01.11.2019 Views

RCIA - ED. 111 - OUTUBRO 2014

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

GRANDES CLUBES DA NOSSA TERRA<br />

1956 - Pernambuco, Gregório, Cadorin, Rubens, Laerte e Buru; Jair, Carlito, Cornélio, Lilo e Baia<br />

Quando o time jogava, Tamoio<br />

parecia ser uma usina fantasma<br />

Eles eram de braços fortes, pernas<br />

alongadas, uns jovens senhores<br />

a deslizar seus sonhos por ruas e<br />

avenidas dos verdes canaviais.<br />

Cortavam ao vento o que seria um<br />

balançar à frente do adversário nas<br />

tardes de domingo. Uns respiravam<br />

o silêncio que vinha com o cheiro<br />

da cana tombando; outros de mãos<br />

abertas na espera da bola<br />

disparada no avanço do inimigo.<br />

Diziam ser jogadores de futebol<br />

cuja feição na imensidão dos<br />

campos, os tornava mais donos de<br />

sí, assustando os que pela frente<br />

vinham. Cada um criava seu jeito<br />

de ser na hora da apresentação:<br />

arqueiro, beque de espera, médio<br />

volante, influenciados pela rima que<br />

o rádio esportivo criara nos tempos<br />

40 nas vozes de Edson Leite, Pedro<br />

Luiz, Juarez Soares e Mário Moraes.<br />

Trabalho e futebol eram a<br />

condução para o amor em fuga<br />

nas quermesses e missas da<br />

santificada usina, capaz de tornar<br />

tantos João e Maria, em marido e<br />

mulher. E tamanha era a festa em<br />

casos assim, que os Morganti se<br />

transportavam a um mundo<br />

distante, para que a alegria não se<br />

prendesse a quatro paredes da<br />

pequena casa da colônia.<br />

51<br />

O quadro não era senão a<br />

realidade ponteada pela fumaça<br />

das chaminés, a cana levada no<br />

dorso do trem, a bola correndo nos<br />

fins de semana, a mulher<br />

aguardando o filho que vem.<br />

A vida era uma poesia a cada gol<br />

do Tamoio, simbolizado pelo índio<br />

imponente que cansamos de ver<br />

e que hoje, nos leva a lembrar da<br />

usina que se tornava uma fantasia<br />

quando o time saia para jogar.<br />

SEGUE »<br />

Texto de Abertura: Ivan Roberto Peroni<br />

Fotos: Museu do Futebol, Tetê Viviane,<br />

Sérgio R. Pelegrini e arquivo pessoal

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!