*Outubro/2019 - Referência Industrial 212
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a garantia e o<br />
conceito de qualidade<br />
da plaina moldureira<br />
no brasil!<br />
A constante Inovação tecnológica nos<br />
distingue no mercado, tornando possível<br />
agora atender todos os tipos de indústria<br />
madeireira e moveleira.<br />
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INDUSTRIAL<br />
50<br />
<strong>2019</strong><br />
34<br />
44<br />
SUMÁRIO<br />
40<br />
MADEIRA<br />
ANUNCIANTES DA EDIÇÃO<br />
Abimci 33<br />
Abpm 31<br />
Alca Máquinas 02<br />
AWK Máquinas 25<br />
Cipem 11<br />
Codornada Florestal 65<br />
Contraco 23<br />
DRV Ferramentas 15<br />
Dudi Máquinas 61<br />
Engecass 17<br />
Fezer 57<br />
Formóbile 19<br />
Impacto 59<br />
Linck 09<br />
Máquinas Águia 67<br />
Mendes Máquinas 04<br />
Metalcava 49<br />
Mill Indústrias 29<br />
Mill Indústrias 63<br />
Mill Indústrias 68<br />
MSM Química 13<br />
Omil 43<br />
Picoloto 53<br />
Rotteng 47<br />
Siempelkamp 07<br />
Vantec 21<br />
SUMÁRIO<br />
06 Editorial<br />
08 Cartas<br />
10 Bastidores<br />
12 Coluna Flavio C. Geraldo<br />
14 Notas<br />
20 Prêmio<br />
22 Aplicação<br />
24 Frases<br />
26 Entrevista<br />
32 Coluna Abimci Paulo Pupo<br />
34 Principal Estudo Setorial Abimci <strong>2019</strong><br />
40 Construção Civil<br />
44 Marcenaria<br />
50 Especial De olho no futuro<br />
54 Madeira Tratada<br />
58 Artigo<br />
64 Agenda<br />
66 Espaço Aberto<br />
OUTUBRO <strong>2019</strong> 03
B U S I N E S S I N T E L I G E N C E<br />
Interface simples e customizável<br />
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e tecnologia para seus clientes e parceiros, passa a oferecer também o<br />
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EDITORIAL<br />
NA CAPA<br />
PROTAGONISMO<br />
O<br />
Brasil está de volta aos trilhos e deve retornar<br />
ao caminho do crescimento nos próximo<br />
anos - com a aproximação do governo<br />
brasileiro e dos EUA (Estados Unidos da<br />
América) isso deve ocorrer naturalmente, e<br />
a indústria será uma das maiores beneficiadas por esse<br />
movimento. Otimistas, nós, da REFERÊNCIA INDUS-<br />
TRIAL, trazemos nesta edição reportagens e matérias<br />
que mostram o protagonismo da indústria da madeira<br />
em diversos setores - desde a construção civil (com o<br />
exemplo do ousado Metropol Parasol, em Sevilha) até<br />
a nobre arte da marcenaria. Além disso, conversamos<br />
com o economista Jackson Bittencourt para traçar um<br />
panorama do setor e, em nossa reportagem de capa,<br />
abordamos o já tradicional estudo setorial da Abimci.<br />
Uma ótima leitura a todos!<br />
ESTAMPA A CAPA DESTE<br />
MÊS MONTAGEM ALUSIVA<br />
AO ESTUDO SETORIAL<br />
DESENVOLVIDO PELA ABIMCI<br />
EXPEDIENTE<br />
ANO XXI - EDIÇÃO <strong>212</strong> - OUTUBRO <strong>2019</strong><br />
06<br />
PROTAGONIST<br />
B<br />
razil is back on track and should return to<br />
the path of growth over the coming years;<br />
with the approximation of the Brazilian government<br />
and that of the United States, this<br />
should occur naturally, and the Sector will be<br />
one of the biggest beneficiaries from this movement.<br />
Optimists that we are, in this issue, REFERÊNCIA INDUS-<br />
TRIAL provides stories and material that show the Forest<br />
Sector as a protagonist in its various segments, from civil<br />
construction (with the example of the daring Metropol<br />
Parasol in Seville) to the noble art of woodworking. In<br />
addition, we talked to economist Jackson Bittencourt to<br />
outline a panorama for the Sector and, in our cover story,<br />
we cover the traditional Abimci Annual Sectoral Study.<br />
Pleasant reading!<br />
referenciaindustrial.com.br OUTUBRO <strong>2019</strong><br />
Diretor Comercial / Commercial Director - Fábio Alexandre Machado<br />
fabiomachado@revistareferencia.com.br<br />
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Colunista / Columnist<br />
Flavio C. Geraldo<br />
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consumidores de bens e serviços em madeira, instituições de pesquisa, estudantes universitários, orgãos<br />
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segmento madeireiro. A Revista REFERÊNCIA do Setor <strong>Industrial</strong> Madeireiro não se responsabiliza por<br />
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Liderança em<br />
tecnologia.<br />
Da Alemanha<br />
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O grupo Siempelkamp é um fornecedor de tecnologia que opera internacionalmente e consiste em três unidades<br />
de negócios: a engenharia de máquinas e instalações, a tecnologia de fundição e a unidade de negócios de serviços.<br />
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CARTAS<br />
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CAPA DA EDIÇÃO 211 DA<br />
REVISTA REFERÊNCIA INDUSTRIAL, MÊS DE SETEMBRO DE <strong>2019</strong><br />
URBANISMO<br />
A Revista da Indústria da Madeira / The Magazine for the Forest Product<br />
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Ano XXI • N°211 • Setembro <strong>2019</strong><br />
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FOCUS ON<br />
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MARCENARIA<br />
Por Jorge Pinho -<br />
Curitiba (PR)<br />
Tenho dois filhos<br />
pequenos e sei como é<br />
difícil encontrar móveis<br />
infantis no mercado.<br />
A reportagem sobre a<br />
Linha Noss realmente<br />
mostra como iniciativas<br />
revolucionárias podem<br />
ditar as novas regras do<br />
mercado. Parabéns pelo<br />
conteúdo.<br />
Por Marília Santos -<br />
Presidente Prudente (SP)<br />
Fiquei maravilhada com a iniciativa da cidade<br />
de Poznan. As plataformas móveis de madeira<br />
podem ser usadas de várias formas - e em<br />
várias cidades. Espero que as gestões públicas<br />
brasileiras adotem essa prática.<br />
Foto: divulgação<br />
Foto: divulgação<br />
Foto: divulgação<br />
Foto: divulgação<br />
ACORDO<br />
Por Dionísio Raulino -<br />
Londrina (PR)<br />
MINHA CASA, MINHA VIDA<br />
Por Marlos Tavares -<br />
Manaus (AM)<br />
Tirei muitas das minhas<br />
dúvidas sobre o acordo<br />
Mercosul-Europa com a<br />
entrevista do professor<br />
João Alfredo Lopes<br />
Nyegray. Acredito que<br />
o Brasil e a indústria da<br />
madeira tem muito a<br />
ganhar com essa medida.<br />
Obrigado pelo conteúdo!<br />
Excelente notícia sobre as mudanças no<br />
programa de habitação que devem aquecer<br />
o mercado da construção civil. O setor<br />
aguarda ansiosamente!<br />
08<br />
Leitor, participe de nossas pesquisas online respondendo os<br />
e-mails enviados por nossa equipe de jornalismo.<br />
As melhores respostas serão publicadas em CARTAS. Sua opinião é<br />
fundamental para a Revista REFERÊNCIA INDUSTRIAL.<br />
referenciaindustrial.com.br OUTUBRO <strong>2019</strong><br />
E-mails, críticas e sugestões podem ser enviados para redação ou siga:<br />
revistareferencia@revistareferencia.com.br<br />
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DO PAÍS, A CBI DO BRASIL, EM CAPELINHA (MG)<br />
Foto: Fabiano Mendes<br />
VISITA<br />
A REVISTA REFERÊNCIA INDUSTRIAL E MÁQUINAS ÁGUIA PREPARAM<br />
UMA EDIÇÃO ESPECIAL PARA O PRÓXIMO MÊS. AGUARDEM!<br />
Foto: Fabiano Mendes<br />
ALTA<br />
INCERTEZA<br />
O Indicador de Incerteza da<br />
Economia, medido pela FGV<br />
(Fundação Getulio Vargas),<br />
subiu 2,7 pontos na passagem<br />
de agosto para setembro deste<br />
ano. Com o resultado, o indicador<br />
chegou a 116,9 pontos, em<br />
uma escala de 0 a 200 pontos,<br />
e se mantém elevado em termos<br />
históricos. O indicador é<br />
calculado com base em dois<br />
componentes: mídia (baseado<br />
na frequência de notícias com<br />
menção à incerteza na imprensa)<br />
e expectativa (construído a<br />
partir das previsões de analistas<br />
econômicos).<br />
BAIXA<br />
INDÚSTRIA<br />
A produção industrial brasileira<br />
cresceu 0,8% na passagem de<br />
julho para agosto. Com a alta, a<br />
indústria recuperou parte da perda<br />
de 0,9% acumulada de maio<br />
a julho. O dado é da Pesquisa<br />
<strong>Industrial</strong> Mensal, divulgada pelo<br />
Ibge (Instituto Brasileiro de Geografia<br />
e Estatística). Apesar da<br />
alta na comparação com julho,<br />
a indústria teve quedas de 2,3%<br />
na comparação com agosto do<br />
ano passado e de 1,7%, tanto no<br />
acumulado do ano, quanto no<br />
