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Manual-Tecnico-Mel-de-Abelhas-sem-Ferrao

Manual sobre criação de abelhas indígenas sem ferrão

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Criação de Abelhas sem Ferrão 35

Apesar dos modelos horizontais serem amplamente utilizados na meliponicultura

tradicional brasileira, é crescente o número de meliponicultores que adota as

caixas verticais.

O modelo base de caixa vertical segue o padrão natural dos favos de cria nos

troncos de árvore, e foi proposto pelo professor angolano Virgílio Portugal Araújo,

em 1955. Esse modelo é constituído por dois módulos principais: o inferior, destinado

para abrigar o ninho, e o superior, destinado para o armazenamento de

alimento – geralmente chamado de melgueira.

O fato de existir um módulo específico para o armazenamento de mel, equipado

com uma base que separa o espaço do alimento do espaço do ninho, traz

a grande vantagem de facilitar a coleta, oferecendo melhor acesso aos potes de

mel e possibilitando o transporte só da melgueira para fora do meliponário, o que

preserva o ninho dos riscos e impactos do transporte.

A curiosidade e o empenho de muitos pesquisadores e meliponicultores brasileiros

tratou de aperfeiçoar o modelo base proposto por Portugal-Araújo. É o

caso do fluminense Fernando Oliveira, que construiu sua história com as abelhas

coordenando o Instituto Iraquara 2 , em Boa Vista do Ramos (AM). Durante o período

em que trabalhou no Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA),

desenvolveu uma colmeia conhecida como “Fernando Oliveira”, ou “Fernando

Oliveira/INPA”, que veio facilitar muito o trabalho dos meliponicultores. Ela tem

sido gradativamente difundida no Brasil e seu uso tem conquistado resultados

expressivos em vários projetos de criação de abelhas sem ferrão, em especial no

manejo das espécies do gênero Melipona.

Essa caixa é composta por quatro módulos dispostos verticalmente: o fundo

e a divisão (também chamada de sobreninho), projetados para abrigar o ninho; a

melgueira, espaço destinado para as abelhas armazenarem mel; e a tampa. Em

épocas de entressafra, quando o manejo das caixas não está focado na produção

de mel, o espaço da melgueira também pode ser utilizado para a alimentação

complementar (pág. 52) ou para o controle de pragas como os forídeos (pág. 57).

A descrição dos módulos, apresentada a seguir, reproduz a colmeia base utilizada

para a criação da abelha jupará (Melipona compressipes) no estado do Amazonas.

Possui dimensões horizontais internas de 15x15 centímetros, tamanho também

aplicável a espécies como a mandaçaia (Melipona quadrifasciata) e a tiúba

(Melipona fasciculata).

Caixas com dimensões maiores devem ser construídas para espécies de favos

de cria maiores, enquanto caixas menores devem ser confeccionadas para espécies

de ninhos menores.

2. Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (OSCIP) fundada em 2002, cujo principal objetivo é difundir a

meliponicultura na região amazônica.

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