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L+D 75

Edição: novembro | dezembro de 2019

Edição: novembro | dezembro de 2019

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NEECHE (SÃO PAULO)<br />

ROTHY’S (SÃO FRANCISCO) | BAR FEL (SÃO PAULO) | COM A PALAVRA, MARK MAJOR<br />

SEMANA DA LUZ 2019 | | 10º LEDFORUM | FOTO LUZ FOTO: RAFAEL DEFINE<br />

1


Projetores<br />

DownLight<br />

2700k<br />

Pendentes<br />

Quadrados<br />

2700k<br />

LED Lighting Solutions<br />

Embutidos<br />

DownLight<br />

2700k<br />

Iluminando<br />

Grandes<br />

Negócios<br />

Flamboyant Shopping Center<br />

Goiânia -GO<br />

2 3


C<br />

M<br />

Y<br />

CM<br />

MY<br />

CY<br />

CMY<br />

K<br />

4 5


SUMÁRIO<br />

4º Trimestre 2019<br />

edição <strong>75</strong><br />

52<br />

58<br />

64<br />

68<br />

74<br />

90<br />

12<br />

¿QUÉ PASA?<br />

52<br />

ROTHY’S<br />

Luz que vende até debaixo d’água<br />

58<br />

NEECHE<br />

64<br />

BAR FEL<br />

Speakeasy<br />

68<br />

72<br />

74<br />

78<br />

83<br />

COM A PALAVRA, MARK MAJOR<br />

SEMANA DA LUZ 2019<br />

WORKSHOPS INTERNACIONAIS DA SEMANA DA LUZ 2019<br />

10º LEDFORUM<br />

PRODUTOS: ESPECIAL 10º LEDFORUM<br />

90<br />

FOTO LUZ FOTO<br />

Rafael Define<br />

6 7


Romulo Fialdini<br />

Thiago Gaya<br />

publisher<br />

NEECHE<br />

Iluminação: Estúdio Carlos Fortes<br />

Foto: Leonardo Finotti<br />

Orlando Marques<br />

editor-chefe<br />

CHÃO DE ESTRELAS<br />

PUBLISHER<br />

Thiago Gaya<br />

A luz recria espaços, mostra o que quer ser visto, desperta a atração e o desejo e aguça<br />

os sentidos. No ambiente comercial de varejo, ela também pode ser responsável pelas vendas<br />

até mesmo quando a loja está fisicamente fechada. Esse é o caso da Rothy’s, premiada loja<br />

de sapatos feitos de garrafas de água, com projeto de iluminação de Claudio Ramos, do<br />

escritório Electrolight, que trazemos nesta última edição de 2019.<br />

Já na nova instalação do artista Chris Fraser, em um armazém abandonado na pequena<br />

Bozeman, nos arredores da cidade de Montana, Estados Unidos, a luz pode ecoar a voz<br />

de Maria Bethânia na música “Chão de estrelas”, composição de Silvio Caldas e Orestes<br />

Barbosa: “... a porta do barraco / Era sem trinco / E a lua / Furando o nosso zinco / Salpicava<br />

de estrelas / O nosso chão...”.<br />

O Bar Fel, com projeto de iluminação do Auma Estúdio, das sócias Marina Lodi e<br />

Nina Morelli, e de arquitetura do Sub Studio, também pode mexer com os sentidos,<br />

principalmente depois de tomar um old fashioned; dica do fotógrafo Rafael Define,<br />

homenageado na seção Foto Luz Foto.<br />

Outro destaque e capa desta edição é a loja de perfumes Neeche, no Shopping<br />

Iguatemi, em São Paulo, com delicado projeto de iluminação do Estúdio Carlos Fortes<br />

e arquitetura do Estúdio Tupi.<br />

Apresentamos também a instalação Unseen Seen, do artista James Turrell, no Museum<br />

of Old and New Art, Mona, na Tasmânia, Austrália, e os premiados da categoria iluminação<br />

do 33º Prêmio Design Museu da Casa Brasileira, do qual tive a honra de participar como<br />

jurado, juntamente com nosso colaborador Carlos Fortes. Vale também ler a matéria sobre a<br />

pesquisa do MIT sobre um polímero capaz de dissipar 120 vezes mais calor do que materiais<br />

semelhantes e os demais ¿Qué Pasa? desta edição.<br />

Reservamos ainda várias páginas para a cobertura completa dos 10 anos do LEDforum<br />

e os detalhes dos eventos que fizeram parte da Semana da Luz 2019, como os workshops<br />

internacionais e a animada festa Lighting Lovers, no Estúdio Brasil Ingo Maurer. Na<br />

seção produtos e equipamentos, trazemos todos os destaques apresentados pelos<br />

patrocinadores do LEDforum.<br />

Nossos mais sinceros agradecimentos a nossos leitores, nossos colaboradores e nossos<br />

patrocinadores por este ano de 2019. Que 2020 seja incrível!<br />

EDITOR-CHEFE<br />

Orlando Marques<br />

DIRETORA DE ARTE<br />

Thais Moro<br />

TEXTOS DESTA EDIÇÃO<br />

Débora Torii, Diana Joels, Diogo de Oliveira, Gilberto Franco,<br />

Mariana Novaes, Orlando Marques, Thiago Gaya<br />

REVISÃO<br />

Débora Tamayose<br />

CIRCULAÇÃO E MARKETING<br />

Márcio Silva<br />

PUBLICIDADE<br />

Lucimara Ricardi | diretora<br />

PARA ANUNCIAR<br />

comercial@editoralumiere.com.br<br />

T 11 3062.2622<br />

PARA ASSINAR<br />

assinaturas@editoralumiere.com.br<br />

T 11 3062.2622<br />

ADMINISTRAÇÃO<br />

administracao@editoralumiere.com.br<br />

T 11 3062.2622<br />

Impressão e Acabamento: Ipsis<br />

Boa leitura!<br />

Orlando Marques<br />

Editor-chefe<br />

PUBLICADA POR<br />

Marina Lodi e Nina Morelli<br />

do escritório parceiro Auma<br />

Studio são nossas coeditoras<br />

convidadas do ¿Qué Pasa?<br />

especial desta edição.<br />

Editora Lumière Ltda.<br />

Rua João Moura, 661 – cj. 72, 05412-001<br />

São Paulo SP, T 11 3062.2622<br />

www.editoralumiere.com.br<br />

8 9


H O M E N A G E M<br />

INGO MAURER<br />

12.05.1932 - 21.10.2019<br />

Foto: Andrés Otero<br />

10 11


1 2 3 4<br />

Ronei Moresco<br />

Ricardo Fahl<br />

Renata Ursaia<br />

Divulgação<br />

Grutz Fotografia<br />

Alessandro Gruetzmacher<br />

6 7 8<br />

5<br />

¿QUÉ PASA?<br />

33º PRÊMIO DESIGN MUSEU DA CASA BRASILEIRA<br />

A mais importante premiação brasileira de design anunciou<br />

os vencedores de sua 33ª edição, no último dia 23 de outubro.<br />

Dentre as mais de 500 inscrições, abrangendo produtos e<br />

trabalhos escritos, 147 projetos foram selecionados para a<br />

segunda etapa, dos quais 17 consagraram-se vencedores.<br />

Parceira oficial de divulgação da premiação, a <strong>L+D</strong> esteve<br />

presente na comissão julgadora deste ano, coordenada<br />

pelo designer Levi Girardi. Os lighting designers Orlando<br />

Marques e Carlos Fortes, editor-chefe e colaborador da <strong>L+D</strong>,<br />