acumulado de 12 meses. A alta da<br />
taxa de julho para agosto foi puxada<br />
exclusivamente pelos bens<br />
intermediários, isto é, os insumos<br />
industrializados usados no setor<br />
produtivo, que cresceram 1,4% no<br />
período.<br />
10 referenciaindustrial.com.br OUTUBRO <strong>2019</strong>
COLUNA<br />
DE BEM COM O FUTURO<br />
CURITIBA FOI O CENTRO DAS ATENÇÕES DO SETOR INDUSTRIAL MADEIREIRO DA AMÉRICA LATINA<br />
Flavio C. Geraldo<br />
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DOS SEGMENTOS DE MERCADO<br />
ABORDADOS, MERECEU<br />
ESPECIAL ATENÇÃO O SETOR<br />
DA CONSTRUÇÃO, QUE DEFINITIVAMENTE<br />
PARECE ESTAR ENTRANDO EM UM NOVO E<br />
ESPECIAL MOMENTO<br />
U<br />
ma vez mais, Curitiba foi o centro das atenções<br />
do setor industrial madeireiro da América<br />
Latina. Entre os dias 10 e 13 de setembro<br />
último, a capital paranaense recebeu a III SIM<br />
(Semana Internacional da Madeira), além de<br />
ter sediado a Lignum Latin America, a mais importante feira<br />
da cadeia produtiva da madeira.<br />
O evento foi um sucesso, proporcionando, a oportunidade<br />
para que os visitantes pudessem agregar valor à<br />
sua visita à Curitiba através da participação nos encontros,<br />
envolvendo palestras com temas técnicos, além de<br />
apresentações e discussões a respeito de oportunidades<br />
de mercados. Encontros dessa natureza proporcionam<br />
oportunidades de estabelecer novos relacionamentos de<br />
negócios, além de permitir o reforço de relacionamentos já<br />
existentes, oferecendo aos participantes a oxigenação necessária<br />
para se planejar o futuro dentro do setor industrial<br />
madeireiro.<br />
Ao contrário da versão anterior, ocorrida em 2017,<br />
quando o setor de Proteção de Madeiras esteve presente<br />
com a realização de um evento específico da área, o Wood<br />
Protection, desta vez não foi possível reunir as forças necessárias<br />
à continuidade da presença desse setor em evento<br />
específico, o que poderia ter garantido sua futura permanência<br />
no calendário dos eventos da Semana Internacional<br />
da Madeira. O fato merece uma profunda reflexão pelos representantes<br />
desse setor. De qualquer forma, o tema relacionado<br />
à proteção de madeiras esteve presente no evento<br />
Foto: divulgação<br />
ProWood, com a apresentação da palestra ocorrida no dia<br />
13 de setembro, intitulada: Madeira Tratada-Oportunidades<br />
e Desafios Diante de Novas Fronteiras de Mercado.<br />
A palestra contemplou informações objetivas a respeito<br />
da situação atual do mercado de madeira tratada, com<br />
seus desafios e oportunidades dentro dos segmentos elétrico,<br />
ferroviário, rural e construção. Vale ressaltar que sob<br />
a ótica do autor, dentro de cada segmento de mercado da<br />
madeira tratada a imediata mudança no ambiente de negócios<br />
é sugerida como necessária. Esse convite à mudança<br />
no ambiente passa por uma necessidade de se conduzir<br />
um planejamento estratégico muito bem elaborado, além<br />
de ser comum a recomendação referente à adesão ao programa<br />
de autorregulamentação Qualitrat.<br />
Dos segmentos de mercado abordados, mereceu especial<br />
atenção o setor da construção, que definitivamente parece<br />
estar entrando em um novo e especial momento. Não<br />
é novidade que a construção industrializada/modular vem<br />
ganhando uma dimensão significativa ao redor do mundo,<br />
em especial graças a forte expansão observada nos últimos<br />
anos quanto à utilização de elementos baseados no CLT<br />
(Cross Laminated Timber). No Brasil, além das perspectivas<br />
de consolidação dos sistemas base woodframe, cujo texto<br />
normativo deve ser concluído nos próximos meses, há notícias<br />
concretas a respeito de novos investimentos em instalação<br />
industrial voltada à produção de CLT.<br />
No tocante à proteção de madeiras, processos e produtos<br />
destinados a esses tipos de componentes estão em<br />
franca discussão em nível mundial, havendo já indicações<br />
de possíveis soluções. A Awpa (American Wood Protection<br />
Association) tem comitê específico para o assunto, indicando<br />
que muito em breve publicará texto normativo a respeito.<br />
O assunto é merecedor de toda a atenção do setor<br />
de proteção de madeiras no Brasil, pois, aí reside a maior<br />
oportunidade futura para o alcance de uma nova fronteira<br />
representada por mercados muito mais profissionalizados<br />
e por produtos de maior valor agregado. Dentre os vários<br />
caminhos sugeridos para serem adotados, um deles passa<br />
pela implementação de um programa: Cross-Border; que<br />
sugere uma forte interação entre as indústrias do setor com<br />
as instituições de ensino e pesquisa tecnológica brasileiras,<br />
em conjunto com instituições internacionais, que têm se<br />
destacado no desenvolvimento de programas específicos<br />
voltados à utilização de sistemas construtivos baseados na<br />
madeira engenheirada, CLT, woodframe, Glulam, LVL, entre<br />
vários outros.<br />
Não por acaso, nos EUA (Estados Unidos da América), a<br />
produção de madeira tratada chega a ser dez vezes maior<br />
que a do Brasil, com praticamente o mesmo número de<br />
plantas de tratamento, sendo estimado que as vendas de<br />
madeira tratada naquele país alcance a cifra de US$ 4,5<br />
bilhões anuais.<br />
12 referenciaindustrial.com.br OUTUBRO <strong>2019</strong>
NOTAS<br />
MERCOSUL/<br />
UNIÃO EUROPEIA<br />
O acordo comercial entre o Mercosul (Mercado Comum do<br />
Sul) e a UE (União Europeia), fechado no fim de junho, deve<br />
impactar a economia brasileira em US$ 79 bilhões até 2035.<br />
A estimativa é da CNC (Confederação Nacional do Comércio<br />
de Bens, Serviços e Turismo). Considerando a redução de barreiras<br />
não tarifárias, o impacto pode chegar a US$ 112 bilhões<br />
no período, segundo o órgão. Os números estão um pouco<br />
abaixo dos divulgados pelo governo brasileiro, de US$ 87,5<br />
bilhões e US$ 125 bilhões incluindo as barreiras não tarifárias<br />
em 15 anos. “Mercado exterior é comércio, então nós estamos<br />
inseridos neste contexto. Não só na relação de trocas como<br />
também no que diz respeito a turismo, serviços, então esta é<br />
a casa para tratar desses assuntos e das relações internacionais”,<br />
observou o presidente da CNC, José Roberto Tadros.<br />
TABELA DE FRETE<br />
Em vigor há pouco mais de um ano, a tabela obrigatória do<br />
frete levou as empresas da indústria a buscarem alternativas<br />
viáveis para o transporte de suas cargas. A solução mais<br />
comum, como mostra consulta inédita da CNI (Confederação<br />
Nacional da Indústria), foi o aumento de uso de frota<br />
própria. Das empresas consultadas, 18% disseram ter aumentado<br />
o uso de veículos próprios, em comparação com o<br />
cenário pré-greve dos caminhoneiros,em maio de 2018. Apenas<br />
3% disseram ter reduzido, o que resulta em um saldo<br />
positivo de 15 pontos percentuais. Para as empresas, em um<br />
cenário de tabelamento, a utilização de caminhões próprios<br />
acabou significando redução de custos e de insegurança jurídica.<br />
As conclusões estão na Consulta Empresarial: Impactos<br />
após um ano de tabelamento do frete, realizada pela CNI,<br />
que contou com a participação de 685 empresas industriais.<br />
Foto: divulgação<br />
PIB <strong>2019</strong><br />
Diante do cenário de recuperação gradual econômica,<br />
a CNI (Confederação Nacional da Indústria) manteve<br />
a previsão de crescimento de 0,9% do PIB (Produto<br />
Interno Bruto), soma de todos os bens e serviços produzidos<br />
no país. Também foi mantida a estimativa de<br />
expansão de 0,4% do PIB industrial em <strong>2019</strong>, segundo<br />
o Informe Conjuntural do terceiro trimestre. Segundo<br />
a entidade, o fraco desempenho da atividade econômica<br />
e industrial é explicado por dois fatores: “o sentimento<br />
crescente de que o processo de aprovação das<br />
reformas indispensáveis ao crescimento da economia<br />
será mais demorado e complexo do que inicialmente<br />
percebido e os poucos avanços na agenda de redução<br />
do Custo Brasil”, descreve o estudo.<br />
Foto: divulgação Foto: divulgação<br />
14 referenciaindustrial.com.br OUTUBRO <strong>2019</strong>
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NOTAS<br />
MDF<br />
BRASILEIRO<br />
A produção brasileira de Medium Density Fiberboard,<br />
