*Dezembro / 2019 - Revista Celulose - 43
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nologias, por exemplo. Há muitas empresas com<br />
modernos centros de pesquisa e desenvolvimento,<br />
e que contemplam pesquisas diversas. Porém,<br />
muitas vezes atuam de forma muito fechada, e<br />
distantes das instituições de ensino e pesquisa no<br />
Brasil. Do ponto de vista do setor público, falta<br />
ainda se atentar que este setor é estratégico para<br />
o país, e que responde por aproximadamente 6%<br />
do PIB industrial do Brasil, gerando mais de 1 milhão<br />
de empregos diretos e indiretos. Vale ainda<br />
destacar que estes números são alcançados com<br />
menos de 1% da área total do Brasil destinados<br />
aos plantios florestais. Dessa forma, tornar este<br />
setor mais competitivo, seja por novas matérias-<br />
-primas, produtos ou processos é de vital importância.<br />
Diria até estratégico para o país, que ainda<br />
não se atentou para este fato, e pouco investe em<br />
chamadas públicas de pesquisa e infraestrutura<br />
nas universidades, por exemplo.<br />
<strong>Celulose</strong>: Como a academia tem contribuído<br />
para o crescimento do setor no Brasil?<br />
Fernando: O setor acadêmico tem grande parcela<br />
de contribuição para setor de <strong>Celulose</strong> e Papel<br />
nacional, o que, por exemplo, colocou o país<br />
em um cenário tão privilegiado quando falamos<br />
da qualidade de produtividade da madeira de<br />
eucalipto e pinus. As performances atuais em<br />
termos de incremento médio anual (IMA m 3 /ha/<br />
ano), somente pode ser alcançada pelas intensas<br />
pesquisas que foram realizadas ao longo das últimas<br />
décadas, e que envolveram grandemente as<br />
Instituições de Ensino e Pesquisa no Brasil. Também<br />
houveram muitas contribuições do setores<br />
acadêmicos para auxiliar a entender e melhorar<br />
os impactos da composição química da madeira<br />
no processo de polpação. Hoje seguramente<br />
podemos dizer que temos know how em produzir<br />
celulose de eucalipto como poucos no mundo.<br />
Não conseguiríamos isso sem a parcela de contribuição<br />
da academia. E temos que continuar trabalhando<br />
para que essas interações cresçam cada<br />
vez mais, para que o Brasil possa ser também<br />
uma referência na formação de recursos humanos<br />
altamente qualificados para o setor de celulose<br />
e papel, diminuindo assim a nossa dependência<br />
de outros países que tradicionalmente detêm as<br />
tecnologias.<br />
a substantial contribution to the Pulp and<br />
Paper Sector, which, for example, has put the<br />
Country in such a privileged scenario when we<br />
talk about the quality of eucalyptus and pine<br />
productivity. Current performance in terms of<br />
the mean annual increment (MAI), in m3/ha/<br />
year, could only have been achieved through<br />
the intense research that has been conducted<br />
over the last decades, and which has greatly<br />
involved education and research institutions<br />
in Brazil. Also, there have many contributions<br />
from academia to help understand and improve<br />
the impacts of the chemical composition of the<br />
wood used in the pulping process. Today, we<br />
can safely say that we have the “know-how” in<br />
producing eucalyptus pulp like few others in the<br />
world. We wouldn’t have got there without the<br />
Academic Sector’s contribution. And we have to<br />
keep working to grow more and more, so that<br />
Brazil can also be a reference in the formation<br />
of highly trained human resources for the Pulp<br />
and Paper Sector, thereby reducing our dependence<br />
on other countries that traditionally hold<br />
the technologies.<br />
Estudo visou produzir dois<br />
tipos de polpas, uma destinada<br />
a embalagens como sacos<br />
de cimento, e outra polpa<br />
destinada a produção de<br />
papéis branqueados<br />
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