respectivamente, foram os responsáveis pela avaliação dos<br />

produtos inscritos na categoria “Iluminação”.<br />

Na primeira colocação, houve empate: foram premiadas<br />

a linha u.f.o. 1 2 3 , do designer Fernando Prado, e a coleção<br />

duna 4 , assinada pelos arquitetos Domingos Pascali e Sarkis<br />

Semerdjian, ambas produzidas pela Lumini. Em terceiro lugar,<br />

foi escolhida a Luminária Urbana 5 , criada pela arquiteta<br />

Roberta Banqueri e comercializada pelo Estúdio PontoEu.<br />

Receberam menções honrosas o abajur ABJ10 6 , desenhado por<br />

Ricardo Fahl para a Omega Light; a Linha Piano 7 , de autoria<br />

de Ricardo Heder, com produção da Reka Iluminação; e a<br />

Luminária Wé 8 , concebida por Dimitrih Correa, do Dimitrih<br />

Correa Bespoke Atelier.<br />

Realizado anualmente com o objetivo de trazer reconhecimento<br />

e fomento ao design nacional, o Prêmio Design<br />

Museu da Casa Brasileira apresenta a tradicional exposição<br />

com os trabalhos vencedores e selecionados, a partir do dia 23<br />

de novembro a partir das 11:00.<br />

Parabéns aos participantes e aos premiados! (D.T.)<br />

12 13


Ed Reeve<br />

Ed Reeve<br />

Dan Tobin Smith<br />

3<br />

Andy Stagg<br />

1 2<br />

4<br />

¿QUÉ PASA?<br />

LONDON DESIGN FESTIVAL 2019<br />

O London Design Festival chegou à sua 17ª edição,<br />

realizada na capital inglesa entre os dias 14 e 22 de setembro.<br />

Criado com o objetivo de unir e exaltar a comunidade global<br />

de designers, artistas, arquitetos e demais membros da<br />

indústria criativa, o festival anual também busca promover<br />

e justificar a fama londrina de “capital mundial do design”.<br />

Os mais de 600 mil visitantes, que conferiram os cerca de<br />

400 eventos, exposições e instalações distribuídos pela cidade<br />

durante o festival, contribuem para a reafirmação desse título.<br />

Colaborando com o festival há 11 anos, o Victoria &<br />

Albert Museum – um dos mais importantes museus de arte<br />

e design do mundo – tornou-se o núcleo do evento e viu suas<br />

salas transformadas pelas obras e pelas instalações de arte,<br />

desenvolvidas exclusivamente para a ocasião. Foi o caso de<br />

“Avalanche” 1 , criada pelo designer canadense Matthew<br />

McCormick, uma experiência imersiva na qual pequenos<br />

grupos adentravam um espaço de aspecto labiríntico, formado<br />

por superfícies de baixa luminosidade mescladas a outras<br />

com acabamentos escuros ou refletivos. O objetivo do artista<br />

foi provocar nos visitantes as sensações de isolamento e de<br />

incerteza, em que instintivamente se busca a rota mais segura,<br />

como uma metáfora das escolhas pessoais e individuais feitas<br />

por cada um com relação às mudanças climáticas. Ainda no<br />

museu, outro destaque foi a obra “Affinity in Autonomy” 2 ,<br />

patrocinada pela Sony Design, composta de dois pêndulos<br />

robóticos interativos que detectavam a presença humana e<br />

a traduziam por meio de movimentos cinéticos autônomos,<br />

em busca de respostas físicas e emocionais dos visitantes.<br />

Alguns artistas foram convidados pelo festival para<br />

desenvolver obras especialmente para a edição de 2019.<br />

O designer britânico Dan Tobin Smith apresentou a<br />

instalação multissensorial “Void” 3 , realizada em parceria<br />

com o estúdio criativo The Experience Machine e com a<br />

empresa de recursos naturais Gemfields. A experiência<br />

imersiva composta de projeções e sons demonstrou o<br />

raro processo geológico da formação de pedras preciosas.<br />

Também a convite do festival, a veterana Liz West, expôs<br />

a obra “Iri-Descent” 4 , formada por 150 cubos vazados,<br />

revestidos por dois tipos de filme dicroico altamente<br />

refletivos, com tonalidades quentes e frias. Suspensa sobre<br />

o átrio da loja de departamentos de luxo Fortnum & Mason,<br />

a instalação refletia as luzes do ambiente e transmitia as<br />

cores complementares de seus espectros. Com a obra, a<br />

artista buscava transformar o espaço e provocar diferentes<br />

sensações nos visitantes, evocando suas próprias relações<br />

com a cor e a luz. (D.T.)<br />

14 15


Anders Sune Berg / Courtesy of the artist; neugerriemschneider;<br />

Tanya Bonakdar Gallery / © 2019 Olafur Eliasson<br />

Anders Sune Berg / © 2019 Olafur Eliasson<br />

María del Pilar García Ayensa / Studio Olafur<br />

Eliasson / © 2010 Olafur Eliasson<br />

1<br />

2<br />

Anders Sune Berg / © 2002 Olafur Eliasson<br />

Anders Sune Berg / Courtesy of the artist; neugerriemschneider;<br />

Tanya Bonakdar Gallery / © 2019 Olafur Eliasson<br />

3 4<br />

5<br />

¿QUÉ PASA?<br />

A (ENCANTADORA) VIDA REAL<br />

DE OLAFUR ELIASSON<br />

A maior mostra solo do artista Olafur Eliasson já realizada<br />

em Londres, Reino Unido, está em cartaz, até o início de 2020,<br />

no museu Tate Modern. Olafur Eliasson: In real life apresenta<br />

cerca de 40 de seus mais expressivos trabalhos – alguns dos<br />

quais criados especialmente para a exposição.<br />

Bastante inspirado pelos fenômenos naturais – resultado<br />

da infância vivida na Islândia –, o artista adota a água, a luz<br />

e o vapor como elementos-chave em suas obras, como na<br />

dramática instalação Waterfall 1 , em exibição no terraço<br />

externo do museu, que ironiza a ideia de uma “natureza<br />

construída” – e que já teve uma versão exibida em São Paulo,<br />

em 2011. Buscando levar o observador a questionar a própria<br />

natureza da percepção, muitas das obras de Eliasson presentes<br />

na mostra apresentam elementos como variações de cores,<br />

reflexos e pós-imagens. É o caso de Your uncertain shadow<br />

(colour) 2 , de 2010, em que os próprios visitantes produzem<br />

inesperadas sombras coloridas ao passar em frente à intensa<br />

fonte de luz que ilumina o espaço; e Your spiral view 3 , de<br />

2002, uma impressionante escultura caleidoscópica – ambas<br />

exibidas pela primeira vez na capital britânica.<br />

Dentre as obras inéditas, destacam-se Your planetary<br />

window 4 , que desafia a noção de perspectiva do observador<br />

por meio de ilusões de óptica que oferecem uma nova visão<br />

do espaço em que estão inseridos; e a escultura geométrica<br />

In real life 5 , composta de elementos metálicos dobrados e<br />

torcidos ao redor de uma fonte luminosa, tingindo o espaço<br />

com sombras e reflexos espiralados e coloridos.<br />

A exposição apresenta também mais de 450 maquetes,<br />

protótipos e estudos realizados pelo artista em colaboração<br />

com a equipe do Studio Olafur Eliasson, além de uma sala<br />

dedicada aos projetos sociais do artista, ilustrando seu profundo<br />

envolvimento com questões ambientais e climáticas, sobre as<br />

quais espera poder conscientizar o público por meio de sua arte<br />

e de suas ações. (D.T.)<br />

16 17


Imagens: Cortesia the researchers<br />

1 2<br />

¿QUÉ PASA?<br />

O FUTURO DA DISSIPAÇÃO DE CALOR<br />

Quando se fala em dissipação de calor, imediatamente<br />

vem à mente algum tipo de metal. Já os polímeros –<br />

como o nylon, o silicone e o isopor – são geralmente<br />

associados ao isolamento térmico, em decorrência de sua<br />

capacidade de reter o calor. Essa definição, no entanto,<br />

pode estar com os dias contados, de acordo com uma<br />

equipe de engenheiros do Massachusetts Institute of<br />

Technology (MIT). Um estudo recentemente publicado<br />

pela prestigiosa Nature Communications anuncia a criação<br />

de uma película polimérica capaz de conduzir o calor de<br />

maneira mais eficiente que a cerâmica e alguns metais,<br />

incluindo o aço.<br />

Em 2010, a equipe de pesquisadores, conduzida<br />

por Yanfei Xu, já havia obtido sucesso na fabricação<br />

de delicadas fibras de polietileno que demonstravam a<br />

mesma capacidade condutora da maioria dos metais.<br />

No entanto, para que pudesse ser aplicado na indústria,<br />

o material precisaria alcançar uma escala maior, que<br />

possibilitasse seu manuseio – naquele momento, cada<br />

fibra tinha espessura equivalente a um centésimo de<br />

um fio de cabelo humano. Após um processo árduo, que<br />

durou quase uma década, a equipe obteve sucesso na<br />

criação de um filme ultrafino, composto de nanofibras<br />

poliméricas.<br />

Os pesquisadores explicam que a estrutura microscópica<br />

da maioria dos polímeros se assemelha a um emaranhado de<br />

cadeias moleculares, similares a fios de espaguete 1 . Essa<br />

formação dificulta a circulação do calor, que fica retido – o<br />

que explica as propriedades isolantes desse material. O que<br />

os engenheiros fizeram, então, foi desembaraçar esses nós de<br />

moléculas, procurando formar cadeias moleculares paralelas 2<br />

que pudessem conduzir melhor o calor. A película de polímeros<br />

resultante apresenta capacidade de condução de calor de 60<br />

watts por metro por Kelvin, 120 vezes maior que os cerca de<br />

0,5 watt por metro por Kelvin dos polímeros convencionais. A<br />

condutividade do aço gira em torno de 15 watts por metro por<br />

Kelvin, segundo os cientistas.<br />

O novo polímero pode se apresentar como uma alternativa<br />

mais leve e flexível em relação aos metais, além de<br />

ser resistente à corrosão, podendo ter ampla aplicação<br />

nas indústrias de computadores e de celulares e até em<br />

componentes de carros e de eletrodomésticos. Mesmo<br />

que sua capacidade condutiva ainda seja mais baixa do<br />

que a do alumínio (acima de 200 watts por metro por<br />

Kelvin), os desdobramentos da pesquisa sobre esse novo<br />

material podem sugerir novas possibilidades para o futuro<br />

do design de luminárias, substituindo os tradicionais e<br />

robustos dissipadores de calor de alumínio. (D.T.)<br />

18 19


Imagens: Noah Kalina<br />

¿QUÉ PASA?<br />

PIRULITOS LUMINOSOS<br />

INTERAGEM COM<br />

O PÚBLICO<br />

Criada pelo escritório nova-iorquino Snarkitecture, a<br />

instalação Sway submerge o público a uma experiência<br />

sensorial e lúdica. Montada em uma das galerias do edifício<br />

Intersect by Lexus – NYC, em Manhattan, a criação reúne<br />

“pirulitos” luminosos gigantes que interagem com o público.<br />

Em diferentes alturas, os elementos reproduzem o movimento<br />

da água por meio de um efeito dominó de luz ondulante<br />

gerado a partir do toque.<br />

Os “pirulitos” são feitos de esferas de polietileno de alta<br />

densidade (HDPE) suspensas no teto e apoiadas no piso<br />

por postes flexíveis. Organizados em fileiras múltiplas, os<br />

168 globos (com fontes de LED) adquirem uma tonalidade<br />

azul à medida que os visitantes os tocam ou se movem pelo<br />

espaço espelhado de 140 metros quadrados, situado no<br />

terceiro pavimento do edifício.<br />

Em todos os seus trabalhos, Snarkitecture propõe-se<br />

a investigar os limites entre a arquitetura e a arte, entre<br />

a arquitetura de interiores lúdica e a instalação artística,<br />

explorando as linhas que definem essas disciplinas para criar<br />

espaços fora do comum. Com seus “pirulitos luminosos”<br />

interativos imersos em uma sala revestida de espelhos<br />

que multiplicam as imagens ao infinito, Sway desperta nos<br />

visitantes experiências surpreendentes e envolventes. (V.F.)<br />

20 21


Imagens: Takahiro Tsushima<br />

¿QUÉ PASA?<br />

ÁGUA, ONDA, OCEANO<br />

Ao manipular a percepção do mundo físico, as instalações<br />

e as obras produzidas pelo coletivo japonês Mé – formado por<br />

Haruka Kojin, Kenji Minamigawa e Hirofumi Masui – buscam<br />

conscientizar seu público das inseguranças e das incertezas do<br />

mundo ao redor. Dessa linha de trabalho nasceu Contact, que<br />

propôs a reinterpretação da paisagem cotidiana de um oceano.<br />

Embora apresentada em grandes proporções, a instalação recria<br />

uma ínfima porção de uma paisagem marítima, buscando<br />

dar ao visitante a oportunidade de visualizar o oceano como<br />

uma entidade única que reúne, ao mesmo tempo, paisagem,<br />

ondas e água. “Não é possível nos aproximarmos de verdade<br />

de uma paisagem oceânica. À medida que nos aproximamos,<br />

o oceano se transforma em ondas que, a uma distância ainda<br />

menor, se transformam em água”, explica Kojin.<br />

O realismo da instalação é reforçado pela luz natural que<br />

inunda o espaço através da grande janela existente ao fundo.<br />

As mudanças na posição e na intensidade da luz do sol durante<br />

o dia dão a impressão de que as ondulações da superfície<br />

do mar artificial mudam de forma, aguçando ainda mais a<br />

percepção do observador.<br />

Ao promover o contato dos visitantes com essa visão<br />

“impossível” do oceano, os designers dialogam com o tema da<br />

exposição Roppongi Crossing 2019: Connexions, da qual a obra<br />

fez parte. Promovida a cada três anos desde 2004 pelo Mori<br />

Art Museum, em Tóquio, a mostra Roppongi Crossing coloca<br />

em evidência a cena da arte contemporânea japonesa. Neste<br />

ano, em comemoração aos 15 anos da série, foram exibidos<br />

os trabalhos de 25 jovens artistas e coletivos que exploraram,<br />

por meio da arte, diversos tipos de conexão. O tema escolhido<br />

é uma forma de alerta aos conflitos e às rupturas que vêm<br />

sendo ocasionados pelo rápido avanço nas tecnologias de<br />

comunicação e informação. (D.T.)<br />

22 23


Governo do Estado de São Paulo, por meio<br />

da Secretaria de Cultura e Economia Criativa,<br />

e Museu da Casa Brasileira convidam para:<br />

33º Prêmio<br />

Design Museu da<br />

Casa Brasileira<br />

23 de novembro<br />

Abertura da exposição, encontro<br />

com o júri e premiados, às 11h<br />

Visitação até 2/2/2020<br />

Terça a domingo, das 10h às 18h<br />

Confira a programação completa<br />

do dia 23 no site mcb.org.br<br />

apoio<br />

realização<br />

Museu da Casa Brasileira<br />

Av. Faria Lima, 2705, 01451-000<br />

Jd. Paulistano, São Paulo, SP<br />

11 3032-3727<br />

24 25


¿QUÉ PASA?<br />

PRESENÇA<br />

Componentes:<br />

perfil NOEDGE<br />

extensa gama de spots compatíveis<br />

forro de gesso<br />

caixa metálica de fechamento<br />

caixa de acoplamento<br />

duto de ventilação<br />

fluxo de ar-condicionado: insuflamento ou retorno<br />

saiba mais em: bit.ly/perfil-noedge<br />

loja: La Rouge Belle - Shopping Cidade Jardim Projeto de arquitetura: Adriana da Riva Fotógrafa: Katia Kuwabara<br />

Em cartaz até janeiro de 2020 no Groninger Museum,<br />

nos Países Baixos, Daan Roosegaarde – Presence é a primeiro<br />

grande projeto solo do artista holandês em um museu.<br />

Acostumado a trabalhar em ambientes externos, o artista<br />

desenvolveu a obra interativa especialmente para a exibição<br />

no interior do museu.<br />

Ao contrário do que geralmente se encontra na maioria<br />

das galerias e dos espaços expositivos, Presence é um<br />

“laboratório vivo” com 800 metros quadrados de área, que<br />

reage à presença dos visitantes, encorajando a interação<br />

física. A paisagem fosforescente futurística, que resulta das<br />

contínuas pesquisas do artista com relação a novos materiais<br />

e a técnicas inovadoras, muda de cor e de formato de acordo<br />

com o comportamento das pessoas. Espalhada por diferentes<br />

salas do museu, a instalação oferece diferentes perspectivas<br />

aos visitantes: enquanto um ambiente parece preenchido<br />

por uma espécie de poeira estelar, assemelhando-se a uma<br />

grande cidade vista de cima, outro espaço parece escanear<br />

cada indivíduo, gravando sua presença na forma de silhueta.<br />

Dessa maneira, a interação física dos visitantes é essencial<br />

e possibilita a criação de novas composições visuais e<br />

espaciais, em constante alteração.<br />

Roosegaarde inspirou-se na atual crise climática e em seu<br />

próprio desejo de criar melhores condições para a paisagem<br />

do futuro. A instalação atua como um registro do rastro<br />

deixado pela passagem de cada visitante, simbolizando o<br />

impacto da presença dos seres humanos na Terra. “O efeito da<br />

sua presença o conscientiza de sua relação com o ambiente<br />

e a forma como podemos melhorá-lo ou arruiná-lo”, explica<br />

o artista, que busca, com a obra, tornar cada indivíduo mais<br />

ciente da sua própria presença, de maneira única.<br />

Em conjunto com a exposição, o designer lançou seu<br />

primeiro livro, publicado pela editora Phaidon, que compila<br />

seus melhores projetos e as ideias por trás de cada obra. (D.T.)<br />

Perfil NOEDGE: fixação de spots<br />

com possibilidade de integração ao<br />

sistema de ar-condicionado<br />

www.ciadeiluminacao.com.br<br />

/ciadeiluminacao<br />

/ciadeiluminacao_<br />

26<br />

ANOS27<br />

(11)3371-2333<br />

30DE HISTÓRIAS


Nichon Glerum<br />

¿QUÉ PASA?<br />

LUZ VIVA<br />

Alex Hamstra<br />

Alex Hamstra<br />

E se existissem bactérias capazes de purificar água e, ao<br />

mesmo tempo, gerar eletricidade? Parece ficção científica,<br />

mas elas existem e são o objeto de estudo da designer<br />

holandesa Teresa van Dongen desde 2016. Formada em<br />

Biologia antes de se dedicar ao design, a artista investiga essa<br />

característica única das bactérias do gênero Geobacter – que<br />

excretam elétrons durante o processo de purificação da água<br />

– com o objetivo de transformá-las, um dia, em geradoras de<br />

eletricidade para uso do ser humano.<br />

A designer apresentou recentemente Mud Well, uma<br />

instalação de luz desenvolvida para o festival de artes<br />

Oerol, realizado anualmente na ilha de Terschelling, que<br />

faz parte da província neerlandesa da Frísia. Para fazer sua<br />

instalação, Van Dongen percorreu a ilha, buscando encontrar<br />

ecossistemas naturais dessas bactérias, e deparou com o<br />

maior e mais forte que já encontrou, desenvolvido em uma<br />

cratera aberta por uma bomba durante a Segunda Guerra<br />

Mundial. Cheio de água e de material orgânico e isolado<br />

de influências externas como o mar ou os rios, o fosso<br />

pantanoso tornou-se o ambiente ideal para a proliferação<br />

dos microrganismos. Ali, a artista construiu um objeto<br />

similar a um telescópio, de seção pentagonal. Imersa no lodo<br />

onde vivem as bactérias, a estrutura permite visualizar a luz<br />

emitida por elas, de maneira caleidoscópica, em decorrência<br />

das reflexões em seu interior.<br />

Também criadora da luminária Spark of Light e da instalação<br />

Electric Life, ambas alimentadas por tais bactérias, a<br />

designer atualmente investiga a possibilidade de desenvolver<br />

um produto comercializável que utilize esses microrganismos<br />

para gerar luz. Van Dongen acredita que essa invenção poderia<br />

estreitar a relação entre o objeto – vivo – e seu dono, uma vez<br />

que seria necessário alimentar as bactérias semanalmente,<br />

com água acrescida de vinagre. (D.T.)<br />

28 29


30 31


Imagens: Cortesia da Moooi<br />

CONECTORES ELÉTRICOS<br />

Impermeáveis contra o pó, água, vapores e pressões<br />

¿QUÉ PASA?<br />

OLHOS BRILHANTES<br />

Conhecida por oferecer itens de design inovador, a<br />

Moooi lançou, recentemente, a linha de pendentes Iconic<br />

Eyes, cujo desenho foi inusitadamente inspirado nos<br />

faróis dos carros da montadora alemã BMW. Tidas como<br />

elementos marcantes na história automotiva da Alemanha,<br />

algumas dessas peças de veículos foram reutilizadas pelo<br />

designer alemão Bernhard Dessecker para a construção<br />

de um protótipo, em 2013, para iluminar o foyer do Museu<br />

Nacional da Baviera, seu estado natal. Seis anos depois, seu<br />

design foi aprimorado e oficialmente lançado pela Moooi e<br />

por Dessecker no mesmo museu, onde ficarão instaladas<br />

permanentemente 11 luminárias.<br />

Com formato ovalado, o pendente conta com uma série<br />

de placas circulares de LEDs, dotadas de lentes côncavas<br />

e difusas, que recobrem toda sua superfície, fornecendo<br />

iluminação suave e difusa. Cada lente é circundada por um<br />

anel metálico luminoso, que brilha por meio da luz refletida,<br />

remetendo diretamente ao design que se tornou um símbolo<br />

da montadora alemã.<br />

Descrita pela Moooi como uma peça “moderna, com um<br />

toque clássico”, a luminária será fabricada em dois tamanhos,<br />

contendo 85 e 161 “olhos” cada, e permitirá o controle de<br />

intensidade tanto da luz difusa quanto dos anéis luminosos,<br />

de maneira independente. (D.T.)<br />

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MODERNIZANDO CONCEITOS PARA UMA DECORAÇÃO MAIS OUSADA<br />

Imagens: Lasvit<br />

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decora e surpreende<br />

Faixa central com modernos e refinados acabamentos<br />

para combinar com pisos, revestimentos e espelhos<br />

¿QUÉ PASA?<br />

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Um dos destaques do W Dubai – The Palm, hotel<br />

inaugurado em fevereiro deste ano nos Emirados Árabes<br />

Unidos, é a instalação The Soundwave. Composta de cubos de<br />

vidro, a escultura luminosa suspensa foi criada pela designer<br />

eslovaca Ludmila Žilková, que se inspirou no som da letra “w”<br />

para desenhar a obra situada no lobby do edifício.<br />

Suspensa por pendurais metálicos, a escultura de 6,5<br />

toneladas é formada por 640 blocos de vidro que recriam<br />

no espaço o contorno da onda sonora gerada pela pronúncia<br />

da consoante “w”. Com 30 metros de comprimento e<br />

4,2 metros de largura, a abstrata instalação emana uma<br />

miríade de luzes coloridas que “dançam” de acordo<br />

com a coreografia pré-programada de variação de cor e<br />

intensidade de luz controlada por sistemas de automação<br />

DMX especialmente desenvolvidos pela empresa de vidros<br />

tcheca Lasvit, que também produziu a escultura luminosa.<br />

Ludmila Žilková é uma das colaboradoras da Lasvit,<br />

que já contou com a participação de nomes como Zaha<br />

Hadid, Kengo Kuma e Irmãos Campana na criação de<br />

suas instalações e suas luminárias, que exibem sempre<br />

um caráter escultural. A versatilidade, o apreço pelos<br />

detalhes e o uso criativo e experimental dos materiais com<br />

os quais trabalha são marcantes no trabalho de Ludmila,<br />

que, além de The Soundwave, fez a luminária Glass Tube<br />

em parceria com o escritório Foster & Partners para um<br />

edifício residencial nova-iorquino. (V.F.)<br />

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34 À DECORAÇÃO DO SEU<br />

35<br />

AMBIENTE COM ESTILO. ENEZA JOARI<br />

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Imagens: Jason Bruges Studio<br />

