RCIA - ED. 107 - JUNHO 2014

PROFISSÃO: INSTRUTORA DE AUTOESCOLA
Mulheres no volante ?
Elas estão sentadas no lugar do
passageiro, mas não é para ver
a vida passar; essas mulheres
ensinam a dirigir e são procuradas
no mercado em Araraquara.
Texto: Jean Cazellotto
Foi-se a época em que uma mulher enfrentava
dificuldades para conseguir tirar sua
Carteira Nacional de Habilitação, a CNH. Ao
longo do tempo, os tabus foram se quebrando,
os homens abrindo mão de seu machismo e
as mulheres conquistando o direito de ir e vir,
sem a dependência do companheiro.
Por outros motivos também, a mulher está
precisando se desdobrar e cumprir todas as
suas tarefas diárias. Levar os filhos ao colégio,
ir ao supermercado, passar no consultório médico,
comprar presentes. São tantas coisas a
se fazer, que muitas pessoas pensam como é
a capacidade delas para assumirem tudo isso.
Passando o tempo e chegando na atualidade,
muito mais do que conquistar a sua
CNH, agora as mulheres também estão ensinando
a dirigir. Várias autoescolas de Araraquara
já possuem em seu quadro de funcionários,
mulheres com habilidade para os que
precisam de calma para dirigir.
Para a instrutora Jane Thomé, as pessoas
a escolhem por saber que mulher é mais paciente
na hora de ensinar. “Tenho vários alunos
que já disseram me escolher porque se
sentem mais seguros na hora de dirigir”. Jane
dá aula desde 2006 e já tentou trabalhar no
Jane Thomé, da Auto Escola Alameda, grávida de 8 meses e Evanildo, que a escolheu pela
exigência e simpatia
comércio, mas não conseguiu. “Eu me achei
dando aulas. Toda a família do meu marido
é envolvida nisso. Minha filha já foi instrutora
e meu filho trabalha em uma autoescola. Só
meu marido que não quis seguir a carreira”,
revela orgulhosa da profissão que abraçou.
Na vida profissional, é preciso ter muita
dedicação, explica Jane. “Trabalhamos muito.
São 12 aulas de 50 minutos por dia. Entro às
7h da manhã e saio às 20h40. É muito corrido,
mas não tenho como descrever a gratidão
em trabalhar nesta área”.
No segundo dia de aula, Evanildo Borges
da Silva já tentou fazer o exame de carro, mas
reprovou e retornou em 2014 para concluir. “Eu
decidi voltar e ter aulas com a Jane porque ela
é muito paciente, embora muito exigente, mas
isso acaba sendo bom para o aluno”, explica.
Eduardo Borghi, proprietário da Auto Escola
Fonte sabe que na atualidade, pela própria
exigência do mercado, as mulheres acabam
sendo apontadas como as preferidas
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