o famoso MDF, continua entre as oito maiores do<br />
mundo. É o que afirma o recente levantamento da Ibá<br />
(Indústria Brasileira de Árvores), em seu relatório de<br />
mercado <strong>2019</strong>. O mercado interno continua sendo o<br />
principal consumidor desse material, representando<br />
84% das compras na indústria de painéis, devido ao<br />
enfraquecimento do real diante do dólar e da ainda<br />
tímida recuperação econômica nacional. Ao todo, a<br />
produção de painéis de madeira reconstituída foi de<br />
8,2 milhões de metros cúbicos em 2018, um aumento<br />
de 2,8% comparada ao ano anterior.<br />
DESONERAÇÃO<br />
DA FOLHA<br />
O ministro da Economia, Paulo Guedes, disse que<br />
espera uma nova proposta para manter a arrecadação<br />
e desonerar a folha de pagamentos. Segundo o ministro,<br />
a intenção da equipe econômica era um imposto<br />
sobre as movimentações financeiras, que acabou recebendo<br />
diversas críticas e comparado à extinta Cpmf<br />
(Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira).<br />
“Queremos erradicar o imposto mais cruel que<br />
existe no Brasil, que marginalizou dezenas de milhões<br />
de brasileiros, que são os encargos trabalhistas”, enfatizou<br />
Guedes, em palestra no Fórum de Investimentos<br />
Brasil. “Quando falamos, um tempo atrás, sobre colocar<br />
imposto sobre movimentações financeiras, era trocar<br />
o cruel pelo feio. Era colocar um imposto feio que<br />
é melhor do que o cruel”, acrescentou o ministro, ao<br />
explicar o raciocínio que norteou a proposta.<br />
Foto: divulgação<br />
Foto: divulgação<br />
MISSÃO<br />
ALEMANHA<br />
O Sindmóveis Bento Gonçalves (RS) está promovendo<br />
uma missão empresarial à IMM Cologne<br />
2020 (Feira Internacional De Móveis De<br />
Cologne), que se realizará na Alemanha, em janeiro<br />
do próximo ano. A proposta é reunir um<br />
grupo de empresas que terá acesso a contatos<br />
exclusivos e uma agenda ampliada durante o<br />
período do evento. O presidente do Sindmóveis,<br />
Vinicius Benini, salienta que se trata de<br />
uma oportunidade única para as empresas do polo e expositoras da Movelsul Brasil – especialmente em virtude das reuniões<br />
e visitas técnicas previstas. “Consideramos que a maior competitividade mundial do móvel brasileiro na atualidade advém<br />
dos atributos de design e inovação. Estar presente nos eventos do circuito é crucial para entender o clima mundial do setor<br />
e trocar experiências com outras empresas”, destaca. Situada entre as principais feiras europeias de design de interiores, a<br />
IMM Cologne reúne lançamentos de todo o mundo, além de apresentar tendências futuras para o segmento.<br />
16 referenciaindustrial.com.br OUTUBRO <strong>2019</strong>
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NOTAS<br />
INFORMAÇÃO<br />
E NEGÓCIO<br />
Informação é o caminho para o sucesso de qualquer<br />
negócio. Com essa filosofia, a Movergs (Associação das<br />
Indústrias de Móveis do Estado do Rio Grande do Sul)<br />
realizou em outubro uma palestra para profissionais do<br />
ramo sobre o Siscoserv, o Sistema Integrado de Comércio<br />
Exterior de Serviços. Para esclarecer dúvidas relacionadas<br />
ao sistema, Rafael Vanin Pinto, gerente de Comércio<br />
Exterior na empresa Efficienza Negócios Internacionais e<br />
gestor certificado pela Latin American Quality Institute do<br />
Panamá, analisou o foco em qualidade e boas práticas de<br />
administração. Durante o bate-papo sobre o Siscoserv, Rafael<br />
abordou temas como legislação, obrigações, módulos<br />
do sistema, NBS, prazos, penalidades, cases, atos legais<br />
relevantes e estatísticas.<br />
Foto: divulgação<br />
MODALIDADE<br />
DE CRÉDITO<br />
O governo federal lançou, em Brasília (DF), o<br />
Finep Inovacred 4.0. Elaborada pela Finep (Financiadora<br />
de Estudos e Projetos) em parceria<br />
com o ME (Ministério da Economia) e o Mctic<br />
(Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações<br />
e Comunicações), a ação visa estimular o aumento<br />
da produtividade da indústria no Brasil.<br />
Inicialmente, serão disponibilizados R$ 200<br />
milhões na modalidade de crédito. A ideia é<br />
apoiar a formulação e implementação de Planos<br />
Empresariais Estratégicos de Digitalização<br />
que abarquem a utilização, em linhas de produção,<br />
de serviços de implantação de tecnologias<br />
da Indústria 4.0. Podem ser beneficiadas empresas<br />
de pequeno a médio grande porte, com<br />
faturamento anual de até R$ 300 milhões.<br />
Foto: divulgação<br />
PRODUÇÃO<br />
GAÚCHA<br />
O relatório: Conjuntura e comércio externo do setor<br />
de móveis no Brasil; com dados de julho e agosto,<br />
produzido pelo Iemi (Inteligência de Mercado) e encomendado<br />
pela Movergs (Associação das Indústrias<br />
de Móveis do Estado do Rio Grande do Sul) aponta<br />
que o mês de julho registrou o melhor desempenho<br />
do ano na produção de móveis no Rio Grande do Sul.<br />
No total, foram 7,5 milhões de peças no mês de julho,<br />
o que representou aumento de 33,6% em relação ao<br />
mês anterior. No acumulado do ano, comparado com<br />
o mesmo período do ano anterior, a produção industrial<br />
no Estado cresceu 3,4%, resultado superior ao registrado na indústria nacional no mesmo período. O bom resultado<br />
se repetiu no acumulado nos últimos 12 meses, quando a indústria gaúcha cresceu 4,9%, enquanto a indústria nacional se<br />
retraiu no mesmo período, de acordo com números do Ibge (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).<br />
Foto: divulgação<br />
18 referenciaindustrial.com.br OUTUBRO <strong>2019</strong>
TRANSFORMANDO<br />
PROJETOS EM<br />
NEGÓCIOS<br />
30 de junho<br />
a 03 de julho<br />
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Internacional
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PRÊMIO<br />
2<br />
19<br />
VENCEDORES<br />
DA TRADICIONAL<br />
PREMIAÇÃO DO<br />
MERCADO DA MADEIRA<br />
SERÃO DIVULGADOS EM<br />
EVENTO EXCLUSIVO<br />
Fotos: Marcos Mancinni<br />
Aelite da cadeia produtiva da madeira se reúne<br />
em Curitiba (PR) no mês de outubro para o<br />
tradicional PRÊMIO REFERÊNCIA, que chega<br />
a sua 17ª edição em <strong>2019</strong>. A iniciativa da<br />
REVISTA REFERÊNCIA reconhece o trabalho<br />
desenvolvido no setor.<br />
“A REVISTA REFERÊNCIA retribui ao mercado, reconhecendo<br />
os trabalhos bem feitos, as empresas que investem,<br />
que buscam novas tecnologias, inovações. É uma forma de<br />
incentivar o crescimento do nosso mercado da madeira”,<br />
comenta o diretor comercial da REVISTA REFERÊNCIA, Fábio<br />
Machado.<br />
As 10 empresas selecionadas e que vão receber a premiação<br />
atuam em toda a cadeia produtiva da madeira, desde<br />
a base florestal, a indústria, o ramo de celulose e papel,<br />
de biomassa até os produtos em madeira. “O foco é sempre<br />
para quem realmente movimenta, que fomenta o mercado”,<br />
completa Fábio, que diz ainda que “sente o carinho<br />
do mercado” com esta que é a única premiação relevante e<br />
reconhecida do setor.<br />
20 referenciaindustrial.com.br OUTUBRO <strong>2019</strong>
APLICAÇÃO<br />
Foto: divulgação<br />
PEÇAS<br />
CORINGAS<br />
A Fort House, especialista em móveis de alto padrão que<br />
desde 1991 tem feito parcerias com marcas reconhecidas,<br />
como a Sierra Móveis, Dell Anno e Natuzzi Editions,<br />
desenvolveu três modelos de puffs para a decoração de<br />
ambientes: o Puff Mexerica, o Puff Petrópolis e o Puff<br />
Campos do Jordão. Estiloso, com design diferenciado, o<br />
Puff Mexerica é um ícone na decoração. Os pés são produzidos<br />
em madeira natural, nas cores branco, marrom<br />
e preto. O Puff Campos do Jordão é ideal para deixar o<br />
ambiente mais convidativo, elegante e confortável. Puff<br />
estofado em pele sintética. Pés em madeira natural clara<br />
de perfil arredondado, disponível nas cores preta e marrom<br />
mesclado. Cada um desses modelos tem suas características<br />
e podem ser adicionados aos ambientes de forma<br />
com que sejam absorvidos pelas cores de décor sem<br />
que destoem do resto da sala. A empresa possui seis<br />
lojas localizadas em São Paulo, nas regiões do Morumbi,<br />
Campos do Jordão, Cotia e Granja Viana.<br />
O mais novo exemplo de mesa<br />
de centro inovadora é a Mesa<br />
Bonete, recente lançamento da<br />
designer Monica Cintra, que<br />
valoriza ainda mais a sala de<br />
estar ao manter as características<br />