¿QUÉ PASA?<br />

O artista britânico Jason Bruges é conhecido internacio<br />

nalmente pela criação de obras híbridas que<br />

misturam arte, arquitetura e tecnologia. Sua formação<br />

como arquiteto o influenciou na especialização em<br />

desenvolvimento de intervenções site-specific, que<br />

se transformam em resposta à dinâmica do espaço,<br />

conectando as pessoas ao ambiente.<br />

Grande parte de suas obras tem como principal ferramenta<br />

a luz. Assim acontece em sua mais recente instalação, Vector<br />

Field, desenvolvida para um dos principais eixos de circulação<br />

do aeroporto Dallas Love Field, no estado do Texas, Estados<br />

Unidos. A instalação consiste em 100 anéis luminosos<br />

ECOS DE LUZ<br />

suspensos, controláveis individualmente, formando um<br />

grid tridimensional que interage com a movimentação dos<br />

passageiros pelo corredor. As interferências no ar, causadas<br />

pelo fluxo e pelo volume de pessoas, são as responsáveis<br />

por estimular o comportamento das luzes, que produzem<br />

correntes, turbilhões e vórtices luminosos, como se<br />

ecoassem a movimentação nesse espaço.<br />

Os anéis luminosos atuam de modo independente da<br />

iluminação funcional do corredor, que cria um ritmo de<br />

luzes brancas em meio ao azul dominante. Essa cor foi<br />

adotada com inspiração nos tons marcantes exibidos, com<br />

frequência, pelo céu local. (D.T.)<br />

ZION<br />

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Imagens: Julie Larsen<br />

¿QUÉ PASA?<br />

TUBARÃO<br />

Criar uma atmosfera envolvente que mimetizasse<br />

um mergulho profundo no oceano. Esse era o objetivo do<br />

escritório nova-iorquino Focus Lighting ao criar o projeto<br />

de iluminação do Ocean Wonders: Sharks!, no aquário<br />

da cidade de Nova York, Estados Unidos. Para enfrentar<br />

o desafio de iluminar o edifício de três andares e 57 mil<br />

metros quadrados, o escritório contou com a colaboração da<br />

organização não governamental do meio ambiente Wildlife<br />

Conservation Society.<br />

A aventura do visitante começa ainda no lado de fora,<br />

ao deparar com a fachada do edifício, projetada pelo artista<br />

ambiental e escultor Ned Kahn. Ela reflete o céu e as<br />

variações de luz solar em 33 mil lâminas de alumínio, que<br />

também se movimentam com a ajuda da brisa do oceano.<br />

Dentro do edifício, o projeto de iluminação visa criar a ilusão<br />

de completa imersão no fundo do mar.<br />

Os visitantes entram em um túnel que reproduz as cores<br />

e o brilho de um recife de corais, graças às luminárias de LED<br />

RGBW, que permitem o ajuste da luz à qualidade de cor exata<br />

para que os corais se sobressaiam. A luz foi montada em um<br />

sistema de trilhos que permite o ajuste preciso da posição da<br />

luminária ao redor dos corais.<br />

No Canyon’s Edge, tanque com tubarões que simula as<br />

profundezas do oceano, o objetivo foi transmitir sensações<br />

sinistras ao público. Projetores de LED branco frio iluminam o<br />

fundo arenoso do tanque (apenas no trecho frontal, para criar<br />

dramaticidade), como se fossem raios solares.<br />

A parte mais profunda do enorme tanque é inundada<br />

por uma luz azulada, o que deixa os tubarões pouco visíveis<br />

ali. Já a área de observação dos visitantes permanece<br />

completamente sem luz, para que nada seja refletido nos<br />

tanques nem desvie a atenção do público. (V.F.)<br />

38 39


Imagens: W Workspace Company Limited<br />

¿QUÉ PASA?<br />

PEQUENA LANTERNA<br />

Localizado na cidade de Chiang Mai, na Tailândia, o<br />

hotel Little Shelter é uma verdadeira releitura da arquitetura<br />

vernacular local, caracterizada pelo abundante uso de<br />

estruturas e telhados de madeira. Projetado pelo escritório<br />

tailandês Department of Architecture Co., o edifício<br />

homenageia esse material tradicional, utilizando-o de forma<br />

não convencional.<br />

Para o projeto, os arquitetos desenvolveram um sistema<br />

composto de pequenas telhas, acomodadas em um arranjo do<br />

tipo “escama de peixe”. Telhas de madeira revestem o telhado<br />

e as fachadas laterais, além de estarem presentes na fachada<br />

principal, na qual se mesclam a peças de policarbonato<br />

texturizado, com as mesmas dimensões, as quais tornam<br />

essa superfície gradualmente mais translúcida conforme se<br />

aproxima da base do edifício. A fachada oposta, com vistas<br />

para o rio Ping, foi inteiramente revestida com o material<br />

translúcido, o que produz diferentes atmosferas no interior do<br />

hotel, de acordo com as condições da luz natural. Se durante<br />

o dia o edifício emite um brilho próprio, causado pelo reflexo<br />

dos diferentes materiais quando iluminados diretamente pela<br />

luz do sol, à noite adquire um aspecto de “lanterna”, por meio<br />

das luzes artificiais emitidas em seus interiores.<br />

As suítes do hotel são uma atração à parte. Com o<br />

objetivo de levar os hóspedes a redescobrir a cidade por uma<br />

perspectiva diferente, imagens de alguns dos locais e dos<br />

eventos mais importantes de Chiang Mai recobrem o teto de<br />

cada uma das suítes. Essas fotografias são refletidas sobre as<br />

duas paredes longitudinais dos quartos, que são revestidas<br />

com pequenos espelhos, remetendo ao desenho da fachada<br />

do próprio edifício. (D.T.)<br />

40 41


Imagens: CI&A Photography<br />

¿QUÉ PASA?<br />

ALTA PERFORMANCE<br />

A loja esportiva Durasport, presente no novo centro<br />

comercial de luxo do Jewel Changi Airport, em Cingapura,<br />

promete oferecer uma experiência de compra diferenciada<br />

aos fanáticos por esportes de alta performance. Os arquitetos<br />

e os designers do escritório cingapuriano multidisciplinar<br />

Ministry of Design projetaram não apenas os interiores da loja,<br />

mas também toda a experiência espacial a ser oferecida aos<br />

clientes, além da comunicação visual da marca.<br />

Os produtos esportivos inovadores disponíveis para venda<br />

na loja também podem ser testados no local. A Durasport<br />

oferece cinco simuladores diferentes a seus clientes, todos<br />

inéditos em Cingapura. Com eles os clientes podem testar<br />

botas de esqui em um simulador imersivo e radical; desafiar<br />

a resistência de sapatos de escalada em uma parede<br />

rotativa; provar virtualmente trajes de esqui por meio de um<br />

“espelho mágico”; testar a flexibilidade dos trajes de natação<br />

ultratecnológicos em um simulador em forma de banco e<br />

experimentar, em primeira mão, a primeira bicicleta de grafeno<br />

do mundo que, vinculada a um software, simula diversos<br />

obstáculos e experiências ciclísticas.<br />

Para a concepção do projeto, os designers contam que<br />

se perguntaram: “Como podemos tornar relevante, em pleno<br />

século XXI, uma loja construída com tijolos e argamassa?”.<br />

Para vencer a forte competição com o mercado online, eles<br />

se basearam em uma estratégia de vendas composta de três<br />

passos: entusiasmar, envolver e, consequentemente, convencer.<br />

Dessa forma, as experiências imersivas são ambientadas em<br />

um espaço desenhado para, primeiro, entusiasmar o cliente.<br />

A loja conta com acabamentos predominantemente brancos<br />

e tem praticamente todas as suas superfícies verticais<br />

revestidas de aço polido, o que remete ao ambiente típico<br />

de um laboratório do futuro. A iluminação difusa central é<br />

complementada por um sistema linear que acompanha todo<br />

o perímetro dos expositores, destacando seu acabamento<br />

metálico e fazendo brilhar os produtos, adicionalmente<br />

realçados por luzes integradas às prateleiras, aos suportes e<br />

aos cabideiros. (D.T.)<br />

42 43


Imagens: Chris Fraser<br />

1<br />

2<br />

3<br />

¿QUÉ PASA?<br />

CHÃO DE ESTRELAS<br />

A afirmação do gênio da física Galileu de que a Terra<br />

girava em torno do Sol – o que o levou até mesmo à prisão<br />

domiciliar – gerou revolta entre teólogos e religiosos durante<br />

o período da Renascença na Europa, mas também trouxe<br />

incerteza acerca da contagem do tempo. Essa insegurança<br />

os levou à transformação de catedrais e de outros redutos<br />

sagrados em grandes observatórios solares, por meio<br />

da abertura de orifícios que os ajudassem a entender a<br />

passagem do tempo por meio da projeção da luz do sol no<br />

interior do espaço.<br />

Essa prática, que levou à descoberta da câmara obscura<br />

e resultou no presente formato secular do calendário usado<br />

hoje, foi a inspiração do artista norte-americano Chris Fraser<br />

para a criação de sua mais nova instalação: Asterisms.<br />

O artista executou mais de 10 mil perfurações circulares na<br />

cobertura de um armazém abandonado, localizado na cidade<br />

de Bozeman, em Montana, Estados Unidos, transformando-o<br />

em uma câmara obscura gigante e múltipla. No interior do<br />

espaço, os visitantes assistem à movimentação do Sol por<br />

meio das projeções da luz natural que recobrem o piso, as<br />

paredes e até eles mesmos. Os padrões resultantes são<br />

totalmente fluidos e mudam no decorrer do dia, criando um<br />

verdadeiro mapeamento do movimento do Sol na cidade. As<br />

imagens foram registradas desde dois pontos de vista fixos,<br />

em diferentes horários, como por exemplo às 07:30:00 1 , às<br />

09:13:15 2 e às 14:07:15 3 .<br />

“As projeções se assemelham a um mapa de estrelas.<br />

No entanto, em vez de olhar para cima, para o céu noturno,<br />

os visitantes olham para baixo, para a imagem de uma única<br />

estrela, o nosso Sol, repetida milhares de vezes. Este projeto<br />

cria um espaço para exploração e contemplação silenciosa,<br />

oferecendo aos visitantes uma experiência de tempo que não<br />

é marcada por números, mas sim por uma vivência espacial”,<br />

declara Fraser. (D.T.)<br />

CAFÉ PORTOBELLO<br />

Local: São Paulo<br />

Projeto de arquitetura e iluminação: Denise Barretto<br />

Produto Fornecido: Perfil Fit Mundi Tókio<br />

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Juliano Bustamante Christina Draeger<br />

1 2<br />

¿QUÉ PASA?<br />

PRÊMIO #LEDFORUM10<br />

Como parte das novidades apresentadas durante a edição<br />

comemorativa de 10 anos do LEDforum – veja a cobertura<br />

completa a partir da página 72 –, foi realizado um concurso<br />

de fotografias durante o evento deste ano, que contou com<br />

grande envolvimento do público e dos patrocinadores.<br />

O concurso foi dividido em duas categorias: “Evento” e<br />

“Expositores/Patrocinadores”. Para participar da primeira,<br />

bastava que os participantes postassem, em suas redes sociais,<br />

fotos ou vídeos do evento com a hashtag #ledforum10. Já<br />

na segunda categoria, voltada aos produtos e aos estandes<br />

presentes no 10º LEDforum, os participantes também deveriam<br />

incluir a hashtag correspondente ao expositor ilustrado no post.<br />

Cada patrocinador escolheu uma das imagens postadas com a<br />

sua hashtag para concorrer à seleção final.<br />

Foram contabilizados mais de 400 posts, que,<br />

juntos, compõem um belo panorama da diversidade e<br />

da multiplicidade de atividades oferecidas durante o<br />

congresso de iluminação mais aguardado pelos lighting<br />

designers latino-americanos. Os vencedores, anunciados<br />

em primeira mão nas redes sociais da @lmaisd e do @<br />

ledforum, foram Christina Draeger 1 , na categoria “Evento”,<br />

e Juliano Bustamante 2 , na categoria “Expositores/<br />

Patrocinadores”, e serão contemplados com entradas<br />

para o 11º LEDforum, com direito a estadia no Hotel Tivoli<br />

Mofarrej durante a realização do evento.<br />

Nossos agradecimentos a todos que participaram<br />

e felicitações aos vencedores! Nós nos vemos no<br />

#ledforum11! (D.T.)<br />

46 47


Atelier Cruz-Diez Paris/Adagp, Paris, 2019.<br />

Atelier Cruz-Diez Paris/Lisa Preud'homme/Adagp, Paris, 2019.<br />

Atelier Cruz-Diez Paris/Adagp, Paris, 2019.<br />

¿QUÉ PASA?<br />

CARLOS CRUZ-DIEZ (1923-2019)<br />

Conhecido como um dos pioneiros mundiais da arte<br />

cinética, o artista venezuelano Carlos Cruz-Diez dedicou seus<br />

mais de 70 anos de carreira à investigação e ao entendimento<br />

dos fenômenos cromáticos e sua interação com o observador.<br />

Radicado na França desde os anos 1960, Cruz-Diez conduziu oito<br />

linhas de investigação baseadas em quatro condições cromáticas<br />

(subtrativa, aditiva, indutiva e refletiva), que resultaram em<br />

mais de cem instalações de arte em espaços públicos mundo<br />

afora – as quais hoje fazem parte das coleções permanentes de<br />

importantes museus internacionais, como o Museum of Modern<br />

Art (MoMA), em Nova York, Estados Unidos; a Tate Modern, em<br />

Londres, Reino Unido; e o Centro Pompidou, em Paris, França;<br />

entre outros.<br />

Dentre suas principais linhas de investigação estão Cores<br />

Aditivas e Induções Cromáticas, iniciadas, respectivamente, em<br />

1959 e 1963, cuja produção resultante contrapõe o conceito<br />

inerte e permanente da pintura tradicional, ao criar diferentes<br />

comportamentos cromáticos e fenômenos ópticos apenas por<br />

meio do uso de linhas coloridas justapostas sobre telas planas<br />

e estáticas. Já em Cromossaturação, outra importante série<br />

desenvolvida pelo artista, ambientes artificiais banhados por<br />

luzes nas cores vermelha, azul e verde buscavam imergir o<br />

visitante em situações monocromáticas, criando perturbações<br />

na retina.<br />

A produção do artista, representado no Brasil pela Galeria<br />

Raquel Arnaud, já foi tema de diversas exposições no país, onde<br />

uma das obras da coleção Fisicromia – dedicada à investigação<br />

de eventos cromáticos relacionados à movimentação do<br />

observador e à intensidade da luz – pode ser visitada, na entrada<br />

no edifício Berrini One, em São Paulo, desde 2015.<br />

As investigações artísticas de Carlos Cruz-Diez foram<br />

essenciais para o entendimento da percepção das cores como<br />

fenômenos autônomos que independem do meio e da forma,<br />

mas estão relacionados ao espaço, ao tempo e à interação entre<br />

espectador e obra. Mantendo vivo seu legado, a Cruz-Diez Art<br />

Foundation vem promovendo diversas atividades educativas<br />

desde 2005, com o intuito de difundir suas ideias e o inestimável<br />

valor do trabalho do artista. (D.T.)<br />

48 49


Imagens: MONA/Jesse Hunniford<br />

¿QUÉ PASA?<br />

PESO DA ESCURIDÃO<br />

Antes de começar a escrever este texto, perguntei à<br />

minha irmã como ela via a diferença entre estar de olhos<br />

fechados ou de olhos abertos em plena escuridão. Ela me<br />

respondeu: “Acho que, quando estamos de olhos abertos<br />

em um escuro profundo, nossos olhos ficam em um estado<br />

de busca constante pela luz”. Acho que era exatamente<br />

isso que James Turrell estava pensando quando desenhou<br />

a sua obra Weight of Darkness, que está no Museum of Old<br />

and New Art, Mona, na Tasmânia, Austrália.<br />

Quando visitei o museu tive a escolha de fazer uma<br />

dobradinha de duas obras do artista. É assim que Turrell<br />

sugere a experiência Unseen Seen (“Não visto visto”) e<br />

Weight of Darkness (“Peso da escuridão”). Primeiro, você<br />

entra sozinho em uma cápsula circular, desenhada pelo<br />

artista, na qual é submetido a um show de luzes; todas<br />

as cores, formas e ritmos formam uma intensa experiência<br />

que dura em torno de 15 minutos. Quando o show acaba,<br />

você é cuidadosamente conduzido à segunda obra, em<br />

que, mais uma vez sozinho, caminha por um corredor<br />

estreito que o leva até uma sala completamente escura.<br />

Então, tem de usar o tato e deslizar as mãos pelas paredes<br />

para chegar até lá e finalmente encontrar uma poltrona em<br />

que se senta e não faz mais nada além de ficar no escuro.<br />

Acho que eu nunca tinha experienciado tal escuridão.<br />

Primeiro, veio uma sensação quase claustrofóbica, como<br />

se existisse uma barreira negra em volta do meu corpo que<br />

aos poucos poderia tirar todo o meu ar. Em um segundo<br />

momento, essa barreira se dissolveu, e sim, a busca pela<br />

luz acontece, e dentro dessa infinita escuridão surge uma<br />

sensação de liberdade. A obra sugere a busca por sua “luz<br />

interior”, na qual, no peso da escuridão, somos capazes<br />

de encontrar a mais pura liberdade.<br />

Não sei se foi exatamente essa a reflexão que James<br />

Turrell quis provocar ao desenhar essa obra, mas, para<br />

uma designer de iluminação como eu, que sempre<br />

acreditou que não desenhamos com luz, mas sim com<br />

as sombras, foi inevitável ter me impactado mais pela<br />

segunda parte da experiência. A luz sugere constante<br />

movimento, marcando a duração dos dias, dos anos e<br />

do nosso tempo interno. Assim, devemos esperar que a<br />

manipulação da luz artificial faça o mesmo por nós. (por<br />

Auma Estúdio)<br />

50 51


Nas noites de eventos, a loja é iluminada pela luz azul difusa das membranas, enquanto os produtos são destacados pelos<br />

projetores. Quando fechada, o espaço é iluminado somente com a luz azul, reforçando a identidade da marca.<br />

