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VIAGEM<br />
Por Márcia Travessoni<br />
Imersão francesa<br />
FOTOS FERNANDO <strong>TRAVESSONI</strong><br />
Um dos pontos<br />
altos da região<br />
da Normandia<br />
francesa, a cidade<br />
de Lisieux tem no<br />
turismo religioso o<br />
principal atrativo para os milhares<br />
de visitantes que passam por lá<br />
anualmente — e que foi também a<br />
essência do roteiro que fizemos no<br />
local, em abril deste ano. Mas ainda<br />
que a história de Santa Terezinha<br />
e suas vivências na cidade sejam<br />
de riqueza ímpar, os arredores de<br />
Lisieux reservam surpresas tão<br />
peculiares quanto a imersão na<br />
vida da religiosa. As possibilidades<br />
turísticas para além da cidade,<br />
inclusive, são fomentadas pelo<br />
próprio escritório turístico de<br />
Lisieux, como forma de convidar o<br />
visitante a experimentar um pouco<br />
do estilo de vida normando.<br />
PATRIMÔNIO GASTRONÔMICO<br />
Ver de perto a fabricação dos<br />
famosos queijos franceses é uma<br />
das experiências possíveis na<br />
região — mais especificamente<br />
na cidade de Livarot, a 30 km<br />
de Lisieux. Na queijaria Village<br />
Fromager Graindorge, vimos como<br />
é possível unir o trabalho dos<br />
quase 130 pequenos produtores<br />
de leite a uma moderna linha de<br />
produção dos queijos Livarot,<br />
Pont-L'Evêque, Camembert e Neufchâtel,<br />
todos com Denominação de<br />
Origem Protegida Normanda, selo<br />
que atesta a qualidade e a origem<br />
desses produtos.<br />
Os insumos fabricados na<br />
queijaria têm pelo menos 50%<br />
de leite produzido por vacas da<br />
região e que têm alimentação<br />
controlada. Na linha de produção,<br />
chamam atenção detalhes como<br />
os queijos Camembert sendo<br />
moldados à mão, e os Livarots<br />
embalados manualmente em cerca<br />
de três voltas de junco natural,<br />
tudo para seguir a receita original<br />
passada ao longo de três gerações<br />
e garantir o sabor único de cada<br />
tipo de queijo.<br />
Ao fim do passeio, fomos<br />
presenteados com uma degustação<br />
de queijos harmonizados<br />
com cidra, bebida também<br />
bastante característica da região.<br />
TRADIÇÃO HÍPICA<br />
A parada seguinte é Le Mesnil-<br />
-Mauger, localidade que abriga o<br />
Haras d’Ecajeaul, negócio mantido<br />
há gerações pela mesma família<br />
e que foi fundado pelo avô do<br />
atual proprietário, Jean-Luc Bara.<br />
Foi ele, inclusive, que nos recebeu,<br />
mostrou o haras e parte da rotina<br />
que ele e os poucos funcionários<br />
levam com os cavalos puro-sangue.<br />
No d’Ecajeaul são criados 25<br />
equinos que viajam o país todo<br />
com ele participando de corridas e<br />
leilões — e podem custar de 10 mil<br />
euros até milhões euros cada um,<br />
segundo Jean-Luc.<br />
Após o percurso na fazenda,<br />
foram a esposa e a mãe de<br />
Jean-Luc que nos recepcionaram<br />
em casa, de maneira mais calorosa<br />
impossível: com biscoitos caseiros<br />
e música de vitrola. Nos sentimos<br />
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