naturais e as imperfeições da madeira.<br />
Com design único, a peça é feita<br />
em madeira de reaproveitamento de Imbuia<br />
despigmentada, com bases de aço carbono na cor<br />
latão. Para valorizar ainda mais os espaços, a designer levou<br />
em conta o aspecto natural da madeira sem deixar de lado o design e a funcionalidade. A criação de Cintra, uma das<br />
mais influentes e inovadoras mentes do design de móveis no Brasil e no mundo, vai de encontro com a sua filosofia<br />
de produção desde a sua inserção no mercado, quando impactou o setor ao propor uma nova tendência: transformar<br />
peças orgânicas em mobiliários sofisticados. “Mostrava para os clientes as madeiras encontradas, de várias regiões<br />
do Brasil e com características próprias da nossa indústria florestal, mas eles não conseguiam imaginar o design bruto<br />
da natureza na ambientação da casa”, relata a designer. Como solução, projetou um ateliê amplo, naturalmente iluminado<br />
e composto por linhas limpas, onde pudesse morar, trabalhar e ambientar suas criações. Foi nesse contexto<br />
que surgiram peças criativas e únicas, como a própria Mesa Bonete, com o nome inspirado em uma das mais belas<br />
praias do litoral paulista.<br />
22 referenciaindustrial.com.br OUTUBRO <strong>2019</strong>
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FRASES<br />
“EXISTE UM GRANDE POTENCIAL PARA AS EXPORTAÇÕES<br />
E MUITAS EXIGÊNCIAS DE PREPARAÇÃO E INVESTIMENTO<br />
PARA REALIZAR NEGÓCIOS COM O MERCADO EXTERNO,<br />
MUITO EM FUNÇÃO DA ALTA CONCORRÊNCIA E EXIGÊNCIA DE<br />
COMPETITIVIDADE INTERNACIONAL”<br />
VINICIUS BENINI, PRESIDENTE DO SINDMÓVEIS, SOBRE O<br />
AUMENTO DAS EXPORTAÇÕES DO POLO MOVELEIRO DE<br />
BENTO GONÇALVES (RS)<br />
“NOSSA<br />
EXPECTATIVA É<br />
QUE A ATIVIDADE<br />
COMECE A SE<br />
RECUPERAR MAIS<br />
CLARAMENTE EM<br />
OUTUBRO, NOVEMBRO<br />
E DEZEMBRO, NO<br />
ÚLTIMO TRIMESTRE DO<br />
ANO. PORQUE AÍ VOCÊ JÁ<br />
COMEÇA A TER IMPACTOS<br />
DA MELHORA DO CENÁRIO<br />
COM AS REFORMAS E AGORA<br />
JÁ COMEÇA A INTRODUZIR A<br />
REDUÇÃO ADICIONAL DA TAXA<br />
DE JUROS, QUE DEMORA MAIS A<br />
TER IMPACTO”<br />
PAULO GUEDES,<br />
MINISTRO DA<br />
ECONOMIA, SOBRE<br />
A RETOMADA<br />
DA PRODUÇÃO<br />
INDUSTRIAL<br />
BRASILEIRA<br />
“O QUE ESPERAMOS DA REFORMA É SIMPLIFICAÇÃO<br />
E MELHOR DISTRIBUIÇÃO DA CARGA PELOS SETORES DA<br />
ECONOMIA. ENTRE OS EMPRESÁRIOS, COM A INDÚSTRIA<br />
VOLTANDO A CRESCER E A CONSTRUÇÃO CIVIL DANDO<br />
SINAIS DE RECUPERAÇÃO, COMEÇAMOS A VER COM<br />
MAIS OTIMISMO O FUTURO DO BRASIL. ESTAMOS NA<br />
DIREÇÃO CORRETA PARA COLOCAR O BRASIL NA ROTA<br />
DO DESENVOLVIMENTO”<br />
Foto: divulgação<br />
ROBSON BRAGA DE ANDRADE, PRESIDENTE DA CNI (CONFEDERAÇÃO<br />
NACIONAL DA INDÚSTRIA), SOBRE A REFORMA TRIBUTÁRIA<br />
“NÓS DEVEMOS ESTUDAR UM<br />
PROJETO, NÃO O MEU PRIMEIRO<br />
EMPREGO, MAS O MINHA PRIMEIRA<br />
EMPRESA. (...) NÓS QUEREMOS DAR<br />
MEIOS PARA QUE AS PESSOAS SE<br />
ENCORAJEM, TENHAM CONFIANÇA,<br />
UMA GARANTIA JURÍDICA DE QUE<br />
O NEGÓCIO, SE DER ERRADO LÁ NA<br />
FRENTE, ELE DESISTA E VAI LEVAR SUA<br />
VIDA NORMALMENTE, E NÃO FUGIR DA<br />
JUSTIÇA PARA NÃO SER PRESO”<br />
JAIR BOLSONARO, SOBRE MEDIDAS<br />
DO GOVERNO PARA INCENTIVAR O<br />
EMPREENDEDOR NACIONAL<br />
24 referenciaindustrial.com.br OUTUBRO <strong>2019</strong>
os melhores layouts para<br />
os maiores resultados<br />
Serrarias AWK, a inovação<br />
em serrar madeira<br />
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(esteira dupla ou simples)<br />
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ENTREVISTA<br />
EVOLUÇÃO<br />
CONSTANTE<br />
CONSTANT<br />
EVOLUTION<br />
Aindústria perde cada vez mais participação no PIB<br />
(Produto Interno Bruto) brasileiro, mas esta mudança<br />
não precisa ser um problema. Por outro lado, o<br />
setor industrial enfrenta desafios no país, como a logística<br />
e a escassez de pesquisa e desenvolvimento.<br />
O panorama é explicado pelo economista Jackson Bittencourt,<br />
coordenador do Curso de Economia da PUC (PR). Em entrevista,<br />
ele fala sobre as mudanças na representatividade da indústria na<br />
economia, os maiores desafios do setor e as expectativas para a<br />
indústria madeireira.<br />
ENTREVISTA<br />
M<br />
anufacturing’s share of Brazilian GNP keeps<br />
falling, but this does not have to be a problem.<br />
On the other hand, Manufacturing faces many<br />
challenges in Brazil, such as logistics and scarcity<br />
of research and development. The panorama<br />
is explained by economist Jackson Bittencourt, Economics Course<br />
Coordinator at PUCPR. In this month’s interview, he talks about<br />
the changes in Manufacturing representativeness in the economy,<br />
Manufacturing’s biggest challenges, and expectations for the forest<br />
industry.<br />
JACKSON<br />
BITTENCOURT<br />
FORMAÇÃO PROFISSIONAL: ECONOMISTA, DOUTOR EM<br />
ECONOMIA REGIONAL PELA UFPR (UNIVERSIDADE FEDERAL<br />
DO PARANÁ)<br />
CARGO: COORDENADOR DO CURSO DE ECONOMIA DA<br />
PUC-PR (PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO PARANÁ)<br />
Foto: divulgação<br />
PROFESSIONAL EDUCATION: ECONOMY, PHD. IN REGIONAL<br />
ECONOMICS, STATE OF PARANÁ FEDERAL UNIVERSITY (UFPR)<br />
FUNCTION: ECONOMICS COURSE COORDINATOR AT STATE OF<br />
PARANÁ PONTIFICATE CATHOLIC UNIVERSITY (PUCPR)<br />
26 referenciaindustrial.com.br OUTUBRO <strong>2019</strong>
A INDÚSTRIA TEM CADA VEZ MENOS REPRE-<br />
SENTATIVIDADE NO PIB BRASILEIRO. O QUE ISSO<br />
SIGNIFICA E COMO MUDAR ESSE CENÁRIO?<br />
Nas últimas décadas a participação relativa do<br />
setor industrial no PIB vem caindo de forma significativa.<br />
O mesmo ocorre com a participação do emprego<br />
industrial. Vários motivos explicam este fenômeno. De<br />
uma perspectiva positiva, é que passamos por uma<br />
revolução no setor terciário, comércio e serviços. O<br />
setor terciário, como software, por exemplo, tem um<br />
potencial de gerar mais valor adicionado que a própria<br />
indústria, logo, gera mais renda e empregos melhores.<br />
Nas economias avançadas este setor tem uma<br />
participação em torno de 80% do PIB, ou seja, é um<br />
processo natural que as economias enfrentam, denominado<br />
compensação setorial. Mas isso não significa<br />
que a indústria não é importante, ao contrário, muitos<br />
destes serviços são para aumentar a produtividade do<br />
setor industrial. Entretanto, no caso brasileiro, não é<br />
exatamente este o motivo. A indústria brasileira vive<br />
um processo de desindustrialização, mas não uma<br />
compensação setorial. O início do Plano Real (1994)<br />
promoveu um ajuste macroeconômico muito rígido<br />
para acabar com a inflação alta, que marcou a década<br />
de 80 e meados de 90. A rigidez foi marcada por uma<br />
elevada taxa de juros (Selic) e um câmbio ancorado em<br />
“um pra um”. Isso deu início a um fenômeno denominado<br />
“doença holandesa” – o câmbio supervalorizado<br />
desestimulou a exportação e a alta taxa de juros, o<br />
investimento. A busca pela estabilidade macroeconômica<br />
custou caro para a indústria. Políticas públicas<br />
voltadas para o setor industrial, a partir do ano 2000,<br />
não melhoraram a produtividade; além disso, uma forte<br />
instabilidade institucional. A indústria tem um papel<br />
chave no crescimento econômico, retomar seu potencial<br />
depende de políticas público-privadas, com foco<br />
na produtividade e na inserção nas cadeias globais de<br />
produção.<br />
EM GERAL, QUAIS SÃO AS MEDIDAS QUE DE-<br />
VEM SER ADOTADAS PELA INDÚSTRIA BRASILEI-<br />
RA PARA QUE RETOME OS PATAMARES PRÉ-CRI-<br />
SE ECONÔMICA?<br />
A estabilidade macroeconômica é fundamental, e<br />
isso já ocorre desde 2018; o problema é a instabilidade<br />
política, pois ela interfere na expectativa e na confiança<br />
dos agentes econômicos. Enquanto a expectativa e a<br />
confiança de empresários e consumidores estiverem<br />
comprometidas, será mais lenta a recuperação.<br />
COMO O SUBDESENVOLVIMENTO DA LOGÍS-<br />
TICA NO BRASIL ATRAPALHA O SETOR INDUS-<br />
TRIAL?<br />
Os clientes estão cada vez mais exigentes, o que<br />
imprime uma lógica de transportes altamente eficiente.<br />
Mas nosso país, apesar de sua extensão territorial,<br />
ainda está desatualizado nesse quesito. Isso gera um<br />
MANUFACTURING HAS INCREASINGLY BECO-<br />
ME LESS REPRESENTATIVE IN BRAZILIAN GDP.<br />
WHAT DOES THIS MEAN AND HOW CAN THIS SCE-<br />
NARIO CHANGE?<br />