LUZ QUE VENDE ATÉ DEBAIXO D’ÁGUA<br />

Texto: Orlando Marques | Fotos: Electrolight, Lu-Yu Huang e Rothy’s<br />

Rothy's é uma start-up de sapatos feitos de garrafas PET<br />

de água, comercializados pela internet desde 2006. A<br />

aposta em sua primeira loja física, localizada na tradicional<br />

Fillmore Street, em São Francisco, Estados Unidos, não poderia<br />

ter sido mais lucrativa.<br />

Inaugurada em 2018, dois anos depois do lançamento da<br />

marca, a loja obteve o retorno de seu investimento em apenas<br />

quatro meses. Tamanho sucesso pode ser atribuído a uma<br />

série de decisões internas da empresa e, pode-se se dizer, ao<br />

projeto de iluminação.<br />

O conceito, elaborado por Claudio Ramos e sua equipe do<br />

escritório Electrolight, foi criado com o intuito de aumentar a<br />

percepção do tamanho da loja – com área de somente 56 metros<br />

quadrados – e reforçar os princípios da Rothy’s.<br />

52 53


Sensores de<br />

luminosidade ajustam<br />

a intensidade das<br />

fontes luminosas<br />

de acordo com<br />

a quantidade de<br />

luz natural. As<br />

membranas variam<br />

em até 25%, e os<br />

projetores, em até<br />

50%. Projetores<br />

localizados próximo<br />

à vitrine são<br />

ajustados para ter<br />

mais intensidade<br />

em relação àqueles<br />

localizados no fundo<br />

da loja.<br />

Adotou-se um sistema de membranas tensionadas<br />

translúcidas retroiluminadas, com o intuito de encher o<br />

espaço de luz uniforme, ampliando a sensação de luz natural,<br />

e de reforçar a identidade da marca.<br />

O sistema é composto de calhas negras foscas que abrigam,<br />

além de luminárias do tipo projetores, os demais serviços,<br />

como sprinklers, caixas de som, grelhas de ar-condicionado,<br />

detectores de fumaça e sensores de luminosidade.<br />

Com IRC alto, os produtos são destacados por esses<br />

projetores, que também possuem uma diversidade de fachos<br />

e controle ópticos.<br />

A cor azul da marca, presente em sua comunicação visual<br />

e em detalhes no tecido de garrafas PET tramado nos sapatos,<br />

é reforçada pelo sistema de iluminação e pela filosofia de<br />

programação do sistema de automação.<br />

54 55


Os projetores de 7,5 W possuem lâmpada MR-16 2.700 K, IRC 95 e 10° de abertura de facho, com a possibilidade de<br />

variação, por meio de lentes, de 25° e 36°.<br />

As barras de LED possuem temperatura<br />

de cor de 3.000 K e estão fixadas a<br />

10 cm das membranas. As barras de<br />

LED de luz azul, tem tonalidade igual à<br />

logomarca da Rothy’s.<br />

Barras de LED na cor azul fixadas nas laterais externas das<br />

calhas, sobre a membrana, banham a loja de azul, provocando a<br />

sensação de se estar submerso. Além disso, criam um ambiente<br />

de contraste luminoso perfeito entre o destaque dos produtos<br />

expostos nas paredes e o restante da loja. Essa cena é acionada com<br />

o fechamento da loja e em dias de evento. Existem ainda outras<br />

três cenas de luz programadas de acordo com a luminosidade<br />

do período do dia e a variação de intensidade da iluminação<br />

natural, por meio de sensores.<br />

Apesar da aparente simplicidade das soluções, uma série<br />

de desafios permeou as decisões de projeto do Electrolight.<br />

Códigos energéticos limitaram a densidade de potência da<br />

instalação, o que levou a espaçamentos máximos entre diodos<br />

e barras de LED. Esses espaçamentos, por sua vez, também<br />

foram limitados pela distância de 10 centímetros entre a fonte<br />

luminosa e a membrana e pelo formato irregular das superfícies<br />

retroiluminadas, ora trapezoidal, ora triangular e retangular.<br />

Segundo Ramos, foi como montar um “verdadeiro quebracabeça”<br />

para manter a uniformidade na superfície das membranas,<br />

sobretudo nos vértices mais fechados das figuras geométricas.<br />

Com esse projeto, o Electrolight foi contemplado com a IALD<br />

Award of Merit na premiação da associação.<br />

ROTHY'S<br />

São Francisco, Estados Unidos<br />

Projeto de iluminação:<br />

Electrolight<br />

Claudio Ramos, IALD, CLD e Lu-Yu Huang, Associate IALD<br />

Projeto de arquitetura:<br />

MEM Architecture<br />

Projeto de interiores:<br />

Steven Volpe Interior Design<br />

Fornecedores:<br />

iGuzzini, Litelab, Newmat, Prudential, Soraa e USAI<br />

56 57


A translucidez das vitrines da Neeche revela o jogo de<br />

volumes e luzes da loja. As fachadas de vidro possuem<br />

cortinas iluminadas de maneira difusa por meio de linhas<br />

de LED contínuas, com difusores de acrílico (14W/m,<br />

1.260 lm/m, 3.000 K). Os perfis estão instalados em<br />

nicho no forro de gesso.<br />

NEECHE<br />

Texto: Thiago Gaya (colaboraram Andrea Bazarian,<br />

Rafael Ayres e Carlos Fortes) | Fotos: Leonardo Finotti<br />

A<br />

partir do conceito de nicho de Mercado de Luxo, o<br />

Estúdio Tupi, juntamente com o designer Tadzio Saraiva,<br />

idealizou a identidade visual da Neeche. Inspirada na<br />

exclusividade de produtos antes não encontrados no Brasil, a nova<br />

marca é movida pela curadoria das essências nobres e sofisticadas<br />

da perfumaria internacional.<br />

A arquitetura – do Estúdio Tupi – e a marca unem-se para<br />

representar o conceito da empresa e o universo visual que une o<br />

clássico e o contemporâneo. As colunas jônicas e suas reentrâncias<br />

desdobram-se nas superfícies da loja com seus nichos, assim<br />

como nascem do piso para apoiar toda a presença de um aroma<br />

exclusivo. A tipografia e o símbolo da marca inspiram-se tanto nas<br />

formas das inscrições da Coluna de Trajano como na base de uma<br />

coluna clássica, oferecendo uma releitura contemporânea delas.<br />

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Nos interiores, a combinação de luz difusa e luz direta ajuda a definir a modelagem da arquitetura. Os nichos têm iluminação<br />

rasante (LED 2 W, 200 lm, 11°, 3.000 K); e as bases dos expositores, de acrílico translúcido, é retroiluminada (LED 14 W/m,<br />

1.260 lm/m, 3.000 K).<br />

Os nichos homogêneos que cobrem as superfícies da<br />

loja, marcados pelo contraste de luz e sombra, evidenciam<br />

as diferentes formas e cores dos frascos de perfume. As<br />

fachadas de vidro são cobertas por uma delicada cortina<br />

quase transparente que faz a mediação entre o lado fora e o<br />

de dentro, instigando o visitante a passar por uma transição<br />

entre um espaço comum (corredores do shopping) e um espaço<br />

efêmero e mágico no interior da loja. A ideia é desconstruir<br />

o lugar comum da “vitrine” e atrair os visitantes para que<br />

percorram os caminhos do novo espaço. Os materiais e as<br />

cores da loja - concreto, vidro, acrílico e madeira - criam<br />

um fundo neutro, porém sofisticado, elevando o produto à<br />

categoria de joia.<br />

Em sinergia com o conceito geral, o projeto de iluminação do<br />

Estúdio Carlos Fortes dá destaque às características exclusivas<br />

dos frascos e ressalta as formas e as texturas da arquitetura.<br />

Dessa maneira, em uníssono, marca, arquitetura e iluminação<br />

convidam os visitantes a entrar em um universo leve e neutro,<br />

para que possam sentir os mais especiais aromas da perfumaria<br />

contemporânea.<br />

O conceito desenvolvido pelos lighting designers procurou<br />

o equilíbrio entre quatro efeitos distintos e complementares da<br />

luz: iluminação difusa do ambiente, iluminação de destaque dos<br />

frascos, contraluz para valorização da translucidez dos vidros e<br />

iluminação dramática para enfatizar as paredes formadas por nichos.<br />

O jogo proposto pelo Estúdio Tupi, que combina opacidade e<br />

transparência, é reverberado pela iluminação, que ora dialoga com<br />

a arquitetura, ora cumpre a função de dar destaque aos produtos,<br />

sem interferir na premissa do projeto de conferir neutralidade<br />

ao ambiente. A iluminação difusa é proveniente de um rasgo<br />

luminoso contínuo no forro de gesso, que contorna toda a loja e é<br />

interrompido pela parede de nichos. Além do rasgo, os cortineiros<br />

das vitrines são iluminados por duas linhas contínuas de perfis<br />

lineares de LEDs com difusores de acrílico translúcido, uma por<br />

Além da iluminação<br />

rasante dos nichos<br />

e da iluminação<br />

difusa das bases,<br />

há um conjunto<br />

de luminárias<br />

embutidas no forro<br />

(LED 4 W, 400 lm,<br />

11°, 3.000 K) que<br />

enfatiza as bases<br />

de coluna dispostas<br />

ao longo da loja.<br />

Para complementar<br />

a iluminação da<br />

parede, um nicho<br />

no forro abriga<br />

um sistema de<br />

trilhos eletrificados<br />

com projetores<br />

orientáveis<br />

(LED 8,4 W, 800 lm,<br />

33°, 3.000 K).<br />

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Junto às paredes que se sobrepõem às vitrines e à sala de atendimento, foi criado um nicho no forro de gesso para iluminação<br />

indireta (LED 14 W/m, 1.260 lm/m, 3.000 K). Os nichos da grande coluna situada no eixo da loja são iluminados por luminárias<br />

embutidas de facho concentrado (LED 4 W, 400 lm, 11°, 3.000K) .<br />

fora dos trilhos das cortinas e a outra por dentro. Essa iluminação<br />

reforça o efeito proposto pelos arquitetos, com o uso de cortinas<br />

diáfanas nas vitrines – a luz difusa que banha os tecidos enfatiza essa<br />

transição entre o espaço comum e o etéreo. A cortina translúcida,<br />

que esconde e revela ao mesmo tempo, cumpre essa função.<br />

Em adição à luz difusa dos rasgos luminosos e das cortinas, as<br />

bases das colunas que servem de apoio aos frascos e às prateleiras<br />

em dois planos diferentes – fazendo as vezes do embasamento<br />

da parede de nichos – são de acrílico translúcido retroiluminados.<br />

Essa luz difusa, de baixo para cima, além do efeito de contraluz<br />

nos vidros de perfume, ajuda a anular as sombras no ambiente<br />

e nas pessoas, como uma luz de ribalta, contribuindo para que<br />

o ambiente pareça tranquilo, sereno, quase onírico.<br />

O destaque dos frascos em meio à luz difusa é garantido por<br />

fachos de luz concentrados, provenientes de pequenas luminárias<br />

embutidas no forro de gesso, em uma paginação aleatória (como<br />

a disposição das bases das colunas no piso), e por projetores<br />

orientáveis alojados em um rasgo no forro que corre paralelamente<br />

às paredes com nichos, iluminando frontalmente os vidros dispostos<br />

em pequenas prateleiras transparentes. Esses vidros também<br />

são iluminados de cima para baixo, pois cada um dos nichos da<br />

parede é destacado com um facho de luz concentrado e rasante,<br />

revelando a textura da parede. A mesma solução foi adotada para<br />

a iluminação da grande coluna localizada logo na entrada da loja.<br />

Cada efeito na iluminação dos produtos – a luz difusa das<br />

prateleiras e das bases das colunas, a luz direta dos projetores<br />

e das luminárias embutidas e a luz dramática dos nichos – é<br />

controlado por um sistema de automação que permite o ajuste<br />

das intensidades luminosas em circuitos independentes.<br />

Dois sofás e duas poltronas que ladeiam duas pequenas<br />

mesas de apoio compõem o mobiliário do pequeno ambiente<br />

de atendimento especial, alojado em um espaço com pé-direito<br />

mais baixo, com uma parede cinza como as dos nichos, e duas<br />

paredes e teto revestidos da mesma madeira do piso. A iluminação<br />

nesse ambiente é sutil, apenas com pequenos pontos de luz<br />

embutidos no forro de madeira, destacando as mesas.<br />

Assim, buscando-se o equilíbrio entre luzes e sombras, que<br />

reforçam as texturas, os relevos e as reentrâncias das superfícies,<br />

e com algumas sutilezas para destaque dos frascos, foi criado<br />

um ambiente adequado à experiência sensorial proposta pela<br />

alta perfumaria, no qual o principal elemento a ser destacado<br />

é intangível.<br />

A vista do interior da loja em direção à entrada<br />

revela a combinação dos diferentes efeitos de luz<br />

(iluminação indireta, iluminação difusa,<br />

iluminação direta), que, integrados à arquitetura,<br />

enfatizam as características dos materiais e dos<br />

produtos, criando um dramático efeito de luz<br />

e sombra, em resposta à proposta formal que<br />

explora a combinação de texturas e relevos.<br />

NEECHE<br />

São Paulo, Brasil<br />

Projeto de iluminação:<br />

Estúdio Carlos Fortes<br />

Carlos Fortes e Debora Esposto (arquitetos titulares)<br />

Anderson Stefano e Bruno Luz (colaboradores)<br />

Projeto de arquitetura:<br />

Estúdio Tupi<br />

Aldo Urbinati, Andrea Bazarian e<br />

Rafael Ayres (arquitetos titulares)<br />

Raissa Nougalli (arquiteta cordenadora)<br />

Comunicação visual:<br />

Tadzio Saraiva<br />

Projetos complementares e obra:<br />

Saeng<br />

Fornecedores:<br />

Lightsource e Lutron (Steluti)<br />

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A luz baixa, quente e uniforme do Bar Fel, situado no térreo do Edifício Copan, é proporcionada, principalmente, pelos LEDs<br />

lineares dimerizáveis (15 W/m 2 , 2.500 K), associados a perfis de aluminínio extrudado situados nas prateleiras e nos detalhes<br />

arquitetônicos. A família de arandelas com lâmpadas de LED dimerizável G4 (3.5 W, 2.500 K, 280 lm) em cúpulas esféricas de<br />

vidro foram especialmente desenhadas e confeccionadas para o Bar Fel, assim como as luminárias esféricas sobre a bancada do bar.<br />

SPEAKEASY<br />

Texto: Valentina Figuerola | Fotos: Rafael Define<br />

Situado no térreo do Edifício Copan, um dos ícones<br />

da arquitetura moderna brasileira projetado por<br />

Oscar Niemeyer, em São Paulo, o Bar Fel é um lugar<br />

pequeno e aconchegante. Lá são servidos drinks do mundo<br />

inteiro com receitas antigas que caíram no esquecimento,<br />

mas foram resgatadas para compor a carta de bebidas do<br />

bar. O projeto luminotécnico do Auma Estúdio, de Marina<br />

Lodi e Nina Morelli, contribui para criar uma atmosfera<br />

intimista, em que predomina a luz baixa, quente e uniforme.<br />

Especialmente desenhadas pelo Auma para o Bar Fel,<br />

todas as luminárias são dimerizáveis. A temperatura de cor<br />

das fontes emite uma luz de aparência quente e agradável,<br />

totalmente em sintonia com os revestimentos de madeira do<br />

piso e da saia do balcão do bar, uma estratégia de projeto<br />

da arquitetura de interiores do Sub Estúdio na escolha do<br />

material para “aquecer” o espaço.<br />

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A robusta coluna de concreto no meio do bar foi valorizada pela luz rasante indireta proveniente de lâmpadas LED Line Flex<br />

(25 W, 2.500 K, 2.350 lm) inseridas em um “cinto de latão” que abraça o pilar.<br />

O projeto de iluminação valoriza a superfície do pilar de concreto e também a saia de madeira do bar por meio dos perfis de LED<br />

linear (15 W/m 2 , 2.500 K) sob o tampo do balcão.<br />

Enfatizar os elementos estruturais de uma das construções<br />

mais emblemáticas de São Paulo também foi um dos objetivos<br />

do projeto de iluminação. Abraçado por um “cinto de latão”<br />

luminoso, o incontestável pilar é destacado por uma luz rasante<br />

indireta que, além de ressaltar as propriedades do concreto,<br />

ilumina a laje do edifício. Esses elementos se tornam mais<br />

acentuados em contraste com as paredes periféricas, pintadas<br />

de azul-escuro.<br />

Fundado em 2017, o Auma surgiu de uma união multidisciplinar<br />

das sócias Marina Lodi e Nina Morelli e da vontade de unir conceitos<br />

da arquitetura, do design, do cinema e da iluminação em uma única<br />

prática. A vivência no mundo do cinema faz a dupla encarar seus<br />

projetos de iluminação como uma narrativa. “Gostamos de começar<br />

o projeto com um olhar mais sensível do que técnico, contando<br />

a história do usuário ao caminhar pelo espaço, explorando suas<br />

emoções durante o percurso”, conta Marina.<br />

E parece ter sido assim que nasceram as luminárias decorativas<br />

com cúpulas esféricas presentes em todo o projeto: um passeio<br />

no centro histórico de São Paulo, com suas luminárias de<br />

cúpulas de vidro translúcido, muitas ainda em funcionamento.<br />

Sob o tampo do balcão, os perfis de LED predominam<br />

como solução luminotécnica, tanto para luz de trabalho, no<br />

local onde são preparados os drinks, quanto para destacar a<br />

saia de madeira do bar, o que também ajuda o balizamento da<br />

circulação. “Toda a luz de trabalho e serviço, situada abaixo do<br />

nível da bancada do bar, permanece oculta para não interferir<br />

no clima speakeasy aconchegante do local”, diz Marina.<br />

Atrás do bar, garrafas e copos nas prateleiras são iluminados<br />

por meio de perfis de alumínio de LED, criando outro ponto<br />

focal alternativo ao pilar.<br />

Marina e Nina contam o desafio que foi administrar a produção<br />

da família de arandelas decorativas ainda sem nome: “Tivemos<br />

muito trabalho para produzir essas peças: além de desenhar,<br />

lidamos com diferentes fornecedores e prestadores de serviço,<br />

como serralheiro, fornecedor de cúpula e empresa de jateamento.<br />

Viramos uma ‘fabriquinha’, concluem.<br />

BAR FEL<br />

São Paulo, Brasil<br />

Projeto de iluminação:<br />

Auma Estúdio<br />

Insta<br />

Marina Lodi e Nina Morelli<br />

Projeto de arquitetura e interiores:<br />

Sub Estúdio<br />

Isabel Nassif e Renata Pedrosa<br />

Cliente:<br />

Bruno Bocchese<br />

Fornecedores:<br />

Alox Soldas, Companhia de<br />

Iluminação, Lumini e Lutron<br />

(Lumini)<br />

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COM A PALAVRA,<br />

MARK MAJOR<br />

Texto: Mark Major, a partir de entrevista concedida a Mariana Novaes<br />

Versão para o português: Mariana Novaes com revisão de Diogo de Oliveira | Foto: Speirs+Major<br />

