RCIA - ED. 111 - OUTUBRO 2014
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PESQUISA<br />
Geração de emprego de estabelecimentos<br />
menores sustenta desempenho do ano<br />
Dados do CAG<strong>ED</strong> mostram<br />
que em <strong>2014</strong>, de janeiro a<br />
agosto, não fosse o desempenho<br />
dos estabelecimentos com até<br />
quatro funcionários, o saldo na<br />
geração de empregos formais,<br />
somados aos números do<br />
mercado de trabalho de<br />
Araraquara, Rio Claro e São<br />
Carlos, seria negativo.<br />
Como pode ser observado na tabela 1,<br />
logo abaixo, se fôssemos considerar apenas o<br />
saldo das empresas com até quatro funcionários,<br />
o mesmo seria positivo em 2.887 vagas.<br />
São 467 postos de trabalho a mais que o saldo<br />
consolidado, o qual foi negativamente impactado<br />
pelo desempenho na criação de emprego<br />
com carteira assinada dos estabelecimentos<br />
com quadro funcional de 5 a 999 colaboradores.<br />
O comentário é feito pelo economista Jaime<br />
Vasconcellos, do Núcleo de Economia do<br />
SINCOMERCIO Araraquara.<br />
Observa-se, diz ele, que os setores que<br />
mais contribuíram para geração de empregos<br />
dos menores estabelecimentos, são Comércio<br />
e Serviços. No setor comercial, somados os desempenhos<br />
das três cidades, em <strong>2014</strong> o saldo<br />
negativo é de 613 postos de trabalho, porém<br />
as empresas do setor com menos de cinco funcionários,<br />
possuem saldo total de 824. Já as<br />
empresas do setor de Serviços possuem maior<br />
saldo total (+2.775) e quase metade da geração<br />
de vagas com carteira assinada do desempenho<br />
dos menores estabelecimentos.<br />
ARARAQUARA<br />
Em Araraquara, de janeiro a julho de 2012,<br />
o saldo empregatício circunda os 2.400 postos<br />
de trabalho. Destes, 37% (894) são oriundos<br />
de empresas formadas por um quadro funcional<br />
de até quatro trabalhadores.<br />
RIO CLARO<br />
No município de Rio Claro, a geração de emprego<br />
formal das empresas com até quatro funcionários<br />
é mais que o dobro do desempenho<br />
total do município. Enquanto a primeira tipologia<br />
de empresas tem 770 mais admissões que desligamentos,<br />
no total o desempenho é positivo<br />
em 321 vagas. O saldo negativo das empresas<br />
de 100 a 249 trabalhadores (-225) e com mais<br />
de 1000 funcionários (-266) minaram o desempenho<br />
do mercado de trabalho rioclarense.<br />
SÃO CARLOS<br />
Em São Carlos o cenário é ainda mais interessante.<br />
O município, em <strong>2014</strong>, viu seu mercado<br />
de trabalho ser reduzido em 300 vagas.<br />
Considerando apenas as vagas criadas pelos<br />
estabelecimentos compostos por até quatro<br />
funcionários, o saldo está positivo em 1.223.<br />
Isto é, as empresas com cinco funcionários ou<br />
mais, têm em torno de 1.500 desligamentos a<br />
mais que admissões.<br />
Os números apresentados pelo CAG<strong>ED</strong>, afirma<br />
Jaime Vasconcellos, mostram uma realidade<br />
que, mesmo sendo focada em Araraquara,<br />
Rio Claro e São Carlos, confundem-se com o desempenho<br />
da geração de emprego nacional. De<br />
janeiro a agosto de <strong>2014</strong>, no Brasil foram criadas<br />
mais de 600 mil novas vagas com carteira<br />
“No setor comercial, somados os<br />
desempenhos das três cidades, em<br />
<strong>2014</strong> o saldo negativo é de 613<br />
postos de trabalho, porém as<br />
empresas do setor com menos de<br />
cinco funcionários possuem saldo<br />
total de 824”.<br />
Jaime Vasconcellos<br />
assinada. Somente os estabelecimentos com<br />
menos de quatro funcionários possuem saldo<br />
positivo em mais de 757 mil postos.<br />
Para o economista, os números de nossa<br />
região, e também em âmbito nacional, mostram<br />
que os grandes sustentadores da arrefecida,<br />
porém ainda portentosa geração de empregos<br />
formais no país, são as micro e pequenas empresas.<br />
É importante frisar que o bom desempenho<br />
dos micro e pequenos estabelecimentos<br />
tem um teor ainda mais heroico, baseado na<br />
quantidade de problemas que o empresariado<br />
brasileiro em geral enfrenta: Alta carga tributária,<br />
burocracia, insegurança, perdas e concorrência<br />
desleal de mercadorias contrabandeadas.<br />
Normalmente,<br />
são exatamente as<br />
micro e pequenas empresas<br />
que possuem<br />
acesso mais dificultado<br />
às medidas de<br />
estimulo econômico<br />
e desenvolvimento,<br />
e são as primeiras<br />
afetadas quando o<br />
desempenho econômico<br />
nacional tem ritmo<br />
freado ou mesmo<br />
decrescido.<br />
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