In recent decades, the relative share of Manufacturing<br />
in GDP has fallen significantly. The same occurs<br />
with the participation of manufacturing employment.<br />
Several reasons explain this phenomenon. From a positive<br />
perspective, we have gone through a revolution in<br />
the tertiary sector, Services. Services, taking software as<br />
an example, has the potential to generate more value-<br />
-added than manufacturing itself, thus generating more<br />
income and better jobs. In advanced economies, this<br />
sector has a stake of around 80% of GDP, i.e., it is a natural<br />
process that economies face, called sectoral compensation.<br />
But that does not mean that manufacturing is not<br />
important; on the contrary, many of these services are to<br />
increase the productivity of the Manufacturing Sector.<br />
However, in the Brazilian case, this is not exactly the reason.<br />
Brazilian manufacturing is experiencing a process of<br />
deindustrialization but does not have a sectoral compensation.<br />
The beginning of the Real Plan (1994) promoted a<br />
very rigid macroeconomic adjustment to end high inflation,<br />
which marked the decades of the 80’s and mid-90’s.<br />
The rigidity was marked by high interest rates (Selic) and<br />
anchored on a “one-to-one” exchange rate. This initiated<br />
the so-called “Dutch Disease” phenomenon – the<br />
overvalued exchange rate discouraged exports and the<br />
high interest rates, investments. The search for macroeconomic<br />
stability has dearly cost Manufacturing. Public<br />
policies focused on the Manufacturing Sector, from 2000<br />
onwards, did not improve productivity; but rather, increased<br />
institutional instability. Manufacturing plays a key<br />
role in economic growth, resuming its potential depends<br />
on public-private policies, focusing on productivity and<br />
insertion in global production chains.<br />
IN GENERAL, IN YOUR OPINION, WHAT ARE<br />
THE MEASURES THAT MUST BE ADOPTED FOR<br />
BRAZILIAN MANUFACTURING TO RETURN TO THE<br />
PRE-ECONOMIC CRISIS LEVEL?<br />
Macroeconomic stability is fundamental, and this has<br />
begun to take place in 2018; The problem, now, is politi-<br />
A INDÚSTRIA BRASILEIRA<br />
VIVE UM PROCESSO DE<br />
DESINDUSTRIALIZAÇÃO, MAS NÃO<br />
UMA COMPENSAÇÃO SETORIAL<br />
OUTUBRO <strong>2019</strong> 27
28 referenciaindustrial.com.br OUTUBRO <strong>2019</strong>
30 referenciaindustrial.com.br OUTUBRO <strong>2019</strong>
Há 50 anos a<br />
entidade que<br />
representa e trabalha<br />
para o crescimento<br />
do mercado de<br />
madeira tratada,<br />
seus associados e o<br />
futuro do setor.<br />
MT<br />
MS<br />
Associados<br />
RIO GRANDE DO SUL<br />
Flosul<br />
Jimo<br />
Madem<br />
Postes Mariani<br />
RTN<br />
SANTA CATARINA<br />
Ekomposit<br />
Florestal<br />
Koppers<br />
Terra Sol<br />
PARANÁ<br />
Ecoline<br />
MSM Química<br />
TWBrazil<br />
Revista <strong>Referência</strong><br />
MATO GROSSO DO SUL<br />
Coimmal<br />
Coimor<br />
Tramasul<br />
ESPIRITO SANTO<br />
Torabras Tratamento de Madeira<br />
GOIÁS<br />
Matha Florestal<br />
MATO GROSSO<br />
Companhia do Vale do Araguaia<br />
BAHIA<br />
CM Venturoli<br />
Paraíso Madeira<br />
PR<br />
GO<br />
SP<br />
SÃO PAULO<br />
Alpina Eucaliptos<br />
Canteiro<br />
Dulcidio Ramires Macedo<br />
Humberto Tufolo Netto<br />
Icotema<br />
Ipel Itibanyl<br />
Ivaldo Pontes Jankowsky<br />
Lanxess<br />
Lonza<br />
Madereira Mantiqueira<br />
Madetram<br />
Madtrat<br />
Matra<br />
Montana Química<br />
Pemad<br />
Prema<br />
Roberto José Falcão Bauer<br />
Rossin<br />
Setrama<br />
STWood<br />
Teca Madeiras<br />
Tramal Tratamento de Madeira<br />
Transportes Topcargo<br />
MINAS GERAIS<br />
Campo Alegre<br />
CBI Madeiras<br />
Lua Madeira Imunizada<br />
Reallogs<br />
S&d Madeiras<br />
SEAP<br />
Talube<br />
Sócios Honorários<br />
Aldo Gandolfi Junior<br />
Amantino Ramos de Freitas<br />
Flavio Carlos Geraldo<br />
Luiz Antônio Pinto Reis<br />
MG<br />
BA<br />
ES<br />
RS<br />
SC<br />
TORNE-SE UM<br />
MEMBRO DA ABPM<br />
A MAIOR ASSOCIAÇÃO<br />
DO SETOR DA<br />
PRESERVAÇÃO DE<br />
MADEIRA DO PAÍS<br />
(11) 3767 4614 | (11) 3714-7738<br />
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abpm50<br />
www.abpm.com.br<br />
(11) 98313-2324 info@abpm.com.br
COLUNA ABIMCI<br />
BRASIL TERÁ NORMA<br />
TÉCNICA PARA PELLETS DE MADEIRA<br />
UM MARCO SIGNIFICATIVO PARA A MELHORIA DA QUALIDADE DOS PRODUTOS E O DESENVOLVIMENTO<br />
TÉCNICO DA INDÚSTRIA BRASILEIRA<br />
Paulo Pupo<br />
Superintendente da Associação<br />
Brasileira da Indústria de Madeira<br />
Processada Mecanicamente<br />
Contato: abimci@abimci.com.br<br />
O OBJETIVO DESSE TRABALHO<br />
É DESENVOLVER UMA NORMA<br />
TÉCNICA PARA PELLETS PRODUZIDOS<br />
COM RESÍDUOS DE MADEIRA<br />
partir do trabalho de articulação e repre-<br />
institucional, a Abimci (Associação Asentação<br />
Brasileira da Indústria de Madeira Processada<br />
Mecanicamente) obteve a aprovação<br />
da Abnt (Associação Brasileira de Normas<br />
Técnicas) para a instalação da CE (Comissão<br />
de Estudos) para o desenvolvimento da norma técnica de<br />
pellets. A CEE-242 passa a ser o fórum oficial de discussão<br />
de todas as partes interessadas no tema - representantes<br />
de universidades, laboratórios, institutos de pesquisas,<br />
órgãos do governo, produtores e consumidores.<br />
A ação vem pouco tempo após a criação do Comitê<br />
de Pellets e Biomassa na estrutura organizacional da<br />
Abimci, reafirmando o compromisso da associação em<br />
colocar em prática iniciativas que atendam as demandas<br />
apresentadas pelas empresas associadas. A Abimci, é a<br />
entidade gestora do CB-31 (Comitê Brasileira de Madeira<br />
da Abnt), responsável pela elaboração das normas técnicas<br />
do setor de madeira, e terá um papel fundamental<br />
neste trabalho, que começa com o desenvolvimento do<br />
projeto de norma, que posteriormente passa por uma<br />
consulta nacional e a análise de comentários. Somente<br />
Foto: divulgação<br />
depois disso a norma pode ser validada e publicada pela<br />
Abnt.<br />
O objetivo desse trabalho é desenvolver uma norma<br />
técnica para pellets produzidos com resíduos de madeira,<br />
entre outras matérias-primas, e a aplicação como biomassa,<br />
no que se refere à terminologia, classificação, requisitos,<br />
métodos de ensaio e generalidades. Com excelente<br />
grau de envolvimento e contribuições das empresas produtoras,<br />
a primeira reunião da Comissão de Estudos deve<br />
acontecer ainda este ano.<br />
A criação da CE vem ao encontro de um momento<br />
positivo para o segmento. O crescente uso no mercado<br />
interno de pellets como uma alternativa sustentável para<br />
geração de energia no Brasil se mostra uma janela de<br />
oportunidade para as empresas. O mercado está em franca<br />
expansão, com aumento da capacidade instalada e de<br />
novos investimentos fabris, o que justifica a definição de<br />
padrões de qualidade técnica para atender as diferentes<br />
demandas de uso dos produtos. O agronegócio é o principal<br />
mercado de pellets, principalmente a avicultura.<br />
Em 2018, estima-se que a produção de pellets no<br />
Brasil tenha atingido 506 mil toneladas. Entre 2012-18, a<br />
produção nacional cresceu 43,9% ao ano, resultado do<br />
aumento das importações por parte de países europeus<br />
e asiáticos do produto brasileiro, além do aumento do<br />
consumo interno. Atualmente, as indústrias brasileiras<br />
que exportam pellets seguem parâmetros de legislações<br />
europeias e americanas.<br />
Essa ação será um passo importante para o desenvolvimento<br />
e a consolidação do segmento de pellets no Brasil.<br />
Um marco significativo para a melhoria da qualidade<br />
dos produtos e o desenvolvimento técnico da indústria<br />
brasileira.<br />
Para conhecimento, as demais Comissões de Estudos<br />
que atualmente compõem o CB-31 são madeira serrada,<br />
chapas de madeira compensada, painéis de fibra de<br />
madeira, madeira para carretéis, mourões de madeira<br />
preservada, portas de madeira, pisos de madeira maciça,<br />
madeira tratada, preservação de madeira, cruzeta roliça<br />
de eucalipto tratado, postes de eucalipto preservado,<br />
painéis de partículas de madeira e chapa dura de fibra de<br />
madeira.<br />
Para acompanhar o andamento desse trabalho e participar<br />
das comissões é necessário entrar em contato pelo<br />