Era maio de 2018 e estava com viagem marcada para<br />

Londres, para participar da cerimônia de entrega do<br />

prêmio internacional 40under40 durante o Lighting<br />

Design Awards. Mark Major, titular do escritório Speirs +<br />

Major, havia recém-aceitado o convite para ser um dos<br />

principais palestrantes do 10º LEDforum. A pedido da <strong>L+D</strong>,<br />

Major concordou em me receber para falar sobre seu processo<br />

de escolha e desenvolvimento dos temas de suas palestras.<br />

Em uma típica manhã londrina, cinzenta e chuvosa, fui<br />

gentilmente recebida em um café próximo ao seu escritório,<br />

mesmo com o meu atraso, culpa do labiríntico metrô de Londres.<br />

O que eu imaginava ser uma entrevista, rapidamente se<br />

transformou em um agradável bate-papo de uma hora, em<br />

que pude conhecer algumas reflexões, questionamentos, e<br />

motivações do apaixonado e comprometido profissional Major<br />

– não à toa, um dos lighting designers mais reconhecidos<br />

do mundo. A revista então sugeriu que este material fosse<br />

editado em forma de ensaio pelas mãos do Mark Major,<br />

tarefa que foi graciosamente aceita por ele e sua igualmente<br />

dedicada equipe. (Mariana Novaes)<br />

O VALOR DA LUZ E DA ESCURIDÃO<br />

Embora eu ache importante falar sobre coisas que conhecemos,<br />

também é sempre interessante adotar uma perspectiva diferente.<br />

Minha paixão particular não é apenas pela luz, mas também pela<br />

importância da escuridão e sua relação com a forma construída.<br />

Descobri que esse tema pode ser considerado de vários ângulos:<br />

o da perspectiva humana, em termos do impacto social e na<br />

saúde, e do ponto de vista ambiental e ecológico. Embora eu tenha<br />

me formado arquiteto, minha paixão pela luz e pela escuridão<br />

se cristalizou para além da prática de projetos de edifícios<br />

individuais, no campo do design urbano. Sinto fortemente que<br />

o papel da luz e da escuridão no ambiente urbano é uma área<br />

de atuação em que os lighting designers podem contribuir<br />

consideravelmente para a sociedade. Para mim, fazer isso em<br />

uma cidade – seja Londres, Sydney ou qualquer outro lugar – é<br />

bastante estimulante porque a luz está intrinsecamente ligada<br />

à maneira como as pessoas experienciam seu próprio mundo.<br />

Como você ilumina o espaço público, ou seja, onde você adiciona<br />

luz e onde mantém escuridão – e níveis de luz e sombra –, ajuda<br />

a moldar a maneira como as pessoas experienciam e usam<br />

um lugar. Isso não é apenas um privilégio, mas também uma<br />

responsabilidade. Muitas cidades são mal iluminadas. Não se<br />

trata apenas de se sentir seguro ou evitar a criminalidade, mas<br />

a experiência visual em si é muitas vezes abaixo do esperado.<br />

A maioria das cidades pode ser facilmente apreciada durante<br />

o dia, podemos caminhar por uma cidade, admirar a paisagem,<br />

os edifícios e sentir o burburinho de estar em um ambiente<br />

urbano. Contudo, mesmo nas cidades mais bonitas do mundo,<br />

o mesmo apreço não acontece à noite. Obviamente, mesmo<br />

que fosse possível, não replicaríamos a experiência diurna no<br />

período noturno.<br />

Em vez disso, todos nós precisamos dedicar mais tempo e<br />

esforço estudando como gostaríamos que a experiência noturna<br />

de uma cidade seja percebida, assim como reinterpretando o<br />

ambiente visual e como isso pode ser alcançado.<br />

LUZ PARA AS PESSOAS<br />

Os sociólogos com quem falo gostam de me lembrar que<br />

pensar nas necessidades das “pessoas” é complexo. Todo mundo<br />

é diferente e experiencia as coisas de maneiras diferentes.<br />

No entanto, acredito que podemos reconhecer que, embora<br />

sempre existam diferenças de valores com base em idade, sexo,<br />

educação e cultura, entre outras coisas, ainda podemos falar<br />

sobre “iluminação para as pessoas”. Sem pessoas, na verdade,<br />

não haveria necessidade de luz artificial. Possivelmente, somos<br />

as únicas criaturas do planeta que são altamente ativas durante<br />

a noite sem ser visualmente adaptadas a isso.<br />

Precisamos dedicar mais tempo e<br />

esforço estudando como gostaríamos<br />

que a experiência noturna de uma<br />

cidade seja percebida, assim como<br />

reinterpretando o ambiente visual e<br />

como isso pode ser alcançado.<br />

LUZ COMO REINTERPRETAÇÃO<br />

Outro tema que acho muito interessante é a reinterpretação.<br />

Quando projetamos com luz e sombra, criamos uma interpretação<br />

do edifício que molda a experiência que se tem dele. Quando<br />

trabalhamos com arquitetos e designers em um edifício ou um<br />

lugar novo ou reformado, geralmente podemos colaborar com<br />

eles, usando a luz como uma ferramenta narrativa que revela<br />

algo sobre os princípios fundamentais do design.<br />

No entanto, em alguns projetos, por exemplo, de paisagens<br />

e estruturas industriais antigas, nos encontramos iluminando<br />

algo que nunca foi planejado para ser iluminado. Da mesma<br />

forma, em arquiteturas históricas, como igrejas e catedrais,<br />

estamos criando uma interpretação totalmente nova do edifício,<br />

porque, quando esses edifícios foram concebidos, ninguém<br />

poderia prever que fossem permanentemente iluminados com<br />

luz elétrica. Esse é outro exemplo de como a iluminação tem<br />

um aspecto de responsabilidade social. Nesses casos, acho que<br />

o principal objetivo do edifício e as diferentes maneiras pelas<br />

quais as pessoas usam e experienciam o espaço devem ser as<br />

principais considerações que compõem nossa interpretação. Os<br />

edifícios religiosos são um excelente exemplo disso.<br />

Se você pensar em dez ou quinze anos atrás, muitas vezes<br />

a iluminação de edifícios religiosos era abordada de uma<br />

maneira altamente dramática, puramente para realçar a beleza<br />

da arquitetura. Mas, quando você para e considera que o<br />

principal objetivo de uma catedral é a adoração, entende que<br />

realmente o principal papel da iluminação é apoiá-la com<br />

um discreto senso de espiritualidade. Celebrar a arquitetura<br />

para o turismo ainda pode ser importante, mas não deve ser<br />

o objetivo principal do projeto de iluminação.<br />

MÍDIA E ILUMINAÇÃO<br />

Enquanto testemunho a rápida evolução das tecnologias<br />

do século XXI, tenho me interessado na maneira como a mídia<br />

– tecnologia da informação, telas, telefones e redes – está<br />

convergindo cada vez mais com o campo da iluminação. De modo<br />

simples, existem novas possibilidades criadas por tecnologias de<br />

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iluminação e controle, como LED, li-fi, Wi-Fi, bluetooth, cidades<br />

