RCIA - ED. 111 - OUTUBRO 2014
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Foi neste estádio<br />
na Tamoio que a<br />
Ferroviária jogou<br />
contra o Santos em<br />
abril de1970, em<br />
comemoração ao<br />
primeiro aniversário<br />
da Usina, que tinha<br />
saído das mãos dos<br />
Morganti, sendo<br />
comprada por Silva<br />
Gordo, se tornando<br />
assim a Refinadora<br />
Paulista<br />
PATRIMÔNIO<br />
A suntuosidade do estádio<br />
Uma das grandes pérolas que<br />
a Usina investiu foi no Estádio<br />
Comendador Freitas, que viria<br />
ser a casa do Tamoio.<br />
Inaugurado em 51, mesmo<br />
ano da Fonte Luminosa, foi<br />
ponto de encontro de clubes<br />
que desembarcavam em<br />
Araraquara para enfrentar<br />
a Ferroviária.<br />
Com uma obra arquitetônica impecável<br />
e que chamava a atenção, o Estádio Comendador<br />
Freitas possuía até uma espécie de camarote,<br />
o que hoje chama na Arena da Fonte<br />
Luminosa de área vip. No reservado, os donos,<br />
diretores e autoridades assistiam aos jogos.<br />
Um fato curioso chamou atenção dos<br />
torcedores da época, mas que aos poucos a<br />
veracidade foi se confirmando com o passar<br />
do tempo. A partida entre Ferroviária e Santos<br />
no “Comendador Freitas” é um fato verídico,<br />
e aconteceu no dia 26 de abril de 1970, um<br />
domingo pela manhã, em comemoração ao<br />
primeiro aniversário da Administração da Refinadora<br />
Paulista S.A.<br />
Nas arquibancadas de cimento (as sociais), estátuas de<br />
Vênus de Milo, a deusa do amor, escultura de 2m de altura<br />
Num segundo momento, embora haja<br />
vários exageros no relato dos bastidores do<br />
jogo que reuniu centenas de torcedores, é que<br />
realmente a AFE venceu por 1 a 0, gol aos 21<br />
minutos do segundo tempo de Amaral, atacante<br />
que substituiu Nelsinho no transcorrer da<br />
partida. Para enfrentar o Santos, a Ferroviária<br />
aproveitou folga no Paulistinha 70, depois de<br />
vencer o clássico Bota-Ferro, por 2 a 0.<br />
Há ‘um pequeno detalhe’, esquecido por<br />
boa parte dos contadores da história do Santos<br />
em Tamoio: é que Pelé, Rei do Futebol não<br />
jogou, bem como os outros craques da equipe<br />
santista, alguns deles futuros campeões mundiais<br />
na Copa do México. Porém, nada apagará<br />
a festividade que foi a vinda do Santos para<br />
encarar a Ferroviária em partida histórica, contudo<br />
para registro oficial e a veracidade dos<br />
fatos, é preciso mencionar que o Santos jogou<br />
com time misto: Agnaldo; Zelão, Paulo, Orlando<br />
e Murias; Alexandre e Nenê; David, Adilson<br />
(Álvaro), Barga (Gilberto) e Fito. Já o técnico<br />
Vail Mota escalou a AFE com: Carlos Alberto;<br />
Baiano, Fernando, Ticão e Fogueira; Muri e<br />
Bazani (Bebeto); Valdir (Peixinho), Zé Luiz (Rui<br />
Júlio), Ismael (Lance) e Nelsinho (Amaral). Na<br />
ocasião não houve cobrança de ingressos e o<br />
árbitro da partida foi Arnaldo Júnior.<br />
Não resta dúvida que o desfile de Pelé e<br />
demais titulares iria fazer com que<br />
o amistoso tivesse mais pompa, independente<br />
do resultado, visto as<br />
vitórias da AFE sobre o Santos, com<br />
ou sem Pelé, em Araraquara, ser fato<br />
normal naqueles anos 60 e 70. Mas<br />
para as futuras gerações é interessante<br />
florearmos o fato, exaltarmos<br />
a promoção e a sacada de um jogo<br />
inesquecível para os araraquarenses,<br />
mas com as informações corretas.<br />
53<br />
Camisa do Tamoio no Museu<br />
do Futebol em Araraquara<br />
Um ano mais tarde, no dia 7 de março de<br />
1971, em partida realizada na Fonte Luminosa,<br />
a Ferroviária estraçalhou o Santos de<br />
Cejas, Clodoaldo, Pelé e Edu, por 4 a 1, com<br />
gols de Lance, Zé Luiz, Bazani e Ney, enquanto<br />
Douglas que entrou no lugar de Pelé, marcou<br />
o gol de honra santista.<br />
Naquele inesquecível duelo, o técnico<br />
grená era Almeida, que escalou Carlos Alberto;<br />
Baiano, Fernando, Ticão e Zé Carlos; Muri<br />
(Ademir) e Ademir (Bazani); Tonho, Zé Luiz (Nicanor),<br />
Lance e Nei.<br />
O Santos contou com Cejas; Orlando, Paulo,<br />
Oberdan e Rildo; Clodoaldo (Lima) e Léo;<br />
Rogério, Ferreti, Pelé (Douglas) e Edu. O juiz foi<br />
José Favili Neto e o público presente na Fonte<br />
foi de 17.434 espectadores.<br />
Orlando (Anchieta), Tutinha e Alcebíades, três<br />
grandes atletas da Usina Tamoio nos anos 60;<br />
ao fundo a posição dos camarotes no estádio,<br />
uma preciosidade para os padrões da época. A<br />
Ferroviária foi ter área vip só com a construção<br />
da arena