e-mail cb31@abnt.org.br.<br />
32 referenciaindustrial.com.br OUTUBRO <strong>2019</strong>
www.abimci.com.br<br />
A VOZ DA<br />
INDÚSTRIA<br />
DA MADEIRA<br />
BRASILEIRA<br />
abimci@abimci.com.br<br />
Tel.: (41) 3225-4358
PRINCIPAL<br />
ESTUDO SETORIAL<br />
ABIMCI <strong>2019</strong><br />
TRAZ PANORAMA DA INDÚSTRIA<br />
BRASILEIRA DE MADEIRA<br />
DOCUMENTO APRESENTA AS PRINCIPAIS DEMANDAS<br />
DEFENDIDAS PELA ASSOCIAÇÃO PARA QUE SETOR ALCANCE<br />
SUSTENTABILIDADE NOS NEGÓCIOS E SEJA MAIS COMPETITIVO<br />
Fotos: divulgação<br />
34 referenciaindustrial.com.br OUTUBRO <strong>2019</strong>
THE <strong>2019</strong> ABIMCI SECTORIAL STUDY<br />
DEPICTS A PANORAMA OF THE BRAZILIAN<br />
TIMBER INDUSTRY<br />
THE DOCUMENT PRESENTS THE MAIN SUBJECTS DEALT WITH BY THE ASSOCIATION<br />
TO ACHIEVE SECTOR SUSTAINABILITY IN BUSINESS AND BE MORE COMPETITIVE<br />
U<br />
m documento robusto e completo que traça<br />
o perfil do setor industrial madeireiro. O<br />
novo Estudo Setorial Abimci <strong>2019</strong>, recém-<br />
-lançado pela Associação Brasileira da Indústria<br />
da Madeira Processada Mecanicamente<br />
na Semana Internacional da Madeira, apresenta o panorama<br />
mais atualizado do segmento com dados socioeconômicos<br />
e as contribuições para a economia brasileira.<br />
A publicação chega ao mercado, empresas associadas,<br />
institutos de pesquisa, universidades, imprensa, agentes financeiros<br />
e de investimentos, órgãos de governo, poderes<br />
executivo e legislativo e outras entidades representativas<br />
em um momento oportuno, de planejamento das atividades.<br />
O capítulo Floresta apresenta aos leitores uma visão<br />
geral sobre a cobertura florestal mundial, bem como, o<br />
perfil e as perspectivas da base florestal brasileira quanto<br />
à área, principais grupos de espécies e as contribuições<br />
do setor de base florestal na geração de renda, emprego,<br />
diversidade de fauna e flora, pesquisas, proteção do solo,<br />
nascentes e mananciais. O levantamento mostra dados<br />
macros e por região dos tradicionais plantios de eucalipto<br />
e pinus, além de outras espécies florestais. A partir dessas<br />
informações é possível identificar o potencial industrial<br />
existente na diversidade da base florestal brasileira, composta<br />
por áreas nativas e plantadas.<br />
De acordo com o levantamento, a área plantada com<br />
pinus no Brasil (20% do total de plantios florestais do país)<br />
vem decrescendo em pequena escala. Isso se deve à<br />
substituição parcial do pinus pelo eucalipto, e por outros<br />
Arobust and complete document that outlines<br />
the profile of the <strong>Industrial</strong> Timber Sector.<br />
The new <strong>2019</strong> Abimci Sectorial Study, recently<br />
released by the Brazilian Association for the<br />
Mechanically Processed Timber Industry during<br />
International Timber Week, presents the most up-to-<br />
-date panorama of the segment with socio-economic data<br />
and the contributions to the Brazilian economy.<br />
The Study is aimed at the market, associated companies,<br />
research institutions, universities, press, financial and<br />
investment entities, government agencies, executive and<br />
legislative powers, and other representative entities at an<br />
opportune time, that of planning for the future.<br />
The chapter on the Forest presents the readers with an<br />
overview of the global forest cover, as well as the profile<br />
and perspectives of the Brazilian forest base, as to area,<br />
main groups of species, and contributions of the Forest-<br />
-based Sector for the generation of income, employment,<br />
diversity of flora and fauna, research, and soil, water source<br />
and stream protection. The Survey provides macro data by<br />
region for traditional eucalyptus and pine plantations, as<br />
well as that for other forest species. From this information,<br />
it is possible to identify the existing industrial potential of<br />
the diversity of the Brazilian forest base, consisting of native<br />
and planted areas.<br />
According to the survey, the area planted with pine<br />
in Brazil (20% of the total planted forests in the Country)<br />
has been decreasing on a small scale. This is due to the<br />
partial substitution of pine by eucalyptus, and other soil<br />
uses, in some areas of Brazil’s Southern Region, such as for<br />
OUTUBRO <strong>2019</strong> 35
38 referenciaindustrial.com.br OUTUBRO <strong>2019</strong>
OUTUBRO <strong>2019</strong> 39
CONSTRUÇÃO CIVIL<br />
40 referenciaindustrial.com.br OUTUBRO <strong>2019</strong>
OUSADIA<br />
URBANA<br />
MAIOR ESTRUTURA DE MADEIRA DO MUNDO<br />
BUSCA REMODELAR CENTRO URBANO DA<br />
QUARTA MAIOR CIDADE DA ESPANHA<br />
Fotos: divulgação<br />
OUTUBRO <strong>2019</strong> 41
CONSTRUÇÃO CIVIL<br />
C<br />
om aproximadamente um milhão e<br />
quatrocentas mil pessoas, a cidade de<br />
Sevilha, na Espanha, é um dos pontos<br />
culturais mais visitados da Europa. Lá, foi<br />
desenvolvido nos últimos anos um projeto<br />
de reorganização urbana de diversos pontos do<br />
município, buscando retratar a aliança entre a rica história<br />
da região e a modernidade cultural de seu povo.<br />
Entre as principais regiões turísticas de Sevilha<br />
se encontra o Metropol Parasol, centro comercial e<br />
cultural que pretende “explorar todo o potencial da<br />
Plaza de la Encarnación”, onde está situado, como<br />
explica o criador do arrojado desenho da construção,<br />
o arquiteto Jurgen Mayer.<br />
O projeto surgiu após vencer um concurso realizado<br />
pela prefeitura de Sevilha, que visava substituir<br />
o antigo mercado de la Encarnación, demolido em<br />
2009.<br />
“O Metropol forma um novo ponto de encontro<br />
em Sevilha: um lugar de interação, no qual o antigo<br />
está conectado com o presente. A estrutura construída<br />
em grade, artifício amplamente utilizado pelos<br />
romanos para layouts urbanos, é aqui transformada e<br />
contrastada pelas formas curvas do dossel”, afirma o<br />
profissional alemão.<br />
Além da estrutura vazada, as linhas curvas usam<br />
e abusam da ousadia ao se integrarem à paisagem<br />
espanhola, sendo o ‘movimento’ palavra de ordem<br />
para o Metropol: suas sinuosidades sugerem um movimento<br />
constante, atraindo a curiosidade de quem<br />
passa.<br />
INOVAÇÃO<br />
Todo o centro comercial é construído com placas<br />
verticais de madeira laminada, seguindo um padrão<br />
de corte de 1,5 por 1,5. Essas peças montadas formam<br />
um ‘grillage’, nome dado ao estilo gradeado<br />
romano. O local possui lojas, centro de convenções,<br />
bares e até um restaurante, sendo este último o único<br />
que utiliza uma plataforma de aço em seus ambientes,<br />
por motivos de segurança. Além disso, o Metropol<br />
conta com um terraço panorâmico visitado por<br />
pessoas de todo o mundo.<br />
De acordo com Mayer, foram utilizadas cerca de 3<br />
mil peças de madeira. A estrutura total – que conforma<br />
seis quebra-sóis em forma de cogumelos – mede<br />
aproximadamente 150 m (metros) de extensão, 75 m<br />
de largura e 28 m de altura.<br />
“Como o cálculo estrutural necessitava de uma<br />
análise em três dimensões de grande complexidade,<br />
desenvolvemos um programa interativo capaz de<br />
determinar a espessura dos elementos de madeira<br />
em cada uma das uniões da estrutura para sua otimização<br />
adequada. Finalmente, os dados do modelo<br />
42 referenciaindustrial.com.br OUTUBRO <strong>2019</strong>
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OUTUBRO <strong>2019</strong> 43
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44 referenciaindustrial.com.br OUTUBRO <strong>2019</strong>
O MDF<br />
NA MARCENARIA<br />
IMPORTANTE NA CONSTRUÇÃO DE MÓVEIS, O MATERIAL É VERSÁTIL<br />
E TEM ALCANÇADO CADA VEZ MAIS ESPAÇO NO MERCADO<br />
Fotos: divulgação<br />
OUTUBRO <strong>2019</strong> 45
MARCENARIA<br />
V<br />
árias inovações tecnológicas ajudaram<br />
o exercício da marcenaria a ser atrativo<br />
novamente. Antes vista como uma<br />
profissão em extinção, ela tem crescido<br />
cada vez mais – seja como forma de<br />
sustento ou até mesmo como um hobby para muitos<br />
brasileiros. O MDF (Medium Density Fiberboard),como<br />
é mais comumente conhecido, tem ajudado esse movimento<br />
a se desenvolver e já se transformou em uma<br />
ferramenta que caiu no gosto dos trabalhadores da<br />
madeira.<br />