e assim por diante. Mas devemos lembrar que são ferramentas.<br />

Precisamos sempre perguntar primeiro: “O que queremos?” e<br />

depois examinar essas novas ferramentas para ver se elas podem<br />

nos ajudar a conseguir isso.<br />

Infelizmente, neste momento, sinto que os agentes interessados<br />

na cidade – designers, anunciantes, gerentes de marcas e meios<br />

de comunicação – estão criando intervenções individuais que<br />

acabam contribuindo para camadas e camadas de caos visual. Eles<br />

não estão trabalhando juntos nem mesmo fazendo a perguntachave<br />

“O que queremos como resultado?”.<br />

Então, também posso ver que o escopo das intervenções que<br />

envolvem a luz está se tornando cada vez mais amplo. Um bom<br />

exemplo seriam os carros. De simples faróis, luzes traseiras e uma luz<br />

interior, comumente vemos iluminação interior decorativa colorida<br />

mais complexa e assim por diante. E agora os grandes fabricantes<br />

de carros estão trabalhando em como aplicar a iluminação no<br />

exterior dos novos carros autônomos, como meio de sinalização<br />

para os pedestres. Isso tem o potencial de mudar completamente<br />

a paisagem noturna das nossas cidades. Como lighting designers,<br />

precisamos estar cientes de que, gostemos ou não, essas outras<br />

indústrias provavelmente fornecerão sistemas de iluminação – às<br />

vezes como um subproduto do que estão criando.<br />

Lembro-me do trabalho de Marshall McLuhan, que, na década<br />

de 1960, escreveu sobre a comunicação de massa e o mundo se<br />

tornando uma “aldeia global”. É incrível ver como sua previsão<br />

se tornou realidade na forma de uma rede mundial apoiada<br />

pela publicidade, exatamente como ele previu. No entanto, se<br />

recuarmos e perguntarmos como as pessoas querem que as<br />

cidades sejam, a resposta é, cada vez mais, que as queremos mais<br />

calmas, mais escuras, menos visualmente poluídas e melhores<br />

para nosso bem-estar. Mas, ao mesmo tempo, queremos que as<br />

nossas cidades tenham um senso de caráter individual e sejam<br />

alegres após o anoitecer. Acima de tudo, queremos que elas sejam<br />

seguras e protegidas. Eu sinto que essa convergência de mídia<br />

e tecnologia da informação com a iluminação e a mudança de<br />

tudo para o LED atualmente estão nos levando na direção oposta.<br />

ÉTICA NO DESIGN E RESPONSABILIDADE<br />

Acredito que temos a responsabilidade, como lighting designers,<br />

de exercer controle sobre os projetos em que trabalhamos e de<br />

ter a coragem de dizer não a intervenções e projetos que não<br />

julgamos adequados. De certa forma, como lighting designers,<br />

devemos agir no interesse de um contexto visual mais amplo<br />

e apoiar a sociedade para a qual trabalhamos. Às vezes, um<br />

cliente quer algo para o seu espaço que não está certo quando<br />

se considera o edifício e os arredores. Às vezes, os lighting<br />

designers são seduzidos a criar uma solução elaborada ou<br />

icônica para um projeto que realmente não a justifica, porque<br />

os clientes querem fazer uma afirmação pessoal.<br />

Frequentemente nos encontramos educadamente dizendo<br />

“não” a clientes que nos procuram para projetos de iluminação de<br />

Acredito que temos a responsabilidade,<br />

como lighting designers, de exercer<br />

controle sobre os projetos em que<br />

trabalhamos e de ter a coragem de<br />

dizer não a intervenções e projetos<br />

que não julgamos adequados.<br />

exteriores, de certos tipos de edifício comercial, com base no fato<br />

de que não sentimos que determinado edifício deva ser iluminado<br />

no contexto daquela parte da cidade. Nós perguntamos: “Por que<br />

você quer iluminá-los?” e tentamos gentilmente convencê-los<br />

de que talvez haja uma maneira melhor, por exemplo, utilizar a<br />

luz das áreas internas para dar uma expressão externa positiva.<br />

O número de lighting designers aumentou bastante nos últimos<br />

anos, e não temos um código de ética coletivamente acordado.<br />

Penso que, como profissão, devemos realmente nos organizar<br />

melhor e nos apoiar nesse sentido. Na ausência de um sistema<br />

educacional regulamentado ou um processo de legitimação,<br />

poderíamos realmente usar algumas “regras de compromisso”<br />

que ajudam a definir uma abordagem responsável para os projetos<br />

de iluminação. Nas profissões mais tradicionais de engenharia ou<br />

arquitetura, você aprende o básico sobre o que é certo e errado,<br />

embora, é claro, essas noções sejam necessariamente desafiadas e<br />

evoluam continuamente. Na iluminação, talvez estejamos perdendo<br />

esse nível básico de ética aceito no design e que lembra aos<br />

designers que eles não estão apenas servindo ao cliente ou a si<br />

mesmos, mas estão servindo a sociedade.<br />

EDUCAÇÃO E PESQUISA<br />

Muito embora as pessoas da nossa equipe cheguem até nós<br />

com todo tipo de formação educacional, de experiência profissional<br />

e de aprendizado prévio, insistimos que passem por um processo<br />

de treinamento completo conosco. Um aspecto central da nossa<br />

filosofia é nos vermos como um “escritório de formação” que investe<br />

em seu pessoal. Queremos criar grandes lighting designers e, para<br />

isso, os educamos em todos os aspectos. Isso inclui não apenas<br />

treinamento criativo e técnico, mas também uma base sólida de<br />

comportamento profissional e responsabilidade no design.<br />

Admito que tenho de fazer um grande esforço em pesquisas<br />

que demonstram meu pensamento e minhas opiniões para as<br />

palestras que dou, bem como para minhas contribuições em livros,<br />

artigos e outros tipos de material educacional. Eu diria, porém,<br />

que grande parte da nossa pesquisa é baseada em projetos.<br />

Digo isso no sentido de que nos interessamos por uma área de<br />

pesquisa e, em seguida, abrimos oportunidades para trabalhar<br />

em projetos específicos, nos quais podemos explorar essas<br />

ideias e desenvolver nosso pensamento. Isso ajuda a tornar a<br />

pesquisa financeiramente viável, permitindo-nos dedicar tempo<br />

a ela como parte de nosso trabalho remunerado, de maneira que<br />

também beneficie o cliente e o usuário final.<br />

LUZ E APRENDIZADO HISTÓRICO<br />

O conceito de “originalidade” é complexo e fascinante. As<br />

pessoas parecem ficar muito preocupadas com plágio e cópia,<br />

mas eu me pergunto como podemos distinguir entre essas<br />

coisas e “inspiração” e “influência”. Quando algo deixa de ser<br />

“influenciado por” e se torna “copiado”?<br />

Eu tenho um livrinho divertido em casa chamado Steal Like<br />

an Artist (“Roube como um artista”), de Austin Kleon, de fácil<br />

leitura, mas com uma visão provocativa, de como um(a) artista<br />

foi influenciado(a) por outro e mais outro, e assim por diante.<br />

Em termos de iluminação, podemos observar o desenvolvimento<br />

da luz industrializada: primeiro gás, depois eletricidade. Uma vez<br />

que nos livramos de queimar as coisas, podemos ver como os<br />

arquitetos, por exemplo, no início do século XX, na Alemanha,<br />

pegaram esse novo “material” – luz artificial – e o usaram como<br />

uma ferramenta para expressar seus edifícios. Essas ideias de<br />

“Lichtarchitektur” (arquitetura noturna) expressas há mais de um<br />

século não são tão diferentes de muitas expressas hoje, embora<br />

elas geralmente não tivessem a tecnologia para alcançá-las.<br />

Quando você observa com atenção, descobre que nada é tão<br />

novo – muitas vezes é uma evolução, portanto devemos olhar<br />

para o passado e aprender.<br />

Quando trabalhamos em prédios históricos, tentamos<br />

descobrir quando o prédio passou a ter luz artificial – como a<br />

maioria deles já teve em algum momento. Atualmente, estamos<br />

trabalhando num novo projeto de iluminação para o interior<br />

da Abadia de Westminster, que recebeu luz elétrica em 1913.<br />

Sempre tentamos descobrir quais eram as ideias originais, porque<br />

seria uma arrogância supor que as pessoas que abordaram o<br />

design antes de você não tenham pensado muito sobre a melhor<br />

maneira de iluminar.<br />

Quando trabalhamos na Catedral de Saint Paul, estávamos<br />

substituindo uma solução da década de 1950. Estudamos isso e<br />

olhamos para o passado para descobrir quais foram as soluções<br />

originais de iluminação pré-eletricidade, observando na Galeria<br />

Nacional pinturas do período em que ela foi construída. Nós<br />

nos perguntamos por que eles fizeram as coisas daquele modo,<br />

o que foi muito revelador. Algumas das soluções existentes<br />

com as quais concordamos simplesmente tiveram a tecnologia<br />

atualizada. Em outros casos, discordamos profundamente e<br />

mudamos a abordagem.<br />

Esse processo de questionamento é valioso para nos<br />

ajudar a esclarecer nosso próprio pensamento de design.<br />

Acredito que fazer perguntas abrangentes sobre o projeto<br />

de iluminação e fazer uma pesquisa completa sobre o que,<br />

quando e por que é fundamental. Todos nós devemos fazer isso.<br />

LUZ E COMUNICAÇÃO<br />

Embora todos os projetistas de iluminação tenham maneiras<br />

diferentes de fazer as coisas, é importante que, como profissional,<br />

trabalhemos para comunicar ideias sobre a luz muito bem e com<br />

O design de iluminação é<br />

essencialmente um esforço colaborativo –<br />

e uma boa comunicação é fundamental<br />

para embasar um relacionamento<br />

colaborativo bem-sucedido, seja<br />

com um cliente, seja, mais<br />

comumente, com um arquiteto.<br />

muita clareza. No Speirs + Major usamos uma série de técnicas<br />

para expressar nossas ideias. É interessante pensar qual é a melhor<br />

maneira de comunicar algo que você não consegue ver – algo<br />

que revela as coisas. Nós usamos as mais recentes tecnologias,<br />

como modelagem em 3D, VR e BIM, mas descobrimos que<br />

algumas ideias podem ser melhor expressas usando uma simples<br />

imagem de referência ou um bom croqui – então usamos todas<br />

essas ferramentas.<br />

Outra coisa que eu acho muito importante é dar crédito.<br />

Tentamos usar apenas o nosso próprio trabalho para comunicar<br />

ideias, mas isso nem sempre é possível. Por isso, se você<br />

usar o trabalho ou as imagens de outra pessoa, deverá dar o<br />

devido crédito.<br />

O design de iluminação é essencialmente um esforço<br />

colaborativo – e uma boa comunicação é fundamental para<br />

embasar um relacionamento colaborativo bem-sucedido, seja<br />

com um cliente, seja, mais comumente, com um arquiteto.<br />

Escolhemos nossos projetos com cuidado, pois não queremos<br />

atuar como técnicos ou especificadores. Buscamos trabalhos<br />

em que possamos ter conversas abertas sobre o que a luz<br />

pode oferecer em um projeto não apenas funcionalmente, mas<br />

expressivamente, em termos de revelar forma, espaço, materiais<br />

e narrativa. Às vezes, há diferenças de opinião, mas nunca nos<br />

permitimos ser forçados a fazer algo que fundamentalmente<br />

discordamos. Sempre tentaremos encontrar uma maneira<br />

de ouvir e encontrar uma sintonia, por meio de raciocínio,<br />

explicação, debate e descrição, e é aí que a força na comunicação<br />

de ideias é essencial.<br />

E PARA CONCLUIR<br />

Eu já falei muito, talvez demais, mas sou apaixonado pelo<br />

que faço. Um dos grandes privilégios de ser um lighting designer<br />

é que temos variedade e escolha. Variedade por meio dos<br />

projetos incríveis para os quais somos convidados a colaborar<br />

e todas as pessoas que conhecemos e trabalhamos. Escolha,<br />

porque somos parte de uma nova profissão, poderíamos<br />

dizer um novo movimento criativo, e, nesse sentido, ainda<br />

somos capazes de ditar regras e quebrá-las. Acima de tudo,<br />

temos a sorte de trabalhar com um meio tão incrível: a luz!<br />

Intangível, bonita, efêmera e indescritível. É verdadeiramente<br />

mágico e especial.<br />

70 71


SEMANA DA LUZ 2019<br />

Texto: Débora Torii | Fotos: Leandro de Carvalho<br />

“F<br />

alar destes dez anos do LEDforum é falar de evolução. Ao longo dos anos ficou clara sua vocação para a diversidade.<br />

A primeira edição do LEDforum ainda se referia a uma Hoje, o evento não para de transbordar. Atividades paralelas,<br />

tecnologia emergente, sobre a qual pairavam muitas como o mesa.360 – em que se discutem temas da profissão. O<br />

incertezas. O evento se propunha a ser um espaço para debates espaço expositivo adjacente, no qual se trocam informações e se<br />

de como essa tecnologia poderia interferir no lighting design. interage com fornecedores. Os corredores e as escadas onde se<br />

Não apenas relatar os avanços tecnológicos, mas discutir suas faz networking. Por fim, mas não menos importante, a constante<br />

possibilidades no campo da expressividade, da ergonomia e da presença da AsBAI e dos seus integrantes – seja no fundamental<br />

economia nos projetos.<br />

apoio dado às primeiras edições, na atual parceria em workshops,<br />

Assim, enquanto ao longo desta década a palavra LED tornouse<br />

mais e mais abrangente, o Fórum, que começou focado numa festa de encerramento.”<br />

nas colaborações de associados e, por que não dizer, na deliciosa<br />

tecnologia específica, também ampliou seu escopo. Simultaneamente,<br />

o LED e o Fórum ampliaram-se e ocuparam plenamente os espaços<br />

Gilberto Franco<br />

que se abriam a eles.<br />

Prefácio 10º LEDforum<br />

A Semana da Luz 2019 foi histórica e especial, de inúmeras<br />

maneiras. O maior número de participantes, patrocinadores,<br />

expositores e parceiros de todas as edições reuniu-se entre os<br />

dias 13 e 16 de agosto, em celebração à luz, tornando-se parte<br />

de um momento marcante para a comunidade da iluminação<br />

do Brasil e da América Latina: os 10 anos do LEDforum.<br />

A edição comemorativa deste ano apresentou diversas novidades,<br />

a começar pelos Workshops Internacionais da Semana da Luz<br />

(WSISL), oferecidos em parceria pela AsBAI e pelo LEDforum.<br />

Neste ano, foram dois: “Laboratório de experimentação”, com<br />

Aleksandra Stratimirovic, Diana Joels e Fernanda Carvalho; e<br />

Atelier de Projeto, com Martina Weiss e Mariana Novaes. Ambos<br />

os workshops foram criados e desenvolvidos em conjunto com<br />

as convidadas internacionais.<br />

Núcleo da Semana da Luz, o 10º LEDforum foi uma verdadeira<br />

homenagem ao público que o consagrou, a começar pela<br />

impecável curadoria e organização de Thiago Gaya, publisher<br />

da Editora Lumière, e do arquiteto e lighting designer Orlando<br />

Marques, editor chefe da revista <strong>L+D</strong>. Destacaram-se também<br />

a cenografia especial para o palco do LEDforum, desenvolvida<br />

pela arquiteta-cenógrafa Stella Tennenbaum e iluminada pela<br />

lighting designer Fernanda Carvalho; e a iluminação da plateia<br />

da sala de conferências, mais uma vez desenvolvida em parceria<br />

com a Omega Light. Além disso, a edição comemorativa do<br />

LEDforum apresentou duas novas áreas expositivas e de<br />

networking, um tipo de ocupação também inédita do centro<br />

de convenções do Tivoli Mofarrej Hotel e Spa, onde aconteceu<br />

o congresso.<br />

Os participantes do 10º LEDforum tiveram ainda a<br />

oportunidade de participar da terceira edição da dinâmica<br />

mesa.360, que, neste ano, apresentou uma proposta<br />

surpreendente, colocando como prioridade as relações humanas,<br />

que a organização do congresso tanto preza e valoriza. Essas<br />

relações puderam ainda ser estreitadas durante os dois eventos<br />

sociais promovidos durante a Semana da Luz: o tradicional<br />

dinner+drinks+dance oferecido pela e:light em sua sede em<br />

São Paulo, após o primeiro dia do congresso; e a 4ª edição da<br />

festa de encerramento Lighting Lovers, realizada no Estúdio<br />

Brasil Ingo Maurer, que teve como tema “Transformação”.<br />

A seguir, confira a cobertura completa da Semana da Luz<br />

e do LEDforum e a galeria de lançamentos e destaques de<br />

equipamentos de iluminação dos patrocinadores.<br />

72 73


WORKSHOPS INTERNACIONAIS DA<br />

SEMANA DA LUZ 2019<br />

Texto: Fernanda Carvalho e Mariana Novaes | Fotos: Rodrigo Peixoto<br />

A<br />

cada ano, a Semana da Luz traz novidades que surpreendem<br />

um público crescente, muito engajado e disposto<br />

a aprender e se reinventar. A parceria fértil entre a<br />

AsBAI e o LEDforum chega à sua sexta edição, expressando a<br />

consolidação de uma comunidade forte e ativa. E, como vem<br />

sempre acontecendo, pudemos contar com um público fiel e<br />

disposto a inovar com luz e interessado em aprimorar suas<br />

ferramentas de projeto de iluminação.<br />

A novidade deste ano foi a realização simultânea de dois<br />

workshops internacionais, com enfoques diferentes. Com essa<br />

possibilidade, o evento ampliou sua abrangência, abarcando um<br />

público maior e mais diversificado de participantes. O sucesso<br />

da empreitada já se mostrou logo no lançamento das atividades,<br />

que tiveram suas vagas esgotadas em poucos dias.<br />

O workshop Laboratório de Experimentação foi conduzido<br />

pela lighting designer e artista Aleksandra Stratimirovic, com<br />

a colaboração das lighting designers Diana Joels e Fernanda<br />

Carvalho. A atividade se desenvolveu em um local da cidade de<br />

onde se podia visualizar o espigão da Avenida Paulista por uma<br />

perspectiva desconhecida, cercada por um entorno inesperado<br />

do bairro de Perdizes, onde a escuridão e o silêncio surpreendem<br />

quem já conhece a capital paulistana. Essa visão de algo conhecido<br />

por uma nova perspectiva foi o conceito gerador do workshop<br />

trazido por Diana.<br />

A partir disso, três apresentações foram explicitando a<br />

abordagem que se pretendia no workshop: a abertura para novas<br />

perspectivas do conhecido, a assimilação da alta potencialidade do<br />

escuro e a concepção livre de ideias a partir de poucos elementos,<br />

com a valorização do simples. Diana iniciou o workshop fazendo<br />

uma introdução de todo o processo que iria ser desenvolvido,<br />

estruturando o trabalho. A apresentação foi inspirada no mito da<br />

Caverna de Platão: a sombra pode nos iludir, mas também nos<br />

informa e nos conecta com o mundo das coisas.<br />

Para estimular o processo de descoberta e experimentação,<br />

Aleksandra mostrou alguns trabalhos dos quais participou com<br />

grande liberdade propositiva, inspirando os participantes com o<br />

frescor de ideias simples e potentes. Mostrou como sua juventude<br />

em um país em guerra a estimulou a criar seus próprios mundos<br />

utilizando muito poucos recursos.<br />

O tema da experimentação também foi abordado de forma<br />

inusitada por Fernanda Carvalho, que convidou o marido Beto<br />

Villares, músico e produtor musical, para uma conversa dentro de<br />

seu estúdio. Beto mostrou como o fazer e o pensar vão modificando<br />

ou reforçando o caminho da criação. Os participantes puderam<br />

entrar em contato com uma forma de criar que é inseparável da<br />

experimentação.<br />

O trabalho proposto aos participantes foi que os grupos<br />

criassem sua própria “questão-problema” – de ordem realista ou<br />

fantástica – e gerassem uma resposta com uma instalação de luz<br />

com materiais muito simples, como luzinhas de Natal, pequenos<br />

espelhos, prismas, tinta fosforescente e a luz de seus próprios<br />

celulares. Ou seja, com pouca materialidade, os quatro grupos<br />

conseguiram criar imagens surpreendentes, de alto impacto visual<br />

e poético, pois conseguiram focar no essencial.<br />

74 <strong>75</strong>


FICHA TÉCNICA<br />

Realização:<br />

AsBAI e LEDforum<br />

Comitê organizador:<br />

Diana Joels, Fernanda Carvalho, Orlando Marques,<br />

Paula Carnelós e Thiago Gaya<br />

Concepção, metodologia e facilitação<br />

dos workshops:<br />

Laboratório de Experimentação:<br />

Aleksandra Stratimirovic, Diana Joels e<br />

Fernanda Carvalho<br />

Atelier de projeto:<br />

Mariana Novaes e Martina Weiss<br />

Gestão do projeto:<br />

Thiago Gaya<br />

Coordenação executiva:<br />

Diana Joels, Fernanda Carvalho, Mariana Novaes e<br />

Thaylise Nunes (AsBAI)<br />

Coordenação técnica:<br />

Diana Joels, Fernanda Carvalho e Mariana Novaes<br />

Comunicação:<br />

Mariana Novaes e Thiago Gaya<br />

Patrocinadores:<br />

Lemca, Lumicenter, Omega Light, Osvaldo Matos<br />

e Steluti<br />

Já o workshop Atelier de Projeto foi conduzido pela arquiteta<br />

de interiores e lighting designer Martina Weiss, com a colaboração<br />

da arquiteta e lighting designer Mariana Novaes.<br />

Diretora do premiado escritório alemão Licht Kunst Licht<br />

(LKL), Martina começou o dia apresentando o escritório e falando<br />

sobre a importância do trabalho em grupo e multidisciplinar para o<br />

sucesso dos projetos, assim como compartilhou alguns exemplos<br />

conceituais e processuais de uma série de projetos inspiradores<br />

desenvolvidos pelo escritório, como a sede da Thyssenkrupp em<br />

Essen, a Universidade Profissional Arquiepiscopal em Colônia, o<br />

Parlamento Estadual de Baden-Württemberg e o Museu LWL de<br />

Arte e Cultura em Münster, todos na Alemanha.<br />

Logo depois, propôs aos participantes o exercício de<br />

desenvolvimento de um conceito para o lobby em uma<br />

torre de uso misto em Hamburgo, na Alemanha, projeto em<br />

andamento em seu escritório. Fez uma apresentação para<br />

contextualizar a cidade na Europa e no país e explicou o<br />

conceito desenvolvido pelo escritório de arquitetura David<br />

Chipperfield, complementando com uma análise da arquitetura<br />

e da função multiuso do lobby.<br />

Martina estimulou que o conceito de iluminação criasse uma<br />

identidade e uma experiência positiva – a primeira impressão<br />

ao entrar no edifício, permitir flexibilidade, criar um caráter<br />

representativo, ajudar na orientação espacial dos visitantes, ser<br />

um link de suporte para o mundo exterior, criar qualidade de<br />

permanência e considerar cenários diurnos e noturnos.<br />

Os vinte participantes foram organizados em cinco grupos,<br />

que, após trabalharem por algumas horas, recebendo a mentoria<br />

de Martina e Mariana, apresentaram o resultado do exercício,<br />

com suas ideias de iluminação, incluindo um título, três adjetivos<br />

e uma música ou um trecho de música que descrevessem o<br />

conceito desenvolvido.<br />

Água, ondas do mar, cardumes humanos, ir e vir, entre outros,<br />

foram alguns dos conceitos divertidamente apresentados e<br />

reforçados pelas músicas “Como uma onda”, de Lulu Santos e<br />

“Yellow Submarine”, dos Beatles. Para finalizar o workshop, Martina<br />

apresentou o conceito desenvolvido pela equipe da LKL para o<br />

mesmo projeto, objeto de uma competição recém-vencida por<br />

eles. E, generosamente, compartilhou todos os questionamentos,<br />

pesquisas, referências, modelos e maquetes desenvolvidos e<br />

considerados pela equipe e apresentados ao cliente.<br />

Uma rica conversa entre os participantes encerrou o dia. O<br />

objetivo do workshop não era desenvolver uma abordagem de<br />

iluminação tecnicamente perfeita, mas convidá-los a projetar<br />

a luz para criar emoções e atmosfera para as pessoas que vão<br />

usufruir o espaço.<br />

Agradecemos a valorosa contribuição da Aleksandra e da<br />

Martina à comunidade de iluminação brasileira participante,<br />

assim como os patrocinadores Lemca, Lumicenter, Omega Light,<br />

Osvaldo Matos e Steluti, por ajudarem a viabilizar mais uma<br />

extraordinária Semana da Luz!<br />

Agradecimentos especiais:<br />

Beto Villares, Fernanda Carvalho, Rodrigo Peixoto e<br />

Superbacana+<br />

Participantes:<br />

Laboratório de Experimentação:<br />

Adriel Ushli de Lima, Camila Rocha,<br />

Carolina de Lacquila, Débora Mayumi Torii,<br />

Eder Ferreira, Fábio Keiti Nagata,<br />

Gabriel Vinagre, Gerardo Fonseca,<br />

Gilberto Franco, Helena Caixeta,<br />

Priscila Mercial, Priscila Pacheco,<br />

Roberto Luiz Longarço, Silvia Carneiro e<br />

Thaís Neves Cedrolla<br />

Atelier de projeto:<br />

Adriana Costa Leite, Ana Karina Atalla C. C. Gelain,<br />

Arthur Sá, Beatriz Esteves, Chean Yok Hsui,<br />

Daniel Feldman, Franklin André Wuicik, Gabriela de<br />

Souza e Silva Ferreira, Ivone Magalhães Szabó,<br />

Junia Azenha, Kika Chroniaris, Marcos Yuji Noyori,<br />

Marina Laranjeira, Marina Makowiecky, Mônica<br />

Plumari Cezar, Ricardo Fahl de Oliveira, Ruy Soares,<br />

Silvia Bigoni, Tom Teixeira e Vinícius Malaco<br />

76 77


10º LEDFORUM<br />

Texto: Débora Torii | Fotos: Leandro de Carvalho<br />

Há dez anos, a tecnologia LED se apresentava como<br />

“a luz do futuro”. Há dez anos, o emprego dessa<br />

tecnologia em projetos de iluminação arquitetônica<br />

ainda era apenas uma promessa. Há dez anos, o mercado da<br />

iluminação no Brasil dava seus primeiros passos em direção a<br />

uma revolução na maneira de projetar a luz, em virtude dessa<br />

inovadora tecnologia. Há dez anos, a Editora Lumière, em parceria<br />

com a AsBAI, realizava a primeira edição do LEDforum, com<br />

o objetivo de informar e discutir potencialidades, limitações e<br />

perspectivas do uso dos LEDs.<br />

Dez anos depois, com o triplo de participantes em relação<br />

à sua primeira edição – e com suas vagas esgotadas em apenas<br />

20 dias –, o LEDforum mantém sua importância e sua evolução<br />

na discussão sobre tecnologia de equipamentos de iluminação<br />

e sua aplicação no ambiente construído. Porém, não se limita<br />

a tratar de tecnologia. A edição comemorativa aos 10 anos do<br />

LEDforum não poderia ter um enfoque diferente: as relações<br />

humanas. O 10º LEDforum apresentou temas e atividades<br />

primordialmente voltados aos seres humanos, seja em suas<br />

relações profissionais – e até pessoais –, seja como usuários<br />

dessa tecnologia.<br />

78 79


1 2<br />

8<br />

3 4 5<br />

9 10 11 12<br />

6<br />

7<br />

Abrindo esta edição, o lighting designer e colaborador de longa<br />

data da <strong>L+D</strong> Gilberto Franco 1 preparou um inspirado Prefácio<br />

