<br />
Luís Fernandes e Carlos Chaparro,<br />
ambos do Comité Central (CC) do<br />
PCP, que em conversa com o Avante!<br />
abordaram o curso da campanha de<br />
fundos no distrito de Lisboa.<br />
À discussão e subsequente aceitação<br />
da meta financeira proposta pelos<br />
organismos executivos do CC à<br />
Organização Regional, correspondeu<br />
a definição dos moldes de<br />
acompanhamento estreito da<br />
respectiva satisfação. Naturalmente<br />
com as correspondentes medidas de<br />
direcção ao nível da distribuição de<br />
quadros e da periodicidade da<br />
discussão e centralização das verbas,<br />
bem como da assumpção pelos mais<br />
responsáveis de compromissos<br />
próprios, dando, dessa forma, o<br />
exemplo.<br />
Bons exemplos são o ocorrido em<br />
duas freguesias de Lisboa. Numa,<br />
aproveitou-se o conhecimento da<br />
realidade concreta e o<br />
reconhecimento de que goza um<br />
camarada para ganhar contributos<br />
daqueles que, não militando no PCP<br />
ou não estando tão próximos da vida<br />
quotidiana do colectivo comunista,<br />
identificam no Partido e na Festa do<br />
Avante! valor e futuro.<br />
Noutra freguesia, o trabalho assentou<br />
num colectivo de camaradas quase<br />
em exclusividade dedicados à tarefa.<br />
Assim, o que se verificou no distrito<br />
de Lisboa foi que à dinâmica<br />
inaugural – francamente positiva e<br />
ultrapassando mesmo as melhores<br />
perspectivas, havendo casos de<br />
pessoas que se dirigiram aos centros<br />
de trabalho do PCP para<br />
contribuírem para a compra da<br />
Quinta do Cabo, relataram Luís<br />
Fernandes e Carlos Chaparro –<br />
correspondeu a redefinição, uma e<br />
outra vez, do objectivo financeiro a<br />
atingir.<br />
Bom resultado<br />
Neste momento, a meta que a<br />
Organização Regional de Lisboa do<br />
PCP visa alcançar é mais do dobro<br />
da inicial, sendo que a percentagem<br />
da sua execução ronda os 80 por<br />
cento. Várias foram as organizações e<br />
sectores que acompanharam este<br />
movimento. Casos dos sectores<br />
Empresas de Lisboa, da Função<br />
Pública, das Comunicações Águas e<br />
Saneamento e Energia ou da Saúde,<br />
e das concelhias da Amadora,<br />
Cascais e Loures.<br />
A cerca de quatro semanas de<br />
darmos por encerrada a campanha<br />
«Mais espaço, mais Festa – Futuro<br />
com Abril», importa, naturalmente,<br />
fazer um derradeiro esforço.<br />
Insistindo no rigor da concretização<br />
dos compromissos individuais e<br />
colectivos assumidos, mas também na<br />
audácia.<br />
Audácia suportada na certeza de que<br />
o propósito político da recolha de<br />
fundos foi compreendido e assimilado<br />
pela generalidade dos membros do<br />
Partido, antes de mais, mas<br />
igualmente por muitos não membros<br />
do PCP, aos quais importa que nos<br />
dirijamos. Audácia, voltando a falar<br />
com muitos militantes e amigos que<br />
tendo já contribuído, manifestam<br />
disponibilidade para voltar a fazê-lo.<br />
Audácia, convencendo eleitos,<br />
membros de organizações de massas,<br />
entre outros, que ainda não<br />
abordaram quem possa contribuir, a<br />
que o façam. Audácia, sempre,<br />
levando a cabo algumas iniciativas e<br />
convívios cujo resultado possa<br />
complementar os objectivos<br />
financeiros almejados. Para que no<br />
fim, e até eventualmente na iniciativa<br />
pública com que a DORL equaciona<br />
encerrar a campanha, possamos<br />
todos assinalar mais um importante<br />
triunfo do grande colectivo<br />
partidário.<br />
Portos de Setúbal, Sesimbra e Lisboa<br />
PCP contra fusão<br />
O PCP está contra a anunciada fusão das administrações<br />
dos portos de Setúbal, Sesimbra<br />
e Lisboa, reafirmando que a dinamização da<br />
actividade portuária requer a manutenção da<br />
autonomia.<br />
O PCP quer criar<br />
um movimento<br />
de opinião contra<br />
a medida<br />
Num comunicado do Executivo<br />
da Direcção da Organização<br />
Regional de Setúbal,<br />
datado de dia 18, o<br />
PCP garante que a solução<br />
apontada pelo Governo «não<br />
responde às necessidades<br />
da actividade económica<br />
da região e ao desenvolvimento<br />
e modernização da<br />
actividade portuária». Os<br />
comunistas consideram que<br />
a medida, que surge coberta<br />
pelo alegado objectivo<br />
