RCIA - ED. 107 - JUNHO 2014
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Leonardo<br />
Crocci Filho<br />
QUASE RELIGIÃO<br />
O amado<br />
mestre<br />
Dentista de renome na cidade,<br />
Leonardo Crocci Filho escreveu<br />
a história do Santana. Era o tipo<br />
do dirigente que estava em<br />
todos os lugares e que persistia<br />
na importância de colocar o<br />
clube no topo do futebol<br />
amador até mesmo com jogos<br />
amistosos em outras cidades, ou<br />
até em campos rivais. Ele dizia<br />
que para ser grande é preciso<br />
pensar grande.<br />
Houve um tempo em que descendente de<br />
família italiana precisava alterar o sobrenome,<br />
pois a Guerra Mundial atingia a todos. O Palestra<br />
Itália passou para Palmeiras, em São Paulo<br />
e em Minas, o também Palestra se tornou<br />
Cruzeiro; em Araraquara, a Sociedade Italiana<br />
se transformou em Clube 22 de Agosto. Da<br />
mesma forma as famílias tiveram que aceitar<br />
essa mudança. Assim alguns Crocci adotaram<br />
o sobrenome Cruz, para se disfarçarem em<br />
território araraquarense. Leonardo Cruz, pai<br />
de Leonardo Crocci Filho, seria o fundador da<br />
Empresa Cruz, a mais conceituada empresa<br />
de transporte rodoviário do país.<br />
Com ações na empresa, Crocci tinha o<br />
seu poderio para investir no querido time do<br />
futebol amador da cidade. Além de cuidar dos<br />
dentes de vários jogadores, o dentista chegava<br />
a pagar até a faculdade para alguns deles.<br />
José Nilgerson Barbosa, o Paina, lembra muito<br />
bem de sua recepção feita por Crocci no time<br />
Infantil do Santana.<br />
“Na época jogávamos no campinho de<br />
terra batida, onde hoje está localizado o EEBA.<br />
Todos participavam descalços. O “seo” Crocci<br />
veio até mim e me deu um par novinho em<br />
folha de chuteiras. Fui o único a ganhar aquilo”,<br />
comenta o ex-zagueiro. Paina conta ainda<br />
como era o presidente dentro do clube. “Muito<br />
inteligente. Quando contratava um jogador<br />
já sabia antecipadamente onde colocá-lo na<br />
equipe. Era um grande diferencial para nós”,<br />
relembra com saudade.<br />
Outro jogador ilustre do futebol de Araraquara<br />
fez parte daquele plantel: Osmar Alberto<br />
Volpe, o Pio, ponta esquerda de extrema rapidez:<br />
“Comecei a jogar bola pelo Infantil do Santana<br />
em 1961, com 17 anos. Foi uma época<br />
gratificante para mim. Ver sempre o Estádio<br />
Municipal lotado nos jogos do amador<br />
era emocionante”, relembra o ex-ponta esquerda.<br />
A carreira de Pio foi meteórica. Atuando<br />
por dois anos no clube varzeano, se mudou para<br />
o forte time da Ferroviária, o qual foi campeão<br />
logo no primeiro ano (a Ferroviária foi octacampeã<br />
infantil nas décadas de 50 e 60).<br />
“Porém, o amador da Ferroviária tinha muitos<br />
jogadores que eram do Santana. Na época<br />
era difícil ganhar dela, já que eles investiam<br />
pesado em todas as divisões”. Pio lembra também<br />
do seu primeiro ato com a camisa vermelha.<br />
“Minha estreia foi contra o Paulista. Como<br />
era novo na equipe, alguns companheiros me<br />
falavam do lateral direito Rodocino, que batia<br />
muito. Pensei “se eu não for o mais rápido, o<br />
mais forte vai me pegar” e foi assim o jogo inteiro.<br />
Pegava a bola para correr dele (risos)”.<br />
Logo depois, Pio brilharia no time profissional<br />
da Ferrinha e seria contratado pelo Palmeiras<br />
na época da Academia, jogando com Dudu<br />
(ex-Ferroviária) e Ademir da Guia.<br />
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