– parcialmente reproduzido na matéria sobre a Semana da Luz<br />

– aos 10 anos do LEDforum, exibindo uma seleção de imagens<br />

de slides que foram apresentados por alguns dos palestrantes<br />

dessa primeira década do congresso. Sua apresentação foi seguida<br />

pelo lighting designer Emrah Baki 2 , do escritório australiano<br />

Steensen Varming, com a palestra “Era uma vez em lighting<br />

design”, que conduziu a plateia em uma viagem pela evolução da<br />

luz e das tecnologias da iluminação, comparando seus aspectos<br />

quantitativos e qualitativos e levantando questionamentos sobre<br />

como a indústria e os lighting designers podem se moldar para<br />

acompanhar essas mudanças, nos dias de hoje e em um futuro<br />

próximo. Sob outra abordagem, esse também foi o tema da<br />

palestra do lighting designer croata Dean Skira 3 , fundador do<br />

escritório Skira Architectural Lighting Design. Em “Criatividade,<br />

complexidade, contradição e consequência”, Skira discorreu<br />

sobre a necessidade de difundir, ao público não especializado,<br />

a importância da iluminação de qualidade e o papel do lighting<br />

designer para sua obtenção, em especial no cenário atual,<br />

quando são, muitas vezes, priorizados custo e eficiência, em<br />

detrimento da qualidade.<br />

A lighting designer lituana Agne Milkeviciute 4 também falou<br />

sobre iluminação de qualidade, porém com ênfase na luz natural e<br />

em projetos de arquitetura, com base em sua interessante pesquisa<br />

“A crise da janela: o propósito das aberturas para a luz do dia<br />

perdido” – vencedora do Light Symposium Paper Competition<br />

em Estocolmo, Suécia, no ano passado. Agne discorreu sobre<br />

o papel do arquiteto na definição das aberturas dos espaços<br />

construídos – muitas vezes determinadas somente por parâmetros<br />

estéticos – e seu impacto no bem-estar dos usuários. O papel<br />

do arquiteto e do lighting designer também foi abordado pelo<br />

lighting designer britânico Mark Major 5 , titular do escritório<br />

Speirs + Major, que encerrou o primeiro dia do LEDforum com<br />

a palestra “Estabilidade, utilidade e luz (firmitas, utilitas, lux):<br />

revisitando os princípios da iluminação arquitetural”. Em sua<br />

aguardada apresentação – desenvolvida especialmente para o<br />

LEDforum –, Major examinou os três princípios do tratado De<br />

Architectura, de Vitrúvio (estabilidade, utilidade e beleza), sob a<br />

óptica dos projetos de iluminação no século XXI, e questionou se<br />

o resultado estético e experimental da iluminação arquitetônica,<br />

ao proporcionar a “beleza”, é o resultado mais importante quando<br />

se trabalha com um meio tão efêmero.<br />

A artista sérvia radicada na Suécia Aleksandra Stratimirovic 6<br />

tocou o público mais uma vez, depois de três anos de sua primeira<br />

participação no LEDforum, com mais um momento emocionante.<br />

Na palestra “Sintonizando a escuridão”, a artista falou de seu<br />

interesse particular na relação entre a escuridão e a luz e como isso<br />

influencia suas criações. Sob a luz de delicadas esculturas luminosas,<br />

criadas pela artista para o LEDforum, sua apresentação foi iniciada e<br />

encerrada com uma performance sonora do renomado trompetista<br />

argentino Leonel Kaplan 7 , que simulou o som da escuridão.<br />

Outro momento especial desta edição comemorativa do<br />

LEDforum foi a entrega dos prêmios LIT Design Awards 8 a todos<br />

os participantes e palestrantes que tiveram projetos premiados<br />

na 2ª edição do concurso. Os troféus e os certificados foram<br />

entregues pessoalmente pelo fundador do prêmio, Hossein<br />

Farmani, e por Ellen Hemming, sua realizadora.<br />

Dentre as palestras de conteúdo técnico, o engenheiro<br />

eletrônico Vicente Scopacasa 9 compartilhou com o público<br />

sua mais recente pesquisa: “A percepção real das cores e os<br />

procedimentos de avaliação: uma pesquisa prática”, em que<br />

analisou os atuais métodos de avaliação de cor e demonstrou que<br />

outras variáveis não consideradas podem influenciar a percepção<br />

das cores. O gerente de engenharia de aplicação da Cree, Ralph<br />

C. Tuttle 10 , discorreu sobre “O futuro da iluminação LED”, que<br />

tende a extrapolar sua função básica de prover luz, passando<br />

a funcionar como plataforma para inúmeros outros tipos de<br />

dispositivo e de sensor inteligente, de maneira integrada. Falando<br />

também sobre sistemas de controle e sensores, o engenheiro<br />

eletrônico Brayan Rodriguez Vasquez 11 representou a Lutron<br />

com a palestra “Benefícios em planejar e gerenciar o controle<br />

total da iluminação: eficiência energética e ‘human centric<br />

lighting’”, exemplificando como a criação do ambiente correto,<br />

por meio de diferentes ferramentas de controle, pode gerar mais<br />

produtividade, conforto – e até felicidade – aos usuários. Já o<br />

gerente de desenvolvimento de negócios da LEDiL, Olli Laakkio<br />

12 , abordou, na palestra “Iluminação comercial que vende”,<br />

a importância da utilização de soluções ópticas adequadas<br />

e eficientes para a criação de ambientes comerciais mais<br />

80 81


PRODUTOS: ESPECIAL 10º LEDFORUM<br />

Texto: Waleria Mattos<br />

13<br />

14 15<br />

AUZIER<br />

A Auzier apresentou suas novidades em telas tensionadas<br />

BJB<br />

A 3ª geração do Linear Flat System (LFS) está disponível em<br />

translúcidas para iluminação. Com a possibilidade de instalação<br />

comprimentos de 600 mm, 1.200 mm e 1.500 mm, com eficácia de<br />

atrativos, apresentando algumas das novas possibilidades<br />

de lentes criadas em razão da tecnologia LED.<br />

Na mais “humana” de todas as edições do LEDforum, o tom<br />

pessoal e intimista permeou diversas apresentações. Foi o caso da<br />

lighting designer Mônica Luz Lobo 13 , que, com a lighting designer<br />

e educadora Diana Joels e parte da equipe do LD Studio – Daniele<br />

Valle, Caio Firmino, Juliana Valente, Ana Paula Laronga e Clarissa<br />

Bonotto –, expôs ao público a origem e o percurso por trás de “O<br />

Os participantes do 10º LEDforum tiveram ainda a oportunidade<br />

de participar da terceira edição da dinâmica mesa.360,<br />

que neste ano apresentou uma proposta totalmente diferente<br />

das anteriores. A comunidade da iluminação ali reunida foi<br />

introduzida à técnica terapêutica da Constelação Familiar,<br />

uma vivência, conduzida pelo especialista Dr. Renato Shaan,<br />

na qual os participantes puderam confrontar – e quem sabe<br />

solucionar – questões e conflitos profissionais e individuais.<br />

em tetos e paredes, os painéis podem ser produzidos de<br />

acordo com as características do projeto – com largura de até<br />

5 metros –, em comprimentos e formatos variados.<br />

auzier.com.br<br />

160 lm/W e distribuições fotométricas para diferentes aplicações,<br />

como fachos de luz largo, estreito, fachos assimétricos simples<br />

e duplos, além da possibilidade de uso em trilhos eletrificados.<br />

Outros destaques foram o tipo de conector para conexão rápida<br />

de módulos LED que seguem Zhaga Book 21; lentes; refletores;<br />

difusores; conectores para COB e outros elementos de fixação<br />

para módulos LED.<br />

bjb.com<br />

Pulo”, o processo de reinvenção pelo qual passou o escritório<br />

Coroando as relações humanas desta edição do<br />

após completar 20 anos de existência. Alguns segredos também<br />

LEDforum, foram realizados dois eventos sociais que já<br />

foram revelados durante a palestra “Transformando desafios em<br />

viraram tradição durante a Semana da Luz. Após o primeiro<br />

mágica”, da lighting designer alemã Martina Weiss 14 , diretora<br />

dia do congresso, a e:light ofereceu a 5ª edição do animado<br />

do escritório Licht Kunst Licht, que contou como a experiência<br />

dinner+drinks+dance, em seu showroom. Na noite seguinte,<br />

de morar em São Paulo durante três anos a ensinou a lidar com<br />

aconteceu a 4ª edição da festa de encerramento Lighting<br />

imprevistos e limitações encontrados durante o processo de<br />

Lovers, novamente realizada no Estúdio Brasil Ingo Maurer,<br />

projeto – com a criatividade brasileira!<br />

que neste ano teve como tema “Transformação”. A festa<br />

Como não poderia deixar de ser, a palestra de encerramento<br />

contou com ambientação especial criada pelo LEDforum,<br />

do 10º LEDforum foi mais um momento antológico desta<br />

edição comemorativa. O diretor artístico do Grupo Corpo, Paulo<br />

pela AsBAI e pela FAS Iluminação, que também exibiu a<br />

instalação inédita de Ingo Maurer, Festa delle Farfalle, com<br />

BELLA LUCE<br />

BRILIA<br />

Pederneiras 15 , foi o convidado especial de um descontraído<br />

direito a um convite, em forma de vídeo, enviado pelo<br />

As linhas PRO-Color e PRO-Color Tunable, com IRC 90<br />

Pensando em um novo conceito de iluminação inteligente<br />

bate-papo, conduzido por Orlando Marques e Thiago Gaya,<br />

designer especialmente aos participantes do LEDforum e<br />

e IRC 98, foram elaboradas para atender às exigências<br />

e em IoT, a Brilia criou a LightSense, que possibilita o controle<br />

organizadores do evento, e pela arquiteta e lighting designer<br />

da Semana da Luz.<br />

relacionadas à qualidade de reprodução de cores de fontes<br />

da luz por meio de Wi-Fi via smartphone, tablet, smartwatch,<br />

Junia Azenha. Acompanhando a exibição de dezenas de vídeos<br />

Sempre intenso e inspirador, o 10º LEDforum foi uma<br />

luminosas. Com mais de 200 opções de módulos, os produtos<br />

assistente de voz ou dimmer inteligente touch. Compatível com<br />

de espetáculos emblemáticos da companhia de dança e de<br />

verdadeira homenagem não apenas à sua marcante história<br />

podem ser aplicados na iluminação corporativa e residencial<br />

as lâmpadas, as luminárias e as fitas de LED da empresa, a solução<br />

citações marcantes do diretor, Pederneiras dividiu com o público<br />

e trajetória, mas também – e principalmente – às pessoas<br />

e em diversas outras tipologias de arquitetura.<br />

está disponível nos modelos: LightSense (forro); Plug (tomada)<br />

algumas de suas mais emocionantes e curiosas histórias acerca<br />

e às empresas que acompanham, participam e vibram com<br />

bellaluce.com.br<br />

e Touch I e III (parede). A tecnologia é projetada e produzida no<br />

da criação dos espetáculos do grupo, no decorrer de seus mais<br />

cada nova edição. A vocês, nosso muito obrigado! Nós nos<br />

Brasil pela Brilia e seus parceiros.<br />

de 43 anos de existência.<br />

vemos novamente em 2020!<br />

brilia.com<br />

82 83


CELERA FIBRAS<br />

DIMLUX<br />

O serviço de simulação térmica computacional para luminárias<br />

LED da Celera Fibras prevê com precisão (em mais de 98%)<br />

A linha Invisible de luminárias embutidas “no frame” permite<br />

excelente integração com a arquitetura. Desenvolvida em gesso,<br />

EMBRALUZ<br />

ITAIM LIGHTING CONCEPT<br />

qual será a eficiência térmica da luminária e, assim, avalia se o<br />

a Invisible utiliza uma lâmpada no formato tipo dicroica GU10.<br />

Um dos lançamentos da Embraluz, o RoomSet, do fabricante<br />

Com soluções específicas para cada necessidade, as<br />

design do produto requer eventuais otimizações. O excesso de<br />

Outro destaque da Dimlux foi o sistema Finn Mult, um perfil de<br />

de automação Helvar, é controlado por meio de um tablet com<br />

luminárias da família Orbi Color It realçam as cores de objetos<br />

temperatura do LED é a principal causa de redução de sua vida<br />

alumínio extrudado, de embutir ou sobrepor, compatível com<br />

sistema operacional Android. A solução permite facilmente criar,<br />

e valorizam o ambiente. As luminárias dessa linha também<br />

útil e de degradação do desempenho luminoso.<br />

múltiplas opções de fontes de luz, permitindo sua customização<br />

copiar e colar cenas de iluminação, comandando grupos de controle<br />

destacam a vibração natural das cores com alto índice de<br />

celerafibras.com.br<br />

de acordo com o projeto.<br />

de uma ou de múltiplas salas, de maneira independente. Cargas e<br />

fidelidade (IRC > 95), além de design diferenciado com corpo<br />

dimlux.com.br<br />

comandos compatíveis com o protocolo DALI também interagem<br />

de chapa de aço e acabamento em pintura eletrostática na<br />

com o sistema por meio de comunicação Wi-Fi.<br />

cor branca ou preta.<br />

embraluz.com.br<br />

itaimlc.com.br<br />

COMPANHIA DE ILUMINAÇÃO<br />

EKLART<br />

Os novos spots Aletatto 2 e Mini e Tube-Winnie apresentam<br />

o cabo de alimentação oculto e contam com lentes cambiáveis<br />

tipo TIR que possuem 92% de aproveitamento da luz gerada<br />

pelo LED COB. Os spots têm quatro tipos de alojamento ou<br />

suporte: no perfil de borda infinita tipo “noedge”; em alojamento<br />

de sobrepor; em alojamento em trilho horizontal e vertical. A<br />

luminária embutida Orbit Mega Neo também foi destaque. Todos<br />

os modelos permitem a troca da lente.<br />

ciadeiluminacao.com.br<br />

A Eklart LED apresentou a sua linha de Fitas “PRO”,<br />

com IRC 98 e R9 ≥ 95. A empresa também exibiu os novos<br />

perfis flexíveis de LED e perfis com emissão de luz lateral<br />

para maior liberdade nos projetos de iluminação.<br />

eklart.com<br />

EVER LIGHT<br />

Provocar sensações e controlar cenas de luz por meio de<br />

uma única luminária pode ser uma premissa fundamental em<br />

um projeto luminotécnico. Essa é a essência da luminária Pixel.<br />

Com a possibilidade de alternar entre diferentes aberturas<br />

de fachos e ajustar a temperatura de cor, a Pixel proporciona<br />

flexibilidade aos projetos, com dimensões minimalistas e<br />

desempenho eficiente.<br />

LEDIL<br />

“Linda” é uma lente extrudada, com controle óptico longitu<br />

dinal de precisão, óptica de 24 mm de largura de PMMA<br />

difuso de alta eficiência, excelente performance de ocultação<br />

de LEDs e controle de distorção de cor. O produto é de fácil<br />

instalação, pois é possível pressioná-lo ou deslizá-lo para encaixe<br />

na estrutura da luminária. Disponível em seis fotometrias e<br />

compatível com PCBs com uma fileira de LEDs “mid-power”.<br />

everlight.com.br<br />

ledil.com<br />

CREE<br />

E:LIGHT<br />

INTERLIGHT<br />

LEMCA ILUMINAÇÃO<br />

O LED Xlamp® CMA/CMT é otimizado com o melhor fluxo Com design minimalista indicado para projetos de museus,<br />