Surgido no final da década de 1970 em produções<br />
de grande escala e popularizado no Brasil a partir da<br />
década de 1990, por ser extremamente versátil, sendo<br />
um composto leve, resistente e de fácil manuseio, o<br />
MDF ganhou espaço também entre as marcenarias de<br />
garagem e os pequenos negócios de produção de móveis<br />
que valorizam a prática da marcenaria fina.<br />
O QUE É O MDF?<br />
Formado a partir de um material de fibras de madeira<br />
aglutinadas juntas em uma única peça plana<br />
e sem fissuras, originárias de árvores como pinus e<br />
eucalipto, essa matéria-prima também é considerada<br />
sustentável e amiga da natureza.<br />
Para o profissional que opta pelo seu uso na hora<br />
de fabricar os móveis, outra vantagem é a economia<br />
O MDF É FORMADO A<br />
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produção com mais qualidade e precisão nas medidas, além<br />
de atender as normas legais que garantem a segurança dos<br />
colaboradores. Esta parceria perdura há mais de 6 anos.<br />
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50<br />
referenciaindustrial.com.br OUTUBRO <strong>2019</strong>
U<br />
ma das entidades mais relevantes do setor<br />
madeireiro no Brasil, a Abpm (Associação<br />
Brasileira de Preservadores de Madeira)<br />
completa 50 anos de fundação em <strong>2019</strong>.<br />
Com uma trajetória pautada pela defesa<br />
dos direitos e interesses dos associados e do mercado<br />
de madeira tratada, a entidade completa meio século<br />
de atuação como fórum nacional do setor de proteção<br />
de madeiras e na representação do segmento industrial<br />
madeireiro junto aos órgãos reguladores e Poderes Legislativo<br />
e Executivo.<br />
“Os caminhos da preservação de madeiras no Brasil<br />
seguem os passos da atuação da Abpm, de seus associados<br />
e de seus parceiros técnicos, destacadamente<br />
o IPT (Instituto de Pesquisas Tecnológicas) do Estado<br />
de São Paulo”, afirma o presidente da Abpm, Gonzalo<br />
Lopez.<br />
Desde a fundação, a entidade visa garantir a qualidade<br />
necessária para a consolidação do seu uso, trazendo<br />
um legado de credibilidade e de confiança adquirida<br />
junto aos mercados da madeira tratada; a Abpm tem<br />
como um de seus grandes feitos a criação do convênio<br />
IPT-Abpm, em 1972, inicialmente como Convênio Ibdf-<br />
-IPT-Abpm. A parceria foi estabelecida com a finalidade<br />
de dar suporte técnico e fazer o controle de qualidade<br />
da madeira preservada no Brasil, convênio mantido e<br />
utilizado pelos associados até hoje.<br />
“Sem a existência de normas técnicas certamente<br />
não teríamos referenciais de qualidade mínima exigível,<br />
principalmente levando em conta as características de<br />
nosso território”, destaca Lopez.<br />
INTERNACIONALIZAÇÃO<br />
A entidade deu um passo importante para a internacionalização<br />
com a produção de um evento internacional,<br />
com a parceria direta da FG4Mad Consultoria em<br />
Madeiras e da Malinovski, o “Wood Protection – Conferência<br />
Sul-Americana de Tecnologias de Proteção de<br />
Madeiras”. Realizado em Curitiba em 2017, como parte<br />
da SIM (Semana Internacional da Madeira), o evento<br />
possibilitou uma nova dimensão aos eventos da Abpm,<br />
pela primeira vez com um evento internacional.<br />
“Todas as nossas ações partem de demandas do<br />
próprio setor e foram desenvolvidas por membros e colaboradores<br />
de todas as Diretorias anteriores ao longo<br />
destes 50 anos”, enaltece Lopez.<br />
Manter um canal de diálogo com o mercado é uma<br />
forma não apenas de fortalecer o setor madeireiro,<br />
mas também a própria atuação da Abpm. “Quanto<br />
mais fortes e mais representativos do mercado, mais<br />
prontamente poderemos enfrentar e estar prontos para<br />
os próximos desafios e demandas advindas de novas<br />
OUTUBRO <strong>2019</strong> 51
52 referenciaindustrial.com.br OUTUBRO <strong>2019</strong>
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OUTUBRO <strong>2019</strong> 53
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PONTE PARA<br />
O PROGRESSO<br />
54 referenciaindustrial.com.br OUTUBRO <strong>2019</strong>
XX<br />
GOVERNO DO PARANÁ INVESTE EM PONTE DE MADEIRA<br />
PARA MELHORAR O TRÁFEGO PARA MORADORES E EMPRESAS<br />
PRODUTORAS DE BANANA EM MUNICÍPIO DO LITORAL<br />
Fotos: Gilson Abreu<br />
OUTUBRO <strong>2019</strong> 55
MADEIRA TRATADA<br />
Antes encarado como um material ultrapassado<br />
e inferior ao ferro e ao concreto,<br />
a madeira volta a ter protagonismo<br />
na construção civil, seja ela da iniciativa<br />
privada ou de prefeituras e governos<br />
de Estado. No Paraná, a nova administração não é<br />
diferente. Desde agosto deste ano, moradores de<br />
Guaratuba (PR) e empresários do ramo alimentício<br />
passaram a ter mais segurança e rapidez para atravessar<br />
o Rio Cubatão, com a reforma da ponte que<br />
passa pela região.<br />
Essa estrutura foi inaugurada pelo governador<br />
Ratinho Júnior, com a presença de políticos locais e<br />
representantes das comunidades que serão beneficiadas<br />
pela obra. A nova ponte liga a comunidade<br />
do Cubatão com a Limeira, que faz divisa com o município<br />
de Morretes (PR).<br />
A antiga construção, erguida há quase trinta anos<br />
pelos próprios moradores, mostrou danos estruturais<br />
irreparáveis após uma enxurrada na região, problema<br />
frequente em Guaratuba. Por isso, prefeitura<br />
e governo do estado se dispuseram a pagar uma<br />
quantia de cerca de R$ 1,3 milhão na ponte que irá<br />
facilitar a vida da população litorânea.<br />
“Esta ponte vai atender as comunidades diminuindo<br />
distâncias e facilitando a vida de quem<br />
produz. É uma das regiões que mais produz banana<br />
no Brasil e as pessoas que vivem dessa vocação<br />
precisam ter transporte e logística eficientes para o<br />
produto chegar com preço acessível nos mercados e<br />
indústrias”, afirmou o governador, que foi o primeiro<br />
no cargo a visitar a comunidade.<br />
De acordo com o prefeito de Guaratuba, Roberto<br />
Justus, a ponte é utilizada pelas duas comunidades<br />
e por outras adjacentes. Segundo ele, toda a produção<br />
agrícola do município passa pela ponte, com<br />
carretas que chegam a pesar 30 t (toneladas).<br />
“Essa obra melhora a vida das pessoas direta e<br />
indiretamente. Facilita para quem mora na região e<br />
utiliza o transporte escolar e também melhora o escoamento<br />
agrícola. A qualidade da banana depende<br />
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ARTIGO<br />
RESUMO<br />
O<br />
s setores da construção civil, indústria<br />
moveleira, indústria de papel e celulose<br />
buscam novas alternativas para uma<br />
utilização mais racional da madeira que<br />
possam diminuir as limitações de seu<br />
uso, a exemplo da produção dos painéis reconstituídos<br />
dessa matéria-prima, como compensados, aglomerados<br />
de partículas, sarrafos, MLC (Madeira Laminada<br />
Colada), entre outros. No presente trabalho buscou-se<br />
avaliar a eficiência da colagem em taliscas de madeira<br />
de Eucalyptus cloeziana preservadas quimicamente<br />
com CCA (Arseniato de Cobre Cromatado).<br />
Foram utilizados seis adesivos: MUF (Melamina<br />
Ureia Formaldeído); PVA (Poliacetato de Polivinila); RF<br />
(Resorcinol Formaldeído); TF (Tanino Formaldeído);<br />
UF (Ureia Formaldeído); PUR (Poliuretano à Base de<br />
Mamona); e foram realizadas avaliações da interface<br />
madeira-adesivo por meio de fotomicrografias, da resistência<br />
ao cisalhamento, da porcentagem de falhas<br />
na madeira e mensuração da espessura da linha de<br />
cola. Para a visualização da interface madeira-adesivo<br />
retiraram-se cortes anatômicos de cada posição, plano<br />
transversal e plano longitudinal da junta colada, após<br />
amolecimento em água quente.<br />
Apenas nas taliscas unidas com TF não foi possível<br />
avaliar a interface. O CCA contribuiu de forma negativa<br />
nas propriedades físicas e mecânicas da madeira. O<br />
MUF apresentou os melhores resultados, representados<br />
por maiores penetrações do adesivo no material<br />
utilizado e consequentemente maiores valores de<br />
resistência ao cisalhamento e menores valores de delaminação.<br />
INTRODUÇÃO<br />
A madeira é um material de origem biológica que<br />
apresenta propriedades físicas e mecânicas variáveis<br />
entre as espécies e dentro de uma mesma espécie,<br />
