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Imagens: Takahiro Tsushima
¿QUÉ PASA?
ÁGUA, ONDA, OCEANO
Ao manipular a percepção do mundo físico, as instalações
e as obras produzidas pelo coletivo japonês Mé – formado por
Haruka Kojin, Kenji Minamigawa e Hirofumi Masui – buscam
conscientizar seu público das inseguranças e das incertezas do
mundo ao redor. Dessa linha de trabalho nasceu Contact, que
propôs a reinterpretação da paisagem cotidiana de um oceano.
Embora apresentada em grandes proporções, a instalação recria
uma ínfima porção de uma paisagem marítima, buscando
dar ao visitante a oportunidade de visualizar o oceano como
uma entidade única que reúne, ao mesmo tempo, paisagem,
ondas e água. “Não é possível nos aproximarmos de verdade
de uma paisagem oceânica. À medida que nos aproximamos,
o oceano se transforma em ondas que, a uma distância ainda
menor, se transformam em água”, explica Kojin.
O realismo da instalação é reforçado pela luz natural que
inunda o espaço através da grande janela existente ao fundo.
As mudanças na posição e na intensidade da luz do sol durante
o dia dão a impressão de que as ondulações da superfície
do mar artificial mudam de forma, aguçando ainda mais a
percepção do observador.
Ao promover o contato dos visitantes com essa visão
“impossível” do oceano, os designers dialogam com o tema da
exposição Roppongi Crossing 2019: Connexions, da qual a obra
fez parte. Promovida a cada três anos desde 2004 pelo Mori
Art Museum, em Tóquio, a mostra Roppongi Crossing coloca
em evidência a cena da arte contemporânea japonesa. Neste
ano, em comemoração aos 15 anos da série, foram exibidos
os trabalhos de 25 jovens artistas e coletivos que exploraram,
por meio da arte, diversos tipos de conexão. O tema escolhido
é uma forma de alerta aos conflitos e às rupturas que vêm
sendo ocasionados pelo rápido avanço nas tecnologias de
comunicação e informação. (D.T.)
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