A linha Do-it é a evolução da iluminação linear e uma tendência A Lemca apresentou sua nova linha de projetores lineares<br />

luminoso útil da categoria, entregando eficácia e confiabilidade lojas etc., a luminária Parscan Zoom, da Erco, tem distribuição<br />

na área de projetos de iluminação. A Interlight incorporou ao embutidos para piso, com facho simétrico ou assimétrico. Estão<br />

em correntes de alta movimentação. Possui o metal COB (Chip fotométrica precisa e flexível. O controle de ofuscamento<br />

sistema, módulos de iluminação pontual, difusa e assimétrica, disponíveis versões de 6 LEDs (12 W), 12 LEDs (17,5 W) e 24 LEDs<br />

On Board), com uma grande variedade de tamanhos LES – Light oferecido pela luminária eleva o conforto visual, mesmo em<br />

com diferentes opções de fachos, fluxos e potências, temperaturas (33,6 W), nas medidas de 313 mm, 527 mm e 1.007 mm, respectivamente,<br />

Emitting Surface (superfície de emissão de luz), e sua tecnologia situações críticas. A e:light destacou ainda outras novidades,<br />

de cor e até a possibilidade de integrar luminárias pendentes e<br />

e na opção RGBW. Indicados para áreas externas, os<br />

eTone, que entrega qualidade de luz de IRC 90 com a mesma como as linhas Compar, também da Erco, a Light Shadow, da<br />

projetores. A Do-it oferece versatilidade, pois tem um sistema projetores têm IP 67 e IK 07, corpo de alumínio extrudado, pintura<br />

eficiência do padrão atual dos LEDs de IRC 80.<br />

Flos, e a Wing, da Iluminar.<br />

de encaixe simples e de fácil ajuste. É um produto fabricado no eletrostática, tampa frontal de aço inoxidável cromado com difusor<br />

artimar.com.br/fabricante-cree<br />

goelight.com.br<br />

Brasil e oferece garantia de cinco anos.<br />

de vidro temperado 8 mm e lentes de acrílico.<br />

interlight.com.br<br />

lemca.com.br<br />

84 85


LIGHT DESIGN + EXPORLUX<br />

O Spot Rox foi elaborado com tecnologia moderna para<br />

oferecer fotometria precisa por meio de lentes de silicone,<br />

que reduzem o spill light (facho secundário). Outro benefício<br />

é o sistema de zoom que permite a variação de 12° a 36° de<br />

aberturas de fachos, possibilitando flexibilidade de acordo com<br />

as necessidades do projeto, além de facilitar possíveis alterações<br />

futuras. Equipados com LEDs de IRC de 99 e R9 > 93, os projetores<br />

permitem dimerização com variação de temperatura de cor<br />

(tunable white) e intensidade luminosa.<br />

lightdesign.com.br<br />

LUMINI<br />

A luminária u.f.o., criação do designer Fernando Prado,<br />

disponível nas versões mesa, piso e pendente, foi um dos<br />

destaques da Lumini. Com traços finos e desenho limpo, o<br />

produto tem controle eficaz do ofuscamento da luz e proporciona<br />

eficiência energética. As versões mesa e piso têm o sistema<br />

LUXION ILUMINAÇÃO<br />

A nova coleção Kevo é composta de peças de embutir e de<br />

sobrepor e projetor para trilho eletrificado. A linha foi elaborada<br />

para minimizar tamanhos, priorizar o baixo ofuscamento e<br />

proporcionar conforto visual por meio do recuo de seu sistema<br />

óptico. Com fluxos de 440 lm, 650 lm e 1.150 lm, a coleção Kevo<br />

foi idealizada para uso residencial e em ambientes comerciais<br />

mais intimistas.<br />

luxion.com.br<br />

OMEGA LIGHT<br />

Desenvolvida pela Omega Light, a linha Atmo apresenta<br />

microluminárias de diferentes tipologias, como pendentes,<br />

projetores e embutidas, para variadas aplicações, o que<br />

possibilita versatilidade aos projetos de iluminação. Com design<br />

contemporâneo e consumo eficiente, a linha é fabricada com<br />

menos matéria-prima e recursos naturais, caracterizando-a<br />

como produto de características sustentáveis.<br />

omegalight.com.br<br />

de orientação do disco em torno da haste, possibilitando o<br />

direcionamento do facho de luz, cuja intensidade pode ser<br />

controlada em três níveis por um touch dimmer. Outro destaque<br />

é a luminária Duna, criação dos arquitetos Domingos Pascali e<br />

Sarkis Semerdjian. Disponível em três tamanhos, a luminária tem<br />

sistema de dimerização pelo movimento de areia na sua cúpula.<br />

lumini.com.br<br />

MISTERLED<br />

Os perfis flexíveis da MisterLED são indicados tanto para<br />

uso em áreas externas (com IP65), quanto para aplicações<br />

em ambientes internos, podendo ser integrados até mesmo<br />

LIGHTSOURCE<br />

O sistema para sancas Atria foi desenvolvido para aberturas<br />

lineares ou poligonais em forros, com resultado visual de borda<br />

com espessura zero. O perfil pode incorporar trilhos eletrificados<br />

que suportam os projetores Nix-C-Flex com total liberdade de<br />

movimento e ausência de fios elétricos. Também pode receber<br />

aplicação de iluminação linear interna para acendimento interno<br />

de sancas e nichos.<br />

lightsource.com.br<br />

em mobiliários. Disponíveis em sete modelos, os perfis variam<br />

de 4 mm até 16 mm de largura, IRC >80 e sua aplicação pode<br />

ser embutida ou sobreposta. A temperatura de cor é definida<br />

de acordo com as necessidades do projeto, disponíveis entre<br />

2.700 K, 3.000 K ou 4.000 K.<br />

misterled.com.br<br />

ONLIGHT<br />

O Fast Track é um sistema de trilhos e projetores que permite a<br />

distribuição e a orientação de grupos de luminárias remotamente<br />

por meio de um controle sem fio chamado “Flos Smart Control”,<br />

gerenciado por um aplicativo para dispositivos móveis. O Fast<br />

Track é indicado para espaços onde as necessidades mudam<br />

com frequência e cuja altura do pé-direito dificulte o ajuste e a<br />

focalização das luminárias.<br />

onlight.com.br<br />

LUTRON<br />

Desenvolvido pela empresa, o novo driver para LED com controle<br />

digital EcoSystem, da linha Hi-Lume Premier, é uma solução de<br />

alto desempenho para qualquer aplicação, pois fornece atenuação<br />

suave e contínua de dimerização para até 0,1% da potência de saída<br />

total da fonte luminosa. Além disso, o driver permite a transição<br />

da fonte luminosa normalmente e de modo suave entre os modos<br />

desligado-ligado (Soft-on) e ligado-desligado (Fade-to-Black).<br />

É indicado para projetos que exigem precisão na dimerização.<br />

lutron.com<br />

LUMICENTER LIGHTING<br />

Com o Lumisense®, sistema de automação 100% nacional, é<br />

possível controlar a luz de modo inteligente e sem a necessidade de<br />

central de controle. A tecnologia flexibiliza a iluminação de acordo<br />

com a necessidade, e o controle possibilita configurar sensores,<br />

alterar a intensidade e a temperatura de cor da luz, criar cenários<br />

e acionar luminárias. O sistema inclui sensores de presença e de<br />

luminosidade e apresenta tecnologia tunable white, que permite<br />

ajuste manual ou automático da temperatura de cor, podendo ser<br />

comandado por meio de tablet ou controle remoto.<br />

lumicenter.com<br />

86 newline.ind.br<br />

87<br />

NEWLINE<br />

Uma das novidades da empresa foi a linha de pendentes<br />

Fit LED Newline, com design “slim” (largura de 25 mm) e<br />

possibilidade de montagem modular para compor diferentes<br />

comprimento e desenhos. Com tecnologia “LedLine”, os produtos<br />

apresentam eficácia em torno de 110lm/W e estão disponíveis<br />

nas temperaturas de cor de 3.000 K e 4.000 K, tensão bivolt e<br />

opções de acabamento nas cores preta, branca, cobre e dourada.<br />

OSVALDO MATOS<br />

A luminária Uw – para iluminação tipo wallwasher uniforme<br />

de superfícies –, está agora disponível em comprimentos<br />

menores, de 150 mm e 300 mm, e foi o destaque da empresa<br />

durante o evento. Os módulos da luminária, desenvolvidos<br />

em parceria com a empresa alemã Bartenbach, podem ser<br />

integrados no sistema U45Sys da Osvaldo Matos para a<br />

criação de linhas contínuas.<br />

om-light.com


STILLUX<br />

Um dos principais destaques da Stillux foi a luminária LED<br />

POWER LUME<br />

Um dos destaques da Power Lume foi a linha de luminárias LED<br />

Ring. Composta de três modelos de luminárias (cada uma com<br />

três opções de diâmetros), a linha Ring permite iluminação direta<br />

e indireta, somente direta e/ou iluminação interna. Está disponível<br />

nas temperaturas de cor: branco quente (2.700 K); branco neutro<br />

REVOLUZ<br />

A Revoluz criou a linha Kona com exclusividade para<br />

o LEDforum 2019. Indicadas para ambientes corporativos,<br />

residenciais e comerciais, as luminárias possuem LED tipo COB<br />

integrado e lente com quatro opções de abertura de fachos.<br />

Disponíveis nas versões de embutir, sobrepor e projetor, os<br />

Vênus. Disponível nos modelos de sobrepor ou pendente, com<br />

difusor de acrílico leitoso de facho aberto, a solução tem corpo<br />

de alumínio extrudado, com pintura eletrostática a pó poliéster.<br />

Além da LED Vênus, a empresa exibiu também as luminárias<br />

Axis 7, Glint 51 e Pipe.<br />

stillux.com<br />

(4.000 K) e branco frio (5.700 K). Possui acabamento branco,<br />

produtos apresentam design em ângulos retos e dispõem de<br />

preto, marrom ou prata.<br />

refletor com diversas opções de acabamentos.<br />

powerlume.com.br<br />

revoluz.com.br<br />

TECNOWATT ILUMINAÇÃO<br />

Com desenho minimalista e alta eficácia luminosa, a<br />

luminária Skat tem design único e oferece desempenho aos<br />

projetos urbanos. Além de vida útil de 100 mil horas (L70), a<br />

solução propicia conforto visual e flexibilidade de aplicações<br />

em áreas públicas e/ou privadas. Possui corpo de alumínio<br />

PRILUX<br />

Com sede na Espanha e matriz em São Paulo, a marca acaba<br />

de lançar o conceito “Prilux Playtech Feelings”, que amplia as<br />

possibilidades para projetos luminotécnicos conectados com os<br />

novos ambientes inteligentes. Profissionais da área de iluminação<br />

estão convidados a conhecer essa experiência por meio do Programa<br />

de Especialistas Conectados<br />

grupoprilux.com.br/especialistas<br />

SIGNIFY<br />

Light Fidelity (LiFi) é uma tecnologia Philips de iluminação LED<br />

para a linha de luminárias Trulifi, que permite conexão de internet<br />

de banda larga. Em vez de usar ondas de rádio, como o Wi-Fi e as<br />

conexões 4G/5G, utiliza ondas de luz para comunicação sem fio<br />

bidirecional segura, com velocidade acima dos meios convencionais,<br />

sem comprometer a qualidade da iluminação.<br />

signify.com/pt-br<br />

SYFLAR<br />

A linha GAP é um sistema de iluminação que possibilita ao<br />

usuário compor distintos modelos de luminárias por meio de<br />

um sistema de encaixe rápido tipo “click”. O produto permite a<br />

compatibilidade com diferentes componentes do sistema, como<br />

spots e perfis de LED com difusor de acrílico. Por meio de um<br />

aplicativo, é possível alterar a temperatura de cor das luminárias,<br />

desde 2.700 K até 6.500 K.<br />

syflar.com.br<br />

injetado com IP 66, IK 08, driver dimerizável 1-10 V e proteção<br />

contra sobretensões de 10 kV/10 kA.<br />

tecnowatt.com.br<br />

TRACE LED SOLUTIONS<br />

Um dos principais destaques da Trace LED foi o módulo com<br />

tecnologia tunable white, com variação da temperatura de cor entre<br />

2.700 K e 6.500 K. A solução apresenta fluxo luminoso médio<br />

de 2.400 lm, eficácia aproximada de 137 lm/W e dimensões de<br />

PUNTOLUCE<br />

STELLA<br />

TECHNO DO BRASIL<br />

Desenvolvidos pela Techno, os conectores xDRY® possuem<br />

560 mm X 20 mm.<br />

traceled.com.br<br />

Capaz de reproduzir o efeito da luz solar e do céu, a luminária<br />

O Spot Flow, lançamento desenvolvido pela Stella, utiliza o<br />

uma tecnologia de comoldagem específica para instalações<br />

Sun Light foi o destaque apresentado pela Puntoluce. Segundo<br />

mínimo de componentes no seu desenho. O produto conta com<br />

impermeáveis (IP 66, IP 68, IP 69 K), além de uma barreira<br />

o fornecedor, a luminária “possibilita alterar a percepção da<br />

uma fonte luminosa recuada, com mecanismo inédito de troca<br />

especial contra umidade localizada dentro do cabo do produto.<br />

realidade”, especialmente quando instalada em um ambiente<br />

rápida da lâmpada, e um conector que, além de fino, oferece fácil<br />

Essas características tornam as soluções xDRY® indicadas<br />

fechado, onde não tenha a interferência de luz natural.<br />

instalação. Já o acessório Kit Grade – que pode ser acoplado ao<br />

para ambientes agressivos.<br />

puntoluce.com.br<br />

spot –, reduz ainda mais a possibilidade de ofuscamento.<br />

technodobrasil.com.br<br />

stella.com.br<br />

88 89


FOTO LUZ FOTO<br />

RAFAEL DEFINE<br />

Todos os envolvidos neste projeto são meus<br />

amigos: os donos, as arquitetas e as lighting<br />

designers. Naturalmente, o bar também é o meu<br />

preferido na cidade, o que tornou esse trabalho<br />

muito especial para mim. Escolhi essa imagem pois<br />

ela revela vários pontos importantes. De cara, a<br />

majestade de um prédio tão célebre como o Copan<br />

e seus pés-direitos e suas colunas descomunais.<br />

O projeto do Bar Fel se destaca pela mis tura<br />

de materiais, cores e texturas, pelas já icônicas<br />

luminárias e pelos detalhes preciosos, como o<br />

acabamento arredondado dos balcões, os ganchos<br />

e os apoios feitos de latão, o material mais característico<br />

usado no projeto.<br />

O enquadramento vertical da imagem foi<br />

escolhido para passar a amplitude que faz parte da<br />

experiência ao entrar no bar. Escolhi fotografá-lo<br />

vazio, pois um dos apelos do Fel é apreciar um drink<br />

sozinho, sem ser importunado, escutando uma<br />

música melancólica tocada nos vinis, que podem<br />

ser vistos ao fundo da imagem.<br />

Usei uma câmera Canon 5D mkIII com a lente<br />

Canon EF 35 mm ƒ1.4L USM na abertura ƒ5.6. Gosto<br />

de usar sempre o “meio” da lente, onde o foco é<br />

melhor e não se vê tanto a vinheta (escurecimento<br />

dos cantos da imagem). Prefiro ISO baixo, no caso<br />

100, para ter menos ruído e compensar no tempo<br />

de exposição, que foi de 2 segundos.<br />

A pós-produção foi mínima, apenas poucos<br />

ajustes de contraste e um filtro para emular o bom<br />

e velho Portra 400 (filme da Kodak, conhecido<br />

pelas tonalidades atenuadas).<br />

Realizamos três sessões para fazer todas as<br />

fotos. Como o bar tem fachada de vidro, tínhamos<br />

pouco tempo para que a luz do exterior e a luz<br />

do bar equalizassem perfeitamente o ambiente.<br />

Ao visitar o Fel, peça um Old Fashioned. Saúde!<br />

Natural de Orlândia, Rafael Define é um fotógrafo<br />

baseado em São Paulo, especialista em fotografia<br />

de arquitetura, de natureza-morta e de publicidade.<br />

90 91


92<br />

Limit 30°: solução ideal para varrimento de superfícies.<br />

NK Store , São Paulo Arquitetura Estúdio Tupi Lighting Design Estúdio Carlos Fortes Fotografia Andrés Otero

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