de conseguir maior articulação<br />
administrativa e coordenação<br />
estratégica, é<br />
mesmo contrária ao desenvolvimento<br />
da actividade na<br />
região.<br />
Partindo da ideia de que<br />
a justa e necessária «visão<br />
e gestão integradas do conjunto<br />
das infra-estruturas<br />
portuárias da região e do<br />
País» não pressupõe de forma<br />
nenhuma a «fusão indiscriminada<br />
das administrações<br />
portuárias», o PCP<br />
lembra ainda que a decisão<br />
de fundir as administrações<br />
portuárias não rompe<br />
com o caminho de privatização<br />
e entrega ao capital<br />
estrangeiro deste importante<br />
e estratégico sector.<br />
E mais, aprofunda as<br />
condições para a desvalorização<br />
de actividades tradicionais,<br />
como a pesca, e<br />
para o desinvestimento nas<br />
actividades marítimas ou<br />
turísticas.<br />
A decisão anunciada pelo<br />
Governo, garante ainda<br />
o PCP, não tem em conta<br />
as especificidades e valências<br />
dos portos de Setúbal<br />
e Sesimbra que, «no quadro<br />
de uma única administração,<br />
tenderão a uma ainda<br />
maior desvalorização».<br />
O que se impunha era, pelo<br />
contrário, a dinamização<br />
O sector portuário tem que valorizar as diversas actividades<br />
ligadas ao mar<br />
dos portos de Setúbal e Sesimbra,<br />
com investimento<br />
público e modernização das<br />
suas infra-estruturas. O Partido<br />
realça ainda que a medida<br />
agora anunciada também<br />
não corresponde aos<br />
interesses dos trabalhadores<br />
portuários, que há muito<br />
lutam pela contratação<br />
colectiva, pela melhoria dos<br />
salários e condições de trabalho<br />
e contra a precariedade<br />
que grassa no sector.<br />
Desenvolver o sector<br />
e a região<br />
O reforço da actividade<br />
portuária nos estuários do<br />
Tejo e do Sado é, para o<br />
PCP, uma questão estrutural<br />
para o desenvolvimento<br />
e progresso económico<br />
e social da Península de<br />
Setúbal. Para que seja uma<br />
realidade, acrescenta-se no<br />
comunicado, é necessário<br />
libertar o sector dos interesses<br />
dos grupos monopolistas.<br />
A administração portuária<br />
única para os portos<br />
de Setúbal e Sesimbra, que<br />
o PCP defende, insere-se<br />
no desenvolvimento do sector<br />
no quadro de uma visão<br />
estratégica nacional.<br />
Entre as medidas concretas<br />
que o PCP propõe para<br />
desenvolver o sector portuário<br />
na região conta-se<br />
desde logo o aumento do<br />
investimento público, a modernização<br />
das infra-estruturas<br />
e a ampliação da actividade<br />
portuária no Barreiro,<br />
com a instalação de<br />
um terminal de contentores<br />
(sem desactivação das<br />
actividades instaladas na<br />
margem Norte). O PCP advoga<br />
ainda a construção de<br />
um porto de pesca na Trafaria,<br />
uma doca e lota para<br />
descarga do pescado e<br />
a melhoria das infra-estruturas<br />
existentes nos portos<br />
de pesca de Setúbal e Sesimbra.<br />
Unidade e vigilância<br />
Num comunicado distribuído aos trabalhadores<br />
do complexo dos Olivais da Câmara<br />
Municipal de Lisboa, a célula do<br />
Partido apela a que permaneçam unidos<br />
e vigilantes face à ausência de respostas<br />
por parte da maioria PS a alguns dos problemas<br />
que os afectam. O PCP denuncia,<br />
particularmente, a «ausência de investimento<br />
nas condições de trabalho», que se<br />
revela na falta de materiais e de meios. O<br />
mau estado de conservação e manutenção<br />
das viaturas põe mesmo em risco quer<br />
os trabalhadores que as operam quer os<br />
próprios munícipes.<br />
Para o Partido, a reestruturação dos<br />
serviços da Câmara Municipal, a reorganização<br />
administrativa da cidade e a transferência<br />
de competências para as juntas<br />
de freguesia alterará em breve a realidade<br />
do complexo dos Olivais. Por clarificar<br />
ficam, porém, algumas questões: «qual<br />
é o plano para a renovação alargada da<br />
frota de remoção? O trabalho que deveria<br />
ser realizado nas oficinas irá continuar a<br />
ser realizado “fora”? As condições de trabalho<br />
correspondem às necessidades para<br />
desenvolver as funções atribuídas para<br />
cerca de 400 trabalhadores? Existe capacidade<br />
de resposta no refeitório para<br />
este número de trabalhadores?»