sendo matéria-prima indispensável em aplicações na<br />
construção civil, indústria moveleira, indústria de papel<br />
e celulose, dentre outras. Na sua forma maciça e em<br />
dimensões maiores, a madeira tomou-se, ao decorrer<br />
dos anos, um material difícil de ser encontrado devido<br />
à constante supressão de florestas nativas e à legislação<br />
ambiental vigente. Assim, os setores que a utilizam<br />
buscaram novas alternativas para um aproveitamento<br />
mais racional e que pudessem diminuir suas limitações<br />
de uso, a exemplo da produção dos painéis reconstituídos<br />
de madeira, como compensados, aglomerados de<br />
partículas, sarrafeados, MLC, entre outros.<br />
Associado a essa alternativa, tem-se o aproveitamento<br />
de resíduos madeireiros na produção destes<br />
painéis, desde que um estudo técnico do material seja<br />
realizado. Em empresas de imunização de madeiras,<br />
após seu efetivo tratamento com preservantes, os<br />
resíduos gerados apresentam em sua composição<br />
substâncias químicas tóxicas. Para o uso de madeira<br />
que passou ou não por um tratamento preservante,<br />
alguns estudos foram realizados em relação a sua colagem<br />
como forma de aproveitamento de resíduos, a<br />
exemplo de Abreu et al.. Pereira et al., Bertolini et al. e<br />
Boa et al<br />
A maioria dos painéis de madeira requer adesivos<br />
durante a produção para um melhor aproveitamento<br />
de suas pequenas peças. Segundo Carneiro et al., os<br />
mais utilizados pelo setor madeireiro e moveleiro são<br />
aqueles à base de poliacetato de vinila, ureia-formaldeído,<br />
fenol-formaldeído, poliuretano, colas à base de<br />
água, entre outros.<br />
Conforme Brady e Kamke, a região de interface é o<br />
volume que contém as células de madeira e o adesivo.<br />
De acordo com Albino et al., é importante conhecer<br />
essa interface em função da utilização crescente de<br />
produtos à base de compostos da madeira. Os mesmos<br />
autores afirmam que a adesão entre a madeira e o<br />
adesivo depende das características de cada um deles<br />
e do processo adotado para a colagem. Existem poucos<br />
estudos sobre como ocorre essa interação, apenas<br />
sobre a resistência ao cisalhamento na linha de cola.<br />
No Brasil, os painéis são produzidos principalmente<br />
por peças de madeira das espécies obtidas por reflorestamentos<br />
dos gêneros Eucalyptus e Pinus. Essas<br />
apresentam matéria-prima com boas características<br />
e são de rápido crescimento, segundo Iwakiri et al.,<br />
quando comparadas com espécies nativas do Brasil.<br />
No gênero Eucalyptus, com características físicas e<br />
mecânicas e excelente potencial para diferentes usos,<br />
pode-se destacar o Eucalyptus cloeziana F. Muell.<br />
Dentre esses usos potenciais encontra-se a MLC,<br />
considerada um produto estrutural formado pela associação<br />
de lamelas de madeira selecionadas, dispostas<br />
de forma que as fibras fiquem paralelas, e unidas com<br />
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<strong>2019</strong><br />
CAIRO (EGITO)<br />
WWW.CAIROWOODSHOW.COM<br />
DEZEMBRO<br />
3 A 6<br />
WOODEX <strong>2019</strong><br />
MOSCOU (RÚSSIA)<br />
WWW.WOODEXPO.RU<br />
FEVEREIRO<br />
4 A 6<br />
ZOW FAIR<br />
HANNOVER (ALEMANHA)<br />
WWW.ZOW.DE/ZOW/INDEX.PHP<br />
FEVEREIRO<br />
4 A 7<br />
EUROBOIS<br />
LYON (FRANÇA)<br />
WWW.EUROBOIS.NET/<br />
64 referenciaindustrial.com.br OUTUBRO <strong>2019</strong>
A Codornada Florestal está<br />
de volta em sua 13ª Edição!<br />
O evento promove o ponto de encontro do<br />
setor florestal, através de um jantar voltado<br />
às empresas e profissionais do setor de base:<br />
madeireira, florestal e de celulose.<br />
04 E 05 DE DEZEMBR0 DE <strong>2019</strong><br />
Ponte Alta do Norte - SC<br />
1º DIA<br />
04/12<br />
DIA DE CAMPO<br />
2º DIA<br />
05/12<br />
MANHÃ - SEMINÁRIO<br />
TARDE - EXPOSIÇÃO DE MÁQUINAS<br />
NOITE - JANTAR<br />
AÇÃO SOCIAL<br />
Natal das Crianças de Ponte Alta do Norte<br />
Cada convidado: Doar 2 brinquedos<br />
(uma para menino/outro para menina)<br />
Informações: 49 9 9157.6365 I 41 9 9924.7071 /cordornadaflorestal<br />
Apoio:<br />
Realização:
ESPAÇO ABERTO<br />
ECONOMIA CIRCULAR<br />
REPRESENTA UMA NOVA OPORTUNIDADE<br />
O<br />
crescimento populacional, a escassez dos<br />
recursos naturais e a destinação inadequada<br />
dos resíduos exigem a adoção de<br />
padrões de produção e de consumo cada<br />
vez mais sustentáveis. Hoje, a quantidade<br />
e a qualidade de políticas públicas que incentivam o<br />
uso eficiente dos recursos naturais estão sob escrutínio<br />
geral.<br />
Nesse cenário, a economia circular aparece como<br />
alternativa desejável ao modelo tradicional, que envolve<br />
produção, consumo e descarte, pois defende o uso dos<br />
recursos naturais com menos desperdício. Além disso,<br />
permite que as empresas reduzam custos e perdas, gerem<br />
fontes alternativas de receita e diminuam a dependência<br />
de matérias-primas virgens.<br />
Muitos países já avançaram no tema da economia<br />
circular e têm implementado políticas públicas que promovam<br />
a passagem do atual para o novo modelo. Em<br />
2009, a China publicou uma lei baseada no uso eficiente<br />
dos recursos a partir de incentivos fiscais, apoio financeiro<br />
e regulações. Na União Europeia, foram concedidos<br />
mais de 650 milhões de euros em crédito para financiar<br />
projetos inovadores nesse segmento de atuação.<br />
O Brasil ainda não tem uma estratégia nacional definida<br />
para a economia circular, mas há instrumentos que<br />
tratam, mesmo que de modo ainda desarticulado, de<br />
práticas circulares. A Pnrs (Política Nacional de Resíduos<br />
Sólidos) é um exemplo, pois aborda a gestão de resíduos<br />
e a responsabilidade compartilhada.<br />
Nos últimos anos, a política energética brasileira<br />
também vem contribuindo para diversificar a matriz<br />
energética – principalmente com fontes renováveis,<br />
BRASIL AINDA NÃO TEM UMA<br />
ESTRATÉGIA NACIONAL<br />
DEFINIDA PARA A ECONOMIA CIRCULAR,<br />
MAS HÁ INSTRUMENTOS QUE TRATAM,<br />
MESMO QUE DE MODO AINDA<br />
DESARTICULADO, DE PRÁTICAS<br />
CIRCULARES<br />
POR<br />
ROBSON BRAGA<br />
DE ANDRADE<br />
EMPRESÁRIO E<br />
PRESIDENTE DA CNI<br />
(CONFEDERAÇÃO<br />
NACIONAL DA<br />
INDÚSTRIA)<br />
como biomassa, eólica e solar – a partir de incentivos e<br />
linhas de crédito. Energias renováveis já compõem 80%<br />
da matriz elétrica brasileira, índice mais de três vezes superior,<br />
por exemplo, ao de países integrantes da Ocde<br />
(Organização para a Cooperação e Desenvolvimento<br />
Econômico), hoje em 23%.<br />
Na área da logística reversa, é necessário equacionar<br />
bem os problemas existentes a partir da criação de<br />
documento simplificado e isento de tributação no transporte<br />
de resíduos. É preciso, ainda, aproximar academia<br />
e empresas para garantir que as boas ideias geradas se<br />
transformem em desenvolvimento tecnológico e inovação,<br />
que é o fator-chave para dar escala à economia<br />
circular.<br />
Práticas circulares são de fundamental importância<br />
para uma economia de baixo carbono. No momento em<br />
que os países desenvolvidos e os demais emergentes<br />
acordam para esse fato, o Brasil não pode ficar para<br />
trás, principalmente porque possui algumas vantagens<br />
comparativas: 20% da biodiversidade do mundo, 12%<br />
das reservas de água doce, 8,5 milhões de quilômetros<br />
quadrados de território, e 3,6 milhões de quilômetros<br />
quadrados de zona marítima, além da proximidade entre<br />
o mercado produtor e o consumidor.<br />
Nosso grande objetivo é, de maneira ambientalmente<br />
sustentável, transformar as nossas vantagens<br />
comparativas em vantagens competitivas, garantindo<br />
um panorama favorável aos negócios, com regras claras<br />
e com segurança jurídica. A indústria brasileira tem potencial<br />
enorme para ser protagonista no uso eficiente de<br />
recursos naturais, visando a sua inserção na economia<br />
de baixo carbono e aumentando a sua participação nas<br />
cadeias globais de valor, com mais produtividade, eficiência,<br />
e geração de emprego e renda. Essa é a indústria<br />
forte, limpa e competitiva que todos queremos.<br />
Foto: divulgação<br />
66 referenciaindustrial.com.br OUTUBRO <strong>2019</strong>
São José dos Pinhais<br />
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